O longa mostra a aliança inusitada e cheia de contradições entre Basel Adra, um jovem militante palestino, e Yuval Abraham, um jornalista israelense. O documentário filma as ruínas e a terra arrasada que se tornou Masafer Yatta, um conjunto de vilas palestinas localizadas na Cisjordânia ocupada. Desde muito cedo, durante a infância, Basel testemunha e luta contra a destruição das casas e escolas locais e as desocupações violentas de sua comunidade pelo governo e pelo exército de Israel. Ao conhecer Yuval, ganha um aliado do lado inimigo, formando uma amizade de correspondências políticas e filosóficas. Sua relação, entretanto, permanece complexa, uma vez que, enquanto Basel vive sob as agressões e a prisão da ocupação militar israelense, Yuval vive livre e sem restrições.
Posso dizer que o trio de diretores Yuval Abraham, Basel Adra e Hamdan Ballal não tiveram bem um roteiro de filmagens, mas sim foram vivendo tudo o que ia acontecendo durante os cinco anos que passaram a captar imagens das desocupações pelo exército, e também as discussões entre eles sobre política e claro suas vidas, juntando também material de filmagens antigas de quando o jovem Basel era apenas um garoto e seu pai um ativista que deu entrevistas para outros documentaristas, viu Tony Blair passar pela vila e tudo mais. De modo que a trama tem uma pegada ao mesmo tempo que sentimental por vermos as casas das famílias sendo destruídas, também com um contexto bem maior político, afinal eram filmagens dos dois lados, mas somente atacavam o palestino, ou seja, conseguiram captar bem essa dinâmica e claro a brutalidade dos soldados para com os moradores, que vindo com ordens de despejo assinadas não podiam fazer muita coisa a mais pelo que eram contratados, mas fica nítido que o ataque era pessoal.
Ou seja, não costumo comentar muito documentários, pois é algo de sentimento mesmo e ver na ótica passada na tela o que os diretores tentam nos mostrar, de forma que aqui como técnica mesmo usaram câmeras simples, celulares e tudo mais que fosse disponível, correram muito tendo imagens até bagunçadas, algumas quebras de eixo, mas nada que incomode, afinal conseguiram documentar realmente o período e passar sua ideia politizada na tela.
Sendo assim, deixo a recomendação para que todos que puderem confiram o longa a partir do dia 06/03 nos cinemas nacionais, tirem suas conclusões ou mudem suas percepções sobre o conflito entre Israel e Palestina, e fico por aqui agora agradecendo o pessoal da Atômica Lab e da Synapse Distribuidora pela cabine de imprensa, e volto em breve com mais textos, então abraços e até breve.
PS: Não dei nota máxima apenas por achar que faltou um pouco mais de colocar o público presente na trama, deixando um pouco aberto a síntese da trama, mas ainda assim é um tremendo filmaço, e veremos como irão sair na premiação!
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