O longa retrata situações em que nos reconhecemos, mas que preferimos não explicar... ou melhor, esquecer. Encontros inesperados, momentos ridículos e decisões absurdas: cinco histórias com um olhar ácido, mas compassivo, sobre nossa incapacidade de controlar nossas próprias emoções.
O diretor e roteirista Cesc Gay gosta muito de trabalhar com as comédias do acaso envolvendo assuntos urbanos, de modo que sempre dá um jeitinho de pontuar algo mais crítico na sociedade e com isso fazer com que o público que está assistindo se reconheça nos seus personagens, e aqui são muitos personagens para cada um se enxergar nas famosas mentirinhas que por vezes é melhor você guardar do que entregar de mão beijada para o outro, e dentro de relacionamentos isso é o que mais causa problemas, então como diz o título é melhor não contar. Falando do filme como um todo, diria que a primeira esquete "Não Vejo a Hora de Te Ver" é divertidíssima, simples e com uma pegada precisa de um acaso que acaba virando caso com a resolução final; já a segunda trama "Sandra" vem com algo bem inusitado no mundo atual, que nem tudo o que vemos realmente é, aonde o preconceito pode estragar, e as vezes para a felicidade é melhor nem saber; enquanto o terceiro "Nas Terças e Quintas" trabalha a famosa conversa de "amigas" aonde uma aumenta mais do que a outra tudo o que aconteceu nas noitadas, mas não conta o principal; na quarta trama "Você Me Fez Muito Feliz Nos Últimos Meses" tivemos uma boa desenvoltura de uma casal de idades bem diferentes, que estão bem felizes em um jantar, mas que ao ouvir a conversa de um dos membros com outra pessoa, vê que precisa mudar tudo o que pensava em dizer para sair por cima, e consegue; e a última história, "Paris", traz o famoso não mexer no diário de uma mulher e tentar contar algo do seu passado, que a bomba pode vir bem maior na devolução.
Ou seja, tudo bem trabalhado e bem atuado, com muitos personagens e atores que é melhor nem ficar falando individualmente de cada um, senão a chance de ficar um texto extenso é bem alta, então fica claro os destaques para Chino Darín com seu Álex, Ana Castillo com sua Laura, Javier Rey com seu Raul, Alex Brendemühl com seu Luis, Antonio de la Torre com seu Carlos, María Leon com sua Ana, Eva Reyes com sua Sandra, Maribel Verdú com sua Blanca, Alexandra Jiménez com sua Carol, Nora Navas com sua Ángela, Jose Coronado com seu Andrés, Alejandra Onieva com sua Bárbara, Quim Gutierrez com seu Edu, Brays Efe com seu Jota e Verónica Echegui com sua Sofia. E também para os cachorros Fiona e Bobo.
Visualmente a trama trabalhou apartamentos, praças, bares, teatros, boates, restaurantes, mercados, quadras, tendo tudo entregue de uma forma bem cotidiana como o diretor pensava, sem ter grandes elementos cênicos ou detalhes para chamar atenção, valendo mais o conteúdo dos diálogos e as situações do que o ambiente em si, mostrando que a equipe de arte trabalhou bastante para conseguir os vários lugares, mas não aproveitou tanto quanto poderiam.
Enfim, é um longa bem colocado e divertido com os acasos entregues, que talvez pudesse ser ainda mais explosivo e talvez com mais conexões ao invés das situações soltas, mas ainda assim agrada e funciona para quem curte esse estilo de humor. Então fica a dica para conferir ele nos cinemas a partir do dia 19/12, e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Pandora Filmes, então abraços e até logo mais.
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