A sinopse nos conta que frustrado com seu atual relacionamento com Martin, que adora grandes declarações de amor, o jovem arquiteto Lucas decide viajar sozinho para Canoa Quebrada, no Ceará, para espairecer. Mas, mais do que um cenário paradisíaco, Lucas reencontra uma antiga paixão de faculdade, o sedutor Felipe. Entre questões mal resolvidas do passado e novas possibilidades para o futuro, Lucas embarca em uma jornada musical, capaz de revelar descobertas importantes sobre si mesmo.
Quando lá em 2019 o diretor Allan Deberton explodiu com o filme "Pacarrete" muitos apostaram que o jovem iria despontar ainda mais no futuro, só que ninguém esperava que ele fizesse um musical para os cinemas, algo que pouquíssimos diretores nacionais se arriscam a trabalhar, e por incrível que pareça conseguiu o feito de algo complexo como um romance homossexual ter tanta desenvoltura e brilho com o que fez. Ou seja, ele pegou a história base de um curta seu de 2013 e amplificou sem precisar ficar no famoso "encher linguiça", trabalhando bem todo um contexto musical de época, sem destoar o tom e ainda criando algo que tivesse pegada e funcionasse bem. Claro que por ser um estilo que muitos não são muito fãs, e também trabalhar com algo mais de nicho como é um romance homossexual, o diretor fez algo que possivelmente tenha muitas críticas por quem não for do meio, mas como ele fez uma trama bem dentro do casual, o resultado funciona na tela.
Quanto das atuações, Vinicius Teixeira se entregou bem para a personalidade mais fechada de seu Lucas, não tendo tanta ousadia para as cenas mais intensas, mas se jogando bem nos atos cantados e que precisavam de maior intimidade, de forma que soube chamar atenção com sutilezas, porém poderia ter sido mais dinâmico em alguns atos que traria um tom menos tímido para o papel. Gabriel Fuentes fez o tradicional guia galã sedutor de cidades turísticas, que trabalha em várias funções para ganhar a vida e também os clientes, e seu jeitão mais jogado ficou bem colocado dentro do que o filme pedia para seu Felipe, e assim acabou chamando muita atenção, quase sobrepondo o protagonista. Ainda tivemos outros bons personagens secundários, como Léo Bahia fazendo Martin, o namorado atual do protagonista, Deydianne Piaf entregando a dona de uma boate, e até Mateus Carrieri fazendo um outro turista que vai se relacionar com o jovem, além da participação especial de Claudia Ohana como uma vidente que talvez pudesse ter sido melhor aproveitada.
Visualmente a trama passeia pelas dunas, praias e bares de Canoa Quebrada, mas a grande base é dentro da pousada aonde o jovem se hospeda e claro na boate aonde vemos muitos shows, além de boas entregas musicais por todos os lados não tendo tantos elementos cênicos, mas tudo sendo bem funcional para que o longa se desenvolvesse e tivesse bons elos.
Enfim, é um filme interessante que mostra que o cinema nacional cada dia tem entregue coisas novas, de gêneros e estilos bem diferentes, provando que com uma boa ousadia e uma história bem trabalhada acaba funcionando na telona, e assim sendo vale a recomendação para a conferida na Sessão Vitrine Petrobrás a partir do dia 13/03 nos cinemas. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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