O longa reconstrói a jornada de um grupo de mulheres negras que fizeram a diferença em meio ao cenário devastado e ao espírito exaurido de um país em conflito. Essa inspiradora história se passa no auge da Segunda Guerra Mundial, em 1943, quando as ofensivas de guerra se intensificam e as prioridades governamentais se voltam para as estratégias balísticas. É assim que, durante três anos, milhares e milhares de cartas se acumularam em balcões das forças armadas, esperando serem enviadas para os campos de batalha. Um batalhão inteiramente feminino, então, é convocado para resolver esse problema. O 6888º Batalhão do Diretório Postal Central, com suas mais de 800 oficiais, correm atrás de cumprir sua missão, levando esperança, conforto e lembranças para os soldados no front, apesar das descrenças e dos encorajamentos racistas e machistas da corporação.
O diretor e roteirista Tyler Perry tem um estilo próprio bem marcante de valorizar bem seus protagonistas, e aqui contando uma história praticamente desconhecida, usando como base alguns poucos registros, e claro relatos de algumas sobreviventes ainda do batalhão (a protagonista aparece ao final com seus 100 anos lendo uma carta), conseguiu desenvolver algo bem marcante e forte, principalmente nos atos finais, aonde vemos claro toda a sensação de racismo e machismo incorporado na época que até hoje ainda existe algo do estilo, mas que na época era escancarado, e que sabendo com que partes desenvolver na tela, afinal poderia usar como base a história de qualquer uma, mas optou por dois nomes principais, ele fez uma trama fluida, imponente e bem desenvolvida, aonde a história em si fala muito, mas que a personificação das protagonistas fala muito mais na tela.
Quanto das atuações, sem dúvida alguma o longa começou parecendo que seria de uma forma, mas quando Kerry Washington entrou em cena com sua Major Charrity Adams, o filme se transformou por completo com toda a postura e imposição que a jovem deu para sua personagem, sendo intensa de estilo e marcante com tudo o que sofre frente aos demais soldados homens de mesma patente ou inferior, e seus atos finais então são de arrepiar e aplaudir. Já Ebony Obsidian trabalhou sua Lena com uma pegada mais representativa, afinal é ela quem está viva até hoje e deu detalhes para a equipe de roteiro/direção, mas foi bem sensível e trabalhada nas emoções já que tinha tanto o namorado quanto o futuro marido na guerra, e sem ter recebido as cartas era seu sonho achar alguma direcionada a ela no meio da tonelada, ou seja, foi bem no que fez. Já Dean Norris fez com seu General Halt o auge do machismo e racismo com trejeitos fortes e intensos, e sabendo se portar bem como alguém do estilo para que o personagem ficasse real e o público o odiasse no mesmo estilo que as demais personagens. Gregg Sulkin apareceu pouco com seu Abram David, mas conseguiu passar um carisma e sendo diferente dos demais até conseguiu chamar atenção. Tivemos muitos outros bons personagens, mas só a rápida reunião de Sam Waterston, Susan Sarandon e Oprah Winfrey como o Presidente Roosevelt, sua esposa Eleanor e Mary McLeod Bethune decidindo as ordens para o batalhão foram marcantes e bem colocados na tela, mesmo que de forma bem rápida, porém direta.
Visualmente o longa foi bem representativo, embora tenham economizado com sangue e próteses, pois sabemos de muitos outros filmes de guerra, que as explosões e tiros que aconteceram não eram tão limpinhas como mostra na trama, mas tivemos atos no front simbólicos bem colocados, e também todo o processo de treinamento das garotas para servir no exército, além da montagem do alojamento aonde elas foram jogadas e conseguiram fazer algo mais "humano" para viverem e destrincharem as milhões de cartas e materiais, tivemos a representação também de uma cidade bombardeada com algumas bombas não detonadas, e um cemitério imenso separado por datas para que a família pudesse localizar o túmulo mesmo que representativo, ou seja, uma cenografia bem trabalhada com figurinos, carros e tudo mais da época.
Enfim, é um filme que entrega tudo o que promete na tela, que envolve e emociona, porém poderiam ter feito algo mais imponente para impactar ainda mais durante todo o longa e não apenas nos atos finais, pois ficou muito representativo sem pesar na densidade dramática, e isso pode fazer com que alguns não tão fãs do estilo não se conectem com o longa logo de cara, mas ainda assim vale com toda certeza o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...