Amazon Prime Video - O Amigo (Meu Companheiro Fiel) (The Friend)

7/13/2025 08:26:00 PM |

Muitas vezes quando estamos refletindo sobre a morte, qual legado iremos deixar, se as pessoas irão se lembrar que um dia você existiu e fez algo de bom (ou de ruim), raramente paramos para pensar como ficarão nossos amigos de pelos, afinal esses sim sentirão muito a nossa falta, ficarão esperando chegarmos na porta para abanar o rabo ou pular em cima de nós, e claro das coisas que gostavam de fazer, como no caso do filme, a leitura diária para ele, ouvir a voz em tons diferenciados que lhe proporcionava um conforto emocional. E usando dessa base aonde um cachorro gigantesco é deixado de "herança" para uma ex-mulher/amiga, o longa "O Amigo" chega para locação nas principais plataformas de streaming com uma trama bonita do tratamento do luto, de como um suporte emocional como um animal pode diminuir ou aumentar essa essência, e que de uma forma gostosa e bonita de ver acaba sendo colocado em pauta as permissões ou não de alguns animais em lugares públicos e apartamentos. Ou seja, é um filme sutil e bem trabalhado, aonde o elenco principal soube usar a essência como um todo e acaba agradando com a entrega completa.

A sinopse nos conta que a romancista e professora de escrita criativa Iris vê sua vida confortável e solitária em Nova York ser desorganizada depois que seu melhor amigo e mentor comete suicídio e lhe deixa seu amado Dogue Alemão. O animal majestoso, porém intratável, chamado Apollo, imediatamente cria problemas para Iris, desde a destruição de móveis a avisos de despejo, além de problemas mais existenciais, com sua presença iminente lembrando-a constantemente da escolha do amigo de tirar a própria vida. No entanto, à medida que Iris se vê inesperadamente ligada ao animal, ela começa a se reconciliar com seu passado, seu amigo perdido e sua própria vida interior criativa.

Diria que os diretores e roteiristas Scott McGhee e David Siegel foram bem sintéticos para que o livro da vida real de Sigrid Nunez ficasse marcante sem soar cansativo na tela, de modo que a essência do luto, da amizade, e claro do afeto para com os animais fossem bem diretos e envolventes, pois dava para o longa ir por diversos lados, dava para ser mais seco de atitudes, dava para virar algo cheio de conflitos interiores, e também dava para ser uma comédia bagunçada e cheia de traquejos bobos na tela, porém souberam dosar um pouco de tudo e criar algo que envolvesse e emocionasse na medida, ao mesmo tempo que divertisse com toda a entrega dos personagens. Ou seja, é um filme aonde os diretores nos colocam numa situação que certamente já pensamos outras vezes, mas que viver na prática acaba sendo impensável e nesse sentido o longa pesa bastante na tela.

Quanto das atuações, Naomi Watts já trabalhou com diversos animais na tela, e sempre soube passar muito de sua essência de vida para seus personagens, ao ponto que consegue convencer o espectador daquilo que está sentindo, e aqui sua Iris tem personalidade, tem paixão e também cria a desenvoltura total para envolver de modo fácil, ou seja, brilha sem precisar se expandir ou forçar na tela, o que é bonito de se ver. É engraçado falar das atuações animais, mas o cachorrão Bing trabalhou seu Apollo com tanta personalidade, cheio de facetas expressivas marcantes e com uma postura tão bem trabalhada que certamente seu treinador ficou muito orgulhoso de conferir ele na tela. Bill Murray tem sempre uma boa pegada em papeis dramáticos, pois ele entrega dinâmicas mais tristes e sombrias no que faz, mas também sabe passar bem a imposição quando precisa, de modo que aqui seu Walter aparece pouco, mas quando vem, entra com tudo. Ainda tivemos outros bons momentos com as atrizes Sarah Pidgeon com sua Val, Ann Dowd com sua Marjorie e Constance Wu com sua Tuesday, mas sem dúvida quem dentre os secundários pode brincar um pouco mais na tela foi Josh Pais como o zelador do prédio da protagonista.

Visualmente a trama mostrou alguns momentos fúnebres como o velório do escritor, e o momento de jogar as cinzas de um barco, teve muitos atos no apartamento minúsculo da protagonista, e algumas cenas em ruas, parques, e também no consultório do psiquiatra, além de um belo jantar de amigos aonde vemos o protagonista contando como achou o cachorrão, e claro que toda a dinâmica dos elementos cênicos como a camisa do protagonista que o cachorro sempre carrega para sentir seu cheiro, dentre outros bons elos na casa acabaram mostrando a situação íntegra da trama que a equipe de arte conseguiu trabalhar.

Enfim, é um filme gostoso e interessante de ver na tela, que traz uma boa reflexão e ainda consegue envolver, mesmo trabalhando um tema complexo, ou seja, vale a recomendação para todos, mesmo sendo a base o tradicional clichê do estilo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Y2K: O Bug do Milênio (Y2K)

7/13/2025 12:53:00 AM |

Hoje dei play em uma comédia simplesmente por pertencer a A24, ou seja, a companhia que tem feito grandes terrores e suspenses já começa a virar um nome de confiança para quem gosta do estilo, porém ainda não tinha visto eles puxarem nada para o lado mais cômico, e essa foi a minha curiosidade ao ver no catálogo da Amazon Prime Video, "Y2K - O Bug do Milênio", pois a trama tem uma pegada meio que boba, mas que depois se desenvolve bem na tela e chama muita atenção, sabendo brincar com cada dinâmica e com toda a entrega para uma loucura completa aonde as máquinas se revoltam com a humanidade na virada de 1999 para 2000, com mortes bizarras, e todo o clima nostálgico da época com músicas, romances e emoções que alguns jovens sentiam naquele momento. Ou seja, passa bem longe de ser um filme marcante que vamos guardar na memória, mas no meio de tanta bobeira cômica, o resultado até surpreende e entretém.

O longa nos mostra que na véspera do Ano Novo de 1999, dois amigos do ensino médio decidem aproveitar a última grande festa antes da virada do milênio. Com a empolgação do fim de uma era e o espírito de celebração no ar, eles invadem uma festa de Ano Novo, acreditando que será uma noite inesquecível. No entanto, o que parecia ser uma festa comum se transforma rapidamente em um caos inesperado, quando, à medida que o relógio bate a meia-noite, a noite se torna mais maluca e perigosa do que eles poderiam imaginar. Envolvidos em uma série de situações absurdas e hilárias, os dois amigos acabam lutando por suas vidas em meio a confusões e reviravoltas, enquanto tentam sobreviver ao que se revela uma verdadeira comédia de desastre, com a tecnologia da era da conexão discada e a expectativa do novo milênio adicionando um toque de nostalgia e loucura ao enredo.

Diria que a falta de experiência como diretor e roteirista pesou um pouco para Kyle Mooney, mas como já trabalhou em tantas comédias malucas, soube trabalhar a essência que o filme pedia e com isso acabou brincando bastante com toda a situação, além claro de aparecer em algumas cenas-chaves do filme. Claro que muitos vão olhar o trabalho do diretor como uma loucura completamente fora de si, ou um produto de muita erva na cabeça, que inclusive dá a vez ao seu personagem Gareth na trama que vive só de brisa, porém se puxarmos pela nossa memória, tenho a certeza que muitos estavam bem apreensivos com a mudança de 99 para 00, como as máquinas se comportariam, e o que aconteceria, mas por incrível que pareça, poucos roteiristas aproveitaram a ideia, ou seja, aqui ele achou uma brecha boa, e soube brincar tanto com o conflito do passado, quanto com a nova moda: a famosa IA. Mas o que mais me divertiu mesmo foi o começo extremamente saudosista com o ruído da conexão, as mil telas abertas para fazer tudo ao mesmo tempo travando ao máximo, e nesse sentido, o resultado também brincou muito com a essência do final dos anos 90 para muitos.

Quanto das atuações, Jaeden Martell é o tipo de ator que você não consegue botar muita fé em qualquer estilo de trama, parecendo extremamente tímido para tudo, e precisando ser colocado em papeis dessa estirpe para conseguirmos nos conectar a ele, tanto que aqui seu Eli tem uma pegada do tradicional perdedor, que até os amigos mais próximos zoam com ele, mas o jovem entrega carisma ao menos, e assim conseguimos nos envolver com as situações que ele entra. Demorei um pouco para reconhecer a Rachel Zegler no longa, pois parecia que conhecia a atriz, mas não lembrava de onde, mas depois de alguns minutos, já sabia pela dinâmica que ela entregou na trama, de modo que sua Laura é meio seca demais, assim como outros papeis seus, mas consegue segurar até o final sua entrega. Ainda tivemos outros bons momentos com Julian Dennis bem colocado com seu Danny Lachlan Watson bem impulsiva com sua Ash, porém quem conseguiu chamar atenção fazendo ele mesmo foi o vocalista do Limp Bizkit, Fred Durst com uma pegada meio maluca e intensa nos atos mais conflituosos do final.

