Um Dia Daqueles (One Of Them Days)

4/06/2025 09:23:00 PM |

Todo mundo me pergunta o motivo de eu ver poucas tramas de comédia, e a resposta que sempre dou é que me fazer rir é algo meio complexo demais, pois algumas situações engraçadas fluem fácil, enquanto outras acabam me dando até desânimo. Dito isso, sabia que não podia esperar muito de "Um Dia Daqueles", mas as boas notas em sites de amigos me convenceram que seria algo interessante, mas tirando os atos finais que foram bem sacados e montados, o restante acaba sendo quase um episódio maior de uma sitcom black tradicional, aonde as personagens falam com traquejos, tem as pegadas clássicas do estilo, e se veem numa desenvoltura conflitiva de um dia bagunçado, cheio de convivências tradicionais do estilo black, mas com piadas e situações forçadas que não divertem, tirando o finalzinho que é bem bacana.

O longa acompanha a garçonete Dreux Jones e a aspirante artista Alyssa, duas melhores amigas que dividem o mesmo teto com Keshawn, o namorado de Alyssa, sob um contrato de aluguel e um senhorio estritos. Um dia, a dupla se vê em uma situação extrema quando descobrem que o companheiro de Alyssa gastou todo o dinheiro do aluguel. Numa corrida contra o tempo para evitar o despejo, elas enfrentam uma série de situações hilárias e arriscadas para conseguir o dinheiro necessário e salvar a casa onde moram. Entre risos e tensões, elas precisam agir rapidamente, enquanto lidam com as consequências de um erro inesperado e a pressão de manter a amizade intacta.

Já disse outras vezes e volto a afirmar que nunca se deve estrear com uma comédia, pois é necessário conhecer muitas dinâmicas para que um filme cômico funcione bem na tela, e aqui Lawrence Lamont acabou se perdendo nas dinâmicas tentando fazer com que uma trama meio quase "Se Beber Não Case" na versão feminina e do dia a dia das garotas, sem precisar ser em uma viagem maluca, aonde as brigas acontecem, os abusos rolam, e tudo se desenvolve, ao ponto que o roteiro até tem um certo domínio dos diálogos, mas não é algo que divirta pela essência em si, ou seja, um diretor com um pouco mais de experiência conseguiria tratar melhor as dinâmicas, mas aqui não rolou.

Quanto das atuações, a química entre Keke Palmer e SZA foi bem bacana de ver na tela, de modo que elas seguram bem as pontas com seus traquejos, para que suas Dreux e Alyssa se complementassem na loucura toda, tendo Keke um pouco mais senso do que deseja fazer, enquanto SZA já se joga mais nos atos meio que bobos e até irritantes de ver, mas mesmo com exageros as duas jovens souberam criar dinâmicas, o que acaba funcionando na tela. Diria que os demais todos foram mais conexões, tendo bons momentos e valendo dar leves destaques para Aziza Scott com sua Berniece no ódio correndo atrás das garotas, Lil Rel Howery como o comprador do tênis e Joshua David Neal com seu Keshaw, mas sem grandes chamarizes.

Visualmente a trama mostrou bem o agrupamento de pequenos apartamentos bem populoso e gendrificado, tivemos muitos atos pelas ruas da cidade com as jovens fazendo suas andanças após o carro ser guinchado, tivemos alguns atos em lanchonetes, um ato bizarro num hospital de doação de sangue, e até uma leve exposição de arte no pátio do condomínio, além de mostrar um dos apartamentos bem mais decorado.

Enfim, é um filme simples que poderia ser muito melhor na tela, sem precisar de tanta apelação cênica, mas que serve como um passatempo desde que você não se incomode com as situações forçadas, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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