Filmes brasileiros tem melhorado constantemente, isso é um fato, mas uma coisa que viviam pecando ultimamente era no quesito fotografia, e hoje em "O Palhaço", vi uma das mais belas obras de arte nesse quesito. Não foi o filme brasileiro que mais me agradou no ano, com toda a certeza, mas ainda assim conseguiu transmitir todo o sofrimento da transmissão de problemas de pai para filho numa empresa em forte deterioramento, no caso em questão: um circo mambembe.
A sinopse do longa nos apresenta Benjamim e Valdemar que formam a fabulosa dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Eles vivem pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança. Mas Benjamim acha que perdeu a graça e parte em uma aventura atrás de um sonho. Venha rir e se emocionar com este grande espetáculo.
Li em tantos lugares a palavra mambembe quando se referia ao filme que fiquei curioso para saber o significado, então vou postar aqui para todos verem e aqueles assim como eu que não conhecia a palavra, tenha uma boa idéia do motivo de usá-la para as denominações:
adj. De má qualidade; imprestável, ordinário. (Diz-se principalmente dos espetáculos ou grupos teatrais de baixa categoria: circo mambembe.)
S.m. Lugar afastado, sem recursos nem conforto, desagradável.
Grupo de atores ambulantes que dão espetáculos de baixa categoria.
Com isso em mente, fica mais fácil interpretar a ideologia usada para criar e dirigir que Selton Mello escolheu, pois o que é retratado no longa bem resumido de apenas 90 minutos, é exatamente isso. Sabe aqueles circos que você vê acampado em pequenas cidades, ou nas periferias das grandes, todo destruído com personagens simplórios onde todos fazem tudo (desde apresentar seu número, até controlar luzes e vender doces)? Essa é a visão retratada pelo diretor e de forma perfeita. A paranóia da crise de graça do personagem principal, também no caso o próprio diretor foi muito bem transmitida pelo ator. Porém o longa ficou no meio termo da risada e da emoção e apenas piadas contadas não fizeram esse Coelho ranzinza aqui jogar nem pra um lado nem para o outro.
Selton, que já era um grande ator do cinema, faz uma atuação primorosa e bem interpretada, e acompanhado de Paulo José fazem um bom espetáculo no picadeiro. Todos os atores estão bem dirigidos em cena e não vemos defasagens costumeiras dos filmes brasileiros, de atores perdidos em cena. E isso é um grande ponto positivo do longa. Só ficou devendo pra minha pessoa sair de cima do muro, ou fazer rir mais ou emocionar mais, pois o meio termo todos os atores fizeram.
Como já falei no início, na minha opinião, o melhor do longa é a fotografia de Adrian Teijido que com planos, as vezes bem abertos conseguem dar a dimensão dos lugares remotos que o circo se instala, e outras vezes com detalhes sutis nos personagens consegue nos demonstrar a emoção passada por cada personagem integrante da trupe. Aliado a uma direção de arte bem colocada com elementos cênicos, altamente estudados dos circos do mesmo estilo que estão espalhados por todo Brasil, temos o glamour aos inversos exposto na tela do cinema. Perfeito.
Da parte musical, achei bacana, mas com certeza mais as originais colocadas do que as escolhidas para fundo musical cantado, claro representa a época que é passado o longa, mas achei não bem escolhidas. Mas a imersão escolhida caiu bem de sempre serem utilizadas com função dramática. A dupla tocando no circo fazendo o acompanhamento da trupe também muito bem usada.
Pra resumir, é um bom roteiro, bem dirigido e bem atuado, só fiquei ainda ressentido de não ter saído do muro e com isso eu nem ri exageradamente como alguns na sala que assisti, nem me emocionei tanto como diz no cartaz, mas nem por isso deixa de ser um bom longa e que Selton está rumando bem para o lado de direção e claro no cinema, o qual eu o prefiro mais do que na TV. Deve dar um bom público no circuito comercial, e principalmente na semana que vem nos Cinemark com o filme estando entre um dos que estarão sendo exibidos por R$2,00 no dia 07/11 no Projeta Brasil. Veremos as bilheterias ao final do período de exibição. Encerro hoje aqui, mas amanhã tem mais, abraços pessoal.