Visualmente o longa foi extremamente divertido e muito bem pesquisado, começando direto mostrando a tela de um computador da época, com os vários tipos de chats abertos, a conexão discada ruim, e muitos outros detalhes, depois as famosas video-locadoras com seus cantinhos escondidos com filmes adultos, as famosas festas com diferentes tipos de pessoas que estudavam juntas, mas dificilmente se conectavam, e claro toda a junção dos eletrônicos, com tamagoshi, Macs gigantes, furadeiras, e claro muitos fios, afinal antigamente tudo tinha fios a rodo, ou seja, a equipe de arte conseguiu construir ótimos robôs cheios de traquitanas, fora as mortes e cortes, cheias de detalhes e muito sangue, ou seja, quase um filme B na tela.

Agora sem dúvida o grande show do longa foi a trilha sonora com grandes clássicos dos anos 90, que certamente muitos tinham em suas "playlists" que eram os CDs montados, variando os estilos e até os gostos musicais, que eram bem bacanas de ouvir realmente. Só foi uma pena não ter achado a playlist completa no spotify, mas se alguém tiver, manda o link que agradeço.

Enfim, é um filme diferenciado, que mesmo tendo uma proposta boba, e atuações e entregas também forçadas demais, consegue divertir e entreter, e assim sendo vale a recomendação para quem curte um terror cômico bem colocado na tela. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, tentando ajudar a todos a achar algo bom nos muitos streamings, pois está difícil essa vida de meio de ano com poucas estreias. Então abraços e até logo mais.


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Smurfs

7/12/2025 01:25:00 AM |

Em um primeiro momento fiquei pensativo quanto ao novo filme dos "Smurfs", pois não teve nenhum subtítulo, numeração ou algo que identificasse ele como uma continuação, refilmagem ou qualquer coisa do tipo, então por apresentarem praticamente todos os personagens na abertura acho que dá para colocar como sendo algo novo nesse mundo, inserindo coisas que já conhecemos dos personagens. E vou reclamar de cara de algo que vai contra minha ideologia, o filme tem muita (exageradamente!) história, ao ponto que chegou a me cansar numa sessão até que cedo para os padrões que vou, que quase me fez dormir na sala, e isso em uma animação infantil é ser completamente maluco, pois o que a garotada quer ver na tela é dinâmica, é tudo acontecendo e as situações se desenvolvendo. Ou seja, é algo que até dá para relevar, afinal tirando um garotinho que estava torcendo para alguns personagens morrerem (rimos ao mesmo tempo que ficamos meio com medo dele!), todos os pequenos aparentaram curtir a sessão, sendo daqueles filmes que o conteúdo excede demais a execução, mas que funciona ao menos para quem sabe seguirem um caminho próprio futuro.

Nesse novo filme animado das mais adoráveis criaturas azuis, Papai Smurf é raptado pelos irmãos e bruxos malvados Razamel e Gargamel. Com a vila em perigo, Smurfette lidera os smurfs numa missão para o mundo real com o intuito de salvar o Papai Smurf. Lá, eles encontram Ken, o irmão de Papai Smurf, além de novos aliados e amigos que os ajudam a organizar um plano infalível contra os feiticeiros.

O mais engraçado é que o longa foi dirigido por Chris Miller, que fez "Shrek 3" e "Gato de Botas", e em momento algum vemos o mesmo estilo de pegada, afinal são dois filmes bem dinâmicos e com poucas histórias para se contar, apenas desenvolvidos mesmo na tela para pegar o público com as facetas divertidas que já conhecemos, e aqui acredito que o roteiro de Pam Brady veio com tantas informações novas que o diretor não conseguiu imaginar como jogar isso na tela sem ficar falando em minúcias tudo para que ficasse representativo apenas. Ou seja, diria que foi mais erro do roteiro ser alongado demais do que da direção em si, mas confesso que o diretor surtou um pouco com todas as loucuras que inseriu na trama, pois foram algumas situações meio que fora da casinha total na tela.

O foco nos personagens foram bem mais na Smurfette, no Smurf Sem Nome ou Sem Função, além do Papai Smurf e do seu irmão Ken, e do outro lado o vilão Razamel sendo mais imponente na tela do que o próprio Gargamel que já conhecemos dos outros filmes, e aqui meio que ficou como secundário na tela, e no meio de dancinhas, canções e desenvolturas até acaba sendo bacana toda a interação tanto no mundo real, quanto nos elementos computacionais da Vila dos Smurfs e do Castelo de Razamel, ao ponto que cada personagem deu sua devida dinâmica, e o mais engraçado é que as vozes já conhecidas de Jennifer Nascimento como Smurfette, Diego Martins como Sem Nome e Bruno Gagliasso fazendo os dois bruxos, nem pareceram as vozes dos atores, ou seja, realmente atuaram e deram tons bem diferentes para que os personagens não fossem reconhecidos na tela.

Visualmente o longa também é um pouco estranho, pois tivemos desenhos 2D tradicional, atos com computação visual de profundidade nesses desenhos, personagens tridimensionais no mundo real, e logo em seguida alguns momentos 2D dentro do mundo real, o que acabou virando uma bagunça estranha, que lotada dos personagens azuis e todo o conceito tradicional da vila bem colorida no meio da floresta, e uma Paris e uma Austrália bem rápidas colocadas na tela, para depois termos um castelo rapidamente usado quase que em um ambiente só (ou melhor 2), resultou num trabalho aparentemente preguiçoso da equipe de arte.

Enfim, é uma animação bacana, que mesmo sendo bem maluca entretém com o que é mostrado na tela, de modo que talvez quem pensar um pouco mais e tentar se conectar com tudo irá se cansar com o excesso de história, mas para a garotada que só quer ver as trapalhadas e os personagens cantando e dançando é capaz que seja algo mais divertido de acompanhar, então acaba sendo uma recomendação com ressalvas. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Brick

7/11/2025 01:21:00 AM |

Meu faro de filmes que tenho certeza que vou gostar continua muito bom, pois desde que vi o cartaz e a ideia nos filmes que estreariam na Netflix, já fiquei bem curioso para conferir o longa alemão "Brick", pois tinha uma pegada futurista, misturada com um suspense claustrofóbico e umas nuances que você acaba apostando tudo em o que seria, ou quem estaria envolvido. E hoje chegou o dia de conferir, e cá estou digitando aqui bem feliz com o que vi, só não diria mais satisfeito pelo final ser simples demais, mas que certamente conseguiu me amarrar durante toda a duração tentando desconfiar de tudo e de todos. Ou seja, é o famoso longa que nem posso falar muito senão acabo entregando a ideia toda, e claro o fechamento, mas o que adianto é que as relações dentro do prédio vão ficar bem densas, e o resultado de conflitos sabemos que raramente sai tudo bem, e claro que dava para ter ido mais além, mas é um filme da Netflix, então sabemos que criam o paraíso, mas não nos entregam de uma só vez.

O longa acompanha a saga de um casal, Tim e Olivia, que acorda um dia preso no apartamento onde moram atrás de um muro preto impenetrável. De forma misteriosa e inexplicável, eles descobrem que o prédio inteiro está cercado por essa muralha de tijolos futuristas e extremamente resistentes. Sem saber como esse paredão foi parar ali da noite para o dia, eles precisarão contar com a ajuda de seus vizinhos para conseguir sair dessa armadilha com vida. Achar uma saída, porém, é apenas o começo dessa jornada desesperadora. Afinal, quem construiu o muro e por quê? O que está de fato acontecendo? Sem qualquer ajuda externa, e com a tensão, o pânico e a sensação de claustrofobia crescendo entre os moradores, fica claro que o verdadeiro perigo pode não ser o que está do lado de fora, mas sim mais próximo deles do que imaginam.

Diria que o diretor e roteirista Philip Koch poderia ter feito um filme ainda mais genial do que fez, pois faltou aquele detalhe mínimo para impressionar e não ficar apenas como algo simples (ou nem tanto) no final, pois a essência do longa levava tudo para algo conspirativo e até com uma pegada meio "Jogos Mortais" com menos violência, ao ponto que poderia esperar tudo dos elos ali de dentro, mas não rolou, e assim o resultado ainda é bom, mas quando termina você fica com aquela sensação de que faltou o "algo a mais" que tanto gostamos de ver no estilo. Ou seja, o diretor fez bem o trabalho dele, usou um roteiro de certa forma original, e mostrou que sabe ser chamativo, só faltou aquele extra que aí já poderíamos chamar ele de gênio.

