Costumo dizer que a continuação de qualquer longa de ação que tenha base em HQs é algo que falha mais do que agrada, pois acaba virando o que chamo de filme do meio, aonde os produtores e roteiristas já possuem uma história boa para fechar uma "trilogia", mas precisam fazer as conexões, e com isso acabam fazendo duas horas de enrolações que você fica mais confuso com tudo, tenta lembrar o que aconteceu no anterior, e quando vê já acabou, não agradando de forma alguma. E o mais engraçado é que quando escrevi o texto do original lá em 2020 desejava que saísse logo a continuação para entregar o que ficou no fechamento, mas se soubesse a Netflix fosse entregar algo tão morno com "The Old Guard 2", certamente ia desejar que parassem por ali, mas fazer o que, passou 5 anos, e cá estamos vendo Charlize Theron, se duvidar mais jovem ainda (no primeiro filme era imortal, mas depois ficou mortal, então deveria envelhecer, e foi o contrário!) lutando bastante e conectando sua história do passado com o presente, de uma maneira meio doida, mas que chega a fazer sentido com toda a entrega. Ou seja, aqui tivemos muitas dinâmicas mistas, que até chamam a atenção, mas quiseram explicar até demais tudo, e assim a trama ficou confusa e cansativa, bem diferente do primeiro filme.
O longa nos mostra que uma ameaça perigosa e misteriosa coloca em risco o trabalho da vida de Andy que precisa ainda lidar com sua recém-descoberta mortalidade. Esse novo perigo está encarnado na figura de Discord, a primeira das imortais e uma arma letal para a existência da humanidade, já que busca vingança contra os humanos. Andy, Nile, Joe, Nicky e James Copley pedem ajuda, então, a um velho amigo chamado Tuah, que pode oferecer as respostas para o mistério por trás da imortalidade. Enquanto isso, Quynh está de volta depois de séculos reclusa e busca também vingança depois de fugir da prisão, e Booker continua em exílio após a traição.
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O longa nos mostra que uma ameaça perigosa e misteriosa coloca em risco o trabalho da vida de Andy que precisa ainda lidar com sua recém-descoberta mortalidade. Esse novo perigo está encarnado na figura de Discord, a primeira das imortais e uma arma letal para a existência da humanidade, já que busca vingança contra os humanos. Andy, Nile, Joe, Nicky e James Copley pedem ajuda, então, a um velho amigo chamado Tuah, que pode oferecer as respostas para o mistério por trás da imortalidade. Enquanto isso, Quynh está de volta depois de séculos reclusa e busca também vingança depois de fugir da prisão, e Booker continua em exílio após a traição.
Uma das coisas que já falei em diversos textos de continuações é que mudar diretor do original para a continuação é um crime capital, pois basicamente acabam reinventando tudo, acabam bagunçando a história que funcionou, e principalmente acabam inventando moda de explicar tudo como se estivessem falando para uma criança de dois anos de idade, e isso ocorreu aqui, saindo de Gina Prince-Bythewood que já dirigiu grandes filmes para Victoria Mahoney que só fez em sua maioria alguns episódios de séries pequenas, ou seja, praticamente uma estreante que pegou uma história bagunçada de roteiro e não conseguiu fazer com que todas as pontas se conectassem direito. Ou seja, a nova diretora tentou trabalhar tudo como se ninguém tivesse entendido o primeiro filme, botando encaixes em alguns furos, mas isso apenas acabou enrolando o longa para entregar algo aberto demais para o próximo filme, que ainda nem data tem, e muito menos quais das duas diretoras irá assumir ou se será outra pessoa.
Quanto das atuações, como o longa tem muitas cenas com lutas corpo a corpo, tivemos poucos momentos com maiores expressividades, de modo que acredito que muitas cenas tenham sido feitas pelos dublês, mas vemos Charlize Theron bem cheia de dinâmicas com sua Andy, sabendo se posicionar bem para que seus atos fossem marcantes na tela. KiKi Layne ficou meio estranha no papel de sua Nile, de modo que aparentava ter poderes maiores do que o que tinha, e com isso não foi muito além na tela, ficando meio que presa demais. Marwan Kenzari e Luca Marinelli brincaram mais uma vez na tela com seus Joe e Nicky, trazendo um tino cômico para as cenas de ação, e sendo intensos quando precisaram ser, mas como o foco sempre saía deles, não foram tão aproveitados. Já disse algumas vezes que Chiwetel Ejiofor tem um estilo sério demais para encaixarem em tramas de ação com pegadas cômicas, de modo que aqui seu Copley parece deslocado em cena, mas não desaponta ao menos. Matthias Schoenaerts voltou bem para a personalidade de seu Booker, tendo uma cena mais chamativa próxima ao fim, e invertendo bem tudo o que fez no primeiro longa. Ainda tivemos as inserções de Veronica Ngô com sua Quynh bem imponente em muitos atos, mas com trejeitos exageradamente nervosos, o que ficou um pouco sem carisma como poderia usar. Outra que chegou e não foi quase usada como deveria foi Uma Thurman com sua Discord, ao ponto que trabalhou alguns elos e cenas, mas deixada bem para ser trabalhada mais no próximo capítulo. E finalizando as novidades no longa tivemos Henry Golding que sempre costuma cair bem em papeis mais metódicos, e aqui seu Tuah até chama atenção, mas foi mais um mensageiro para explicar para o público tudo do que um personagem imponente.
Visualmente uma coisa que me incomoda demais nas tramas de ação da Netflix é a necessidade de um filme se passar em uma tonelada de países, pois dava para ser apenas em um lugar ou outro, ao ponto que do nada a protagonista acaba de descer em um lugar e na cena seguinte já mudou, ao ponto que as ambientações até são interessantes de ver, muitos tiros e lutas, uma biblioteca interessante (mas que parece ser toda de cimento), vários momentos antigos, e até uma cena bem bacana aonde ela vai andando e mudando as épocas até se encontrar com sua antiga amiga/paixão, ou seja, a equipe de arte gastou, mas não ousou como poderia com mais efeitos.
Enfim, passa longe de ser uma bomba completa, mas ao mesmo tempo também passa bem longe de ser algo que lembrarei daqui alguns dias, então caros amigos roteiristas, lancem logo a terceira parte para fechar tudo e sejamos felizes, pois se demorar cinco anos novamente é capaz que nem as protagonistas lembrem quem elas são, e quem for conferir, veja sem sono esse segundo capítulo, senão a chance de dormir é alta. E é isso pessoal, hoje resolvi ver só um filme mesmo, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.