O longa acompanha a aliança entre Elwood e Turner, dois adolescentes afro-americanos que são enviados para um brutal reformatório juvenil na Flórida no ápice da implementação das leis segregacionistas de Jim Crow. A forte irmandade criada entre os dois forja um refúgio de esperança e carinho em meio aos horrores e às violências sofridas dentro e fora da detenção. Enquanto Elwood cultiva em Turner uma nova e mais otimista perspectiva do mundo, Turner conhece a realidade desse mundo bárbaro e ensina a Elwood os truques necessários para sobreviver. Tudo isso tendo como pano de fundo o notável e iminente Movimento pelos Direitos Civis encabeçado por Martin Luther King, de um lado, e Malcolm X, do outro.
Claro que entrei num quesito que é algo muito pessoal, afinal alguns podem amar a ideia, enquanto outros não conseguirão comprar a essência passada, pois já que o livro que serviu de base para o roteiro foi vencedor de um prêmio Pulitzer, o diretor e roteirista RaMell Ross apenas teve de ser bastante criativo para trabalhar a ideia na tela, e volto a frisar, no começo estava até que gostando bastante do que via na tela, pois é uma perspectiva interessante de se pensar em mostrar um filme inteiro com você sendo o protagonista, mas logo em seguida a câmera vai para outro garoto, volta e fica nessa de olhares subjetivos de tudo o que rola ali, algumas discussões abertas, um futuro colocado em cima de situações passadas, não ficando nem algo de memórias nem algo imponente para fluir, que até não é ruim, mas necessitava de um trato melhor, que o diretor de fotografia que ousou virar diretor não conseguiu dar conta do recado.
É até engraçado falar das atuações, afinal vemos pouco realmente dos protagonistas, e suas interações como disse são subjetivas pelo olhar do outro, que no momento da câmera somos nós mesmos, ou seja, posso dizer que enxerguei tanto Ethan Herrise com seu Elwood quanto Brandon Wilson com seu Turner bem dispostos a vivenciar tudo para as câmeras, sendo diretos e funcionais, e sabendo pontuar como conversas soltas, não forçando uma atuação realmente, e assim fizeram bem seus momentos e diálogos, mas acredito que se o longa fosse de outro formato os jovens entregariam ainda mais e com certeza estariam entre alguns indicados das premiações. Quanto aos demais diria que cada um trabalhou bem os personagens mais severos do reformatório, criaram dinâmicas e contextualizações bem encaixadas para os olhares dos garotos (no caso os nossos), mas quem deu vida e soube emocionar com uma entrega bem imponente foi Aunjanue Ellis-Taylor como a avó do protagonista, e assim vale o destaque em suas poucas cenas que valeriam bem mais minutos de tela.
Visualmente acredito que o livro deva ser tão cheio de detalhes que o diretor acabou "economizando" na hora de desenvolver sua trama, ou gravou coisas demais e na hora de cortar ficou apenas com algo que não desse a imponência do local, não mostrasse os jovens realmente com medo de tudo o que acontece ali, ficando tudo tão subjetivo que nos atos dele adulto você não crê no trauma como deveria rolar mesmo, e assim sendo faltou detalhar bem mais o ambiente, as torturas, as "aulas", os trabalhos e assim veríamos mais de tudo ali.
Enfim, é daqueles longas que você até pode se envolver, não duvido de muitos amarem ele, mas que facilmente daqui algum tempo nem lembrará dele e só voltará a pensar no assunto quando ver outro semelhante, como ocorreu comigo que nem lembra de "Moonlight", ou seja, passa longe de ser algo ruim, mas também passa longe de ser algo bom de conferir, ficando naquele meio do caminho que nunca é bom de se estar. Sendo assim deixo a dica apenas para você completar os longas que estão brigando pelas premiações, mas do contrário com certeza tem algo muito melhor para você ver. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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