Quanto das atuações, já elogiei outras vezes o trabalho de Matthias Schweighöfer, e aqui volto a falar que ele sabe pegar papeis diferentes e dar nuances tão comuns que acabamos nos afeiçoando a ele, e aqui seu Tim tem um estilo meio que fechado demais, mostrando o trauma da perda da filha, e seu modo de fuga da realidade no trabalho, que acaba afastando a esposa, numa síntese que o ator soube controlar ao mesmo tempo que tem seus gatilhos, ou seja, o ator funcionou num controle bem marcado que poderia explodir a qualquer momento, e fez bem tudo para chamar atenção de forma bem sutil. Ruby O. Fee trabalhou sua Olivia também de um jeito mais fechado, mas sabendo dimensionar o ambiente ao seu redor, sendo curiosa e destemida, trabalhando cada elo para que o filme fosse mais para frente, e no seu ato de explosão foi muito bem também. E falando em explosão Frederick Lau fez um Marvin a ponto de ser uma bomba atômica em movimento, seja nos momentos drogados ou até mesmo nas dinâmicas mais duras com ele, ou seja, foi bem no que precisava fazer. Quanto aos demais, cada um do seu modo deu as devidas conexões, uns chegando a irritar mais, outros sendo mais subjetivos e apenas se encaixando conforme fosse necessário, valendo o destaque para a frieza de Murathan Muslu com seu Yuri, mas que poderia ser mais imponente para incomodar mais.

Visualmente o longa mostra vários apartamentos (5 apartamentos e um porão ou bunker) completos e bem recheados de detalhes por onde os protagonistas vão passando e se juntando a outros vizinhos ou pessoas que estão neles, quebrando para baixo tudo já que as portas e janelas são tomadas por um muro estranho de material não muito definido (aliás ficou até artificial demais, mas aparentou ser da ideia mesmo), tendo vários elementos cênicos sendo usados para quebrar ou lutar, e assim o resultado da composição completa da equipe de arte funcionou bastante, inclusive com os detalhes de pistas tão comuns nesse estilo de filme.

Enfim, é uma boa trama, que envolve de certo modo, que como disse poderia ter ido mais além, principalmente para quem curte muito o estilo, mas não é algo que desaponta, e assim sendo vale a recomendação de play nele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Shadow Force - Sentença de Morte (Shadow Force)

7/10/2025 12:59:00 AM |

Sabe aqueles passatempos que você vê uma vez só e depois esquece? Posso dizer facilmente que essa é a melhor descrição para "Shadow Force - Sentença de Morte", que passa bem rapidinho, tem uma pegada tradicional do estilo, os personagens são entregues dentro da trama, não sendo necessário pensar em seus passados e ter de refletir sobre o que fizeram para tentar entender tudo o que rola, e que mesmo lotado de clichés do gênero de ação com tiros, o resultado é bacana de ver. Ou seja, é o básico do básico que você nem espera muito do que irá ver, e também não reclama de só ter isso, mas como o nome diz, passa o tempo, então só entrar no clima e conferir.

A sinopse nos conta que Kyrah e Isaac já foram líderes de um grupo multinacional de forças especiais chamado Shadow Force. Eles quebraram as regras ao se apaixonarem e, para proteger o filho, se rebelaram contra a instituição. Com uma grande recompensa pelas suas cabeças e a vingativa Shadow Force à procura deles, liderada pelo antigo chefe da dupla, a luta dessa família vai se tornar uma guerra.

O mais bacana do diretor e roteirista Joe Carnahan é que ele já tem um estilo próprio para diversos filmes desse mesmo formato, ao ponto que já virou seu cartão de visitas que quem gosta de longas de ação cheios de tiros só de ver seu nome na capa do longa já saberá o que vai encontrar, e isso não é ruim, pois embora não mostre uma grande versatilidade, mostra que a entrega padrão vai funcionar na tela, mudando apenas alguns poucos elos, e claro a história de base, que aqui é algo que já vimos também muito nas telonas, de uma equipe que se desfaz, e que quando passam a ser caçados, tentam inverter e virar caçadores. Ou seja, é algo que tem seu público, e que mostra o estilo do diretor bem empregado, mas quem for esperando ver qualquer outra coisa a mais, certamente vai se incomodar.

Quanto das atuações, gosto muito de Omar Sy, mas prefiro ver ele em dramas do que em ações, pois seu estilo semi-cômico se encaixa bem dentro de dramas para dar um vértice descontraído que acaba funcionando muito bem, enquanto em longas de ação como é o caso aqui, soa meio que bobo os traquejos que tenta fazer, e assim seu Isaac até é bem encaixado e traz boas nuances, mas fica parecendo forçado na tela. Posso estar errado, mas esse estilo não cabe nem um pouco na personalidade de Kerry Washington, pois sua Kyrah, embora imponente e com boas lutas, nos momentos que precisou trabalhar trejeitos de durona acabou ficando extremamente artificial, o que é ruim de ver na tela, mas ao menos tentou se esforçar e com isso não desapontou nos momentos com diálogos. Da'Vine Joy Randolph também não caiu muito bem nos atos com armas de sua Tia, mas a atriz tem um estilo que sendo durona chamou atenção para seus atos, mesmo que com um ar cômico por trás. Mark Strong sempre consegue chamar atenção para seus personagens, e aqui seu Jack Cinder tem toda a personalidade que um bom vilão necessita ter que é incomodar os protagonistas, e também o público, só ficou meio que exagerado de trejeitos, mas isso acho que o diretor pediu para todos do elenco, então já nem sei mais quem culpar.

Visualmente o longa tem uma pegada intensa como todo bom longa de ação, seja numa perseguição numa rodovia com névoa ou em barcos dentro de um rio, com carrões preparados, muitos tiros e explosões e até uma ilha particular e um esconderijo no meio da floresta, aonde a equipe forçou um pouco a barra com fogo em dinâmicas que praticamente são descobertas com tanta facilidade e em outras que qualquer um acharia rápido ficando em segundo plano, ou seja, é o padrão do estilo, mas dava para disfarçar um pouco melhor alguns esconderijos.

No conceito musical, se você tiver algo contra Lionel Ritchie é melhor nem ir conferir o longa, pois diferentemente de filmes que compram direitos para tocar algumas canções, aqui ficou parecendo exatamente o inverso, que Lionel pagou para falarem dele, tocarem suas músicas e até mesmo os personagens cantarem trechos delas, e isso é algo estranho de ver na tela, mas aconteceu.

Enfim, é um filme passatempo total, que se tivesse passando na TV em um dia que não tivesse nada mais para conferir até poderia ficar assistindo, afinal não cansa e mesmo as forçadas de barra são tradicionais do estilo, mas dava para ser menos óbvio para agradar mais e poder recomendar com força, já que logo menos devo esquecer que vi ele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Superman em Imax 3D (Superman)

7/09/2025 02:34:00 AM |

Após uma tonelada de críticas na escolha do ator, na possibilidade de ficar tudo muito colorido demais, de ficar com muitas gracinhas ao invés de um tom mais sério, eis que chegou a hora de conferirmos o trabalho de James Gunn como diretor do novo "Superman", e o ponto mais certo foi a escolha de não reiniciar do zero, de modo que a brincadeira com os escritos no começo do filme já foi precisa para situar o público aonde estamos, e vermos algo já formatado, já cheio de nuances próprias, aonde o personagem é intenso, as dinâmicas representam muito mais as HQs, e o resultado final consegue ser denso o suficiente para marcar uma nova época no mundo cinematográfico da DC. Ou seja, pode até ser que alguns fãs dos diretores e atores anteriores resmunguem o que verão na tela, mas é um filmão literalmente que segura o público, emociona, envolve e claro diverte também, tendo o personagem/ator central muito bem disposto na tela, e todos os coadjuvantes sendo funcionais sem chamar a atenção para si e nem ficarem jogados ao ponto de esquecermos eles, e assim sendo é o famoso trabalho que dá um novo mundo para ser trabalhado, e potencialmente já chama atenção por ganhar aplausos na sala, e reflexões sobre toda a dinâmica colocada em pauta na história.

O longa segue o super-herói titular enquanto ele reconcilia sua herança com sua educação humana. Ele é a personificação da verdade, da justiça e de um futuro melhor em um mundo que vê a bondade como algo antiquado.

Todo mundo vai falar que James Gunn já existia bem antes de "Guardiões da Galáxia", porém o diretor e roteirista ficou famoso inegavelmente pela entrega de um grupo que pouquíssimos conheciam as HQs e passou a amar, e desde que virou diretor da DC, muitos estavam com medo do seu jeitão de trabalhar tramas mais cômicas para assumir um papel bem mais sério como é o caso do Superman, e já adianto que em muitos momentos você vai enxergar o filme dos heróis engraçados em alguns atos aqui, mas ele soube transportar para a telona algo feito totalmente para os fãs, com personagens que os fãs desejavam ver sendo bem representados, com atitudes que vão chamar atenção dos fãs, e com uma história base muito bem elaborada, pois é o filme-início para essa nova vértice da companhia, e ainda assim não precisou iniciar do zero, ou seja, é algo fácil, fluido, que diverte e encanta quem consome esse estilo de produto. Aí você vai vir falar, e quem não curtir o gênero de super-heróis, nem entre na sessão, afinal não é um filme feito para você, mas do contrário, se prepare para embarcar em situações fortes e bem trabalhadas para fazer você rir e se envolver do começo ao fim, e nisso, James Gunn é especialista.

