O filme mergulha na vida de Sujo, um jovem que testemunha o assassinato brutal de seu pai, um assassino de aluguel de cartel, aos quatro anos de idade. À medida que Sujo cresce da infância para a vida adulta, ele lida com o legado assustador do passado violento de seu pai, lutando para escapar de suas garras e trilhar seu próprio caminho.
Diria que as diretoras e roteiristas Astrid Rondero e Fernanda Valadez foram bem sucintas com o que entregaram na tela, pois mesmo sendo um filme dividido em capítulos, elas acabaram não abusando de nossa inteligência refazendo os momentos a cada nova interação na tela, ao ponto que o resultado cênico consegue funcionar bem e ser representativo sem ficar batendo tanto na história do garoto, deixando que o momento fosse levado pela tela, e principalmente que o rapaz estivesse mais solto e bem colocado para seus momentos, ou seja, é quase um filme de ator, o que é algo muito raro em produções de baixo orçamento, e o resultado funciona bem demais.
E como já falei acima, a trama teve uma pegada de ator muito forte e bem colocada na tela, de forma que o jovem Juan Jesús Varela conseguiu ter um carisma para o seu papel de Sujo quase tênue no limite da timidez, que não chega a ficar oculto, mas também não se explode na tela, sabendo da sua importância cênica sem soar falso ou errar pecando pelo excesso, e assim acaba agradando bastante na tela, e da mesma forma a sua versão mais criança vivida por Kevin Aguillar acaba sendo bem desenvolto e leve para os atos mais tensos. Diria que faltou explorar um pouco mais a personagem Neme de Yadira Pérez, pois ficou muito refugiada da câmera, com poucos olhares marcantes, e talvez com pouquíssimas entonações mais expressivas faria seu papel importar mais na tela. Alexis Varela e Jairo Hernandez conseguiram fazer com que seus Jai e Jeremy tivessem dramaticidade e desenvoltura para o papel mais fechado do protagonista, ao ponto que o primeiro tem atos mais fortes ao final e o segundo atos mais duros no miolo, mas conseguiram não passar despercebidos e sendo bons coadjuvantes. Mas sem dúvida quem teve atos bem expressivos e representativos nos atos finais foi Sandra Lorenzano com sua Susan, de modo que ela chamou a responsabilidade para si, e mostrou que a educação é a melhor arma para mudar uma pessoa, principalmente se essa pessoa quiser mudar, e a atriz foi simples e direta para que seu papel tivesse a emoção, mas não ficasse forçada na tela.
Visualmente a trama mostra primeiro o mundo de uma pequena vila dominada pelos assassinos e os carteis, aonde os jovens são usados como mulas e tudo é muito intenso e fechado, com casas bem simples contrastando com mansões, a vegetação seca e fechada, e a destruição em si separando tudo, com tudo sem grandes chamarizes, mas bem representativos; já na segunda parte vamos para uma metrópole separada pelo trabalho árduo de descarregador de cargas de alimentos que o jovem acaba trabalhando, uma pequena habitação de apenas quarto com beliche, e os jovens treinando para lutas embaixo de uma ponte, e do outro lado a faculdade, com suas festas tradicionais aonde poucos se conectam, e a casa da professora simples, porém aberta para o mundo novo que o jovem pretende entrar.
Enfim, é um filme simples, mas que funciona muito bem na tela, que facilmente poderia cansar, mas que prende o espectador na tela, e sendo sutil com situações fortes, o resultado mesmo que simbólico acaba funcionando bastante e vale a indicação. Então fica a dica para conferirem, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais dicas.
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