Amazon Prime Video - Red Rooms: Obsessão Doentia (Les Chambres Rouges)

3/02/2025 08:41:00 PM |

Coloquei o longa canadense "Red Rooms: Obsessão Doentia" como sendo da Amazon Prime Video, mas ele está em todas as plataformas para locação, e trabalha bem tanto a postura de uma trama de julgamentos, quanto permeia bem um drama em cima da desenvoltura de uma pessoa se apaixonar por um assassino ou pelo caso em si, tentando resolver ele mais do que o próprio júri. Ou seja, é uma trama bem densa, cheia de dinâmicas obscuras por trabalhar a dark web, mas que mostra tanta personalidade por parte das protagonistas que o resultado acaba chamando muita atenção, mesmo não sendo daqueles filmes que você vai se surpreender com as reviravoltas do caso. Diria que o filme tem uma pegada que vai muito além do mostrado, que encaixa com elos estranhos e pessoas estranhas, e que talvez o julgamento valesse mostrar um pouco mais tudo, para realmente chocar, mas ainda assim a densidade agrada bastante.

A sinopse nos conta que Kelly-Anne acorda todas as manhãs na porta do tribunal para garantir um lugar no julgamento altamente divulgado de Ludovic Chevalier, um serial killer por quem ela é obcecada. Com o passar dos dias, a jovem criará laços com outra groupie, o que a afastará momentaneamente de sua sufocante solidão. Mas ao conviver com os pais das vítimas em um julgamento que está ficando paralisado, Kelly-Anne acha cada vez mais difícil manter seu equilíbrio psicológico e lidar com sua fixação doentia no carrasco. Ela então tentará por todos os meios colocar as mãos na peça final do quebra-cabeça: o vídeo desaparecido do assassinato de uma das vítimas, com quem ela tem uma semelhança perturbadora.

O diretor e roteirista Pascal Plante conseguiu criar uma trama densa em cima de uma situação que sabemos que realmente existe de pessoas que acabam fissuradas/apaixonadas por um caso e/ou um assassino, mas fez disso uma obra tão aberta e dinâmica que acabamos entrando no clima que ele propõe, desenhando todo o envolvimento das protagonistas, parecendo que no primeiro momento a protagonista não tinha esse afinco do que realmente queria, mas ao viver um pouco com a outra mudou suas perspectivas, para depois voltar a explodir e nos dar um final bem interessante, mostrando que tanto o diretor, quanto o roteiro permeavam a isso.

Quanto das atuações, Juliette Gariépy trabalhou sua Kelly-Anne com muita imposição cênica e determinação, parecendo estar ligada no 220V tanto com expressividade quanto com interação, fazendo atos imponentes e bem encaixados. A jovem Laurie Babin trabalhou sua Clementine como uma fanática pelo assassino tão imponente que você fica pensando como alguém pode ser assim, mas sabemos que na vida real existem dessas, mas o seu final foi bacana, e a atriz soube trabalhar bem essa essência. O longa não foca mais tanto nos demais personagens, de modo que vale uma leve menção para Maxwell McCabe Lokos por trabalhar um Chevalier quieto quase sem expressão, mas dando um leve tchauzinho para o ato que a protagonista se maquia do jeito que o assassino gosta, e claro para o surto da mãe da garota que Elisabeth Locas faz na mesma cena.

Visualmente a trama mostra um tribunal meio confuso e num espaço tão pequeno que parece uma repartição dessas de telefonia, um apartamento minúsculo também da protagonista, porém muito refinado e tecnológico, com seu computador de duas telas, seus jogos de pôquer, o quadro conversando com ela e fazendo as devidas atividades eletrônicas, um show jornalístico meio que bagunçado e bem pouco da dark web sendo mostrada, o que valeria uma maior interação.

Enfim, é um filme que tem estilo, que funciona bem dentro da proposta, mas que talvez pudesse ser mais contundente e incisivo na tela, que você assiste e fica esperando aquele algo a mais que não acontece, e assim sendo vale a locação desde que se não espere muito dele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, logo mais tem o Oscar para conferir, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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