Quanto das atuações acho interessante uma das críticas que li de outros amigos, que David Corenswet não é um ator tão conhecido embora tenha feito tantas séries e outros longas, e aqui ao mesmo tempo que "criou" seu Superman/Clark Kent (aliás a sacada do motivo de apenas o óculos ninguém reconhecê-lo foi genial) também soube trazer para a tela um pouco dos outros que já fizeram o papel, não deixando que a estrutura do passado se perdesse no presente, e que tendo estilo chamou para si um papel denso sem ficar cansativo ou chato de ver na tela, ou seja, sendo um dos maiores medos de alguém assumir o papel que Henry Cavill marcou tanto nos últimos anos, ele pegou e botou tudo e mais um pouco na tela, trazendo o símbolo como algo a mais de ser visto. Já Rachel Brosnahan trabalhou em grandes filmes e com papeis tão chamativos no cinema ficaram com a dúvida se estaria disposta a entrar em um papel que possivelmente ficaria subjugado como é o caso de Lois Lane, porém trabalharam tão bem a personagem, não sendo apenas uma jornalista parada, com dinâmicas, indo atrás do namorado, disposta e sagaz, que a atriz conseguiu chamar muita atenção na tela, e assim veremos o que irá entregar no futuro. Agora sem dúvida o melhor Lex Luthor que já tivemos na história, e que não pode ser deixado de lado nas futuras produções é Nicholas Hoult, pois indo fazer o teste para o papel principal acabou sendo chamado para fazer o vilão e encara o personagem com tanto envolvimento que chega a dar medo do que faz na tela, com um ódio tão grande e com uma sagacidade tão precisa que por vezes chega até a roubar o protagonismo na tela, e mesmo sendo arriscado, não desaponta no que faz. Quanto aos demais personagens, todos tiveram bons momentos na tela, souberam ser representativos e dinâmicos, e certamente terão futuro nos demais projetos da companhia, mas vale o destaque para Edi Gathegi com seu Sr. Incrível ou Mr. Terrific no nome original, que trabalhou facetas bem colocadas, e botou banca em muitas lutas, chamando para si vários atos marcantes e interessantes de acompanhar.

Visualmente o longa foi muito bem feito, sem grandes falhas de CGI como andam acontecendo com muitos longas do estilo, com muitas cores, lutas diurnas para realçar os movimentos sem precisar ficar escondendo na escuridão, atos chamativos de lutas bem coreografadas, tecnologias intensas na LutherCorp, um Planeta Diário bem recheado de jornalistas, não sendo apenas algo mais fechado, a nave da Gangue da Justiça (particularmente não gostei desse nome não!) bem cheia de detalhes, muitos elementos cênicos voando junto com o protagonista, e claro o cachorrinho Krypto incrível na tela (e detalhe, achei que fosse ser mero elemento jogado, mas ele acaba sendo importante em muitos atos, e tem um carisma fora do normal), também tivemos um palácio de gelo chamativo e cheio de personagens robóticos chamativos, e todo o Universo Compacto com uma prisão bem representativa na tela. Felizmente o longa tem bons elementos tridimensionais, alguns atos com coisas saindo para fora para os fãs de 3D, e claro que nos momentos de voo tudo teve uma ótima perspectiva.

Enfim, é um filme que veremos falar muitas vezes ainda, afinal como já disse é o começo de uma nova fase na DC, e souberam dimensionar bem toda a campanha, todo o desenvolvimento de tela, e a essência de um longa feito para fãs sempre funciona bem, tanto que os ingressos praticamente esgotaram em pré-venda em muitas cidades, e assim as salas estavam lotadas, mas que felizmente em pré-estreia como foi o caso de hoje, a galera foi bem comportada e apenas aplaudiu no final, tendo duas ceninhas pós-créditos apenas de diversão, então quem não quiser esperar, pode ir embora de boa. E é isso meus amigos, com certeza recomendo ele para todos os fãs do personagem e de HQs, e quem gosta de um bom filme também não irá se incomodar com o que verá, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais textos.

PS: Alguns vão reclamar da minha nota, mas mesmo gostando de tudo o que vi, senti que a trama foi meio corrida, e quem não for fã conhecedor de tudo acabará perdido em alguns momentos, quase que sem explicação jogados na tela, mas não é algo que incomode, apenas poderia ser melhor desenvolvido talvez (o que devem fazer nas mil séries que virão agora!)


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Looke - Prisão 77 (Modelo 77) (Prison 77)

7/08/2025 12:58:00 AM |

Uma coisa engraçada de acontecer é dar play em alguns filmes que estão na sua lista já a algum tempo e você resolve dar play neles, e um que tinha colocado era "Prisão 77", mas como na Amazon Prime Video só tinha ele dublado e ainda para locação acabei esquecendo ele na lista, mas como assinei o Looke, vi que ele estava disponível legendado para conferir, então eis que saiu da lista, e certamente entrará na minha memória como um dos bons filmes que vi nesse ano, pois ao mostrar a história de um contador que acaba preso na Espanha logo após o período de Franco, o que poderia ser apenas algumas semanas acabam virando anos, e lá vemos o que ele acaba sofrendo, sua associação com outros presos pela anistia, as torturas e participações, aonde o jovem com toda certeza acaba saindo mudado de lá. E o mais bacana é que sendo uma história real, a equipe soube desenvolver bem toda a essência nos melhores moldes de tramas de cárcere, e assim sendo toda a entrega acaba sendo marcante e cheia de nuances, que certamente valem como dica para quem gosta de filmes assim.

Inspirado em eventos reais ocorridos em Barcelona, o filme conta a história de Manuel, um jovem contador condenado a prisão por desvio de dinheiro. Inconformado com sua sentença, ele se junta ao seu colega de cela e se torna o líder de um movimento que unirá todas as prisões do país na luta por liberdade e mudará o sistema carcerário e a sociedade para sempre.

É interessante observar que o diretor e roteirista Alberto Rodríguez soube utilizar a história real da base e trabalhar a essência sem que o filme ficasse exageradamente dramático, puxando um pouco para o lado mais misterioso e com nuances mais densas ao invés de forçar ao público um longa cansativo e arrastado, de modo que vemos na tela tudo fluir bem nas formações de alianças e na desenvoltura de conhecermos e nos conectarmos aos personagens. Ou seja, é daqueles filmes que não cansam em momento algum, que você consegue enxergar o modelo prisional da época, atinge a temática dura e crítica sobre tudo o que ocorria no momento, e ao cativar o público com poucos personagens, o resultado final passa a fluir fácil, mostrar técnica e envolver, o que é raro em filmes desse estilo, o que mostra um profundo conhecimento do que realmente desejava mostrar, pois poderia facilmente virar uma série aonde todos teriam voz, e não agradaria como foi feito.

Quanto das atuações, o que me fez relembrar que esse filme estava na minha lista foi ver o lançamento da semana do ator Miguel Herrán, que aqui se mostrou muito mais seguro com seu Manuel do que no longa que conferi ontem aonde é o protagonista máximo, pois aqui vemos ele tendo um apoio de um ator muito mais experiente, e as dinâmicas que entrega na tela são muito mais verossímeis de assimilar, ainda que ele apanhe aos montes nos dois filmes, ou seja, é um ator bem versátil que ainda é jovem e já mostra técnica e estilo, então veremos seu futuro no mundo do cinema. O ator Javier Guitérrez soube brincar tão bem com o estilão fechado e direto de seu Pino, que acabou encontrando em suas dinâmicas mais personalidade do que até certamente o papel tinha no roteiro, e o melhor, não sobrepondo o protagonista, criando momentos que praticamente se complementam, e isso é ser um coadjuvante presente. Ainda vale destacar Xavi Sáez com seu Boni cheio de intensidade, mostrando-se um médico marcante e cheio de nuances, mas também um bom político, e mesmo estando do lado de fora, os atos emocionais de Catalina Sopelana com sua Lucia ficaram bem interessantes dentro da proposta, entre muitos outros bons personagens que chamaram a atenção sem quebrar o elo dos protagonistas ou querer aparecer demais na tela.

Visualmente a equipe de arte caprichou bastante na locação de uma cadeia, recheada de figurantes, com toda a sujeira clássica, figurinos rasgados, rebeliões, fogo, brigas e pancadarias, solitárias e tudo mais que já vimos em outros filmes, mas com uma precisão tão cirúrgica de elementos que daria para falar que o pessoal da equipe realmente esteve preso para saber como recriar com tantos detalhes as celas e tudo mais, ou seja, um trabalho impecável e bonito de se ver na tela.

