A sinopse nos conta que numa pacata ilha japonesa, a vida gira em torno da mudança das estações. O inverno é época de hóquei no gelo na escola, mas o jovem e introspectivo Takuya não está muito entusiasmado com isso. Seu verdadeiro interesse está em Sakura, estrela em ascensão da patinação artística. O técnico da jovem, o ex-campeão no esporte Arakawa, vê potencial no garoto e o convida para formar uma dupla com ela para uma próxima competição. À medida que o inverno persiste, os sentimentos aumentam e as duas crianças formam um vínculo profundo e harmonioso. Mas mesmo a primeira neve eventualmente derrete.
O diretor e roteirista Hiroshi Okuyama usou até que bem a canção da dupla folk Humbert Humbert para desenvolver sua trama, de modo que ao final quando toca ela e a legenda mostra a letra da canção vamos relembrando cada momento desenvolvido na tela e a essência que ele desejava passar, de tal forma que o longa entrega sentimentos e envolvimentos de uma maneira sutil e bem encaixada, cheio de nuances bem trabalhadas, aonde vemos claro a beleza do esporte, mas também vemos o quanto muitos enxergam as pessoas de formas bem diferentes, e que claro cheio de pré-conceitos acabam com a alegria de outros. Ou seja, não é um filme com uma pegada difícil de compreender, nem daqueles que você vai se apaixonar por tudo, pois o começo é lento e o final é fraco em cima de tudo o que foi mostrado, mas o miolo é daqueles que você acaba se apaixonando por tudo como o diretor fez.
Quanto das atuações diria que o garotinho Keitatsu Koshiyama soube trazer um brilho no olhar para seu Takuya que num primeiro momento parecia apenas um apaixonado por tudo ao seu redor, mas depois vemos que é da essência do ator, e ele acaba até brincando com isso em cena, o que acaba resultando em um charme divertido de ver. Sôsuke Ikematsu trabalhou seu Arakawa com uma personalidade bem densa e fechada, ao ponto que começou bem sério, com um treinamento mais seco, mas ao se apaixonar pela garra do garotinho, e até se ver nele, vemos sua alegria voltar e até mesmo seu namorado sentir que ele está voltando a ser alguém maior, sendo bonito de ver suas facetas e treinamentos na tela. Já Kiara Takanashi fez de sua Sakura uma jovem ambiciosa, mas fechada demais e com um ciúme exagerado, ao ponto que é notável isso em todos os seus atos, tendo um ou outro ato mais solto na tela, e a atriz soube dosar muito bem isso no estilo da personagem.
Visualmente o longa é lindíssimo, tendo neve para todo lado, os jovens brincando ao seu modo, e claro mostrando bem os dois ringues tanto de patinação quanto de hockey, bem como no calor o ambiente perfeito para o beisebol, ou seja, é um filme com uma pegada esportiva aonde vemos técnicas e movimentos bem colocados na tela, um lago congelado bem bonito e as casas dos personagens de duas linhas bem diferentes, uma mais abastada e preconceituosa e a outra mais pobre e envolvente, que o diretor soube brincar nos ambientes, além do material antigo do treinador quando era atleta, com fotos e tudo mais.
Enfim, é um filme bem gostoso e bonito de ver, que talvez com um fechamento mais amplo do que apenas simbólico agradaria mais, mas ainda assim é bem trabalhado e envolvente de conferir. Então fica a dica para conferir ele nos cinemas a partir do dia 16/01, e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Michiko Filmes, então abraços e até logo mais.
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