Netflix - O Clube do Crime das Quintas-Feiras (The Thursday Murder Club)

8/31/2025 11:59:00 PM |

Alguns filmes da Netflix ficam meses aparecendo no em breve, porém outros surgem simplesmente do nada, de modo que certamente "O Clube do Crime das Quintas-Feiras" estaria na minha lista de desesperadamente serem conferidos, afinal com um elenco básico de lendas do cinema não teria a menor chance de dar errado na tela, e felizmente não deu, pois eles conseguiram mesmo trabalhando um estilo batido, aonde as nuances precisam encaixar muito bem para amarrar a história e o espectador, ousar em algo bem passatempo de domingo, mas também com nuances criminais e investigativas que tanto agrada o povo do streaming. Ou seja, é um filme que deu um jeito meio que safado de fechamento, mas que agrada dentro da dinâmica toda, e facilmente uma continuação chamaria o público para as telas novamente, afinal o elenco é bom, a ideia em si funciona para muitos casos, e sendo um livro que foi muito vendido, já tem sua leva de fãs, então veremos como a Netflix irá se posicionar, afinal estreou em primeiro lugar em muitos países e se manteve o final de semana inteiro na posição, algo que é raro na companhia ultimamente, tirando séries e coisas orientais.

No longa vemos que um grupo de amigos aposentados se reúnem toda quinta-feira para resolver casos de assassinatos arquivados por diversão. O que não esperavam era que o passatempo tomaria um rumo inesperado, envolvendo-os, agora, na investigação de um verdadeiro mistério. Uma morte acontece bem debaixo do nariz dos quatro amigos, transformando o que antes eram apenas casuais reuniões em uma jornada criminal emocionante e cheia de reviravoltas. Liderados pela ex-espiã Elizabeth, o ex-sindicalista Ron, o ex-psiquiatra Ibrahim e a ex-enfermeira Joyce confrontam as pistas e colocam suas expertises em jogo para encontrar o culpado pela morte do empreiteiro imobiliário da região.

O estilo do diretor Chris Columbus já é muito conhecido, pois esteve a frente de grandes produções nas telonas, e mesmo em tramas simples ele gosta de imprimir um ritmo mais acelerado quase no batimento de uma aventura, e isso é bem bacana, pois não deixa o espectador cansado e muito menos desinteressado no que vai estar sendo mostrado, porém em filmes de mistério com mortes e tudo mais, a entrega de pistas precisa ter um caimento mais pegado, dando espaços para os personagens se desenvolverem, pensarem e também o público criar suas ideias e caminhos, o que acabou não acontecendo aqui, principalmente por talvez ter a necessidade de mais do que um crime na trama, porém, ainda assim o resultado felizmente não desanda, mas dava para ser algo ainda mais chamativo e imponente, pois certamente os atores saberiam segurar a densidade, e o resultado impactaria muito mais. Ou seja, a história do livro de Richard Osman teve um bom exemplar desenvolvido na tela, ao ponto de nem ter a necessidade capitular, nem precisar ser uma trama cheia de amarrações confusas, aonde os personagens foram bem rapidamente colocados na tela, e o resultado final acontece fácil.

Quanto das atuações, chega até ser engraçado o momento em que Jonathan Pryce fala que Helen Mirren está parecendo a rainha Elizabeth, seu nome também no longa, pois a atriz já fez tantas rainhas na telona que está acostumada com esses floreios, e também já fez outras pegadas de agente, de senhorinha, e tudo mais, aliás nem sei o que ela ainda não fez na tela, e aqui sua protagonista tem boas dinâmicas e chama para si quase todos os atos que está presente, o que até pode ser um pouco exagerado, mas funciona bem, e assim acaba valendo a entrega. Estava com um pouco de receio da parceira cênica de Celia Imrie com sua Joyce para com a protagonista, pois ela sim tem o costume de fazer papeis mais fechadinhos, sem grandes explosões cênicas, mas a pegada escolhida para a personagem funcionou tão bem que até mesmo aonde ela precisou se jogar a frente de Mirren, ela fez bem, e isso acabou dando uma nuance diferente para o ambiente em si. Pierce Brosnan é sempre o mesmo em tudo o que faz, mas aqui com seu Ron ele foi ator demais no ato que o policial vai até o seu quarto e depois quando se veem na cena seguinte sem toda a maquiagem preparada para a cena, sendo cômico sem precisar forçar na maioria dos momentos e chamando a dinâmica com a cautela necessária para agradar. Confesso que gosto dos papeis mais ágeis de Ben Kingsley, mas seu Ibrahim tocará muito no coração dos psiquiatras de plantão que querem tudo acelerado, principalmente o modo de seu estudo do tempo, e o ator soube brincar com as facetas expressivas sem precisar sair do papel, o que é bacana de ver. Ainda tivemos bons atos com Naomie Ackie com sua Donna de Freitas como uma policial que cai nas graças do grupo e Daniel Mays que entrega um investigador mais bobão com seu Hudson, além de Tom Ellis fazendo um Jason com performance demais e Henry Lloyd-Hughes trabalhando seu Bogdan com trejeitos clássicos demais para um personagem "não-europeu", entre muitos outros que tiveram rápidas participações.

Visualmente vou dizer um negócio pra vocês, com um lar de idosos desse porte, eu desejaria ficar velhinho bem rápido, pois tem de tudo praticamente como uma grandiosa cidade, fora os quartos parecendo casas luxuosas do estilo que o idoso necessita, ou seja, a equipe de arte gastou bastante para representar tudo na tela, brincou com os momentos cênicos dos crimes, só faltou trabalhar um pouco mais com as pistas, pois faltou essa alegoria tão clássica em filmes de mistérios, deixando mais para as alegações verbais do que para as visuais. Ou seja, acabou toda a grana fazendo o lar dos idosos, e não sobrou nada para os crimes.

Enfim, é daqueles longas que você se afeiçoa tanto aos personagens, que sem precisar de longas apresentações ou dinâmicas tudo o que vê na tela acaba funcionando facilmente, que você não vai desejar que vire uma série ou franquia de milhares de capítulos, mas que ao menos uma continuação com um novo crime para eles desvendarem vai acabar torcendo. Ou seja, é um ótimo passatempo bem feito, que funciona e agrada na tela, que dava para ir mais longe com o que tinham em mãos, mas talvez não ficasse tão fácil, leve e gostoso de ver, que com certeza era a proposta do diretor, então vale a recomendação dessa forma. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Os Roses: Até Que a Morte os Separe (The Roses)

8/30/2025 01:35:00 AM |

Costumo comparar muitas vezes fazer um filme com cozinhar para outra pessoa, pois em ambos os casos o diretor ou o cozinheiro sabe o que quer entregar, tem as ferramentas e os produtos para isso, mas acabam desandando em algum fator que a pessoa que receberá o filme ou a comida acabará se perguntando o que é isso que estou experimentando. E é justamente essa a sensação que o longa "Os Roses - Até Que a Morte os Separe" me entregou, pois se era para ser cômico, rolou em duas ou três cenas, se era para ter uma crítica aos casamentos atuais que vão se desgastando facilmente com o passar dos anos, não ficou evidente, e se era para termos qualquer carisma com os protagonista (que sabemos que são bons atores!), isso não aconteceu em um só ato que fosse. Ou seja, não posso comparar em nada com o original de 1989, mesmo porque lembrava de nada dele, e acabei lembrando de uma ou duas cenas enquanto via essa nova versão, mas o que posso afirmar é que faltou o diretor colocar tempero e vida na sua trama para que o longa chamasse realmente atenção, pois ficou algo insosso e sem sabor algum na tela.

O longa acompanha a vida perfeita do casal Ivy e Theo. Tudo parece extraordinário: Ivy é uma bem-sucedida chef de cozinha com seu próprio restaurante, Theo é um arquiteto renomado; o casamento dos dois é repleto de amor e carinho e seus dois filhos são maravilhosos. Um contratempo, porém, acaba desembocando num conjunto de ressentimentos e competição que acaba com essa fachada de família de margarina e vida ideal. Enquanto a carreira de Ivy decola, a de Theo despenca quando ele perde o emprego. É assim que a tempestade perfeita se forma e uma bomba cheia de mágoas escondidas, implicâncias em público e disputas ferozes se prepara para explodir.

Diria que o diretor Jay Roach não estava nos seus melhores dias, pois seu estilo de filmagens é bem interessante e cheio de facetas, porém aqui ele fez uma trama bem automática com personagens fazendo o básico que sabem fazer, aonde a trama nem consegue fluir sozinha, e principalmente não faz o necessário para que o público de risadas na sala, parecendo que todos estavam vendo um programa de culinária na telona. Ou seja, faltou o diretor colocar personalidade para que a trama não ficasse mais do mesmo, e que os atores criassem uma química maior para que seus atos não ficassem esquecíveis.

