A Máquina do Tempo (LOLA)

2/23/2025 06:55:00 PM |

Costumo dizer que filmes que mexem com o espaço e o tempo são incríveis e complexos na mesma proporção, aonde ou você aceita toda a loucura ou acaba ficando com sono ao divagar sobre o que está sendo mostrado. Dito isso, o longa "A Máquina do Tempo", que estreia nos cinemas no próximo dia 13/03 consegue brincar com a ideia de uma filmagem encontrada em uma casa em 2021 que mostrava como duas irmãs mudaram os rumos da 2ª Guerra Mundial salvando várias pessoas com as notícias que davam sobre os planos da Alemanha que viam através de uma máquina que criaram para ver áudios e imagens dos rádios e TVs nos dias que quisessem, mas como tudo que se mexe no passado atrapalha algo no futuro, essa quebra acabou dando muito errado, e o filme que elas documentaram tudo pode mudar mais coisas ainda. Ou seja, é daqueles filmes que você vê um certo brilhantismo nas ideias, tem claro a sacada de ser algo meio vanguardista por terem filmado com câmeras da época da guerra mesmo para conseguir saturar e parecer realmente uma filmagem das irmãs, mas como disse no começo, ou você aceita, a loucura toda, ou apenas no final você vai se chocar com a ideia completa, afinal o filme foi feito justamente para isso, então a sacada funcionou.

O longa nos situa na Inglaterra, em 1941, aonde as irmãs Thomasina e Martha criaram uma máquina que pode interceptar transmissões do futuro. Esse aparelho encantador permite que elas explorem seu punk interior uma geração antes de o movimento começar a existir. Mas, com a escalada da Segunda Guerra Mundial, as irmãs decidem usar a máquina como uma arma de inteligência, com consequências que alteram o mundo.

Diria que o diretor e roteirista Andrew Legge foi bem conciso na ideia que desejava mostrar em sua estreia com longas metragens, de modo que fez algo não muito alongado, mas que coubesse toda a dinâmica da proposta de futuro e passado se misturarem na tela e mudar coisas com uma proporção gigantesca. Ou seja, ele quis brincar com o tempo, e mais do que isso quis fazer um famoso found-footage (ou filme que é encontrado para leigos) mas não apenas pintando de preto e branco as imagens e/ou colocando grãos de saturação, mas sim filmando com uma câmera do pós-guerra, ou seja, fico até com dó do editor no final de tudo, pois certamente devem ter chego cinco toneladas de pequenos rolos para ele editar, colorir e trabalhar, mas visualmente o resultado impressiona pela técnica e pelo resultado final, que encaixa bem a história toda no tempo, e principalmente funciona com a ideia de final bem alocada, mostrando que o diretor tem futuro com suas loucuras.

Um fator bem marcante aqui, é que a história e a execução dela é muito maior do que as atuações, tanto que se tivessem colocado qualquer ator desconhecido do meio não mudaria absolutamente nada na tela, mas Emma Appleton com sua Thomasina e Stefanie Martini com sua Martha foram bem dinâmicas, fizeram bons trejeitos nos atos mais marcantes, e principalmente desenvolveram um carisma acima da época, brincaram com canções que ainda não existiam e conseguiram passar uma crença correta no que estavam fazendo que é o básico em filmes desse estilo, ou seja, agradaram com o que fizeram. Quanto aos demais, vale apenas um leve destaque para Rory Fleck Byrne com seu Sebastian Holloway pela interação bem conectada com as garotas, e Aaron Monaghan com seu Henry Cobcroft, mas sem grandes chamarizes também.

Visualmente, vou pesar um pouco o diretor, pois ao escolher trabalhar com uma câmera muito antiga, tudo o que fizeram de cenografia foi em vão, pois não aparece quase que detalhe algum na tela, ficando aparecendo apenas a máquina criada pelas garotas, e elas ao redor, tendo muitas imagens de arquivos bem pesquisadas para aparecer na telinha da máquina, e alguns acontecimentos de guerra em alguns atos mais abertos, mas sem muito o que destacar, ou seja, o orçamento inteiro foi para a revelação e coloração do filme antigo, aonde deu uma textura bacana, mas dava para fazer isso melhor com computação para valorizar mais o ambiente.

Enfim, é um bom filme, com uma sacada interessante que funciona muito bem dentro da proposta, mas que torçam para que ele entre em boas salas dos cinemas, pois o filme é bem escuro, e se a projeção não tiver um bom brilho é capaz de não conseguir ver muitos detalhes, mas crendo na ideia completa o resultado vai agradar bastante, valendo a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui agora agradecendo os amigos da Pandora Filmes e da Sinny Assessoria pela cabine de imprensa, e volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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