O longa acompanha a jornada do jovem M, que passa a cuidar de sua avó doente chamada Amah, instigado pela herança da idosa. O plano é conquistar a confiança de sua avó, e assim se tornar o dono de seus bens. Tendo interesse apenas no dinheiro que Amah tem guardado, M resolve largar o trabalho para ficar com a senhora. Movido, também, por sentimentos que ele não consegue processar, como a culpa, o arrependimento e a ambição por uma vida melhor, o jovem resolve planejar algo para conseguir o amor e a preferência da avó antes que a doença a leve de vez. Em meio à essa tentativa de encantar Amah, M descobre que o amor vem por vias inimagináveis.
Em seu primeiro longa como diretor e roteirista, Pat Boonnitipat conseguiu ser sensível e dinâmico com uma situação familiar tão costumeira e direta que provavelmente tenha acontecido em sua família, e sendo simples e objetivo não quis trabalhar enrolações ou dinâmicas que forçassem a barra e inventasse muito na tela, tanto que as cenas menos expressivas foram as que deram leves tentativas de quebras do caminho como a ida a casa do irmão rico da senhorinha. Ou seja, vemos na tela um trabalho honesto e bem feito, aonde o diretor preferiu trabalhar o básico bem feito do que enfeites técnicos e o famoso encher linguiça, de modo que o filme flui rápido, diverte, emociona e agrada, e assim mesmo com um nome difícil talvez nos lembraremos dele numa próxima investida, o que iremos esperar seguir a mesma linha.
Quanto das atuações, o jovem cantor e ator Putthipong "Billkin" Assaratanakul conseguiu após estourar em séries famosas no país, fazer com que seu M fosse daqueles jovens que veem a oportunidade acontecer com alguém próximo e tenta imitar, deixando de lado seus dias de gamer para conhecer mais a avó e se aproximar dela para quem sabe ser o prioritário na herança dela, e com bons traquejos e dinâmicas, vemos algo que tão costumeiramente vemos em nossas famílias, que o resultado do rapaz funciona bem sem soar falso, e agrada a todos com o que faz. A senhorinha Usha Seamkhum foi tão simpática e bem alocada com sua Amah que nem parece seu primeiro trabalho como atriz, de modo que entrega personalidade, segura bem suas cenas e tem uma química tão bem colocada com o rapaz que seu resultado flui fácil e agrada sem ser algo brilhante. Ainda vale alguns destaques para Tontawan Tantivejakul com sua Mui, Sarinrat Thomas como a mãe do rapaz, Sanya Kunakorn como o filho rico da velhinha disposto a querer tudo e Pongsatorn Jongwilas como o filho endividado da senhora que vive roubando ela.
Visualmente o longa não tem um grande chamariz de ambientes, mostrando a casa simples da senhorinha, sua devoção a uma deusa que sempre tem suas regras de chá para colocar, sendo um sobrado bem bagunçado, cheio de coisas espalhadas, a casa do jovem também sem muitos elementos cênicos, mostrando muito camas de elevar para os idosos enfermos que tem tanto na casa aonde a senhora vai viver, quanto do outro senhor que Mui toma conta, tendo mais os elementos religiosos, como o túmulo, o caixão e claro o passado sendo mostrado no último instante do filme, do que elementos propriamente marcantes para a história.
Enfim, é um filme que acaba sendo gostoso de ver, que emociona na medida sem ser algo que você vai lavar a sua sala, mas que funciona bastante para refletirmos nas situações mostradas na tela, pois sabemos bem que isso ocorre na maioria das famílias. Então fica a recomendação de play para todos, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com toda certeza com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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