Quanto das atuações, Olivia Colman é uma tremenda artista, e isso todos nós sabemos, porém aqui com sua Ivy não mostra empolgação nem nos atos que precisaria explodir, quanto menos nos atos que precisou dialogar com seu parceiro cênico, ou seja, fez algo tão automático que nem parecia ser a ganhadora de tantos prêmios que conhecemos. Benedict Cumberbatch trabalhou seu Theo de uma forma tão artificial que acaba não convencendo de sua entrega, parecendo estar ali sem vontade alguma, e isso soou tão estranho de ver, pois ele sabe segurar bem seus personagens, tem entonação chamativa, porém não se jogou na onda que tinha, sendo divertido ver apenas o meme viral que rolou. Agora sem dúvida esqueceram de avisar Kate McKinnon que sua Amy não estava numa esquete do Saturday Night Live imitando alguém, pois ficou parecendo isso na tela de tão incômoda foi sua entrega. Ainda tivemos as crianças se exercitando sem parar, mas não valendo destacar nada em nenhuma das idades, e por fim vale citar Andy Samberg com seu Barry despontando apenas na cena dos advogados, mas nada além.

Visualmente a trama teve locações interessantes, contando com vários restaurantes bem cheios de pratos requintados, também tivemos alguns pratos chamativos na casa dos protagonistas, e a segunda casa que foi construída num luxo sem igual, com muita tecnologia e também alguns elementos chamativos de destaque para realçar a proposta, tendo bons destaques nos atos que arremessam coisas uns nos outros, atiram e tudo mais no final, sendo uma boa sacada de fechamento, mas que valeria ter sido mais grandiosa. 

Enfim, vou tentar rever o original de 1989 que certamente era mais negócio, pois o resultado aqui ficou tão morno que nem vamos lembrar dessa refilmagem, o que é uma pena, pois volto a frisar que são dois ótimos atores e um diretor que sabe fazer um cinema bem feito, então acredito que se perderam em algo, ou então fizeram apenas por fazer, não sendo algo que valha a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Caçadores do Fim Do Mundo (Afterburn)

8/29/2025 08:18:00 PM |

Como muitos que me seguem sabem, eu tenho uma memória péssima, e por esse motivo que comecei o site, porém muitas vezes dentro de uma sessão tenho a sensação de já ter visto o longa que estou conferindo, e tenho de tomar muito cuidado agora que andam tendo relançamentos nos cinemas. Mas aqui não é um relançamento, e sim o uso exageradíssimo de coisas que já vimos em outros filmes, ou seja, "Caçadores do Fim do Mundo" é quase uma colcha de retalhos gigante, que para ajudar ainda foi mal costurada, resultando em algo simples, feio e jogado na tela, aonde nem os atores parecem acreditar no que estão fazendo na tela, e que só vale pelas muitas explosões, claro para quem gosta disso, ou do contrário é melhor nem arriscar a conferida.

O longa nos conta que dez anos se passaram desde que uma tempestade solar arrasou a Terra e o ex-soldado Jake busca seu sustento trabalhando como um caçador de valiosos objetos e relíquias do mundo pré-apocalíptico para poderosos clientes. Habilidoso e acostumado com a violência e a destruição, Jake se vê diante de um dos maiores desafios de sua trajetória. A pedido de August (Samuel L. Jackson), sua missão mais recente é recuperar uma das obras de arte mais icônicas do mundo: a Mona Lisa, de Leonardo DaVinci. Para isso, precisará se juntar com uma lutadora libertária para reaver a pintura antes que caia em mãos erradas.

Olhando a filmografia do diretor J.J.Perry vemos que ele é literalmente um recortados de filmes, pois seus outros dois longas também foram nessa pegada de juntar coisas que já vimos outras vezes, porém lá deram uma melhor conexão, mas aqui tudo soou artificial, desde o projeto de vida do protagonista até mesmo a liderança de um rei contra um militar tirano na busca por algo muito precioso que está escondido, e essa dinâmica só não fica pior pelo longa ser bem ágil, com uma caminhonete blindada (porém sem janelas!!!) que os soldados adversários falam até que é voadora, é assim o filme não fica tão ruim quanto poderia ficar, mostrando que ao menos o diretor tentou entreter o público que for esperando um "passatempo".

Quanto das atuações, Dave Batista entrega para seu Jake um Drax sem o carisma que tanto colocou ele em evidência, lutando na mão, atirando e nem tentando ao menos ter expressões para a devidos atos teve a capacidade, ou seja, estava ali apenas pelo cachê. Olga Kurilenko trabalhou sua Drea com até trejeitos cativantes de esperança demais para uma lutadora de frente de batalha, e ao menos puxou para si o carisma que seu parceiro deixou de lado. Samuel L. Jackson entregou para seu Rei August uma mistura de vários personagens que já fez na carreira, sendo canastrão do jeito que sabe nas poucas cenas que apareceu. E ainda vale citar o ator norueguês Kristofer Hivju que já fez grandes dramas, como um ditador militar que tem meia dúzia de diálogos imponentes e alguns tiros para tentar aparecer, mas não foi muito além.

Visualmente a trama até tentou mostrar um mundo apocalíptico pós explosões solares, mas ficou bem no básico com galpões, igrejas adaptadas, casebres é claro muitas armas, um avião todo baleado, e mesmo com muita escassez de recursos o protagonista com uma moto gigante bebendo combustível a rodo, ou seja, poderiam ter feito algo mais crível, e claro usado mais o galpão final. Ainda tivemos cenas em trens que tradicionalmente vai acontecer o que acontece em todos filmes de ação, e como já disse, a caminhonete turbinada que acelera e foge de tiros de tanques como se fosse uma pena.
 
Enfim, é daqueles filmes que certamente vou esquecer amanhã que já vi ele alguma vez, ou até algum outro diretor colocar tudo de novo igual esse fez, pois o pessoal insiste nesse estilo. Ou seja, não recomendo de forma alguma, nem mesmo como um passatempo razoável de curtir, e por isso vou encarar mais um longa hoje, mesmo com essa gripe chata que tá me seguindo. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas daqui a pouco volto com outro texto, então abraços e até logo mais.



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Ladrões (Caugth Stealing)

8/29/2025 12:43:00 AM |

Se existe um diretor que entrega sempre tramas polêmicas e complexas é Darren Aronofsky, de modo que muitos críticos amam ele, outros odeiam com fervor, mas que cada obra sua leva o público a experimentar muitas facetas, algumas mais fáceis, e outras tão complexas que se duvidar nem o diretor saberia explicar o que queria passar na tela, de modo que ao ver seu nome no longa dessa semana promocional dos cinemas acabei ficando com muito medo do que o "grande" público iria experimentar, afinal o trailer já não mostrava muita coisa, porém parecia ser bem mais "fácil" do que o normal. E com medo e um pouco de febre (já que uma gripe resolveu me atacar hoje) cá fui conferir o que "Ladrões" tinha para entregar além de um grandioso elenco com nomes da nova leva de ouro hollywoodiana, e meus amigos, o filme não é apenas fácil, como também é sua obra para o grande público em nível máximo, daqueles longas que você se diverte com os personagens, fica tenso com a história, se apega ao bichinho de estimação que tem muita participação na tela, cria algumas teorias (tenho certeza que a minha era a melhor de aonde estaria a chave, mas a mostrada também foi boa!), e ao final ainda temos toda uma conexão bem fechada, que ainda dá boas nuances, cenas no meio dos créditos, e os créditos mais malucos que você já viu na vida, numa bagunça bem maluca!

O longa nos conta que Hank Thompson era um fenômeno do beisebol no colégio, mas agora não pode mais jogar. Mesmo assim, o resto da sua vida vai bem. Ele tem uma namorada incrível (Zoë Kravitz), trabalha como barman em um bar em Nova York e seu time favorito está fazendo uma improvável corrida rumo ao título. Quando seu vizinho, Russ (Matt Smith), pede que ele cuide de seu gato por alguns dias, Hank de repente se vê no meio de uma turma nada convencional de gângsteres ameaçadores. Todos querem algo dele — o problema é que ele não faz ideia do quê. Enquanto tenta escapar do cerco que se fecha cada vez mais, Hank vai precisar usar toda a sua esperteza para sobreviver tempo suficiente e descobrir o motivo...

Como falei no começo me dá muito medo ir conferir os longas de Darren Aronofsky, pois ele tem alguns fãs de filmes para pseudo-intelectuais que amam suas obras, mas também tem alguns vértices complexos que brincam na tela e acabam ficando interessantes, como é o caso de "Mãe" e "Cisne Negro", entre muitos outros, e aqui ele não quis de forma alguma agradar esses fãs, pois como um amigo disse, os boletos sempre chegam, e o cinema comercial precisa lotar salas, e esse longa é o exemplo clássico disso, aonde o diretor pegou uma história original do roteirista e escritor Charlie Huston, e brincou com tudo o que o longa poderia entregar, numa confusão tamanha entre máfias e chefões do crime, usando a base para uma caçada atrás de um elemento. E isso é o mais básico em uma produção bem feita: o entreter do público, de modo que os 107 minutos passam voando e até ver as letrinhas dos créditos virou algo propício de entretenimento, ou seja, o diretor se jogou no básico, e não errou.

