A sinopse nos conta que quando cinco mulheres participam de um retiro corporativo de caminhada e apenas quatro conseguem sair do outro lado, os agentes federais Aaron Falk e Carmen Cooper vão até as profundezas das cadeias de montanhas vitorianas para investigar na esperança de encontrar sua informante, Alice Russell, viva.
Diria que o diretor e roteirista Robert Connolly foi bem ciente do que desejava entregar na tela, pois facilmente a trama poderia virar uma novelona, e mais fácil ainda poderia se perder por completo ao ponto de ninguém entender todos os detalhes da história, que tem seus furos, mas que ele corrige ao ir desenvolvendo os diversos depoimentos como se fosse a montagem da investigação na cabeça do protagonista. Ou seja, é o famoso estilo de filme que quando chegamos ao final tudo era muito mais simples do que imaginávamos, mas que brincaram conosco para irmos criando teorias e que nem precisava de tanto tempo para nos enganar, e assim sendo funciona bem um filme de suspense investigativo. Claro que ao alongar demais a trama, muitos irão cansar e mais reclamar do que gostar, mas esse formato pede isso, então diria que ele acertou no que fez, só errou em tentar vender como uma continuação, o que não é de forma alguma.
Quanto das atuações, diria que Eric Bana poderia ter se jogado mais na trama com seu Aaron Falk, pois ele ficou denso demais, apenas interrogando e não colocando tanta atitude em jogo, de forma que quando ataca realmente nos atos finais se mostra como um bom detetive de campo, e isso mudaria completamente a trama, ou seja, fez o seu papel, mas poderia ter feito muito mais. O mais engraçado é que todas as mulheres da trama entregaram personalidades duplas durante todo o longa, e isso pesa para o estilo de filme, de modo que Anna Torv trabalhou sua Alice meio que explosiva demais, mas tendo muitos problemas para esconder, e assim poderia ter acontecido qualquer coisa com ela; da mesma forma a Deborra-Lee Furness trabalhou sua Jill misteriosa, meio que sabendo dos rolos do marido, e talvez tenha faltado um pouco mais de atitude para ser a personagem que pediam, mas fez bem suas cenas; as jovens irmãs vividas por Sisi Stringer e Lucy Ansel ficaram sempre em segundo plano, mas parecendo saber de tudo o que estava rolando ali, trabalhando trejeitos desconfiados, mas sem se impor, o que acabou faltando para chamar mais atenção; e por fim Robin McLeavy trabalhou sua Lauren com um estilo meio que passada de tudo o que aconteceu, meio perdida entre saber da amiga ou não, criando uma personagem tão insossa quanto interessante de acompanhar, mas que não entrega nada na tela.
Visualmente a trama brincou com três momentos bem distintos, mostrando um pouco da infância do protagonista de como foi sua aventura trágica na mesma floresta/montanha, vemos o momento presente da investigação e como foi o "passeio" problemático das mulheres na caminhada cheia de desenvolturas, de modo que cenograficamente só tivemos a floresta bem fechada, um hotel até que requintado aonde o protagonista colhe depoimentos das que conseguiram sair da floresta, uma cabana de um assassino do passado que faltou desenvolver, e alguns policiais fazendo buscas aleatórias, tendo como elementos cênicos as barracas, bússolas, mapas, lanternas e mochilas, mas sem grandes chamarizes.
Enfim, não diria que é um filme imponente e extremamente chamativo, mas que funciona bem dentro da proposta, e que consegue brincar com quem gosta de ficar tentando acertar o que ocorreu antes do fechamento, e dessa forma vale a indicação, mesmo que seja um pouco alongado. Sendo assim fica a dica e eu também fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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