Já comentei algumas vezes que morro de medo de ver dramas cômicos nacionais, pois tem dois riscos gigantes, o primeiro de virar uma novelona daquelas que ninguém aguenta, e o segundo é o de forçarem tanto a barra para você chorar que o filme acaba se perdendo. E felizmente, mesmo depois de me assustar com um trailer nem um pouco chamativo, "Câncer Com Ascendente Em Virgem", entregou uma trama gostosa, bem trabalhada, cheia de dinâmicas emocionais na medida, e principalmente falou de um tema bem difícil na vida da maioria das mulheres que é o câncer de mama, o tratamento, as complicações, dramas e tudo mais, tendo uma pegada cômica sem soar apelativa, aonde você acaba assistindo, refletindo e gostando do que vê. Claro, que dava para ter um ritmo um pouquinho mais acelerado, para que funcionasse mais rapidamente, e envolvesse melhor, mas não é nada que atrapalhe, principalmente pelas ótimas atuações, sendo mais um daqueles que caem na minha famosa regra de sala vazia vai ser bom de conferir, o que é uma pena, pois vale a indicação para todos.
O longa nos mostra que Clara é uma professora de matemática que mantêm um canal de sucesso na internet como influenciadora educacional. Clara é uma mulher divertida, sarcástica e pragmática que gosta sempre de ter tudo sob o mais absoluto controle. Porém, ao receber o diagnóstico de câncer de mama, ela deverá aceitar que a vida nem sempre sai conforme planejado. Durante sua jornada de cura e autodescoberta, Clara enfrentará dias bons e ruins enquanto passa pelos estágios do tratamento ao lado de sua filha adolescente Alice, sua mãe Leda e as amigas Paula e Dircinha. Diante dos desafios diários, Clara encontrará um novo sentido para a vida e, com coragem e resiliência, encarando as adversidades e as vulnerabilidades de sua condição.
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O longa nos mostra que Clara é uma professora de matemática que mantêm um canal de sucesso na internet como influenciadora educacional. Clara é uma mulher divertida, sarcástica e pragmática que gosta sempre de ter tudo sob o mais absoluto controle. Porém, ao receber o diagnóstico de câncer de mama, ela deverá aceitar que a vida nem sempre sai conforme planejado. Durante sua jornada de cura e autodescoberta, Clara enfrentará dias bons e ruins enquanto passa pelos estágios do tratamento ao lado de sua filha adolescente Alice, sua mãe Leda e as amigas Paula e Dircinha. Diante dos desafios diários, Clara encontrará um novo sentido para a vida e, com coragem e resiliência, encarando as adversidades e as vulnerabilidades de sua condição.
O mais bacana do estilo de direção de Rosane Svartman é que mesmo ela sabe aonde desenvolver para que seu filme não fique novelesco, segurando no limite para que a quebra seja funcional, e aqui usando um roteiro baseado na história real de Clélia Bessa, que foi desenvolvido para as telonas inclusive pela protagonista Suzana Pires, conseguiram brincar com as facetas desse mundo complexo do câncer e seu tratamento fortíssimo que quebra ou junta mais ainda a maioria das famílias, e com essa pegada ao mesmo tempo mostrando todo o desgaste e sofrimento da protagonista, também ousou mostrar o carisma e carinho que teve dos alunos, de outras mulheres com o mesmo drama, e muito mais em uma obra leve (mesmo tratando um tema pesado), que funciona sem forçar a barra para que você chore, mas que instiga e coloca bem esse mundo ainda tão desconhecido dessa doença.
Uma coisa que gosto demais da Suzana Pires é que ela se joga nos papeis que vai fazer, não importando o que seja necessário fazer para que convença o público, e aqui para sentir e incorporar realmente o que sua Clara passa, a atriz raspou o cabelo por completo, usou perucas, teve maquiagens bem fortes e impactantes, e conseguiu passar realmente o cansaço e o estresse que é precisar fazer todo um tratamento duro, perder amigos que conhece nas sessões no meio do processo, e claro todo o envolvimento familiar e de conhecidos, contando com as famosas frases que mais irritam do que dão apoio, e sendo uma atriz que joga nas duas posições (drama e comédia) conseguiu fazer as devidas oscilações e agradar bastante. Falar de Marieta Severo é chover no molhado, pois é daquelas atrizes multifacetadas que brinca com seus papeis, e voltando a fazer um ar bem mais cômico com sua Leda, usou dos artifícios exotéricos e religiosos, raspou o cabelo da protagonista, e deu tons realmente de mãe mesmo para um adulto ouvir com grandes satisfações, literalmente brincando em cena para convencer com o famoso conflito de como poder ajudar algo que não está a seu alcance, e brilhou com olhares e momentos na tela. A jovem Nathália Costa também foi muito bem com o que sua Alice precisava, mostrando responsabilidade para que seus traquejos não ficassem infantis demais, mas sem perder a ternura do momento, pois não é bem colocado a idade da jovem na tela, mas consegue suprir isso com toda a virtude de apoio à mãe e desenvoltura para agradar com o que fez. Outra muito bem em cena, mesmo não se encaixando no trio principal foi Fabiana Karla com sua Dircinha, de modo que representou bem mulheres que brigam a batalha do câncer, mas já em fases mais agressivas, que sendo veterana na posição consegue explicar bem como é o tratamento para a amiga, fazendo de um modo sensível que o duro ato da quimioterapia ficasse mais leve.
Visualmente a trama ficou mais na casa da protagonista, com uma sala mais fechada aonde a personagem dá suas dicas em um canal de matemática, vemos vários atos na escola aonde leciona, uma festa bem trabalhada e claro o hospital aonde vemos as consultas e também o processo da quimioterapia em si acontecendo de forma bem tradicional, mas bem representativa. Tivemos claro os vários acessórios de lenços, perucas, a famosa queda de cabelo e a raspagem em si, a cirurgia de mastectomia, e por aí vai, com uma bela cena numa praia a noite e tudo mais, ou seja, a equipe de arte fez tudo bem feito sem precisar onerar o orçamento da trama.
Enfim, é um longa que me surpreendeu bastante, pois acreditava que seria algo mais sutil, novelesco e até mesmo bobinho de conferir, que claro tem seus defeitos, principalmente no ritmo um pouco lento, parecendo ser até mais longo do que realmente é (100 minutos que foram bem maiores), e alguns atos meio que repetitivos, mas nada que tirasse o mérito do tema, as boas canções e as ótimas interpretações, então fica a dica para que todos confiram, pois merece a indicação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.