Quanto das atuações, antes de falar de qualquer ator humano, tenho de parabenizar o gatinho Tonic pela atuação digna de premiação, sendo daqueles que bateria fácil até alguns atores humanos de outros filmes. Uma coisa que precisam entender é que Austin Butler é um ator limitado, que nas mãos de bons diretores até entrega um pouco a mais como foi o caso aqui com seu Hank em algumas cenas, mas se deixam ele solto, sua expressividade é seca demais para criar dinâmicas, e aqui ele poderia ter ido muito mais além na tela, porém em atos que precisavam de traquejo e imponência, o diretor deixou ele a vontade, e com isso não foi tão além quanto poderia, não sendo ruim, mas dava para melhorar muito. Já Regina King fez exatamente o inverso com sua Detetive Roman, se jogando completamente em cena, fazendo traquejos duplos com o protagonista, e sabendo exatamente aonde deveria explodir na tela, agradando do começo ao fim, e mostrando ser a atriz que tantos amam. Ainda tivemos uma atuação incrível de Vincent D'Onofrio e Liev Schreiber como os irmãos judeus assassinos imponentes e impiedosos, Zoë Kravitz tentando ser uma namorada mais descolada, porém bem fechada como paramédica, também chamaram atenção os mafiosos vividos por Bad Bunny, Nikita Kukushkin e Yuri Kolokolnikov que foram bem surtados nas suas cenas, entre muitos outros bons atores que se jogaram na tela. 

Visualmente a trama foi bem chamativa, com muitos tiros, sangue e violência bem casada, bares de Nova York, mercados e tudo do mais fechado do lado periférico, aonde o glamour não atinge, tendo alguns carros mais antigos pelo longa não se passar nos anos atuais, telefones mais antigos também, tivemos um jantar tradicional judeu, entre muitas outras locações abertas, afinal o longa foi quase um road-movie pela cidade em busca de uma chave, e claro o local que ela abria, mostrando que a equipe de arte precisou trabalhar bastante para "enfeiar" alguns ambientes.

Enfim, quem for esperando ver uma trama diferenciada é capaz de não curtir o que o diretor entregou na tela, porém quem estiver disposto a curtir e se entreter com um cinema policial bem trabalhado e cheio de impacto, sairá da sessão bem feliz, e assim sendo recomendo ele com certeza para todos aproveitarem os cinemas à R$10,00 na promoção da Semana do Cinema em todas as redes. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, se claro melhorar dessa gripe chata, então abraços e até logo mais.

PS: Cogitei diminuir a nota enquanto escrevia o texto, mas gostei demais do que vi na tela, então vou manter a nota original que tinha pensado.

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Amores à Parte (Splitsville)

8/26/2025 01:45:00 AM |

Se tem algo que o cinema americano é muito ruim é o tal de dramas cômicos, ou dramédia como alguns gostam de chamar, que os europeus, mais particularmente os franceses, fazem com uma genialidade brilhante, nos EUA eles conseguem estragar em nível máximo, e se eu pegar quem fez esse pôster faço ele comer o topo dele aonde escreveu "O filme mais engraçado do ano", pois tirando algumas cenas exageradas do começo, definiria "Amores à Parte" como o longa mais bagunçado do ano, aonde a tentativa de brincar com relacionamentos abertos e conflitos de separações entrega algo que você fica pensando o que está fazendo ali, tanto que numa sala VIP mais cara, teve gente que foi embora na metade, ou seja, dá para imaginar o caos. Claro que não vou mentir que ri em alguns momentos espalhados, mas depois do ponto de virada, os personagens literalmente se perdem em cena, e nem mais mostrar as partes íntimas do protagonista serviu para qualquer comicidade. Ou seja, é daqueles filmes que mais faz você passar vergonha do que está vendo, do que alguma alegria para poder indicar, e sendo assim vou tentar esmiuçar algo nos parágrafos abaixo, pois confesso que será difícil!

O longa nos conta que Carey vê sua vida virar de cabeça para baixo após sua mulher lhe revelar que o traiu com outra pessoa e, logo em seguida, pedir o divórcio do casal. Carey sofre com as confissões inesperadas de sua esposa Ashley e vai atrás de seu casal de amigos Julie e Paul em busca de consolo e conselhos. Nada o esperava, porém, para mais uma novidade que o deixa surpreendido: o casamento aparentemente saudável da dupla é aberto. Segundo Julie e Paul, esse é o segredo para o seu relacionamento feliz. Desesperado para viver novas experiências e se livrar da tristeza do fim do seu casamento, Carey decide arriscar e tenta aplicar a ideia em sua relação com Ashley. Quando, porém, as coisas começam a sair do controle, ele acaba ultrapassando os limites e causa um verdadeiro caos entre todos.

Desconhecia o diretor e ator Michael Angelo Covino, aliás tenho um filme dele na minha lista da Netflix já faz um bom tempo e nunca pensei em dar play nele (agora então), mas o que posso dizer analisando a obra que me foi mostrada hoje é que seu estilo é totalmente para agradar amantes de festivais, sendo daqueles filmes que fazem os alguns "intelectuais" saírem gargalhando da sala por não terem entendido nada ou apenas por ter visto na telona um órgão sexual grande e a devida piada de ser um cavalo com isso, que claro foi colocada pelo outro roteirista da trama e também claro o ator que mostrou seu dote na tela, e assim sendo comercialmente alguns vão ver o filme sem entender bulhufas o que desejavam mostrar, que até pode ter alguma essência mais crítica em cima dos relacionamentos abertos, mas que não consegue fluir sem soar exagerado, e assim sendo até temos alguns momentos bem elaborados principalmente pelas falas do garotinho, mas os demais atores (no caso os roteiristas e diretor que também atuam) ficaram reféns do próprio texto e não foram além.

Já até falei um pouco das atuações, mas Kyle Marvin me lembrou um pouco aqueles atores de esquetes, que fazem a piada e ficam esperando a reação do público, querendo ouvir a risada para dar um seguimento, e que sem isso seu Carey fica tão incômodo em cena que só apelando para coisas absurdas para chamar atenção na tela, o que é uma pena. O diretor Michael Angelo Corvino fez seu Paul daqueles ricos insuportáveis que pra qualquer coisa tem um preço gigante, com alguns traquejos esnobes que logo após perder tudo vira alguém sem rumo na tela, e isso incomoda não pela crítica em si, mas pela entrega que parece ter sido perdida também. Dakota Johnson já mostrou que tem um estilo próprio apático que dificilmente será visto com um olhar mais chamativo, e isso é dela, de modo que sua Julie chega a cansar na forma de falar, sendo até sensual para quem gosta do estilo, mas dava para parecer mais empolgada em algumas dinâmicas. Adria Arjona já mostrou em outros filmes que possui uma dinâmica bem colocada e interessante, porém aqui sua Ashley foi meio que mal aproveitada expressivamente falando, não conseguindo se amarrar para chamar tudo para si, e isso pesa na hora de chamar o filme na tela.

Visualmente o longa teve locações interessantes, inicialmente uma viagem de carro com um acidente bem trabalhado, e na sequência uma cena bem besta, depois o protagonista resolve virar um maratonista passando por florestas, campos, rios, e tudo mais até chegar na casa dos amigos, em algo tão absurdo quanto sem noção, tivemos a mansão bem requintada deles e uma cena de quebradeira imensa, depois tivemos alguns atos em uma escola, e também na casa do protagonista que acaba virando praticamente um albergue de amantes, por fim uma outra casa e uma festa de aniversário aonde tudo se conflui para voltar para a mansão original. Ou seja, a equipe de arte precisou trabalhar bastante para decorar os ambientes, quebrar muitas coisas e ainda assim não representar muita coisa na tela.

Enfim, é daqueles filmes que amanhã não irei lembrar muito do que vi, pois leva nada a lugar algum, e nem como um bom passatempo posso recomendar, de modo que os 100 minutos são longuíssimos na tela, e nem consigo imaginar aonde poderiam melhorar para ficar mais "comercial", então fica a dica somente se você não ligar para o risco. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Bambi: Uma Aventura Na Floresta (Bambi, l'histoire d'une vie dans les bois) (Bambi: A Tale of Life in the Woods)

8/24/2025 09:24:00 PM |

Não costumo ver tantos documentários, mas sempre que alguma cabine interessante chega, é claro que damos o play para ver, e confesso que dessa vez até fui pego no susto com essa, pois sabia apenas que estavam fazendo uma produção de terror com o pequeno cervo que fez parte da nossa infância, e não um documentário de muitos anos de captação, e acabei sendo surpreendido com essa história bacana e bem bonita de imagens que estreia na próxima quinta (28/08) nos cinemas chamada: "Bambi: Uma Aventura Na Floresta", aonde a produção francesa buscou acompanhar a vida de um jovem cervo desde o seu nascimento, conhecendo outros animais, enfrentando a solidão em alguns atos, e claro conhecendo o mal do ser humano, e também as felicidades na floresta, sendo bonito de acompanhar, com uma narração até gostosa, porém um pouco infantil demais já que o público-alvo é o de crianças. Ou seja, é daqueles filmes que você se envolve com as situações, e que vê que a tradicional história da Disney não foi meros desenhos jogados na tela, mas sim algo que acontece na natureza e que se bem acompanhado é possível desenvolver um documentário sobre isso.

