Uma Advogada Brilhante

3/07/2025 01:21:00 AM |

Não vou enrolar vocês, pois sei do pessoal que gosta de comédias nacionais, principalmente as que tem Leandro Hassum no protagonismo, e de cara fui conferir "Uma Advogada Brilhante" preparado para algo bem bombástico, mas como era o que tinha melhor horário para uma quinta-feira de estreias, eis que foi a única opção, e o que posso falar é que o longa não é ruim dentro da proposta que queriam entregar, de mostrar a força do feminino que mesmo empresas falando que equiparam homens e mulheres, muitas das vezes acabam causando mais assédio do que dando reais oportunidades para elas, e o quão difícil é ser uma mulher para um homem não perder seu emprego, e até aí ok, porém o longa é uma comédia, ou melhor tenta ser, pois não faz rir em momento algum, e assim sendo falha bastante, e o pior é que fizeram um esforço gigantesco para tentar deixar o longa ruim, com tantos absurdos que chega a chocar o exagero feito na tela, parecendo que queriam realmente parodiar algo do passado ou "zoar" as mudanças atuais no mundo. Ou seja, é um filme que tem um final bem bacana, mas um começo deprimente e um miolo bagunçado, que quem quiser conferir vai sofrer um bocado e rir bem pouco.

O confuso e cômico advogado Michelle detesta seu nome por ser confundido com um nome feminino. Seu nome lê-se Mikele, mas ninguém consegue acertar. Ele recebe a incumbência de sustentar a ex-mulher e o filho, ou ambos serão liberados pela juíza de família a se mudar para os Estados Unidos. Como notícia ruim não anda sozinha, no mesmo dia, ele descobre que o escritório de advocacia onde trabalha foi comprado, e somente as advogadas mulheres continuarão trabalhando lá. Aí é que a sorte, ou o azar, de Mike muda. Seu nome é confundido com Dra. Michelle, e ele ganha uma segunda chance. Só precisa se passar por mulher para continuar empregado e ter dinheiro para bancar a pensão.

Diria que a diretora Ale McHaddo tentou fazer cômica a famosa briga dos sexos na tela, colocando em pauta também sua transição como elo secundário, de tal forma que o filme tem até muitas piadas de duplo sentido sendo colocadas nos diálogos, porém quase nenhuma engrena e faz rir (e olha que dessa vez a sala tinha mais algumas pessoas para não dizer que apenas eu não ri). Ou seja, o trio de roteiristas não conseguiu fazer com que o politicamente incorreto superasse o elo de quebra para que o filme funcionasse como uma boa comédia, e nem os protagonistas foram na onda, de modo que o jeitão de Mamma Bruscheta de Hassum até tem um certo gracejo cômico com as apelações que faz para que o filme tente engrenar, mas não rola, e já que também não tem uma pegada dramática satisfatória sem ser nos atos finais, o longa acaba ficando naquele limbo que ninguém vai entender o que a diretora quis mostrar.

Sei que posso estar mais chato, mas muitos vão concordar comigo que depois que Leandro Hassum emagreceu ele perdeu a graça, e desde "O Candidato Honesto" não conseguiu mais lotar as salas e nem fazer rir como antigamente, mudando o tom e o estilo de suas piadas, que por vezes não funcionam bem, e aqui seu Michelle é meio abobado e até um pouco irritante, enquanto sua Michelle já tem uma pegada mais cheia de sacadas, e que se impondo com bons traquejos até agrada dentro do possível, mas sem ir muito longe. Bruno Garcia forçou um pouco a barra para que seu JP tivesse traquejos de um advogado de grande porte da empresa, mas não conseguiu agradar nem com o capacho que colocaram para lhe acompanhar que nem tem uma frase completa para ir além. Claudia Campolina tentou dar um tom meio que romantizado para sua Julia, mas ficou no meio do caminho com o que a diretora desejava, tendo um lado bem empoderado, mas ao mesmo tempo deixada de lado. Paulinho Serra pareceu saído de uma esquete do Zorra Total com seu Guido (usando até a antiga piada para sua aula de academia Power Guido). Quem eu diria que foi bem no que fez foi Marcelo Mansfield com seu Dr. Pacheco, que brincando com alguns elos foi bem encaixado. Já os demais, é melhor economizar no teclado.

Visualmente a trama até tem momentos e ambientes bem detalhados, com um tribunal até que bem arrumado para um caso maior, claro que exagerando nas torcidas ao fundo de pessoas de academia versus fãs de uma funkeira com uma música incrível (ironia nível hard!), tivemos o fã clube da funkeira também que mais parece algo saído de um filme de terror cheio de coisas antigas, o escritório dos advogados até bem arrumado com a sala do dono quase como uma catacumba do drácula, uma boate também dentro do escritório (algo até estranho demais), e claro um tribunal menor da vara de família com Danilo Gentili de juiz, ou seja, o absurdo máximo, ainda tivemos também a pizzaria da família, além de uma escola aonde vemos só a sala da diretoria, ou seja, tudo bem econômico, mas bem representado na tela.

Enfim, é um filme que se fosse melhor desenvolvido até seria agradável e muito recomendável nessa época do ano em homenagem ao Dia das Mulheres, mas acabaram zoando tudo de uma forma não divertida e nem interessante de ser vista, que a proposta mais desanda do que agrada, e assim o resultado não flui como uma boa comédia, e fica mediano como algo maior, ou seja, tem filmes melhores para se conferir na telona. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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