O longa acompanha uma jovem mulher em busca de uma sensação de prazer desconhecida que a persegue. Constantemente exposta ao luxo, ela precisa visitar um hotel em Hong Kong e avaliá-lo. Sozinha na viagem de negócios, Emmanuelle enxerga a situação como a oportunidade ideal para encontrar a satisfação que tanto procura. Com isso, ela passa a se envolver com diversas pessoas da luxuosa e sensual Hong Kong. Entre os numerosos encontros, ela conhece Kei, um homem misterioso que se mantém distante e lhe escapa em momentos cruciais, atraindo maior curiosidade dela.
Posso dizer que o estilo da diretora Audrey Diwan é polêmico, pois no seu longa anterior trabalhou com a questão do aborto, e agora vem trazer uma nova versão de um clássico do cinema erótico, então assim como a personagem que tem suas regras, mas que não gosta de segui-las, a diretora quis trabalhar um algo a mais dentro do conceito de mulheres liderando e dominando alguns ambientes, como é o caso da gerente do hotel que oculta a prostituição liberada nos cantos do estabelecimento, e de uma inspetora que procura algo a mais do que apenas queimar o que anda dando errado no local para o dono. E sendo ousada, mas sem reinventar a roda, ela soube dosar os pontos quentes com uma história mais ampla, e assim o resultado até tinha chances de ir mais além, mas acabou não sendo tão grandioso e chamativo, pois não convenceu como precisava para um bom drama, deixando tudo literalmente aberto demais.
Quanto das atuações, Noémie Merlant trabalhou sua Emmanuelle com um estilo até bem sedutor, mas sem que precisasse interpretar nas dinâmicas mais amplas, pois ficou muito insegura nos traquejos, e assim se perdeu um pouco na tela. Naomi Watts costuma pegar grandes papeis imponentes e desenvolver eles na tela, mas aqui sua Margot é uma gerente de hotel que quase não se vê na tela, tendo um grande momento com a protagonista para mostrar cadência, mas sem ir muito além. Will Sharpe até foi bem misterioso e cheio de nuances com seu Kei, mas talvez se o papel fosse mais desenvolvido, o resultado seria mais forte para com a protagonista, e assim apenas deixou ela na vontade. Jamie Campbell Bower até teve dois atos bem dialogados com seu Sir John, mas é um papel meio que involuntário e jogado na tela, que não flui nem leva nada a lugar algum. E sendo assim quem teve um pouco mais de desenvoltura nos papeis secundários foi Chacha Huang com sua Zelda, botando o corpo pra jogo e sendo firme no charme sedutor que soube entregar em suas cenas, mas para o que o filme pedia, não foi muito além também.
Visualmente a trama teve atos bem luxuosos, começando com um voo de primeiríssima classe e uma cena pegada de sexo no banheiro do avião, depois vamos para um hotel imponente, com banheiras e quartos cheios de detalhes, um restaurante bem marcante, piscina e até mesmo uma cabaninha afastada aonde cenas quentes rolam foi bem trabalhado dentro do contexto visual da trama, ou seja, tudo teve seus elos, até mesmo um cassino ilegal foi bem representativo, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante, tendo inclusive uma grande tormenta destruindo parte do hotel em reforma, e com isso um belo jantar/baile a luz de velas e lamparinas acabou ocorrendo.
Enfim, é um filme mediano em todos os planos, que poderia ter sido bem quente e marcante como um drama erótico, ou então trabalhado mais o lado imponente da postura feminina de liderança em cima dos prazeres, que daria um vértice diferente para tudo, mas acabou ficando no meio de tudo, e a nota também será na média. Fica então a dica para quem quiser arriscar enxergar algo a mais quando ele for lançado comercialmente fora do Festival de Cinema Europeu da Imovision. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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