Enfim, é um exemplo de bom filme espanhol, que talvez muitos já tenham até assistido, afinal é de 2022, mas que trabalha tão bem a perspectiva da época, dos maus tratos aos presos, da vida prisional como algo quase fora do mundo comum, e que tendo atuações e dinâmicas bem fortes conseguem chamar muita atenção, então quem não viu ainda, fica a dica para o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Looke - Vale das Sombras (Valle de Sombras) (Valley of Shadows)

7/06/2025 10:51:00 PM |

Acho interessante quando uma proposta funciona dentro da tela, mas muitas vezes me pergunto o motivo que os diretores e roteiristas atuais perderam o poder de concisão, criando filmes cada vez mais longos, que acabam cansando dentro da entrega completa, e digo isso logo no começo do texto de "Vale das Sombras", pois o filme tinha tudo para poder brilhar e chamar muita atenção sobre os perigos dos vilarejos do Himalaia indiano, aonde diversas pessoas acabam desaparecidas, e claro como um jovem superou a morte de sua namorada e do filho dela após sobreviver a um ataque, mas se alongou tanto, criou dinâmicas, desenvolveu uma estrutura nem tanto necessária, que facilmente se cortassem de 20 a 30 minutos ficaria direto e com a mesma intensidade, porém muito melhor de ser assistido. Ou seja, não é um filme ruim, e se olharmos a fundo comparado com muitos outros filmes nem é tão longo assim tendo 120 minutos de tela, mas acabou cansando no miolo sem necessidade, e assim poderia ser muito melhor com uns 90-100.

O longa nos situa nas Montanhas do Himalaia em 1999. Quique, Clara e o pequeno Lucas aproveitam suas primeiras férias juntos no norte da Índia. Certa noite, enquanto dormiam ao relento durante uma tempestade, são brutalmente atacados por bandidos. Horas depois, Quique é resgatado por um nativo e levado para uma aldeia remota e isolada nas montanhas. Lá, sem comunicação e sem poder retornar à civilização, ele permanece até a chegada do inverno, que permite a formação da única saída da aldeia: o rio congelado. A traiçoeira viagem de volta, acompanhado por várias crianças da aldeia, testará tudo o que Quique aprendeu durante sua estadia no coração do Himalaia.

É interessante observar que o diretor Salvador Calvo soube criar toda a dinâmica em cima do rapaz, desde o começo com os conflitos com a namorada, passando pela vivência na vila, e depois na volta mostrando seu carisma e preocupação com os jovens na trajetória complexa, de modo que toda a essência consegue ser passada na tela e envolve com as minúcias do roteiro de Alejandro Hernández de forma que o conteúdo acaba sobressaindo. Claro que volto a falar do miolo lento e cansativo demais que dava para ser cortado, mas sei bem como é a vida do diretor que grava belas cenas e depois vem o produtor falando que aquilo não tem necessidade, porém se o resultado vai acabar se mantendo, é melhor cortar mesmo.

Quanto das atuações, diria que o jovem Miguel Herrán soube trabalhar muito bem a expressividade de seu Quique, dando nuances bem emotivas nos diversos momentos de tela, criando atos sofridos e outros aonde se joga por completo, e assim agrada com a segurança cênica que consegue doar para o papel. Vale destacar ainda Alexandra Masangkay com sua Prana misteriosa, mas cheia de emoção nos atos mais expressivos da personagem, e também o jovem Stanzin Gonbo com seu Hari leve e descontraído que conseguiu passar bem a representação de heroísmo para o seu povo.

No conceito visual o longa chega realmente a passar frio no público, com um ambiente bonito, mostrando raves e locações diferenciadas na base do Himalaia indiano, com pequenas cidades e pessoas diferentes do usual, depois da cena forte de violência vemos o protagonista vivendo num lugar quase que inteiro de monastério, com uma cultura diferente e cheia de nuances, até vermos todo o processo de volta em um desafio contra a natureza do ambiente, sendo tudo frio e muito bonito de se ver na tela.

Enfim, é um filme interessante e com uma pegada bem trabalhada, que tem um miolo um pouco enrolado e cansativo, mas que dá para sobreviver a ele e curtir toda a entrega final. Então fica a dica de conferida, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - The Old Guard 2

7/05/2025 11:10:00 PM |

Costumo dizer que a continuação de qualquer longa de ação que tenha base em HQs é algo que falha mais do que agrada, pois acaba virando o que chamo de filme do meio, aonde os produtores e roteiristas já possuem uma história boa para fechar uma "trilogia", mas precisam fazer as conexões, e com isso acabam fazendo duas horas de enrolações que você fica mais confuso com tudo, tenta lembrar o que aconteceu no anterior, e quando vê já acabou, não agradando de forma alguma. E o mais engraçado é que quando escrevi o texto do original lá em 2020 desejava que saísse logo a continuação para entregar o que ficou no fechamento, mas se soubesse a Netflix fosse entregar algo tão morno com "The Old Guard 2", certamente ia desejar que parassem por ali, mas fazer o que, passou 5 anos, e cá estamos vendo Charlize Theron, se duvidar mais jovem ainda (no primeiro filme era imortal, mas depois ficou mortal, então deveria envelhecer, e foi o contrário!) lutando bastante e conectando sua história do passado com o presente, de uma maneira meio doida, mas que chega a fazer sentido com toda a entrega. Ou seja, aqui tivemos muitas dinâmicas mistas, que até chamam a atenção, mas quiseram explicar até demais tudo, e assim a trama ficou confusa e cansativa, bem diferente do primeiro filme.

O longa nos mostra que uma ameaça perigosa e misteriosa coloca em risco o trabalho da vida de Andy que precisa ainda lidar com sua recém-descoberta mortalidade. Esse novo perigo está encarnado na figura de Discord, a primeira das imortais e uma arma letal para a existência da humanidade, já que busca vingança contra os humanos. Andy, Nile, Joe, Nicky e James Copley pedem ajuda, então, a um velho amigo chamado Tuah, que pode oferecer as respostas para o mistério por trás da imortalidade. Enquanto isso, Quynh está de volta depois de séculos reclusa e busca também vingança depois de fugir da prisão, e Booker continua em exílio após a traição.

Uma das coisas que já falei em diversos textos de continuações é que mudar diretor do original para a continuação é um crime capital, pois basicamente acabam reinventando tudo, acabam bagunçando a história que funcionou, e principalmente acabam inventando moda de explicar tudo como se estivessem falando para uma criança de dois anos de idade, e isso ocorreu aqui, saindo de Gina Prince-Bythewood que já dirigiu grandes filmes para Victoria Mahoney que só fez em sua maioria alguns episódios de séries pequenas, ou seja, praticamente uma estreante que pegou uma história bagunçada de roteiro e não conseguiu fazer com que todas as pontas se conectassem direito. Ou seja, a nova diretora tentou trabalhar tudo como se ninguém tivesse entendido o primeiro filme, botando encaixes em alguns furos, mas isso apenas acabou enrolando o longa para entregar algo aberto demais para o próximo filme, que ainda nem data tem, e muito menos quais das duas diretoras irá assumir ou se será outra pessoa.

Quanto das atuações, como o longa tem muitas cenas com lutas corpo a corpo, tivemos poucos momentos com maiores expressividades, de modo que acredito que muitas cenas tenham sido feitas pelos dublês, mas vemos Charlize Theron bem cheia de dinâmicas com sua Andy, sabendo se posicionar bem para que seus atos fossem marcantes na tela. KiKi Layne ficou meio estranha no papel de sua Nile, de modo que aparentava ter poderes maiores do que o que tinha, e com isso não foi muito além na tela, ficando meio que presa demais. Marwan Kenzari e Luca Marinelli brincaram mais uma vez na tela com seus Joe e Nicky, trazendo um tino cômico para as cenas de ação, e sendo intensos quando precisaram ser, mas como o foco sempre saía deles, não foram tão aproveitados. Já disse algumas vezes que Chiwetel Ejiofor tem um estilo sério demais para encaixarem em tramas de ação com pegadas cômicas, de modo que aqui seu Copley parece deslocado em cena, mas não desaponta ao menos. Matthias Schoenaerts voltou bem para a personalidade de seu Booker, tendo uma cena mais chamativa próxima ao fim, e invertendo bem tudo o que fez no primeiro longa. Ainda tivemos as inserções de Veronica Ngô com sua Quynh bem imponente em muitos atos, mas com trejeitos exageradamente nervosos, o que ficou um pouco sem carisma como poderia usar. Outra que chegou e não foi quase usada como deveria foi Uma Thurman com sua Discord, ao ponto que trabalhou alguns elos e cenas, mas deixada bem para ser trabalhada mais no próximo capítulo. E finalizando as novidades no longa tivemos Henry Golding que sempre costuma cair bem em papeis mais metódicos, e aqui seu Tuah até chama atenção, mas foi mais um mensageiro para explicar para o público tudo do que um personagem imponente.