A história de Bambi é uma celebração da natureza e uma lição de resiliência. Desde seus primeiros passos, o jovem cervo se encanta com o mundo à sua volta, guiado pela ternura e sabedoria de sua mãe, que lhe ensina as lições essenciais para sobreviver na floresta. Bambi descobre a amizade com os outros animais e se apaixona por Faline. Mas sua vida muda drasticamente, com a chegada do outono, quando perde sua mãe, morta por caçadores. Em meio à dor, Bambi encontra apoio em seu pai, o Príncipe da Floresta, que o prepara para enfrentar os desafios e perigos que o aguardam. Sob a proteção paterna, Bambi cresce, se fortalece e compreende o valor da esperança, mostrando que mesmo em meio às adversidades, é possível amadurecer e viver em harmonia com a natureza.

O diretor Michel Fessler é daqueles que gostam de acompanhar uns bichinhos mais calmos, pois já fez isso de uma forma interessante com pinguins, e agora com cervos ele faz a mesma dinâmica praticamente, porém se lá ele precisou criar uma história nova da sua cabeça, aqui já tendo a trama da Disney, ele apenas fez as devidas adaptações e conseguiu criar o seu roteiro de filmagens para acompanhar bem o bichinho (só espero que ele não tenha colocado as armadilhas para conseguir imagens para a câmera!), de tal forma que o resultado completo até consegue agradar dentro de tudo, mostrando seu estilo. O longa francês só virá com cópias dubladas para o país, e dessa forma a narração conseguiu criar as dinâmicas emocionais bem no estilo de uma mãe contando a história do Bambi para suas crianças, e assim o resultado ficou simples e efetivo de se ver, não sendo tão impactante como poderia, mas sendo bonito de acompanhar o que o diretor transmitiu na tela.

Visualmente a trama arrumou ótimas locações para filmar os cervos durante aparentemente 4 anos (ou mais) com uma floresta densa, porém bem ampla para conseguir as devidas dinâmicas e cores, muitos animais para serem símbolos e também a proximidade com o ser humano para causar problemas durante as filmagens com caça, fogo e tudo mais, sendo tudo bem elaborado dentro do roteiro, e claro da essência da natureza em si.

Enfim, não dá para falar muito sobre documentários, afinal é algo que retrata a vida real e principalmente aqui já sabemos bem da história, mas ver algo que conhecíamos como desenho sendo tão bem colocado na vida real acabou sendo bem interessante de conferir e recomendar para levar a criançada no cinema à partir da próxima quinta. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da A2 Filmes pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Anônimo 2 (Nobody 2)

8/23/2025 03:27:00 AM |

Logo que acabou a pandemia veio a greve dos roteiristas, e mesmo sem ser um vidente, apenas alguém que trabalha com dados e já viveu muitos anos de cinema, cantei a bola que iríamos ter vários anos fracos de filmes, com roteiros bem medianos, refilmagens a mil e continuações desnecessárias, e sem dúvida alguma isso vem acontecendo, e acredito que ainda tenhamos pelo menos mais um ano assim, claro que existem exceções brilhantes que surgem com um lindo arco-íris em volta, mas em sua base os anos tem sido assim. E quem me conhece um pouco sabe que comecei o texto de "Anônimo 2" dessa forma por simplesmente ele não ser um arco-íris, mas sim uma continuação totalmente desnecessária de um filme que foi bacana pela essência visual explosiva, mas que tinha um roteiro bem básico, e aqui nem o bem básico foi entregue, ao ponto que ele se segura por quase mais de uma hora com algo tão sem empolgação, com apenas algumas brigas tão sem atitudes, que você pensa: "o que eu estou fazendo no cinema as dez da noite?", porém assim como o primeiro, o fechamento é bem empolgante e aí sim o longa liga na tomada e sai explodindo literalmente tudo, com cenas tradicionais de mil tiros dos bandidos mal atingem os mocinhos, mas um tiro correndo caindo estraçalha o bandido. Ou seja, não é um filme ruim para quem gosta do famoso "tiro, porrada e bomba", porém gastar uma Sharon Stone pra ficar fazendo dancinha na tela é abusar da minha boa vontade de socar alguém também.

O longa nos mostra que depois de retornar ao trabalho repleto de perigos, socos e pancadas que tinha abandonado para criar e cuidar de sua família, Hutch está cada vez mais distante de sua esposa Becca e dos filhos, sempre sobrecarregado com as novas missões. Para tentar se redimir, o homem decide levar todos numa viagem a um parque de diversões aquático que costumava passar as férias de verão na infância com seu irmão Harry. Então acompanhado de seu pai David, os cinco chegam na charmosa, pacata e turística cidade de Plummerville, prontos para curtir os dias em família sem distrações de trabalho. Esses planos, porém, saem do eixo quando uma briga inesperada e aparentemente trivial com alguns encrenqueiros locais desencadeia uma série de eventos perigosos.

Vamos considerar então que seja necessário fazer uma continuação, então meu caro amigo produtor, não troque a direção que deu certo no original e fez sucesso, pois se Ilya Naishuller tinha conseguido pegar o roteiro maluco, porém simples, de Derek Kolstad e entregou algo que empolgou muita gente, não posso dizer o mesmo de Timo Tjahjanto, que não é um mal diretor, mas seu estilo é mais voltado para o terror com pegadas de ação do que uma ação com pegada sangrenta, e isso pesou demais na tela, pois parece que nem estamos vendo o mesmo protagonista na tela, que continua imponente e cheio de facetas, mas sentimos evidentemente um deslocamento de personalidade e entrega na tela, e olha que eu sou uma pessoa que esquece demais das coisas, então faltou manter a nuance para que o filme ficasse mais ação e pancadaria, e menos pedaços de corpos voando pela tela. Veremos se irão fazer um 3, aí quem sabe arrumem tudo.

Quanto das atuações, o bacana de Bob Odenkirk é que seu Hutch não parece um brucutu que vai sair matando na porrada quem lhe enfrentar, parecendo literalmente um turista comum na cidade, e o ator tem uma expressão tão de bobão que o resultado se molda fácil para que ele brinque com essa faceta, fora que nas lutas encaixa muito bem e agrada com o que faz. Connie Nielsen trabalhou sua Becca inicialmente normal demais, para termos no final o entendimento que ela também já foi do crime, mas a atriz entregou pelo menos boas dinâmicas com o protagonista e foi sensível na medida certa. RZA acaba sendo um enfeite meio cênico que inventaram para a proposta de o protagonista ter um irmão, e mesmo sua luta com uma katana sendo bacana, não fez muito na tela. Christopher Lloyd está bem velho, mas ainda assim tem seu carisma bem colocado com seu David, e claro teve novamente a responsabilidade do fechamento em alta classe como no primeiro filme. Sharon Stone veio como uma vilã imponente e totalmente maluca com sua Lendina, mas merecia mais tempo de tela para desenvolver a personagem, o que foi uma pena ficar apenas para os atos estranhos que fez. Ainda tivemos John Ortiz tentando ser um dono da cidade meio durão, que muda completamente no segundo ato, um xerife bem bobo que Colin Hanks entrega, e as crianças que não chamaram atenção para nada, então não valem destaques.

Visualmente o longa como teve muitas lutas, usaram bastante sangue cenográfico e muitas próteses também, afinal aqui o diretor por ser do ramo de terror quis que tudo saísse voando na tela, e funcionou mesmo que de forma exagerada. Ainda tivemos um parque aquático das antigas, com tudo já deteriorado, mas pronto para ser usado na batalha final, e alguns quartos de hotel temático que nem chegaram a ser realmente usados. No começo tivemos o protagonista detonando tudo dentro de um outro hotel, mostrando seus serviços atuais após o primeiro filme, tendo de pagar o que botou fogo lá.

Enfim, é um filme divertido para quem curte o estilão, mas longe do primeiro que tinha uma pegada mais explosiva já logo no começo, esse ficou familiar demais, deixando tudo para a batalha final, que é fechada com chave de ouro com a canção de Celine Dion, "The Power of Love", que se no dublado viesse com a versão nacional ficaria também bem bacana. Então vá conferir sem ter qualquer expectativa que será um passatempo razoável, mas nada que valesse realmente a pena ter uma continuação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Uma Mulher Sem Filtro

8/22/2025 09:22:00 PM |

Costumo dizer que toda proposta tem seu valor, desde que seja filmada de acordo, e hoje em dia a pauta feminista tem dominado muitas produções por conseguir falar com o público bem formatado atual que segue o estilo, usa do sistema e também consome muito do que fala com ele, e no cinema não seria diferente, de modo que para acertar nesse estilo por vezes é necessário forçar a barra, é isso pode ou não funcionar bem para todos os públicos que forem conferir. E o motivo de começar o texto de "Uma Mulher Sem Filtro" dessa forma é bem simples, pois o longa funciona muito bem até o clímax dele, é um pouco bem no desenvolvimento de fechamento, mas optaram por uma essência final que raspa a trave de ficar incômoda ao exagerar na essência. Claro que isso é uma opinião masculina, ou seja, de alguém que não é o público-alvo da trama, mas tirando o fechamento forçado, diria que o longa conversa até com o público masculino, ou seja, por vezes segurar a ideologia vende mais, mas como o próprio filme diz, se você segurar muito explode, fica doente e tudo mais, então vida que segue.