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A sinopse do longa nos apresenta Benjamim e Valdemar que formam a fabulosa dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Eles vivem pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança. Mas Benjamim acha que perdeu a graça e parte em uma aventura atrás de um sonho. Venha rir e se emocionar com este grande espetáculo.
Li em tantos lugares a palavra mambembe quando se referia ao filme que fiquei curioso para saber o significado, então vou postar aqui para todos verem e aqueles assim como eu que não conhecia a palavra, tenha uma boa idéia do motivo de usá-la para as denominações:
adj. De má qualidade; imprestável, ordinário. (Diz-se principalmente dos espetáculos ou grupos teatrais de baixa categoria: circo mambembe.)
S.m. Lugar afastado, sem recursos nem conforto, desagradável.
Grupo de atores ambulantes que dão espetáculos de baixa categoria.
Com isso em mente, fica mais fácil interpretar a ideologia usada para criar e dirigir que Selton Mello escolheu, pois o que é retratado no longa bem resumido de apenas 90 minutos, é exatamente isso. Sabe aqueles circos que você vê acampado em pequenas cidades, ou nas periferias das grandes, todo destruído com personagens simplórios onde todos fazem tudo (desde apresentar seu número, até controlar luzes e vender doces)? Essa é a visão retratada pelo diretor e de forma perfeita. A paranóia da crise de graça do personagem principal, também no caso o próprio diretor foi muito bem transmitida pelo ator. Porém o longa ficou no meio termo da risada e da emoção e apenas piadas contadas não fizeram esse Coelho ranzinza aqui jogar nem pra um lado nem para o outro.
Selton, que já era um grande ator do cinema, faz uma atuação primorosa e bem interpretada, e acompanhado de Paulo José fazem um bom espetáculo no picadeiro. Todos os atores estão bem dirigidos em cena e não vemos defasagens costumeiras dos filmes brasileiros, de atores perdidos em cena. E isso é um grande ponto positivo do longa. Só ficou devendo pra minha pessoa sair de cima do muro, ou fazer rir mais ou emocionar mais, pois o meio termo todos os atores fizeram.
Como já falei no início, na minha opinião, o melhor do longa é a fotografia de Adrian Teijido que com planos, as vezes bem abertos conseguem dar a dimensão dos lugares remotos que o circo se instala, e outras vezes com detalhes sutis nos personagens consegue nos demonstrar a emoção passada por cada personagem integrante da trupe. Aliado a uma direção de arte bem colocada com elementos cênicos, altamente estudados dos circos do mesmo estilo que estão espalhados por todo Brasil, temos o glamour aos inversos exposto na tela do cinema. Perfeito.
Da parte musical, achei bacana, mas com certeza mais as originais colocadas do que as escolhidas para fundo musical cantado, claro representa a época que é passado o longa, mas achei não bem escolhidas. Mas a imersão escolhida caiu bem de sempre serem utilizadas com função dramática. A dupla tocando no circo fazendo o acompanhamento da trupe também muito bem usada.
Pra resumir, é um bom roteiro, bem dirigido e bem atuado, só fiquei ainda ressentido de não ter saído do muro e com isso eu nem ri exageradamente como alguns na sala que assisti, nem me emocionei tanto como diz no cartaz, mas nem por isso deixa de ser um bom longa e que Selton está rumando bem para o lado de direção e claro no cinema, o qual eu o prefiro mais do que na TV. Deve dar um bom público no circuito comercial, e principalmente na semana que vem nos Cinemark com o filme estando entre um dos que estarão sendo exibidos por R$2,00 no dia 07/11 no Projeta Brasil. Veremos as bilheterias ao final do período de exibição. Encerro hoje aqui, mas amanhã tem mais, abraços pessoal.