Um Pai Para Lily (Bob Trevino Likes It)

4/27/2025 05:20:00 PM |

Sinceramente estou aqui escrevendo do filme "Um Pai Para Lily" pensando em todos os possíveis gatilhos que o longa trará para algumas pessoas, pois a essência em si é bem simples, sem grandes atos emocionais ou dinâmicas que lhe levem para o mote por completo, mas quando vem o fechamento (até talvez esperado) tudo vira uma bola de emoções na nossa cabeça, pensando na vida, nos amigos, nos familiares, e a essência da trama consegue funcionar bem mais do que apenas um filme realmente. Ou seja, é daqueles que você se pega na jornada da protagonista, que mesmo sem ter grandes atos fluindo, tem sentimentos, tem dinâmicas e principalmente tem fluidez, aonde cada singelo momento funciona e a composição completa de fechamento mostra algo muito maior do que apenas um encontro, valendo a mensagem e a dimensão que a diretora encontrou para traduzir algo que vivenciou um pouco.

No filme vemos que a jovem Lily se decepciona mais a cada dia buscando a validação do seu pai. Por conta do egocentrismo dele, eles se afastam cada vez mais e uma situação inusitada acaba transformando a vida dela. Ao encontrar no Facebook um homem com o mesmo nome do seu pai, Lily e o novo Bob Trevino criam uma linda relação de amizade, conseguindo encontrar um no outro a dose de carinho e afeto que faltava.

É bem raro diretores e roteiristas estreantes se darem bem num primeiro filme, pois por vezes tentam ir mais além do que conseguem, ou acabam enrolando em dinâmicas desnecessárias para alongar algo que talvez num curta ou média funcionariam melhor, porém Tracie Laymon não quis apenas ficar no simples, e usando de uma conversa que teve com alguém que tinha seu mesmo sobrenome na internet acabou desenvolvendo um filme cheio de nuances e sentidos, contando com algo que muitos apenas no final de sua vida podem parar para refletir, mas que por muitas vezes a pessoa que você ficou pouco tempo junto pode agregar mais sensações do que alguém que você sempre viveu junto. Ou seja, a diretora escolheu muito bem o estilo para começar, pois dramas sensoriais funcionam bem na tela, principalmente se já teve a experiência para compartilhar com outras pessoas as dinâmicas, e assim o resultado flui fácil, e sendo bem rápido não temos enrolações cênicas, ao ponto que quando você ver já estará com os olhos mareados, mostrando o acerto da diretora.

Quanto das atuações, num primeiro momento achei que iria me irritar com o estilo meio que jogado de Barbie Ferreira com sua Lily Trevino, pois conhecemos muitas pessoas que tem uma certa necessidade de afeto, e acabam cansando os demais ao seu redor, e num primeiro ato a protagonista entregou uma Lily dessa forma, mas conforme vamos nos apegando a ela, a atriz consegue tirar muito de si, consegue fazer fluir suas emoções, e ao final se joga por completo agradando bastante em cena. Não diria que sou o maior fã de John Leguizamo, mas ele soube ter estilo e representar bem seu Bob Trevino, mostrando aqueles que ajudam muito mais quem está ao seu redor do que a si mesmo, e segurando uma essência mais fechada, ele acabou dando o fim exato para pessoas desse estilo, contando com trejeitos mais sérios, porém bem funcionais. Já French Stewart trouxe para o seu Robert Trevino, aquele ser que você pensa não existir, mas que se aproveita dos outros para sair jogando só algo para si, e quando ouve um não, cria um monstro em cima da outra pessoa, fazendo olhares e trejeitos de coitadinho e assim incomodando como um bom acerto expressivo. Ainda tivemos Lauren 'Lolo' Spencer com sua Daphne e Rachel Bay Jones com sua Jeanie, mas ambas apenas deram conexões (algumas bem boas) sentimentais para os dois protagonistas, e assim acertaram em não tentar puxar o filme para si.

Visualmente o longa é simples como todo bom drama sentimental deve ser, tendo muitos atos mostrando as conversas dos protagonistas no celular ou no computador, tendo alguns momentos na casa de Daphne e na casa de Bob, indo até um retiro de idosos, alguns momentos em cafeterias e restaurantes, e também em um centro de adoção de animais, além de um parque e o escritório do protagonista, e tendo como elementos cênicos mais precisos o álbum de recordes de Jeanie, que ao final vai funcionar bastante.

Enfim, é um longa simples, bonito e que não erra na formatação desenvolvida, que pode não pegar a todos, mas quem tiver qualquer gatilho do estilo se prepare para se emocionar. Então fica a dica de conferida nos cinemas a partir do dia 01/05, e eu fico por aqui agora agradecendo o pessoal da Atômica Lab Assessoria e da Synapse pela cabine de imprensa, mas volto mais tarde com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...