A sinopse nos conta que cercada por um marido encostado, um enteado pedante, um chefe machista, uma amiga autocentrada e uma vizinha que usurpa suas noites de sono com festas frequentes, Bia precisa empenhar muita energia para manter o controle. Mas a chegada de uma jovem influencer que assume uma posição superior à sua na revista onde trabalha é a gota d'água. À beira de um colapso, Bia acaba sendo atendida por Deusa Xana em uma espécie de sessão esotérica. Como resultado, ela se libera de todos os filtros e passa a praticar tolerância zero para todos os absurdos que afetam o seu cotidiano.

Não cheguei assistir o longa argentino de 2018, aonde os roteiristas adaptaram para o cinema nacional, porém como o tema é universal, diria que o diretor Arthur Fontes soube brincar com todas as facetas que a trama pedia, e sem precisar florear ou inventar a roda, acabou colocando algo acertado de ver com as devidas simbologias do estilo. Ou seja, é o famoso filme que não sentimos em momentos algum a mão do diretor, aonde tudo se desenvolve bem e funciona, ou melhor falando, a trama honesta que qualquer um com uma câmera e o roteiro faria igual. 

Quanto das atuações, posso afirmar que a escolha de Fabiula Nascimento como protagonista foi acertadíssima, pois sua Bia entrega bem na tela em ambos momentos, trazendo um estilo fácil de se assimilar, e principalmente sabendo dosar as devidas dinâmicas, de forma que acabou trabalhando a personagem sem forçar a barra, e olha que dava para o personagem ser insuportável, mas a atriz trouxe a comicidade na medida para que ficasse boba, mas também sem ficar falsa, e como sempre digo, isso é atuar. O mais bacana de tudo é que o longa é da atriz principal, pois todos os demais são apenas encaixes e estouros para o desenvolvimento dela, de forma que cada um a incomodou de uma maneira, valendo os destaques para Emilio Dantas com seu Antônio, Samuel de Assis com seu Gabriel, Caito Mainier com seu Pedro Paulo, Camila Queiroz com sua Paloma e Júlia Rabello com sua Barbara, não tendo grandes chamarizes, mas também não ficando apagados, e até mesmo o personagem mais estranho de Polly Marinho com sua Deusa Xana funcionou para que a essência diferente da trama agradasse sem forçar.

Visualmente a trama foi simples, porém bem elaborada para mostrar os vários perrengues que a protagonista irá passar desde o simples latido assustando na rua, passando pelo escritório da revista que trabalha sendo colocada uma supervisora que eu nunca teve, é claro um apartamento bagunçado pelos seus marido e enteado acessórios, entre outros momentos na rua, em parques ou até mesmo no apartamento da irmã com seu gato filho, ou então no consultório todo ornamentado da Deusa. Ou seja, o básico bem feito.

Um ponto que achei bem interessante foi o grande número de canções atuais bem colocadas, afinal sabemos a trabalheira que é conseguir direitos musicais para um filme, e contando baixo o longa tem umas 15 músicas diferentes, mas que deram bom tom para a trama.

Enfim, não é nenhum filme que vamos sair falando aos quatro cantos para conferirem, mas que quem curtir a ideologia conseguirá curtir bem toda a entrega, e talvez até se enxergar na protagonista. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou aproveitar que já estou no shopping e vou conferir mais um longa hoje, então abraços e até daqui a pouco.




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Luiz Gonzaga - Légua Tirana

8/22/2025 01:35:00 AM |

Costumo dizer que gosto bastante de biografias para entender um pouco as pessoas que conhecemos apenas o básico, e muitas vezes vou para o cinema esperando ver ao menos esse pouco acontecer para falar, essa parte eu sabia, e hoje fui preparado para ver a consagração de Luiz Gonzaga como Rei do Baião, ouvir suas músicas mais aclamadas e me envolver durante quase duas horas com um bom forró e baião na sala do cinema, porém "Luiz Gonzaga - Légua Tirana" foca bem mais na infância e juventude do personagem popular, mostrando como um jovem bem pobre conseguiu com seu carisma conhecer o mundo longe de onde nasceu. Claro que fiquei um pouco triste de não ver o que desejava, mas o estilo da trama com uma pegada quase que versada, usando bem o traquejo do sertão nordestino, os personagens curiosos e tudo sendo formatado com um bom desenvolvimento acabou agradando bastante, porém dava para cortar fácil algumas dinâmicas para que o longa fluísse mais rapidamente.

A trama mergulha nas raízes do icônico Luiz Gonzaga do Nascimento, explorando a identidade do compositor e a sua história como retirante do Sertão nordestino. Aonde passeia pela infância e adolescência do artista, mostrando as referências culturais e religiosas que o levaram a escrever canções simbólicas e marcantes. Um retrato não só de um marco da cultura brasileira, mas das tradições sertanejas de um nordeste rico e complexo que o formaram como artista.

É engraçado no final do longa passam vários desenhos que acredito serem provenientes dos storyboards ou de cenas do longa, e aparecem várias escritas cena não utilizada no final, e por serem diretores e roteiristas estreantes em longas, Diogo Fontes e Marcos Carvalho acabaram cortando demais no resultado final, de modo que seu longa tem uma pegada emotiva, mas falta aquele conteúdo intenso que poderia funcionar melhor, ou seja, faltou a experiência de uma condução maior para que o protagonista se destacasse ainda mais, sem precisar deixar os secundários quase que apagados. Não digo que o mesmo filme nas mãos de algum grandioso diretor traria vértices diferentes, afinal a história escolhida por não mostrar o sucesso grandioso de Gonzaga foi uma opção, mas com poucos ajustes e menos cortes, o resultado poderia ser melhor pautado na tela.

Quanto das atuações, sem dúvida alguma o destaque ficou para Kayro Oliveira que entrega o Luiz Gonzaga na infância, com sua mãe segurando ele ao máximo ao seu redor para não sofrer com o preconceito das crianças mais ricas do patrão da fazenda, e o jovem mostrou ritmo tanto com a sanfona em mãos, quanto sem ela com movimentos e um carisma incrível na entrega, ou seja, se jogou no personagem e foi muito bem no que fez. A juventude do rapaz ficou a cargo de Wellington Lugo que diria que ficou meio que fechado demais nos trejeitos, praticamente o inverso do garotinho, mas teve dinâmicas intensas e chamou bem para si nos atos mais complexos. Já Chambinho do Acordeon acredito que cortaram demais suas cenas, pois praticamente aparece em cena mesmo como o protagonista já adulto em dois ou três atos, e isso acabou ficando falho. Ainda vale destacar as participações de Tonico Pereira como um padre, Luiz Carlos Vasconcelos como um cangaceiro e o humorista Batoré fazendo um líder de tropa de viajantes que humilha o jovem personagem, e muitos outros bons atores locais que participaram da produção.

Visualmente o longa foi bem profundo e marcante no interior do interior do sertão, mostrando a vida difícil em uma casinha isolada, os momentos na casa grande do padrinho e patrão dos pais, uma vila simples com sua feirinha tradicional, e muitas cenas pelos morros e caminhos por onde o jovem passou, sendo algo bem detalhado de elementos sutis para mostrar bem a pobreza da família, e todo o vértice da juventude e tudo mais.

Enfim, é um filme que tem suas sutilezas e consegue chamar atenção com o que entrega, mas que dava para ir muito além para realmente mostrar a densidade de Luiz Gonzaga, e principalmente como virou o ícone do estilo, usando claro o personagem adulto. E é isso meus amigos, indico ele com algumas ressalvas, sendo um bom filme, e fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas.


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Faça Ela Voltar (Bring Her Back)

8/21/2025 01:29:00 AM |

Confesso que fui conferir com muita sede ao pote o longa "Faça Ela Voltar", primeiramente por gostar bastante de longas de terror/suspense, segundo pois só se fala nisso há meses, colocando ele como "o melhor" terror do ano, "o mais diferente", "o mais ousado", e vários outros adjetivos qualitativos, e o que acontece quando se vai conferir algo com muita expectativa? Acaba achando simples demais! Claro que o filme tem uma boa pegada, tem algumas cenas tensas bem fortes (a do garotinho comendo coisas aleatórias me deu um certo desespero!), tem boas atuações e um roteiro interessante de conferir, mas acredito que dava para o diretor ser mais forte nas cenas do miolo e claro do final, pois fica faltando aquela imponência para explodir a cabeça do espectador, de fazer ele sair pensando em mil situações, e tudo mais, de modo que o filme é bom, mas bem longe de ser qualquer "mais" que lhe colocaram, e assim sendo não acredito que muitos vão se impactar com ele após conferir, gostando sim, mas talvez desapontados com tudo.

O longa acompanha a vida de dois meio-irmãos que, após encontrarem seu pai morto no banheiro, são alocados para um lar adotivo. Andy e Piper acabam na casa de Laura, sua nova guardiã, que é afastada da cidade grande. Uma descoberta aterrorizante é capaz de destruir para sempre a relação dos dois, e até mesmo transformá-la em uma dor profunda.

