O Homem Do Saco (Bagman)

2/01/2025 05:54:00 PM |

Costumo falar que um bom longa de terror precisa causar algo no público, e não apenas criar a tensão para que demos alguns pulos com barulhos na tela, e o mito do "O Homem do Saco" é algo tão antigo que nossos avós já contavam e que em cada cultura tem uma desenvoltura diferente, de tal forma que realmente servia para assustar as crianças, e dessa forma o diretor poderia ter ousado mais na tela, ter criado cenas mais fortes e intensas para que o longa não ficasse apenas no básico, e claro que o ser tivesse algo mais marcante para impactar o público, pois as fraquezas do personagem até soaram bobas demais, mas a ideia em si foi boa e bem trabalhada.

No longa vemos que uma família vive um pesadelo após serem perseguidos por uma criatura mitológica maligna, o Homem do Saco. Patrick McKee acaba de retornar para sua cidade natal com seu filho Jake e sua mulher Karina. Quando era criança, o pai de Patrick costuma contar, para ele e seu irmão Liam, a história desse monstro que levava crianças inocentes numa sacola e as devorava. Convencido de que escapou de um encontro com o homem do saco na juventude, Patrick permanece com os traumas desse dia assombroso até os dias de hoje. Agora, a entidade parece estar de volta, ameaçando a paz e a segurança de sua família e com o menino Jake na sua mira.

Acredito que o diretor Colm McCarthy até usou bem o roteiro do estreante John Hulme, mas faltou por algumas coisas com um maior sentido para impactar o público com o que é mostrado na tela, pois ele criou alguns ambientes sem muita precisão, e desenvolveu pouco o drama do passado do garoto, de modo que o filme peca em criar o ser mítico na cabeça das pessoas, de modo que tudo tivesse uma formatação mais crível e tensa. Ou seja, não vemos um filme ruim, também na sendo algo muito bom, mas diria que o resultado tem até bons momentos que talvez em uma continuação pudesse ser melhorada.

Quanto das atuações, gosto do estilo de Sam Clafin, porém ele fez de seu Patrick McKee um personagem que já vemos ser perturbado antes mesmo do ser aparecer para ele, ou seja, ficou com cara de pânico do começo ao fim do longa, não trabalhando trejeitos ou interjeições que soassem marcantes na tela, e assim acabou faltando personalidade para que impactasse realmente. O garotinho Caréll Rhoden até trouxe um ar simpático para o seu Jake, porém a voz dublada que colocaram para ele beira o ridículo, e mais incomoda que agrada. Antonia Thomas demorou um pouco demais para que sua Karina demonstrasse tensão ou insegurança com tudo o que estava ocorrendo, de modo que ficou morna demais em cena. Já Adelle Leonce fez com que sua Anna ficasse bem desesperada quando tudo ocorre ao seu lado. Quanto aos demais, Will Davis apareceu um pouco como o Homem do Saco, mas não foi muito desenvolvido, valendo destacar o jovem Matthew Stag pelo que fez do protagonista quando criança com bons trejeitos ao menos.

Visualmente o longa é bem escuro, pois o ser apaga as luzes da rede elétrica para invadir as casas, mas foi bem sacado o elo dos pertences simbólicos de infância serem a proteção contra o ser, tendo uma casa comum, e as famosas babás eletrônica dando os devidos sustos no público. Ou seja, foram bem básicos com a cenografia e o resultado do que conseguimos ver na tela não impressiona como deveria, e falando do covil do Homem do Saco até que foi algo interessante de ver, que valeria mais cenas ali.

Enfim, é um filme que dava para ter ido muito mais além para impactar, mas que acabou não sendo tanta bomba quanto eu imaginava que fosse, ficando naquele limbo dos medianos que talvez lembremos algum dia quando sair continuação, isso se fizerem, já que não está dando muita bilheteria mundo agora. Fica assim sendo a recomendação com muitas ressalvas, e eu fico por aqui agora, mas logo mais volto com outros textos de hoje, então abraços e até breve.


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