O longa acompanha Mickey Barnes, um homem consumível enviado em uma missão suicida para colonizar o planeta gelado de Niflheim. Como parte de um grupo descartável, cada integrante é designado a tarefas perigosas, e quando morre, suas memórias são transferidas para um novo corpo, um clone que continua a missão sem interrupções. Após dezesseis mortes, Mickey começa a perceber que sua existência não é tão simples quanto parece. Confrontado com os segredos sombrios por trás de sua repetitiva jornada, ele se vê diante de escolhas que podem abalar a ordem estabelecida e alterar o destino da missão.
O diretor e roteirista Bong Joon Ho sempre fez bons filmes, mas desde "Expresso do Amanhã" que começou a chamar atenção real da mídia, e depois ganhando um Oscar com "Parasita" que nem falado em inglês era, simplesmente virou um gênio que todos querem ver seus próximos trabalhos o quanto antes nas telonas, e aqui ele resolveu pegar um livro completamente maluco, aonde precisaria de um orçamento gigantesco para que tudo funcionasse, ele simplesmente ligou o desapego total e surtou com algo brilhante, aonde brinca com diversos assuntos complexos e com coisas que muitos outros morreriam de medo de mostrar na telona como um retrato de muita coisa que possivelmente veremos em breve acontecer, e ao sair atirando encontrou um elenco disposto a ir na sua onda e conseguiu um feito mágico, daqueles que novamente mostra que ele não erra. Ou seja, ele conseguiu sair de algo bem menor para algo gigante e não deixou de lado simbolismos, essências e tudo mais que gosta de trabalhar, agradando na medida desde o público mais cult de festivais até o espectador mediano que vai no cinema apenas para se divertir, e isso na visão de um produtor é fazer cinema bem feito.
Quanto das atuações, se tem um ator que a cada filme novo evolui anos em sua carreira é Robert Pattinson, de modo que muitos acharam que ele desapareceria após ter estourado em duas franquias, sendo uma como o protagonista mais criticado da história do cinema (e não foram poucos filmes para conseguir melhorar algo apático), mas aqui pegou o papel de Mickey e a cada nova impressão feita pela máquina, seu papel e trejeitos se moldavam para alguém diferente e diferenciado na tela, mostrando ainda mais perspicácia no segundo ato inteiro que tem de trabalhar em dobro com dois personagens completamente diferentes, ou seja, ele se jogou para o que o diretor precisava na tela, e o acerto foi realmente incrível de ver. Muitos vão enxergar diversas personalidades que existiram e algumas que ainda existem no Marshall que Mark Ruffalo faz brilhantemente, mas ainda assim ele conseguiu ser alguém completamente diferente de tudo o que já fez na sua carreira, e isso deu ao mesmo tempo para ele um tom cômico interessante e estranhamente bizarro de ver. Naomie Ackie trabalhou sua Nasha não tão explosiva quanto poderia, de modo que o brilho do protagonista ofuscou demais ela, e não era bem isso o que a personagem poderia entregar, não sendo algo falho, mas faltou chamar alguns momentos mais para si para realmente aparecer na tela. Ainda tivemos muitos outros bons atores brilhantes em cena, como Steven Yeun com seu Timo bem amigável, mas meio traíra também com o protagonista,; Anamaria Vartolomei fazendo uma Kai bem variada; Daniel Henshall trabalhando como um bom marqueteiro do comandante com ideias de câmeras, discursos e tudo mais; mas entre os secundários quem não foi nada secundária foi Toni Collete com sua Ylfa criando molhos para tudo, mas sendo quase como a responsável pela articulação do comandante da nave, ao mesmo tempo que parece inofensiva e maluca, de modo que todos juntos ficaram perfeitos na tela.
Visualmente a trama entrega uma produção impecável cheia de detalhes, que mesmo com ambientes amplos se preocupou em ocupar todo o espaço, tendo a grandiosa nave com vários quartos e nos dois que entram procurando ter muitos elementos para parecer algo interessante, a cabine do capitão num jantar bem requintado, porém estranho, a "impressora" puxando o "papel-corpo 3D" indo e voltando para renascer o rapaz, muitos fios e testes malucos de vírus, venenos e tudo mais com ele, o plante bem gelado com muita neve e buracos, pedras gigantes, os shows bizarros do comandante, e claro muitas armas, naves, tanques, mas sem dúvida o melhor de tudo foram os vários rastejadores "fofinhos" bem detalhados com seus tentáculos engraçados, ou seja, algo bem rico e marcante.
Enfim, é daqueles filmes que certamente iremos lembrar muitas vezes seja pela ideia mostrada na tela, seja pelos personagens, ou até mesmo pela loucura grandiosa completa da direção, e assim sendo funciona facilmente como algo que brilha e vai muito além do comum, pois mesmo repetindo a mesma cena uma tonelada de vezes conseguiram fazer isso de forma diferente e completa na tela, a única pontuação que deixo é que mesmo sendo uma nave com muitos viajantes, acabou não desenvolvendo muitos bons secundários, e assim ficando como única falha. Sendo assim recomendo demais ele para todos verem nas maiores salas, se possível, pois vale demais a pena. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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