A sinopse nos conta que em Pernambuco, um roubo de joias irá reunir um antigo grupo de amigos desajustados, fazendo com que os resultados sejam catastróficos. Vigiados por fantasmas do passado, cada um deles terá que encontrar sua própria forma de liberdade.
Diria que o diretor Lírio Ferreira que costumeiramente gosta de trabalhar temas mais poetizados em suas tramas acabou inventando moda demais para um longa que precisava ser dinâmico e direto, pois longas quebrados precisam surpreender no clímax e fechar com algo que o público sinta a necessidade de ser dessa forma, e aqui ele apenas enfeitou o simples sem realmente brincar com a estética, com os personagens e com as dinâmicas, ao ponto que vemos que realmente os assaltantes não estavam preparados psicologicamente para tudo o que aconteceria com eles, e também que eram atrapalhados demais, mas isso em uma trama linear com ação na medida funcionaria muito bem. Ou seja, vemos na tela algo diferenciado aonde o diretor até mostrou serviço de presença cênica, mas talvez botar personagens mais imponentes, ou algumas situações impactantes mais explosivas para causar realmente, que aí talvez o resultado chamaria toda a atenção na tela, pois sabemos de suas qualidades técnicas, mas aqui ele não mostrou nem metade do que sabe fazer.
Quanto das atuações, aconteceu algo que costumo chamar de falta de definição de protagonista, pois praticamente todos os atores tem o mesmo tempo de tela, e todos tem alguma história extra que talvez precisasse ser contada melhor, e repetindo, isso em tramas quebradas é um tremendo risco. Ao ponto que a dupla de jovens assaltantes vividos por David Santos e Ravel Andrade até conseguem chamar a responsabilidade para si em diversos momentos, com o ato final de David fazendo um palhaço do mal com seu Charles sendo algo brilhante que merecia até mais desenvoltura, mas o ato solto de Ravel virou quase um monólogo que seu Gislano não fez por merecer. Que o papel de Vertin Moura tinha um algo a mais ficou muito claro no primeiro diálogo dentro da van, mas quando ele bota a banca pra valer, acaba não indo além, o que é uma pena. Das garotas, tirando o ato de fechamento, que consta no pôster acima, nenhuma das três conseguiu chamar atenção na tela, ficando tão em segundo plano que se não tivesse esse ato, certamente nem lembraríamos delas no quarto trancadas, mas Mari Oliveira teve um pouco mais de destaque com sua Vera.
Visualmente a trama tem como base uma casa no meio da serra, praticamente tendo apenas um quarto e uma sala além de uma garagem aonde o dono passa a vida toda arrumando uma caminhonete, temos alguns atos no passado com ele mais jovem e o presente aonde acontece o crime, e no caso virando um cativeiro das jovens sequestradas, tivemos uma marina aonde acontece o ato do roubo com perseguição por uma pequena vila, e também uma pequena floresta, mas tendo como elementos cênicos as armas, as joias e a interação de máscaras no passado, porém sem grandes floreios.
Enfim, é um longa que dava para ter ido mais além para realmente chamar atenção, pois da forma que foi entregue, resultou em algo bem mediano que alguns podem florear situações e se apaixonar, como foi o caso na Mostra Internacional de São Paulo aonde o longa ganhou o prêmio da Netflix, mas deixo a ressalva que não é um filme para todo tipo de público, então fica a dica para quem for conferir ele nos cinemas a partir do dia 24. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Imagem Filmes e da Sinny Assessoria pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até lá.
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