A trama segue a vida de Lee, um expatriado americano que se encontra na Cidade do México após ser dispensado da Marinha. Lee vive entre estudantes universitários americanos e donos de bares que, como ele, sobrevivem com empregos de meio período e benefícios do GI Bill, uma lei que auxiliou veteranos da Segunda Guerra Mundial. Em meio à vida boêmia da cidade, Lee conhece Allerton, um jovem por quem desenvolve uma intensa paixão.
Claro que fui conferir o longa sabendo que era uma obra de Luca Guadagnino, e só seu nome já é fator para assistir a obra esperando algo completamente maluco e fora da casinha, mas embora seja baseado em um livro biográfico, diria que dava para não precisar capitular, e talvez não forçar tanto para algo meio que tão fora da casinha no final, pois a trama tinha tudo para ter um desenvolvimento de época, um estilo mais pesado e denso, porém o diretor quis ousar com coisas meio que sem base e o filme ficou mais bizarro do que ousado, e assim começou bem, teve um miolo interessante e desandou por completo em uma loucura que talvez com uma boa dose de bebida e algumas drogas chegue em algum lugar, mas não recomendo usar nada e apenas aceitar a insanidade.
Quanto das atuações, realmente Daniel Craig encarou o personagem mais complexo de sua carreira com o seu Lee, de modo que teve cenas bem marcantes e intensas, e traquejos expressivos meio que fora do seu estilão que estávamos acostumados a ver, fazendo um homossexual sem ser afeminado em demasia, como ocorre em muitos filmes, mas brincando com a essência do personagem para chamar a atenção, e assim acabou agradando com o que fez. Já Drew Starkey fez de seu Eugene Allerton um personagem seco de expressões demais, ao ponto que acaba sendo até um incômodo suas cenas que precisariam fluir mais, que claro deve ter sido uma solicitação da direção, mas dava para abrir mais o papel. Dentre os demais, muitos foram apenas conexões para os protagonistas, valendo um leve destaque para Lesley Manville como a Dra. Cotter completamente maluca na selva.
Visualmente o longa fez uma recriação da Cidade do México dos anos 50 que ficou muito bonita de se ver, cheia de nuances dos bares, figurinos marcantes, fora durante a viagem passando por consultas médicas e farmácias simples de vilas, ônibus e claro a selva com todos os seus perigos, aonde as cenas na cama foram meros e casuais momentos bem feitos em ângulos certos para que o filme não ficasse tão picante. E ainda teve toda a loucura em cima da droga no chá que sabe-se lá se o diretor não tomou também um pouco para fazer o que vemos na tela.
Um ponto incrível do longa foi a escolha da trilha sonora, com canções conhecidas em diversos arranjos bem diferenciados, além de uma trilha orquestrada belíssima e envolvente, que claro deixo o link aqui para quem quiser curtir.
Enfim, não sei o que eu esperava do longa, mas com muita sinceridade não era isso o que vi na tela hoje, pois até teve um começo muito bacana, que mesmo tendo pegadas e tudo mais não chega a incomodar, mas o terceiro e o quarto capítulos foram para um nível que não tinha como sequer pensar em nada do que acontece, virando uma completa bagunça desconexa, e sendo assim não dá para recomendar muito ele. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...