Amazon Prime Video - Reagan

4/09/2025 12:11:00 AM |

O que mais gosto de conferir em biografias é saber coisas que aconteceram que nunca parei para estudar a fundo sobre alguma personalidade mundial, e a única coisa que lembrava de Ronald Reagan era que foi um ator que virou presidente dos EUA e nada mais, ou seja, os fatos mostrados no longa da Amazon Prime Video, "Reagan", foram bem novos para a minha pessoa, por exemplo que foi ele o envolvido nas negociações com Gorbachev pelo fim da Guerra Fria e consequentemente a queda do muro de Berlim, ou seja, dois grandiosos fatos que lembrava vagamente de ter estudado na escola. Ou seja, historicamente o longa tem muito conceito, e foi até bem atuado por Dennis Quaid, que acredito ter usado muita maquiagem digital para os momentos mais jovens, porém tem um defeito meio que grande: o ritmo, pois os 142 minutos duram muito tempo na tela, e acredito que muitos acabarão vendo ele quase como seriado, pois o miolo enrosca.

O longa conta a história de vida do 40º presidente dos Estados Unidos, desde suas raízes no interior dos EUA, passando pelo tempo em que seguiu carreira artística no teatro e no cinema até assumir o posto mais importante de uma nação: a cadeira na Casa Branca. Contada a partir do ponto de vista de um agente da KBG que espionou o político durante anos, a cinebiografia mostra a infância e a juventude conturbada de Reagan, vivendo sob o teto de um pai alcoólatra. Sua ambição em se tornar ator o leva até Hollywood onde se tornou um contratado da Warner Bros e, mais tarde, chega até mesmo a se tornar diretor do Sindicato dos Atores Americanos. É durante a década de 60 que Reagan mergulha de cabeça na política e entra para a corrida eleitoral na California, buscando, em primeiro lugar, a função de Governador do Estado e, posteriormente, a cadeira presidencial americana.

Diria que o diretor Sean McNamara acabou exagerando um pouco no desenvolvimento do livro de Paul Kengor, pois criou tantas facetas para o tempo de tela, que quase conseguiu contar a vida inteira do personagem, e olha que é tudo em cima da história contada pela investigação de um ex-agente da KGB (que aqui entra outra falha que me irrita muito em vários filmes, de que russos falam inglês fluente - sendo que odeiam a língua por lá!), ou seja, dava para ter trabalhado só o período político do personagem, que provavelmente deveria ser a base de pesquisa do agente, que teria boas dinâmicas e claro levaria ao fechamento mais triste. Porém como o longa não é meu, o que posso dizer é que a forma biográfica foi bem representada na tela, tem um funcionamento interessante, e mesmo tendo um ritmo bem lento, consegue envolver para conhecermos detalhes da vida do personagem, e assim o diretor que gosta de trabalhar mais ficções, acabou enfeitando um pouco para que a trama não ficasse tão engessada.

Quanto das atuações, dava muito bem para pegarem o filho de Dennis Quaid, Jack Quaid, para fazer o personagem jovem, pois mesmo David Henrie aparecendo bem pouco como a versão jovem do papel, usaram muita maquiagem digital para rejuvenescer o protagonista, e também forçaram um pouco demais o sorriso (quase de Coringa) de Ronald Reagan, porém tirando esses detalhes, o ator soube segurar bem a pressão na tela e fazer um dos presidentes mais marcantes dos EUA, tendo facetas bem dialogadas e cheias de conexões com muitos líderes. Dentre os demais, a maioria faz muitas conexões com o protagonista, mas não chegam a chamar as responsabilidades para si, de modo que valem dois destaques para Penelope Ann-Miller como uma Nancy Reagan cheia de dinâmicas e completamente apoiadora do marido, e Olek Krupa bem colocado como um Mikhail Gorbachev bem fechado, mas cheio de disposição nas negociações, fora claro o "narrador" da história bem alocado que John Voight trabalhou na tela.

Visualmente o longa teve cenas bem icônicas que depois durante os créditos vemos as imagens reais muito semelhantes, mostrando que a equipe de arte pesquisou bem e soube reproduzir com muita fidelidade, desde o discurso na frente do muro de Berlim, a negociação dos líderes em uma sala bem tradicional, as discussões no salão oval, alguns bailes e festas do SAG, e também o garotinho Reagan como orador da Igreja, além dos vários atos finais no rancho aonde viveu os dias finais do seu Alzheimer. Outro detalhe legal da equipe de arte foi trabalhar a forma que o ex-agente vai contando para o possível novo presidente da Rússia, com imagens sendo projetadas, pastas de arquivos e livros, o que deu um tom diferenciado.

Enfim, é um longa que funciona bem dentro da proposta de mostrar a evolução do garotinho para ator e de ator quase esquecido para governador, e de governador para um dos principais presidentes do país pelas articulações que teve no mandato, porém é bem lento e recomendo não ver cansado, pois falta dinâmica em muitas das cenas para que o longa fluísse melhor, então fica a dica para ver numa boa tarde tranquila. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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