A sinopse nos conta que Chico Bento acorda para mais um dia na Vila Abobrinha focado em conseguir subir em sua amada goiabeira para pegar a fruta sem o dono das terras saber. O que Chico não esperava era que sua preciosa árvore estaria ameaçada pela construção de uma estrada na região, já que, para desenhar a rodovia, será preciso pavimentá-la pela propriedade de Nhô Lau, exatamente onde a goiabeira está plantada. Focado em salvar a árvore, Chico Bento reúne seus amigos Zé Lelé, Rosinha, Zé da Roça, Tábata, Hiro e toda a comunidade para acabar com o projeto da família de Genezinho e Dotô Agripino. Com a turminha se metendo em diversas confusões, Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa traz uma aventura que irá tirar o sossego e a tranquilidade da Vila Abobrinha.
Diria que o diretor e roteirista Fernando Fraiha foi extremamente ousado com a forma que escolheu trabalhar seu filme, pois facilmente nas mãos erradas o longa seria um completo desastre, afinal as crianças poderiam soar artificiais, poderiam lotar de personagens secundários atrapalhando o andamento do protagonista, e até mesmo as histórias em si poderiam ficar cansativas e novelescas, mas ele não, pegou e adaptou algo que se não teve em algum gibi (minha memória não permite uma lembrança desse porte!), facilmente poderíamos ter visto acontecer lá, mas muito mais do que isso, ele conseguiu dentro de uma história funcional apresentar os personagens desde o nascimento do protagonista, ou seja, uma conexão completa com as goiabas, além claro da famosa sacada da grávida não poder passar vontade! Sendo assim, meu pedido maior é que já tendo sido anunciado na CCXP desse ano que farão uma continuação, que deixem o filme nas mãos dele, pois volto a frisar que em mãos erradas o desastre pode ser grande, como vimos o que aconteceu no último "Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo" que mudaram tudo que vinha acontecendo de bom, e deu ruim.
Quanto das atuações até poderia perguntar de onde arrumaram um ator tão espontâneo para o papel principal de Chico Bento, mas Isaac Amendoim já era uma "celebridade" com seus vídeos na roça como youtuber, então apenas foi fazer o teste para terem a certeza de que entregaria demais com o texto e não tem como falar que a escolha seria outra, pois ele foi genuíno, soube trabalhar os traquejos e dinâmicas com um sotaque realmente do sítio sem soar forçado, e mesmo não parecendo tanto com o dos quadrinhos ficou muito bonitinho na tela com a roupa, estilo e tudo o que faz, ou seja, perfeito para o papel, e pode esquecer de voltar para a roça, pois agora vai trabalhar muito no cinema. Quanto dos demais atores, diria que todos foram muito bem colocados para as dinâmicas com o protagonista, de modo que não vemos uma cena praticamente sem ele enquadrado na tela, mas se desenvolvendo com todos, porém algo é inegável com o que a equipe de escolha de elenco fez, que foi quase que comprar uma impressora 3D e reproduzir todos diretamente dos gibis, pois ficaram todos sem exceção muito parecidos com os originais, valendo destacar toda a família Lelé pelo visual, e o jovem Pedro Dantas pela entrega com seu Zé Lelé, a professora Marocas vivida por Débora Falabella de modo perfeito e carismático, e mesmo os "vilões" Agripino vivido por Augusto Madeira com um sotaque ultra-caipira-moderno quanto Nhô Lau bem encaixado pelo sempre simpático Luis Lobianco agradaram bastante com o que fizeram.
Visualmente a trama tem uma entrega lúdica incrível, todo o visual das casas simples da roça (praticamente só por fora mostrada todas!), uma ambientação bem do campo, a escola simples ao lado da mercearia, e claro uma goiabeira bem bonita e viçosa, com umas goiabas que fiquei com muita inveja do tamanho e da suculência parecendo estarem deliciosas para o garotinho protagonista comer aos montes, tivemos também um figurino bem característico dos personagens dos gibis, e algumas máquinas de pavimentação e traquitanas que o fazendeiro cria para tentar espantar os garotos de sua goiabeira, ou seja, a equipe de arte trabalhou muito mais na caracterização, e com um pouco mais de simplicidade nos ambientes, mas isso não estragou em nada o longa. Outro detalhe bem maluco ficou a cargo de uma cena lotada de computação gráfica quando o garotinho cai da goiabeira e bate a cabeça, com uma loucura completa de transformações que deu um extra para o filme, ou seja, quase uma animação live-action no meio de tudo, então ousaram bem aqui, mesmo sendo um pouco estranha.
O longa tem uma trilha sonora rural muito bem encaixada, sem muitas canções cantadas, mas com um instrumental bem bacana que nos deixa no clima e uma rádio bem característica de cidadezinhas do interior, ou seja, muito bem sacada a ideia do fechamento.
Enfim, é um filme que não diria que estava com muitas expectativas, mas sim muita curiosidade para o que fariam desde que foi anunciado os testes para o protagonista, mas o acerto foi tão bom que me diverti para valer com o que vi, a garotada saiu feliz da sala, e os pais mais ainda com toda a simplicidade lúdica sem forçar a barra em momento algum, então fica a dica para ir aos cinemas com toda a família. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com muitas dicas no final de semana, então abraços e até logo mais.
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