Se a estreia dos irmãos Danny e Michael Philippou com "Fale Comigo" foi tão sensacional, certamente muitos já ficaram esperando o que eles iriam entregar no seu próximo trabalho, e aqui não decepcionaram na entrega, sendo mais uma trama bem forte em diversos atos, porém sem aquele arrepio que o primeiro trabalho deles conseguiu fazer, ao ponto que a entrega que acontece aqui tem uma pegada levemente misteriosa, mas você acaba indo conferir já sabendo bem todas as intenções da trama, e a direção peca justamente nesse sentido de não criar o inesperado. Claro que o roteiro ficou bem trabalhado, as dinâmicas são intensas e toda a síntese da trama causa um certo temor, mas faltou para eles colocar o espectador também "em risco", pois os arrepios não acontecem com frequência, deixando para o público apenas a sensação bem colocada entre luto e seita, e isso é algo que precisa trabalhar sempre muito bem para não soar artificial.

Quanto das atuações, Sally Hawkins não erra jamais, e sua Laura aqui é daquelas que você até sente uma leve pena dela, afinal sabemos que o luto é uma dor estranha que dificilmente se cura, e o jeito que ela escolheu para tentar reviver a filha é "honroso", mas a atriz apimentou tudo com trejeitos fortes e dinâmicas que até podem parecer loucura, e isso ela soube fazer com uma precisão que chega a assustar. Um ponto bacana da produção foi ter colocado uma garota que realmente enxerga parcialmente para o papel de Piper, de modo que Sora Wong estreou bem com bons traquejos expressivos, e passou confiança em muitos atos, dando dinâmica e sinceridade para o papel, tirando a cena final, que cheguei a duvidar que era cega realmente, mas não tenho como descrever sem lotar de spoilers. O jovem Billy Barratt já vem impressionando com bons papeis no cinema, e aqui seu Andy tem uma entrega mista de situações bem colocadas e imponentes, com outras parecendo um leve desânimo cênico, que é quando o personagem parece não querer fluir, mas ainda assim segurou bem suas cenas e agradou com o que podia fazer. Agora Jonah Wren Phillips entregou um Oliver imponente e cheio de facetas expressivas, de modo que suas cenas impactam com ele falando pouco ou quase nada, mas com intensidade nos olhares e nas dinâmicas conseguiu ir bem além na tela.

Visualmente o longa como todo bom filme de terror tem muito sangue, cenas nojentas e uma casa bem estranha, com ambientes que só mesmo sendo cego para ficar ali, apesar que como são adotados, não tem muito como fugir, e assim sendo a entrega chama atenção com muitos atos no claro, sem precisar ficar apelando para sustos gratuitos, e como já disse no começo, a cena que o garoto sai comendo tudo o que vê pela frente é fortíssima e cheia de elementos cênicos que a equipe de arte gastou maquiagem para colocar cenários "comíveis". 

Enfim, é um filme que funciona bem dentro do que se propõe que é um terror de baixo orçamento e impactos pela intensidade das dinâmicas, mas volto a frisar que quem for conferir assista sem expectativa alguma, pois do contrário acabará se decepcionando com o resultado final, o que acabou fazendo com que minha nota baixasse bem para ele, mas ainda assim valendo a indicação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - A Noite Sempre Chega (Night Always Comes)

8/19/2025 01:14:00 AM |

Ultimamente o pessoal anda reclamando que tenho dado poucas dicas de filmes da Netflix, que é algo que praticamente todo mundo possui, mas se repararem bem, a cada dia que passa a plataforma tem investido quase que somente em séries (que já afirmei milhões de vezes que não vou entrar nesse mundo, tendo outros ótimos críticos que fazem esse trabalho), andam comprando uma tonelada de filme que já rodou todas as demais plataformas, ou então quando lançam algum filme colocam um tremendo figurão para algo tão morno de entrega, que não atinge ápice quase que nenhum! Claro que andam fazendo isso nesse período "entre safras" ou melhor "entre premiações", deixando tudo para explodir no final do ano quando podem ser selecionados para algumas premiações evidentes, e até lá, ficamos pagando para algo que não tem valido a pena. E claro que comecei o texto do longa "A Noite Sempre Chega" dessa forma pelo único motivo que exemplifica tudo, pois é uma trama que tem a pegada para mostrar o mundo conflitivo de hoje, aonde alguns preferem comprar um tremendo carrão do que pagar suas dívidas, que precisa se matar para conseguir viver com juros e aluguéis cada vez mais altos, ganhando cada vez menos, que poderia usar da crítica social e do envolvimento da protagonista que é gigante, além de outros bons atores no elenco, mas não, apenas faz o básico, entrega meia dúzia de diálogos e de ações, e finaliza com um "valeu, fica na paz!". Ou seja, é um filme que talvez alguém enxergue algo a mais, mas eu só não dormi por hoje ainda ser segunda e não estar exausto, mas te garanto que numa sexta-feira seria um ótimo sonífero.

O longa nos mostra que Lynette, que acorda todas as manhãs antes do nascer do sol para conciliar vários empregos – nem todos decentes – enquanto cuida da mãe, Doreen, e do irmão mais velho, Kenny. Lynette foi endurecida por sua vida precária; seu quarto abriga a lavadora e secadora, um aquecedor a óleo e uma pia de serviço. Há pouco ou nenhum dinheiro para roupas novas ou para guloseimas. Lynette passou necessidade para economizar dinheiro e comprar a casa em ruínas que sua família alugou por décadas, em uma área onde a palavra com "G" – gentrificação – deixou um gosto amargo; as classes trabalhadoras estão sendo expulsas da cidade. Havia um plano para obter uma hipoteca sobre a propriedade, mas quando isso descarrila, ela é forçada a empreender uma odisseia desesperada em uma cidade gananciosa. Lynette precisa confrontar pessoas perigosas que lhe devem dinheiro.

Sinceramente pensei que hoje ao pesquisar o nome do diretor Benjamin Caron veria que esse foi seu longa de estreia, pois são bem nítidas as falhas de estreante na trama, mas não, ele tem um currículo invejável de grandes produções bem elaboradas na TV e no cinema, ou seja, aqui ele praticamente pegou um roteiro mal dimensionado e entregou algo simples e sem inversões demais, que acaba sendo desanimador para falar a verdade, mas que tinha tanto potencial, que nunca saberemos o real motivo dele não ter transformado seu longa em algo político e cheio de dinâmicas. Claro que isso é algo subjetivo, pois a trama pode ter um significado emocional para algumas pessoas, e até mesmo para o diretor, mas dava para criar muito mais, ser um longa até mais aberto no miolo, porém ao escolher desenvolver, era necessário explodir mais o fechamento, pois ficou literalmente algo falho.

Quanto das atuações, sabemos o potencial de Vanessa Kirby, e acredito que a atriz tenha sido uma escolha errada para o papel, pois a trama pedia uma mulher mais jovem, mas ainda assim ela conseguiu fazer com que sua Lynette tivesse intensidade, e principalmente não demonstrasse medo das suas atitudes mais fortes, ao ponto que soube segurar o longa, mas ator algum consegue salvar um fechamento ruim de roteiro! O jovem Zack Gottsagen também trabalhou bem os poucos momentos expressivos de seu Kenny, tendo uma conexão até que bem gostosa com a protagonista, e usando claro o carisma do rapaz. Agora outro péssimo aproveitamento de potencial foi jogar Jennifer Jason Leigh como a mãe da garota, sendo usada apenas para três cenas, que claro foram imponentes, mas uma atriz do gabarito dela jamais serviria apenas para isso. Stephan James até teve alguns momentos marcantes junto da protagonista, mas podemos dizer que foi algo meio que preconceituoso da parte dela, e do roteiro para com seu Cody, mas sabemos que é assim mesmo que as coisas ocorrem. Ainda tivemos alguns outros atos para tentar dar nuances com Michael Kelly com seu Tommy dando as nuances do passado da jovem, Eli Roth com um Blake mais ainda chamando para o terror do passado dela, e Sean Martini como um arrombador de cofres meio estranho, mas nenhum conseguiu chamar o filme para si, e assim foram apenas bem secundários mesmo.

Visualmente o longa mostra bem a gentrificação, e até usa o termo em um momento no elevador de um prédio chique, tivemos a casa da protagonista caindo aos pedaços, mas sendo o que ela ama, cheia de detalhes simples, mas tudo bem utilizado, tivemos o escritório aonde ela ia fazer o empréstimo (aliás o longa começa mostrando muito desse mundo de dívidas de aluguéis e hipotecas americanas, falando a todo tempo no rádio sobre isso também), e falando em rádio tivemos a protagonista em um carro simples e depois em uma tremenda máquina do seu cliente, tivemos o apartamento do amante da amiga político com seu cofre escondendo alguns segredos, e claro os bairros periféricos com seus crimes na rua e nas casas, ou seja, uma trama bem completa de ambientes da cidade.