Visualmente uma coisa que me incomoda demais nas tramas de ação da Netflix é a necessidade de um filme se passar em uma tonelada de países, pois dava para ser apenas em um lugar ou outro, ao ponto que do nada a protagonista acaba de descer em um lugar e na cena seguinte já mudou, ao ponto que as ambientações até são interessantes de ver, muitos tiros e lutas, uma biblioteca interessante (mas que parece ser toda de cimento), vários momentos antigos, e até uma cena bem bacana aonde ela vai andando e mudando as épocas até se encontrar com sua antiga amiga/paixão, ou seja, a equipe de arte gastou, mas não ousou como poderia com mais efeitos.

Enfim, passa longe de ser uma bomba completa, mas ao mesmo tempo também passa bem longe de ser algo que lembrarei daqui alguns dias, então caros amigos roteiristas, lancem logo a terceira parte para fechar tudo e sejamos felizes, pois se demorar cinco anos novamente é capaz que nem as protagonistas lembrem quem elas são, e quem for conferir, veja sem sono esse segundo capítulo, senão a chance de dormir é alta. E é isso pessoal, hoje resolvi ver só um filme mesmo, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Vermiglio - A Noiva da Montanha (Vermiglio)

7/05/2025 01:59:00 AM |

Sabe aquela frustação clássica de ir conferir um filme muito premiado, que parecia ser incrível e chamativo, aí você na hora que fica sabendo de uma cabine (já que não conseguiu ir no Festival) fica desesperado para chegar o dia, e quando vai ver é algo tão morno, tão sem dinâmicas, que desanima do começo ao fim? Isso aconteceu hoje com "Vermiglio - A Noiva da Montanha", que estreia na próxima quinta-feira nos cinemas, e que quem foi no 8 ¹/² Festa do Cinema Italiano pode conferir antecipadamente a trama que ganhou o júri de Veneza no ano passado, esteve entre os indicados do Globo de Ouro desse ano, fora diversas premiações na Itália e mundo afora, mas que é tão insosso que chega a dar muito sono durante a exibição, entregando uma base tão simples que não fala por si própria, e assim talvez alguém com um manual mais detalhado do que o longa desejava passar possa gostar mais, mas confesso que me segurei para não dormir assistindo ele, então a indicação que dou para quem for na próxima semana conferir é que tome um energético para aguentar tudo o que verá.

O longa se passa em 1944, na remota aldeia alpina de Vermiglio, no norte da Itália, onde a Segunda Guerra Mundial paira como uma sombra constante, mas distante. A tranquilidade da vila é quebrada com a chegada de Pietro (Giuseppe De Domenico), um jovem soldado siciliano que busca refúgio após carregar seu ferido companheiro, Attilio (Santiago Fondevila), por uma longa jornada. Aclamado como herói, Pietro é acolhido pela comunidade e pela família do professor local, cuja filha mais velha, Lucia (Martina Scrinzi), é imediatamente atraída por ele. À medida que Pietro e Lucia se apaixonam, o romance deles desencadeia uma série de eventos que transforma a vida na aldeia. O casal decide se casar, mas essa união inesperada expõe as tensões na comunidade, revelando misoginia, intolerância e preconceito profundamente enraizados.

Como disse no primeiro parágrafo, lendo essa sinopse mais alongada, posso até dizer que essa essência exista dentro da trama, mas você precisa espremer bastante para colocar toda essa dinâmica no longa da diretora e roteirista Maura Delpero, de modo que a trama tem dificuldade em engrenar, tem dificuldade em fazer com que o público se conecte aos personagens, e mesmo sendo um mistério o que o soldado realmente esconde, você sabe que ali vai dar errado de cara, ou seja, é um filme que tem muitas facetas para serem desenvolvidas, mas que deixa tudo no famoso mundo subjetivo, e como sempre falo, isso só funciona com público que come festivais, pois comercialmente nem em sonho alguém conseguirá ver tudo isso na tela.

Todos sabem o quanto gosto de falar das atuações, mas com toda sinceridade, a diretora colocou praticamente uma vila real para atuar sem saberem passar qualquer carisma para conectarmos aos seus personagens, então vou deixar os nomes dos atores nas sinopses e vou pular essa parte do texto, pois não tenho como enaltecer, dar destaque ou falar qualquer coisa boa deles. 

Visualmente posso dizer que a equipe de arte caprichou nas locações, tendo uma vila bem simples, a formatação sendo feita dentro da casa dos protagonistas, na escola, na igreja e em uma espécie de salão de confraternizações com bailes e bebidas, tudo regado a muita neve ao redor, paisagens totalmente brancas, e algumas movimentações acontecendo por ali, além claro de elementos cênicos para marcar tudo com cigarros, livros proibidos e outros detalhes mais singelos, porém marcantes.

Enfim, é o famoso filme que só vale a indicação mesmo para os amantes natos de festivais, pois quaisquer outra pessoa que for ver como uma recomendação minha irá vir tirar muitas satisfações, então fica a dica para quem gostar dessa essência e talvez conseguir ir procurar tudo o que a sinopse disse, conseguir chegar a algum lugar. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da Synapse Distribution e da Atômica Lab Assessoria pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Jurassic World - Recomeço (Jurassic World Rebirth)

7/04/2025 01:23:00 AM |

É inegável que teremos um bom movimento de público nas salas de "Jurassic World: Recomeço", mesmo com críticas bem negativas por aí, afinal muita gente curte dinossauros, e não vai ser qualquer crítico que vai tirar o gostinho de ver eles comendo uns humanos bestas na telona. E esse que vos digita aqui até chegou a pensar que veria uma tremenda bomba na telona, mas tirando alguns detalhes estranhos, por exemplo de vermos dinossauros mistos bem estranhos (no longa é explicado o motivo de na ilha estarem apenas os que ficavam feios demais para os parques estarem ali) e de alguns absurdos que acontecem com a "sorte" dos humanos que mereciam todos virarem alimento dos bichões, a trama acaba funcionando bem, diverte como um bom passatempo para quem curte o estilo, e relevando esses excessos, e claro não esperando que o longa siga os passos de seus antecessores bem melhores (falando claro dos primeiros), o resultado certamente vai agradar quem for sem expectativas.

O longa acompanha uma equipe intrépida em uma missão para obter amostras de DNA das três criaturas mais colossais da terra, mar e ar. Cinco anos após os eventos de Jurassic World: Domínio, a ecologia do planeta se mostrou amplamente inóspita para os dinossauros. Os poucos sobreviventes vivem em ambientes equatoriais isolados, onde o clima se assemelha ao que permitiu sua prosperidade no passado. Dentro dessa biosfera tropical, as três criaturas mais colossais detêm a chave para a criação de um medicamento com potencial para salvar inúmeras vidas humanas. A missão, cercada de perigos, coloca a equipe diante de desafios extremos, enquanto lutam contra o tempo e os perigos de um mundo onde a natureza selvagem é a única soberana.

Embora o diretor Gareth Edwards tenha seguido a base de seus antecessores (ao menos nessa nova sequência de filmes), ele trabalhou com um filme bem mais enxuto de dinâmicas e ações, focando mais no envolvimento da família e da equipe de mercenários, de modo que mesmo tudo parecendo uma grande bagunça cênica, o resultado flui fácil e diverte. Claro que temos muitos absurdos que daria uma tese de mestrado em cima de tudo o que ele ignorou dentro dos conceitos "aceitáveis" em uma produção, mas como quem vai ver um filme de dinossauros espera ver eles devorando os humanos, e dominando tudo por ali, o resultado agrada dentro do possível. Ou seja, é daqueles filmes que você enxerga o diretor olhando para o roteiro e pensando no que ele tem de fazer para aquilo ser aceitável sem que vire uma bagunça completa, mas também vê que ele salvou algo que poderia ser algo que jamais desejaríamos rever, e assim sendo, mesmo não honrando o que Spielberg criou milhões de anos atrás, e aqui ainda bota seu dinheiro como produtor, ele não desapontou quem o colocou ali como conhecedor de bichões feios que sabe entreter.

Quanto das atuações, o longa tem um elenco bem estrelado que poderia ter ido até mais além, mas não desapontaram tanto na tela, de modo que Scarlett Johansson já tem muita experiência em trabalhar com coisas inexistentes ao seu redor, e fez uma Zora Bennett até que cheia de vontade de aparecer e se jogar nos atos mais malucos, porém faltou convencer um pouco mais como uma mercenária, visto que seu tamanho pequenino fez diferença em muitos atos, e faltou se impor mais para chamar atenção como a líder de tudo ali, mas soube segurar sem apelar, e assim fez bem. Mahershala Ali fez um Duncan  Kincaid carismático e bem colocado nas cenas, de modo que sendo um personagem meio que secundário até apareceu demais chamando atenção, e isso pesa em produções desse estilo, mas como foi divertido, até que agradou com o que fez em cena. Jonathan Bailey trabalhou seu Henry Loomis tentando dar um ar científico para a produção, tendo atos bem trabalhados, mas sem dúvida sua emoção ao tocar os gigantes no matagal é algo mais bonito da trama, e quem não se emocionar ali, já perdeu a noção da beleza do cinema. Rupert Friend fez de seu Martin Krebs o famoso antagonista que ninguém consegue gostar, que torcemos para que seja comido logo por qualquer dinossauro possível, mas que vai atiçar muito nossa ira, e o ator soube ser incômodo em muitos atos, mesmo sendo meio perdido em algumas cenas. Quanto da família, vou preferir me abster de falar, pois embora tenha alguns atos bonitinhos da garotinha com seu dinossauro de estimação, a história deles é um irritante e chega até atrapalhar o andamento na tela, e assim não convencem.

