A história se passa nos anos de 1800 na Alemanha e acompanha o rico e misterioso Conde Orlok na busca por um novo lar. O vendedor de imóveis Thomas Hutter fica responsável por conduzir os negócios de Orlok e, então, viaja para as montanhas da Transilvânia para prosseguir com as burocracias da nova propriedade do nobre. O que Thomas não esperava era encontrar o mal encarnado. Todos ao seu redor lhe indicam abandonar suas viagens, enquanto, longe dali, Ellen é continuamente perturbada por sonhos assustadores que se conectam com o suposto homem que Thomas encontrará e que vive sozinho num castelo em ruínas nos Cárpatos. A estranha relação entre Ellen e a criatura a fará sucumbir a algo sombrio e tenebroso.
Posso dizer sem sombra de dúvidas que não sou nenhum fã do diretor Robert Eggers, tanto que tirando "O Homem do Norte" que pra mim é sua melhor obra, os demais filmes tirando a tensão e o contexto visual acho todos superestimados, mas justamente por esses motivos que ele é muito bom, e pela temática do filme precisar ser superestimada, com toda certeza ele era a melhor opção para adaptar o roteiro tanto da versão de 1922 quanto do livro de Bram Stoker para algo seu realmente, aonde não víssemos nenhuma das duas obras na tela, muito menos as outras trágicas tentativas de fazer homenagens que tivemos nesses 103 anos. Ou seja, a estranheza do diretor combinava com o que a produção pedia, e ele honrou isso, pois é daqueles filmes que ou você vai amar ou odiar o que verá na tela, mas ainda assim vai se lembrar daqui muitos anos se alguém perguntar uma trama clássica de vampiro, irá falar aquele com um estilo meio acinzentado, com um bichão estranho com voz estranha numa cidade estranha, aonde a mulher está surtada pelo bichão, e assim já faz valer o nome.
Quanto das atuações, já sendo direto tenho pena do Bill Skarsgård, pois praticamente não arrumam um papel legal para ele fazer sem colocar cinco toneladas de maquiagem, e mesmo nos filmes que trabalhou de cara limpa, tem lá cortes, ou alguma coisa para que ele não seja normal, mas inegavelmente o cara é fera no que faz, pois encontrou um tom de voz perfeito para o papel e seus movimentos mesmo que aparecendo pouco na tela conseguem causar tensão, ou seja, fez um Conde Orlok com primor na tela. Nicholas Hoult trabalhou seu Thomas com uma personalidade meio que espantada demais, tudo com um ar muito excessivo, de modo que quando possuído pelo vampiro pareceu um bebê chorão se borrando, e quando vai enfrentar na cidade é todo valentão explosivo, ou seja, poderia ter encontrado um meio termo para convencer melhor, mas é seu estilo, então fez o que sabe. Nos primeiros atos me senti incomodado com a atuação de Lily-Rose Depp para sua Ellen, ao ponto que já estava quase me convencendo que Kristen Stewart fez uma boa atuação nos filmes vampirescos que é melhor nem citar, mas quando põe pra valer tudo no miolo, a atriz se jogou e mostrou atitude e chamou atenção, ou seja, conseguiu melhorar durante o longa e agradou. Ainda tivemos outros bons atores, com claro destaque para Willem Dafoe com seu expansivo e cheio de ideias malucas Prof. Von Franz, Ralph Ineson bem colocado como Dr. Siever, e até Aaron Taylor-Johnson irreconhecível com seu Friederich Harding, mas sem dúvida quem se jogou no personagem sem medo do estranho e valeria até mais cenas foi Simon McBurney com seu Knock completamente surtado e devoto ao bichão.
Visualmente venho aqui aplaudir o que vi na tela, pois está lindo, ao ponto que em diversos atos que foram feitos para a tela Imax (é notável ficar meio quadrado na tela), o cenário fica do chão até o teto para que você deslumbre olhando tudo aquilo, mostrando que o diretor não quis enfiar seu elenco numa tela verde e seja feliz, mas foi para castelos gigantes no meio do nada, para vilas que ainda se mantiveram com ambientações góticas, pegou e alugou uma tonelada de ratos para que ficassem correndo no meio dos protagonistas e figurantes (e aí de quem saísse gritando, tinha de atuar de forma plena), caprichou nos figurinos e falou para o diretor de fotografia: "se vira com a iluminação, mas quero o mínimo de luz em tudo, e tudo tem de aparecer!", ou seja, é daquelas obras que quem gosta de uma boa produção vai se apaixonar e é capaz até de esquecer a história que está vendo ali, mas que se comprassem alguns litros a mais de sangue artificial ficaria perfeito, faltando apenas isso para assinar maravilhoso.
Enfim, gostei mais do que imaginava que gostaria, mas também reclamei mais do que achei que reclamaria da obra, sendo algo que como disse acima lembrarei bastante do que vi na tela, mas que faltou detalhes para a perfeição, e isso pesa numa produção desse tamanho, então digo que vale a conferida pela essência inteira, se você for fã de clássicos do terror, e que não vai esperando se assustar ou se impressionar com o que verá na tela, pois não é esse o estilo aqui, mas que recomendo por todo o demais que falei acima. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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