Enfim, é um filme que tinha muitas nuances para ir além e acabou ficando no básico sem empolgar, e assim sendo não vale a recomendação, mesmo estando no topo dos mais vistos da plataforma, então se quiser arriscar é por sua conta, mas não vai valer o tempo perdido de tela nem como um passatempo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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VOD - A Última Showgirl (The Last Showgirl)

8/17/2025 10:47:00 PM |

Alguns filmes tão falados acabam caindo para locação digital por aqui, e até esquecemos da existência deles, parecendo que nem foram lançados, e após ter conferido o novo "Corra Que a Polícia Vem Aí!", lembrei que Pamela Anderson raspou a trave de levar o prêmio de Melhor Atriz em diversas premiações com o longa "A Última Showgirl", então resolvi dar uma caça e vi que tinha sido lançado em Março diretamente para locação, ou seja, as distribuidoras praticamente deixaram de lado uma trama com uma atuação digna de prêmios, e realmente a atriz se entregou ao máximo, sabendo se impor em diversas cenas, e mostrando uma personalidade forte e densa para um papel que certamente já viu muitas vezes, de mulheres que acabam deixando de lado a família para viver seus sonhos, e acabam apenas fazendo isso o resto de sua vida sem procurar outra oportunidade de acertar, e claro sem pensar no futuro. Ou seja, é um filme bem reflexivo, cheio de nuances expressivas por parte da protagonista, porém extremamente depressivo, aonde a densidade dramática acaba sendo até um pouco exagerada, mas que para a proposta da trama, funciona, e principalmente mostrou uma atriz que voltou com tudo para papeis que tem sua cara e estilo, então confiram!

No longa acompanhamos a trama de uma experiente dançarina que, aos seus 50 anos, está prestes a encerrar sua carreira de forma abrupta e embarcar para uma nova jornada em seu futuro após 30 anos de exibição nos palcos. Como tendo crescido sabendo apenas fazer o que faz de melhor, que é a dança, ela luta constantemente para decidir qual será o próximo passo a ser tomado. Como mãe, ela se esforça ao máximo para consertar um relacionamento tenso com a sua filha, essa que muitas vezes ficava em segundo plano dentro de sua vida, com a mãe preferindo e dando mais atenção a sua família de dançarinas.

A neta de Francis-Ford Coppola, Gia Coppola tem dado passos bem largos no mundo da direção mostrando segurança de estilo em temas complexos, o que mostra uma desenvoltura própria e sábia, pois facilmente poderia ser comparada com o avô caso focasse demais em tramas com pegadas policiais e suspenses, e aqui ela soube segurar o brilho da protagonista com tudo o que vinha acontecendo, com as nuances simples porém bem sacadas do grupo de mulheres, e sem precisar forçar para o estilo sensual das garotas, ela deixou a trama certeira na dinâmica contada, ousando e usando bem os artifícios do estilo para algo mais melodramático, sem também precisar recair a choros ou musiquinhas emotivas. Ou seja, é uma diretora que tem segurança no seu estilo, e que mesmo bem nova já sabe os rumos que deseja tomar, e que principalmente deu voz e enquadramento para que a protagonista brilhasse na tela e levasse seu filme a um outro patamar.

E já que comecei a falar da protagonista, Pamela Anderson fez aqui o papel tão primoroso, tão sutil e forte ao mesmo tempo, que sua Shelly chega a brilhar sozinha na tela, de modo que a câmera quase não consegue tirar o foco dela em momento algum, mesmo que seja preciso, e isso acontece muito quando a dramaticidade se permite abrir vértices para grandes diálogos, o que não é o caso aqui, mas sim pelas nuances emocionais que a personagem acaba sendo construída, ou seja, deu realmente um show no que fez, e mereceu cada indicação que conseguiu, e as reclamações nas que foi esquecida, e como no outro filme que vi ontem ela dando boas entregas, acredito que vai ainda chamar muita atenção nas telas com outros bons papeis. Outra que se jogou demais em cena foi Jamie Lee Curtis com uma Annette tão desconstruída, porém tão vivida que chega a impactar com sua entrega na tela, tendo claro os melhores diálogos e dinâmicas, chamando tudo para si, claro sem roubar o protagonismo da Pamela. Já vi Dave Bautista atuando em muitos estilos diferentes de filmes, mas aqui seu Eddie permitiu ao brutamontes uma personalidade mais fechada e emotiva, criando dinâmicas tão bem encontradas com todas as personagens femininas, não sendo aquele homem que quebra a dinâmica em um filme com propostas femininas, mas sim o que incrementa, e assim sendo ele foi muito melhor do que o esperado. Ainda tivemos outros bons momentos com Kiernan Shipka com sua Jodie e Brenda Song com sua Mary-Anne, mas os atos mais pontuais e chamativos junto da protagonista ocorreram com Billie Lourd com sua Hannah, e assim sendo foi a secundária que mais conseguiu chamar atenção, mesmo com trejeitos bem fechados.

Visualmente a trama teve atos bem fechados em um clube de dança de Vegas, mostrando mais os camarins aonde as mulheres colocavam suas roupas correndo pelas escadas para as transições do show, um foco na casa simples da protagonista tanto dentro quanto no quintal sem nenhum luxo, com tudo do mais básico para sobreviver, algumas andadas pela cidade, e algumas audições para outro show, além de um cassino aonde Annette trabalha. Ou seja, é o famoso filme local, sem precisar criações gigantescas da equipe de arte, aonde o simples segura bem com todas as devidas nuances sem enfeites e tudo mais.

Enfim, é um longa interessante de proposta, com uma direção segura e uma atuação esplêndida, aonde talvez ele ative alguns gatilhos nas pessoas que também vivem nesse estilo de trabalho único, aonde mudanças mais assustam do que agradam, e assim sendo vale também como uma reflexão. Então fica a dica para a locação, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, deixo vocês com meus abraços e até breve.




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Corra Que a Polícia Vem Aí! (The Naked Gun)

8/17/2025 03:21:00 AM |

Quem fuçar um pouco nos meus textos verá que tem poucos textos de filmes de comédia, afinal já disse algumas vezes que o gênero é o mais difícil de ser escrito e dirigido, já que a meta é fazer o público final rir, e na maioria das vezes cada um ri de algo diferente, sendo bem raro existir um consenso sobre algo ser engraçado. E algo que sempre digo é que a trama deve fazer rir sem forçar, tirando apenas um caso: o besteirol, que deve ser assumido como tal para isso, e o clássico master do besteirol é "Corra Que a Polícia Vem Aí!", claro que na sua versão original lá de 1988 quando era apenas uma criança que não entendia nada dos atos subliminares que via na TV, e quando vieram com a notícia que estavam refazendo o clássico já bateu aquele medo imenso de estragarem algo que nunca deveria ser mexido, ainda mais após a morte do mestre do humor Leslie Nielsen, e para assustar ainda mais quem foi anunciado como protagonista? Liam Neeson, o rei da pancadaria em filmes policiais, que de engraçado não tem nada, ou seja, a chance de dar muito errado era evidente. Porém, felizmente não deu, pois o longa de cara se assume como besteirol na primeira cena, em seguida já é feita a devida reverência ao mestre, e por incrível que pareça o estilo durão do protagonista acabou ficando bobo dentro da personalidade do papel, ou seja, fez rir com o mais bizarro de tudo que se possa imaginar, ficando algo charmoso de ver, que remete ao que víamos no passado, e principalmente faz rir aos montes a plateia, aonde alguns até chegam a engasgar com o que é mostrado, e assim posso assinar como uma comédia divertidíssima para quem gosta de rir sem pensar absolutamente em nada, principalmente na história absurda contada.

O longa acompanha o herdeiro do cômico e lendário Tenente Frank Drebin. Seguindo os mesmos passos de seu falecido pai, Frank Drebin Jr. entra para a corporação e, com seu jeito também bastante peculiar, tem a missão de comandar a divisão de elite da polícia de Los Angeles. Ao lado de seu parceiro Capitão Ed Hocken Jr., Debrin Jr.é sugado por uma trama de conspiração sem sentido envolvendo um assalto a banco comandado pelo criminoso Sig Gustafson, um cadáver de um aparente suicídio e um bilionário sinistro dono de uma empresa de carros elétricos. No meio da investigação, Debrin Jr. acaba mergulhando num complô que parece ameaçar toda a cidade com bombas. Preparado para causar mais problemas e destruição do que o próprio plano maléfico dos bandidos, o desajeitado policial não medirá esforços para provar seu valor e tentar salvar o dia. Afinal, apenas Frank Debrin Jr. tem as habilidades necessárias para lidar o Esquema de Polícia.

Já tinha falado sobre o currículo do diretor e roteirista Akiva Schaffer lá em "Tico e Teco: Defensores da Lei", que a maior parte de sua vida dedicou para o programa Saturday Night Live, e só isso já lhe qualificaria ao máximo para trabalhar com um besteirol do nível desse que estamos falando, afinal as esquetes soltas no programa são sempre bem engraçadas e dinâmicas, e aqui ele usou essa experiência para que seu filme tivesse o lado de homenagens e referências ao original, mas que principalmente ficasse com a sua identidade, e isso ele conseguiu meio que sacaneando também os filmes mais "sérios" que o protagonista já desenvolveu, juntando com o escracho em cima de tecnologia, carros elétricos e claro o que importa dentro da lei, se ela funciona ou não. E assim sendo o diretor pode brincar demais em cena, ao ponto de não imaginarmos o quão divertido deve ter sido para o protagonista encarar cada momento mais bizarro que o outro, sendo sério na medida, mas pastelão total para que a trama funcionasse, e o resultado fluiu fácil na tela, e quem não der pelo menos uma risada com toda certeza já morreu, mas com toda certeza irá gargalhar fácil com muitos atos, e isso é lindo de ver acontecer.

