No longa acompanhamos Max Machadada (Marcos Mion), um grande campeão de MMA que passa pelo fim de sua carreira, afastado dos ringues enquanto se recupera de uma lesão séria no ombro. Quando descobre ser pai de um menino autista de 8 anos, ele precisa enfrentar os dois maiores desafios de sua vida: o primeiro é compreender o seu filho e conquistar seu carinho, já o segundo é rever os seus valores e se preparar para a maior luta da carreira, a sua última chance de uma grande volta. Max precisa se preparar emocional e fisicamente para enfrentar os desafios de cuidar do seu filho e se transformar no pai que ele precisa, assim como de dar a volta por cima na sua carreira profissional. Não abandonar os pontos e seguir aprendendo serão os lemas de Max e sua nova família.
Vamos lá, se vocês olharem e lerem novamente o primeiro parágrafo do meu texto em momento algum falei que o diretor José Alvarenga Jr. errou em algo que fez no filme, e repito, ele não errou, pois quando o diretor não está no time de roteiristas, na maioria das vezes ele é apenas contratado para a função e desenvolve o roteiro na tela, e se olharmos outro longa seu com a mesma base de lutas, "10 Segundos Para Vencer", que ele roteirizou e dirigiu, fica claríssimo que ele teve de se virar para que o longa não fosse algo assustador na tela, pois o roteiro de Paulo Cursino em cima do argumento de Marcos Mion (não vamos novamente entrar na briga de plágio ou não) é algo tão raso que não valorizou o esporte, não valorizou lutar por algo maior como a família, e não valorizou o tema autismo, ficando naquele quase isso, quase aquilo, quase aquele outro, e assim nem nas mãos de um Steven Spielberg com um Silvester Stallone de protagonista o filme funcionaria por completo, ou seja, infelizmente o diretor fez o que deu, e ao menos fez como disse no começo algo bonito de acompanhar pelo menos sobre o tema.
Quanto das atuações, volto a frisar que Marcos Mion é um apresentador divertido e um pai que passa muitas lições pessoais em seus perfis com Romeo, e só, como ator no passado era o fanfarrão que divertia no seriado da Sandy e fez algumas participações de bonachão também em outros filmes, séries e novelas, nunca dando muito certo, então por mais incrível que fosse mostrar a causa artista na tela, entregasse para qualquer outro bom ator fazer o papel na tela, pois seu Max Machadada até está com o físico incrivelmente preparado que ele fez dietas e treinos bem regrados, mas não convence na tela lutando, e como pai do garotinho apenas ficou em segundo plano na tela, ou seja, não chamou o filme para si, e falhou no que tentou fazer em cena, o que é uma pena, pois volto a frisar que gosto da pessoa Marcos Mion, o artista, ainda quero vê-lo num reality grande apresentando que dará muito mais conteúdo. O garotinho Guilherme Tavares está em tudo quanto é filme do momento, e já mostrou ser muito bom até em filmes de comédias ruins, salvando com seu jeito inocente e leve de falar, e aqui mesmo não sendo autista conseguiu representar muito bem na tela o papel de Bruno sendo envolvente e bem personificado nos atos que colocou na tela. Andreia Horta foi muito esforçada para que sua Laís tivesse atos bacanas e chamativos na tela, afinal é uma grande atriz e sabe pegar roteiros bem elaborados para desenvolver sua personagem, e aqui ela foi a boa tradução para o público de como agir e se envolver com autistas, que mesmo não sendo a mãe do garotinho conseguiu dominar a presença e entregar boas emoções com o que faz. Ainda tivemos outros atores bons tentando salvar algumas cenas, mas nem um ator do gabarito de Antonio Fagundes dando seus traquejos tradicionais para Fred, e o angolano premiadíssimo Hoji Fortuna passando uma boa vibração de treinador boa pinta conseguiu chamar atenção na tela, que por incrível que pareça recaiu na tentativa cômica de colocar um Welder Rodrigues e Lucio Mauro Filho como comentaristas esportivos sem graça alguma.
No conceito visual a trama até que foi bem trabalhada, tendo uma mansão praticamente aonde mora o protagonista, com seu telão para ver lutas e vídeos, um quarto simples, porém bem arrumadinho para o garoto (cometendo dentro do roteiro como algo funcional a ideia de grandes barulhos com os balões para assustar o garoto), tivemos duas cenas bem intensas de casos que realmente acontecem na loja de jogos com outras crianças provocando o garoto por não conhecerem a síndrome, e o restaurante aonde todos ficam olhando o jovem com seu tablet e o tradicional video que lhe dá conforto, a casa simples da protagonista, o ferro-velho tradicional de um bom boxeador do pai, e claro uma academia simples, mas bem encaixada na proposta, além do tradicional octógono com a luta principal cheia de luzes e tudo mais, mas sem grandes chamarizes para algo além, agora a TVzinha dos anos sabe lá quando no hospital foi uma gafe meio forte demais da ideia da equipe, pois mesmo nos hospitais mais simples do país há TVs LCD e LED mesmo que pequenas.
Enfim, é um filme que quando foi anunciado eu botei muita fé por três simples motivos, Mion conhecer demais a causa autista, o roteirista já ter feito grandiosos filmes para o cinema, e o diretor já ter trabalhado com tramas esportivas, mas a junção infelizmente foi desastrosa ao ponto de eu chamar o longa apenas de bonitinho, e isso não é nada bom, então recomendo ver depois na Disney+ por ser uma produção da Star, mas dá para economizar tranquilamente o ingresso.
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