Visualmente o ambiente em si poderia ser mais amplo, bonito e cheio de elementos, mas fizeram uns dinossauros bem feios e esquisitos, as cenas na água chamam bastante atenção pelos detalhes e dinâmicas (sejam elas no barco grande no mar ou no bote no rio), tendo uma cena bem bonita num matagal com alguns herbívoros gigantes, mas com rabos que pareciam ser de filmes do "Avatar", ao menos sendo emocionante pela essência, e o laboratório ficou com cara de laboratório abandonado às pressas apenas, e não destruído pelo tempo como deveria, ou seja, a equipe economizou um pouco na deterioração. E um outro detalhe que faltou para um filme do estilo é sangue, pois para conseguir uma censura menor, fizeram as mortes bem sutis nesse sentido.

Enfim, juntando tudo o resultado agrada, principalmente com a boa trilha sonora de Alexandre Desplat copiando descaradamente John Williams, o resultado final agrada como um bom entretenimento de passatempo, e assim por não ser nada pesado, dá para levar a criançada que ama dinossauros nas sessões, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Chefes de Estado (Heads of State)

7/03/2025 12:45:00 AM |

Acho que os próximos presidentes dos EUA precisarão efetivamente ser lutadores e terem práticas de defesa militar, afinal já é o segundo longa com a mesma temática em pouco tempo colocando eles para defenderem os demais membros de outros países, mas isso na vida real acho bem difícil de acontecer. Porém o mais bacana foi não querer uma trama tão realista, e colocar piadas dentro do contexto de duas potências, de modo que o lançamento da Amazon Prime Video, "Chefes de Estado", consegue brincar com facetas, com trocadilhos e claro com muita ação quando de um lado temos um presidente ex-astro de filmes de ação e do outro um primeiro ministro que trocou a farda pela política, sendo dinâmico e que consegue prender atenção na tela. Claro que passa longe de ser uma obra de arte, mas facilmente veríamos ele passando numa sessão tranquila de domingo a tarde em casa, e assim sendo fica a dica para um bom passatempo divertido, que aparentemente haverá continuações.

Na comédia de ação vemos que o primeiro-ministro do Reino Unido, Sam Clarke, e o presidente dos EUA, Will Derringer, têm uma rivalidade pública que coloca em risco o “relacionamento especial” de seus países. Mas quando eles se tornam alvos de um adversário estrangeiro poderoso e implacável, que se mostra à altura das forças de segurança dos dois líderes, eles são forçados, a contragosto, a contar com as duas únicas pessoas em quem podem confiar: um no outro. Aliados à agente do MI6 Noel Bisset, eles precisam fugir e encontrar uma maneira de trabalhar juntos por tempo suficiente para impedir uma conspiração global que ameaça todo o mundo.

É engraçado ver um diretor russo fazendo piadas com seu próprio país já que faz mais filmes americanos, mas Ilya Naishuller, que fez muita fama com o longa "Anônimo" (que sempre falam que irão fazer uma continuação, mas nunca sai do papel), soube trabalhar bem toda essa essência com dinâmicas de ação, e até alguns motes bem introduzidos para que o filme não ficasse tão preso, fora que lhe foi entregue um orçamento bem generoso para que tivessem planos bem amplos, cenas de explosões aos montes, e toda a correria tradicional do estilo, aonde o resultado até pode não ser uma história daquelas que ficamos impactados, mas mesmo tendo alguns elos um pouco apelativos, o resultado agrada e diverte dentro do contexto esperado.

Quanto das atuações, John Cena praticamente fez com que seu Will Derringer fosse ele mesmo virando presidente, de modo que o ator brincou com as facetas de que atores de ação não fazem quase nada e sim seus dublês, trabalhou a sacada de músculos de foto, e usando bem as dinâmicas de atuação mesmo para que seu papel fosse chamativo acabou sendo engraçado ver suas brigas e rixas com seu parceiro de cena. Foi até interessante ver um ator que não tem um porte cômico inserido na produção, pois Idris Elba faz muitas tramas de ação, tem personalidade, e seu Sam Clarke pedia bem essa imposição, ao ponto que vai se soltando durante toda a trama, e mais próximo ao fim já está pronto para se jogar, o que acaba sendo divertido de ver. Não sou o maior fã do estilo expressivo de Priyanka Chopra Jonas, porém aqui sua Noel Bisset briga bastante, tem muitas cenas de luta imponentes, e acaba se jogando fundo no mundo dos trocadilhos do roteiro, ao ponto que convence com o que precisava fazer na tela. Até é compreensível a motivação do vilão Gradov vivido por Paddy Considine, porém ficou exagerado num nível tão gigantesco, que suas expressões pareciam de um Rambo sem falas apenas atirando e colocando seus comparsas para brigar e caçar os chefes de estado, mas dava para ter trabalhado uns diálogos melhores para ele. Quanto aos demais, vale um leve destaque para as sacadas que Jack Quaid para seu agente Marty Comer, ao ponto que soou meio louco demais no mesmo estilo do outro personagem que fez nesse ano, mas aqui ao menos não precisou ser tão ingênuo.

Visualmente a trama é uma produção grandiosa que a equipe de arte pode brincar demais na tela, tendo cenas explosivas em tudo quanto é lugar, desde cenas numa festa italiana com um ataque bem orquestrado de armas de grande porte, depois no parlamento inglês com entrevistas chamativas, indo para o avião presidencial com detalhes das salas de inteligência sendo explodido, mesmo lutando bravamente com muitas de suas armas, algumas cenas na floresta com brigas de colonos malucos da Bielorrússia, muitas dinâmicas marcantes num apartamento secreto cheio de recursos, trens, e até salas escondidas em prédios com tecnologias de transparência, além de uma perseguição imponente nas ruas de Londres, ou seja, tudo cheio de elementos cênicos bem colocados para representar tudo na tela, e que funcionaram dentro do propósito explosivo da trama.

Outro ponto bem chamativo da produção ficou a cargo de uma trilha sonora com muitos clássicos e bandas de todos os estilos, conseguindo imprimir um ritmo bem interessante na tela, de modo que tudo parece saltar dentro da ideia completa, ou seja, o compositor Steven Price fez boas trilhas orquestradas para acompanhar tudo, mas a cada nova dinâmica entrava uma nova música imponente na tela.

Enfim, é um filme divertido e bem trabalhado, que passa bem longe de ser algo que vamos falar muito e lembrar daqui um tempo, mas que deve gerar ao menos uma continuação, e o resultado ao menos funciona sem ficar bobo demais, valendo como um bom passatempo. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Looke - O Destino de Maja (Myrskyluodon Maija) (Stormskerry Maja)

7/01/2025 12:37:00 AM |

Diferente da duração longuíssima do longa finlandês, "O Destino de Maja", que pode ser conferido dentro da plataforma do Looke, vou ser bem sucinto com o que tenho de falar sobre ele, pois é daqueles dramas românticos bem detalhados da vida inteira de uma mulher que vai morar numa ilha com o homem que lhe foi designada, mas que acaba se apaixonando por ele e tendo uma tonelada de filhos, precisando cuidar de tudo enquanto ele está no mar, ou então durante o tempo que passa escondido quando o mundo está em guerra e a Inglaterra assume a ilha deles. Tudo bem básico, porém muito bem emocional, cheio de dinâmicas do tempo, mostrando situações fortes e outras bem gostosas, que no contexto geral funciona como uma grande novela exibida em 163 minutos. Ou seja, é daqueles que quem gosta de algo sem grandes floreios acaba entrando no clima rapidamente e se envolve com tudo, mas quem preferir algo mais complexo é capaz de desistir com menos de uma hora.

O longa nos conta que Maja é uma jovem de 17 anos que se casa com o pescador Janne contra sua vontade. Sua vida em Stormskerry é repleta de desafios e contratempos: como esposa de um pescador, ela precisa lidar com as longas ausências do marido no mar e cuidar sozinha da família. No entanto, Maja se tornou uma mulher independente e determinada, que não tem medo de agir no arquipélago árido. Maja e Janne têm uma forte conexão e um amor que se aprofundou com o tempo. Janne apoia as aspirações da esposa e entende que a força de uma família vem do esforço conjunto.

