O Senhor dos Anéis - A Guerra dos Rohirrim (The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim)

12/07/2024 01:45:00 AM |

Desde quando ouvi falar que fariam mais algo envolvendo o mundo de "O Senhor dos Anéis" fiquei com a seguinte mensagem na cabeça de que não era bom mexer em time que ganhou campeonato, pois embora os filmes da saga "O Hobbit" não sejam algo magistral, entregaram algo satisfatório e bem feito, mas pronto, chega de revirar o túmulo de Tolkien e seja feliz. Porém, ao saber que aqui viria algo meio puxado para o lado de anime/mangá, nas mãos de um mestre da arte, e que seria algo bem anterior a tudo, até falei vamos ver no que vai dar, mas todo dia que ia ao cinema e via o trailer tinha a sensação de que o filme inteiro ia ser uma enrolação gigantesca em cima do que já é mostrado ali, e foi dito e feito, de tal forma que "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" tem exatos 150 minutos e dava para resolver com extrema facilidade em 90 minutos longuíssimos, ao ponto que até temos um traço artístico bonito de ver, uma história bacana que até deram conexão com a saga nos atos finais, mas se inventarem de fazer uma continuação, confesso que pensarei em ser um dos poucos filmes que pularei de conferir, pois posso até ter ido talvez com uma expectativa que foi frustrada, mas faltou muito para empolgar, inclusive chegando a cansar no miolo, ou seja, não agrada.

Ambientado 183 anos antes dos eventos narrados na trilogia original de filmes, o longa conta o destino da Casa de Helm Mão-de-Martelo, o lendário nono Rei de Rohan. Um ataque repentino de Wulf, inteligente e implacável lorde Dunlending, em busca de vingança pela morte de seu pai, obriga Helm e seu povo a uma última e ousada estratégia, buscando refúgio na antiga fortaleza de Hornburg - que mais tarde será conhecida como o Abismo de Helm. Em uma posição cada vez mais desesperadora, Hera, a filha de Helm, deve se armar de coragem para liderar a resistência contra um inimigo mortal disposto a destruir tudo e todos que encontrar em seu caminho..

Diria que o diretor Kenji Kamiyama até teve a melhor das intenções com seu estilo de animação, com traços fortes, boas lutas e todo um contexto que encaixou bem na ideia do mundo de Tolkien, para mostrar como um dos ambientes icônicos da saga de Peter Jackson teve aquele nome, porém dava para ser muito mais curto, dava para cortar inúmeras cenas, e isso além de otimizar e melhorar a história, deixaria a produção muito mais barata, pois sabemos o quanto é trabalhoso desenhar frame a frame, renderizar e tudo mais. Ou seja, é o que costumo falar sobre filmes que acabam recaindo depois para séries, com dezenas de episódios de muitos minutos, que se bem condensado é entregue como um filme bem posicionado (temos o exemplo de "Moana 2" que foi lançado semana passada, que seria uma série e ficou perfeito como filme sem precisar se alongar), então o editor nunca pode ser o próprio diretor, e tem de ter quase que uma carta branca para cortar excessos, senão enrola, fica lento, cansa, e o resultado não acontece, que foi o que acabou virando essa trama, que como um amigo citou, não dá para espremer uma laranja que não tem suco.

Vou falar bem rápido dos personagens principais, pois o trailer abaixo já conta até mais do que o próprio filme, de modo que a jovem Hèra é imponente e deveria ter ido a luta bem antes do final, pois certamente impactaria bem mais com seu estilo forte, mas ficou muito de princesa, mesmo não querendo. Wulf é o famoso príncipe que acha que vai virar rei, mas só tem atitudes na hora do impulso, grita aos montes e não entrega nada, a famosa vingança em forma de surto que sabemos o rumo que vai levar. Já o rei Helm Mão-de-Martelo é daqueles brucutus gigantescos que na base do soco põe todo mundo para dormir, e sua desenvoltura na "volta da morte" foi bem sacada para assustar os bandidos, mas é o mesmo ritmo do começo ao fim, bate e não vai além, ou seja, faltou um algo a mais nele para chamar atenção. Quanto aos demais personagens, vale o destaque para Olwyn como uma fiel escudeira da protagonista, e o primo Fréaláf que deveria ter agido bem antes para chamar mais atenção, mas não foi quase usado.

Já disse e repito que os traços e o visual da trama é lindíssimo, tudo num 2D com muita profundidade, sombras e detalhes, que envolve e chama o público para si, com voos incríveis das grandes águias, e batalhas intensas com grandes "elefantes", numa destruição cheia de movimentos de "câmera" que fazem o 2D ter vida e nuances, ou seja, com muitos tons meio puxados para o sépia, e personagens quase com traços bem orientais, o resultado acaba agradando ao menos nesse sentido.

Enfim, é o famoso longa arrastado, que se não tivesse as batalhas facilmente colocaria todos da sessão para dormir, aonde o visual até impressiona e funciona, mas volto a frisar dá para cortar fácil pelo menos 60 minutos de cenas desnecessárias, e aí sim seria algo redondo e muito bem feito. Ou seja, se você for muito, mas muito fã mesmo da Terra Média e quiser se arriscar a ver, vá sem estar cansado, senão vai dormir na sessão, e se você não é fã, pegue os três primeiros filmes em versão estendida e assista, vai valer cada segundo de tela a mais, e você acabará virando fã, e até gostará dos filmes da saga "O Hobbit", mas ainda assim não irá curtir esse novo. Sendo assim deixo a recomendação, para todos os demais 6 filmes da Terra Média, não indico a série, pois não gosto de séries, e fico por aqui hoje.


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