Quanto das atuações, já falei algumas vezes o quão difícil é achar falhas nas atuações de Liam Neeson, pois o ator literalmente se joga em seus personagens e brinca com as facetas dos roteiros, de modo que já estava até ficando chato que todo filme que entrava era a mesma coisa sempre, e isso ele mesmo já havia falado que o incomodava já que só lhe chamavam para filmes desse estilo e papel, e aqui com seu Frank Drebin Jr. ele voltou a ser o ator cheio de dinâmicas e entregas que conhecemos, literalmente se divertindo de forma séria e bem centrada, o que acaba sendo muito gostoso de ver, e claro de sentir sua alegria em cena. É interessante observar que Pamela Anderson voltou a atuar mesmo agora depois de muitos anos, e tem se saído muito bem, tanto que vem sendo indicada a vários prêmios (já botei na minha lista seu último filme que acabei pulando!), e aqui a atriz entrou na onda e fez boas dinâmicas junto do protagonista, foi sensual e trabalhou bem para que sua Beth Davenport tivesse imponência, fosse ingênua nas brincadeiras, mas não ficasse jogada, e acabou dando bem certo. Um ator que tem um tremendo talento, mas anda pegando papeis tão secundários que acaba não sendo desenvolvido é Paul Walter Hauser, que aqui com seu Ed Hocken Jr. ficou apenas como um parceiro acessório do protagonista, fazendo alguns atos bobos, mas sem ir adiante, e isso é uma pena, pois ele tem bons traquejos e dava para ter brincado mais com ele. O vilão que Danny Huston faz é daqueles que você fica com mais dó das suas ideias mirabolantes do que incomodado, e o ator trabalhou seu Richard Cane com trejeitos tão simples que dava para irritar mais em algumas dinâmicas, mas até não errou pelo menos. Ainda tivemos CCH Pounder fazendo uma Chefe Davis meio que escandalosa demais e Kevin Durand trabalhando um criminoso com estilo meio russo, mas sem tanta imponência na tela, de modo que fizeram o que podia para chamar atenção na tela.

Visualmente o longa é completamente cheio de facetas divertidas, com muitos copos de café de todos os tamanhos possíveis, sendo entregues até mesmo com carros em movimento, e falando em carros, o filme passa muitos atos dentro de carros, normais ou elétricos, passando por cima do que estiver na sua frente, tivemos o apartamento do protagonista gerando uma cena clássica do original aqui muito bem trabalhada também com o óculos de visão térmica do vilão, ainda tivemos um bar clube de jazz bem arrumado com câmeras cheias de informações, e até uma sala de homens "malvados" aonde o vilão mostra seu plano maligno, além de um estádio lotado acompanhando um evento de lutas, tudo cheio de muitos detalhes e dinâmicas para divertir com o que tivesse ao alcance dos personagens. Detalhe para a cena logo no começo aonde vão pegar o carro que capotou com um guindaste, que quem visita lojas de máquinas de bichinhos de pelúcia irá rolar de tanto rir.

Enfim, como disse era um longa que estava com muito medo do que encontraria, mas que fui conferir com uma expectativa até alta de também ser surpreendido, e felizmente ri até ficar com dor de cabeça, ou seja, funcionou demais dentro do estilo cômico que gosto, e mesmo sendo um besteirol forçado não tentou ser sério em momento algum, o que deu um tom ainda mais vibrante para tudo. Recomendo ele com toda certeza para todos que gostem do estilo, sendo fã ou não do original, e não saiam da sala até o final, pois tem cenas entre os créditos, facetas escritas nos créditos brincando com tudo, e até uma cena bem divertida no final de tudo, então só vá e se divirta, pois vale a pena e é curtinho (85 minutos). E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Até pensei em dar uma nota máxima pelo nível cômico, mas seria exagerado demais, e também pensei em dar uma nota 8 por algumas cenas excessivas, porém o filme pedia isso, então vamos no meio termo.


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Juntos (Together)

8/16/2025 02:22:00 AM |

Confesso que só de ler o texto do pôster do longa "Juntos": "O Melhor Filme de Terror do Ano", já me estressa após ter literalmente gasto quase duas horas da minha vida com um filme tão sem sentido, pois muitas vezes o bizarro nos atrai, acaba sendo intenso e marcante, mas aqui o filme tem uma explicação tão jogada e um clima tão sem explosão, que acaba sendo engraçado ver os contorcionismos dos protagonistas para se juntarem, fora toda a essência estranha, calma e sem entregas. Ou seja, é mediano pra baixo, sendo daqueles que talvez até seja lembrado mais para frente como algo estranho "que deu certo", pois se muitos reclamaram das cenas de CGI dos últimos filmes da Marvel, ou se espantaram com a cena de Cassandra Nova enfiando a mão dentro da cabeça dos personagens no último "Deadpool & Wolverine", aqui vão ficar bem surtados, pois acontecem situações bem piores e algumas até vexatórias e desnecessárias (como a cena pós sexo, mostrando os órgãos presos se esticando!), ou seja, é mais um filme apenas para causar, que não vai assustar ou fazer você ter alguma tensão realmente (tirando a cena da serra que já é mostrada no trailer), mas que devo esquecer do que vi amanhã com certeza!

O longa nos mostra que uma mudança para uma cidade isolada do interior testa os limites da já conturbada relação de Tim e Millie. O que poderia ser uma oportunidade para recomeçar logo se transforma em um verdadeiro pesadelo, quando uma força sobrenatural começa a corromper sua relação, suas mentes e seus corpos. À medida que se afastam de tudo o que conheciam, o casal descobre que, para permanecerem juntos, terão que enfrentar um horror muito maior do que o que os separava.

Diria que o diretor Michael Shanks foi ousado em seu primeiro longa, pois sua trama tem uma boa pegada, e até prende o espectador que fica do começo ao fim esperando o que vai acontecer, mas mais do que isso, fica aguardando alguma explicação decente do que é a maldição em si, o que já aviso que não será explicado, e mais do que ousadia no roteiro e na dinâmica toda, ele ainda fecha o filme aparecendo, ou seja, quis botar banca com uma história que talvez melhor decupada por um diretor mais imponente até conseguiria extrair um pouco mais da essência forte na tela, mas nas mãos de um estreante acabou jogando mais ao público e chocando apenas com algumas cenas fortes, mas sem algo que fizesse o cinema sair impactado com tudo. Sendo assim, vamos esperar que seu próximo trabalho dê melhores frutos, pois aqui caíram podre do pé antes de madurar.

Sabemos que precisamos trabalhar para pagar nossos boletos e luxos, mas alguns agentes jogam os atores mais jovens em certas tramas que fica nítido sua vontade de estar ali filmando, e aqui se no personalidade de Tim estava escrita desânimo total de vida, aí sim Dave Franco interpretou muito bem, pois do contrário parecia que o ator foi amarrado e obrigado a estar gravando o longa, e isso deu um tom não muito gostoso para que nos conectássemos ao seu personagem. Já Alison Brie até tentou chamar um pouco da responsabilidade para sua Millie, fazendo bons trejeitos e conexões, mas demonstrando estar afoita para que o longa fluísse, e isso não dependia apenas dela, então acabou fazendo mais caras e bocas sem ir muito além também. Ainda tivemos alguns personagens secundários que acabaram não sendo importantes para o desenvolvimento da trama, e Damon Herriman que de cara já vemos que seu Jamie está envolvido em algo, ficando muito na cara toda a dinâmica, e isso é algo que se no roteiro não pedia, o ator acabou atrapalhando, mas também não dava para salvar algo que já estava morto.

No conceito visual a trama até brincou bem com uma espécie de igreja dentro de um buraco, que de forma muito escura não valorizou o trabalho da equipe de arte, duas casas simples, com poucos elementos cênicos para serem chamativos, tendo a casa de Jamie mais cheia de fotos para dar a verdadeira nuance e alguns detalhes dos sinos, mas sem dúvida quem brincou bastante foi a equipe de maquiagem para "colar" os personagens, e claro a equipe de computação para fazer os efeitos das misturas, que até ficaram interessantes de ver, mas longe de serem algo bem feito para impressionar com a técnica em si.

Enfim, é o famoso filme que promete demais e entrega de menos, aonde faltou expressividade e tensão, e sobrou coisas estranhas para tentar impactar que não funcionaram como deveriam, e assim sendo, não é o estilo de filme que indicaria para ninguém, mesmo sendo bastante amante de filmes de terror estranhos, que aqui ficou mais para bizarro e sem sentido do que para algo que impressionasse mesmo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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