O longa nos conta que Anora é uma jovem profissional do sexo que trabalha nas noites do Brooklyn, e pode se tornar a Cinderela da sua própria história quando encontra e casa, por impulso, com o filho de um oligarca russo. Mas quando a notícia chega à Rússia, seu conto de fadas fica ameaçado com a chegada dos pais dele a Nova York para cancelar o casamento.
Diria que o diretor e roteirista Sean Baker é daqueles que fazem filmes prontos para as premiações, afinal já tendo duas Palmas de Ouro de Cannes com seus três últimos projetos cotadíssimos em tudo o que é festival e premiação, que apenas ficamos esperando aonde ele vai ousar agora, e aqui ele quase entregou algo perfeito, pois mesmo tendo o conteúdo sexual, a falta de maturidade de filhos de ricos, e claro os criminosos do leste europeu presentes na cultura americana, ele trabalhou seu filme de um modo lúdico e quase como a sinopse diz um conto de fadas para a garota, saindo dos seus ganhos curtos e vários programas e passando para algo único mas com muito lucro, aonde vemos posições ousadas de câmeras, muita dinâmica nos diversos atos, e ótimas sacadas com os personagens principais, de modo que o roteiro flui fácil e até ousa lembrar um pouco "Uma Linda Mulher", mas claro com outros vértices, e assim sendo o resultado inicial flui e agrada demais, porém ele se perdeu por completo ao querer visitar a cidade inteira em busca do garoto e depois andar com ele mais um bom tanto até a chegada dos pais, o que acaba não fluindo. Ou seja, meia dúzia de cortes ou câmeras aceleradas dariam ritmo e acabaria flertando com algo até mais ousado, mas como o estilo do diretor é assim também em outros filmes seus, não podemos esperar que mude.
Quanto das atuações, a jovem Mikey Madison trabalhou muito bem suas expressões faciais para convencer o público e claro desenvolver uma interação grande, porém teve Acei Martin como dublê de corpo já que muitas cenas suas eram bem "perigosas", mas com traquejos bem diretos e uma desenvoltura bem encaixada, a atriz conseguiu que sua Anora, ou Ani como prefere ser chamada, brilhasse e ficasse com os holofotes todos em si, ou seja, não a toa vem conquistando o público e está indicada a vários prêmios. O jovem Mark Eydelshteyn entregou seu Ivan meio que surtado demais, sendo daqueles filhos de ricos que vive bêbado ou drogado do começo ao fim do longa, fazendo com que seu personagem soasse divertido, porém num nível meio que exagerado demais. Karren Karagulian trabalhou seu Toros quase como um touro maluco mesmo, desesperado pela loucura de seu "afilhado" nos EUA, precisando resolver tudo antes que os pais do garoto aparecessem, e sendo dinâmico e cheio de bons traquejos divertiu demais em cena. Outros que foram muito bem encontrados foram Yura Borisov com seu Igor e Vache Tovmasyan com seu Garnik, ao ponto que trabalharam tanta personalidade em seus atos que acabamos nos afeiçoando a eles, e ao final até a protagonista que odiava o rapaz teve bons momentos com ele.
Visualmente a trama se desenrola em clubes, boates, cassinos, hotéis em Vegas, uma capela pela cidade também, e principalmente na mansão de três andares do protagonista, com elevador, terraço, piscina e fogos para virar o Ano Novo, claro também muito regado a várias cenas nas camas e nos quartos VIPs dos clubes de sexo, além de mostrar o vício dos jovens em drogas e videogames para tentar colocar uma imaturidade maior ainda no personagem, ou seja, a equipe de arte foi ousada com cores vibrantes e muitas dinâmicas na fotografia para que o filme tivesse uma expressividade ainda maior na tela.
Enfim, o longa está concorrendo a 6 Oscars (Filme, Direção, Atriz, Ator Coadjuvante, Roteiro Original e Edição) de modo que não acreditaria de ver ele ganhando nenhum dos prêmios pelos demais concorrentes, mas ainda assim é um filmão bem bacana de conferir, só pecando realmente na edição que está concorrendo que valeria ter cortado mais como falei no começo. E é isso meus amigos, fica a dica para a conferida, e volto amanhã com outros textos, então abraços e até logo mais.
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