Não é comum surgirem longas finlandeses por aqui, então não posso afirmar que o estilo novelesco seja algo que predomine por lá, e até nem posso colocar com tanta imposição que o trabalho da diretora Tiina Lymi tenha ficado dessa forma, pois não temos tanto desenvolvimento de personagens paralelos ao redor do que ela entrega com o romance de Anni Blomqvist, ou seja, apenas posso afirmar que ela quis desenvolver toda a trama de vida da personagem em um único filme, e isso não é nenhum demérito, de forma que o resultado final convence bem dentro da formatação, e chega a ser quase como realmente ler um livro por completo em poucas horas. Ou seja, é o que chamamos de entrega por demanda, pois dava fácil para que a diretora criasse uma minissérie de uns 3-4 capítulos e agradar um público fã do estilo, mas sua escolha como um longa é funcional e agrada, então diria que foi um grande acerto na tela.

Quanto das atuações, Amanda Jansson simplesmente se jogou por completo com sua Maja, sendo forte, expressiva e com interações tão emblemáticas, que mesmo os soldados ingleses não entendendo quase nada do que falava, acabaram fazendo tudo que ela desejava, sendo marcante e intensa do começo ao fim. Linus Troedsson trabalhou seu Janne com uma personalidade leve e tão gostosa para com sua mulher, que chega a ser apaixonante o que ele faz em cena, de modo que num primeiro momento até pensamos que seria algo mais forte e dura, mas ele muda com ela, e o resultado mostrou um ator leve e muito bem disposto para tudo. Quanto aos demais, vale o destaque para Desmont Eastwood com seu Tenente John Wilson pela imposição bem tomada e pela comunicação mesmo que quebrada com a protagonista criando uma vivência e agradando bem nas dinâmicas.

Visualmente todo o longa é belíssimo pelas locações em si, tendo tons de verde, azul e marrom meio acinzentado tão precisos que agradam demais, tendo toda a conexão com os elementos marinhos (claro que exageraram na transparência da água, mas ficou muito bonito de ver os peixes, corais e algas em movimento com a personagem), toda a construção da casa e dos barcos, os animais com seus símbolos junto da mitologia dos seres que a jovem acredita, além de invernos bem brancos e ricos de imagens, e claro os atos de guerra com muitos soldados, grandes barcos e todo o processo de cura das feridas. Ou seja, a equipe de arte encontrou boas locações para desenvolver tudo na tela, e o resultado é algo que parece realmente tirado das páginas de um livro.

Enfim, é um filme que se olharmos a fundo é bem simples, e que pela duração alguns não irão curtir tanto, pulando partes ou assistindo meio que de forma seriada, mas que vale o play pela essência em si, sendo gostoso de ver e que funciona como um bom romance diferenciado dentro de um cinema pouco conhecido por aqui que é o finlandês. Então fica a dica, e fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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M3GAN 2.0

6/28/2025 02:23:00 AM |

Sempre falo para irmos sem nenhuma expectativa ou esperando a pior bomba possível para um filme, pois a chance de gostar o que verá é bem alta, e nessa semana começaram a respingar as críticas de "M3GAN 2.0" com a maioria dos críticos detonando a continuação da boneca assassina que conquistou o público em 2023, e posso dizer que me diverti bastante e também me indignei bastante com algumas situações que os roteiristas entregaram para os personagens, pois agora evoluída a personagem tem uma pegada mais intensa de lutas, e a trama até tenta discutir a legalização e a segurança em cima das Inteligências Artificiais, e sendo assim o resultado fica mediano para bom, não sendo algo que daqui alguns anos eu lembre o motivo de ter gostado sem vir aqui ler, mas ao menos tirando as situações bizarras que alguns tiveram de fazer em cena, até acaba sendo bacana o passatempo.

O longa acompanha a terrível, demoníaca e dançante boneca assassina e sua criadora Gemma que, agora, tornou-se uma autora de sucesso e luta a favor da supervisão e controle governamental da Inteligência Artificial. Quem não aprova em nada essa nova atitude de Gemma é sua sobrinha de 14 anos Cady que decide se rebelar contra as regras superprotetoras da tia. Enquanto isso, um poderoso empresário rouba a tecnologia do protótipo da boneca Megan com o objetivo perverso de construir uma potencial arma militar letal chamada Amelia, uma espiã altamente treinada e sem limites. Rapidamente, porém, Amelia ganha uma autoconsciência poderosa e decididamente começa a se rebelar contra as ordens e vontades humanas, tornando-se um perigo cada vez maior de aniquilação.

Já adianto que se você for esperando encontrar algum nexo no roteiro do longa, certamente irá sair da sessão reclamando de tudo o que verá, então usando a base do primeiro filme, o que foi muito bom foi manterem o diretor Gerard Johnstone, afinal ele soube exatamente aonde atacar na continuação, pegando a onda de inteligências artificiais e jogando tudo para um futuro até futurista demais, aonde a essência em si até brinca com o público, mas lá pela metade do filme ficamos com a dúvida se ele queria fazer isso como paródia cômica ou se imaginava algum tipo de realismo com a entrega, ou seja, acabaram exagerando demais com tudo, e sendo engraçado funciona, mas como terror ou até mesmo algo mais denso, o resultado desaponta bastante.

Quanto das atuações, foram muito espertos na caracterização de Amie Donald, afinal a garota cresceu, então aumentaram a altura da robozinha M3GAN, com movimentos ainda mais precisos e chamativos, aonde claro a voz de Jenna Davis deu todo o tom chamativo na tela, conseguindo trabalhar as boas sacadas do roteiro, ao ponto que o conjunto todo funciona dentro da proposta, que não é nem de terror, nem de ação, nem cômica por completo, tendo um pouco de tudo para divertir com o que faz. Esperava Ivana Sakhno mais imponente com sua Amelia, de forma que ela começa bem violenta, tendo na sequência uma entrega sexy bem colocada, mas depois a personagem meio que fica jogada demais na tela, deixando tudo para o lado sem ir muito além, mas isso foi do papel, mostrando que a atriz tinha mais potencial para ir além. Allison Williams trabalhou sua Gemma com mais intensidade nesse longa, ousando com lutas e trabalhando bem suas expressões, não sendo muito chamativa, mas tendo uma participação bem colocada. Agora quem ficou sem grandes chamarizes na tela foi Violet McGraw com sua Cady, pois no primeiro a garotinha tinha muito mais interação, e aqui ficou "protegida" demais, o que soou um pouco estranho de ver. E quantos aos demais dá quase para esquecer de tão grande os papeis bobos foram colocados, com Brian Jordan Alvarez fazendo um Cole mais participativo, porém sem ir além de algo caricato, Aristotle Athari fazendo um Cristhiam quase mais robótico que as próprias robôs do filme, e Timm Sharp fazendo um policial tão idiota, que se eu fosse da equipe da refilmagem de "Loucademia de Polícia" já chamava ele pra algum papel.

Visualmente o longa ficou bem tecnológico, cheio de tons rosa metálico, com muitas dinâmicas numa fábrica antiga, num evento de robôs e na mansão de um líder de tecnologia, e falando em mansão, a casa das protagonistas agora é um luxo a parte, que toda hora se perguntam como foram parar ali, ou seja, a equipe até exagerou um pouco nesse quesito, fora os seguranças da fábrica parecendo vindos de algum filme futurista, ou seja, quiseram ir muito além, e ficou um pouco estranho de ver, mas agrada de certa forma.

Enfim, é uma continuação que manteve o potencial da trama original, porém exagerando no conceito tecnologia e botando comicidade demais ao invés de violência que era algo que prometiam, e assim sendo o resultado ficou um pouco bobo demais para agradar por completo. Diria que recomendo ele com muitas ressalvas como um passatempo apenas, mas não espere muito que vá entregar algo interessante na tela. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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F1 - O Filme (F1 The Movie)

6/27/2025 01:32:00 AM |

Sabia que veria algo grandioso hoje com a estreia de "F1 - O Filme", pois com uma pré-venda tão antecipada e muitos lugares sendo ocupados rapidamente tinha tudo para ser algo muito esperado de ver na telona, também imaginava isso pela gigantesca campanha que a Apple fez dele, e só fui imaginando o valor do orçamento, pois sei bem que o custo de manter uma equipe de F1 é gigantesco, e eles tiveram paddock próprio em todos os GPs, tiveram carros de corrida originais (embora sejam de F2 por baixo para não ficar tão caro as destruições), e contando com um ator caríssimo junto de tudo, era inegável que daria algo errado. E meus amigos, eu não imaginava o tamanho da grandeza, pois o filme é fora da caixinha em termos de produção, com uma história básica, mas boa também, mas pra quem ama corridas, e quem gosta de ver algo realmente arrepiante pode ir conferir que vai amar cada minuto de tela, e que mesmo sendo uma trama longa (155 minutos), não é alongado, tendo tempo suficiente para todos os momentos funcionarem sem apressar, nem cansar.

No longa vemos que depois de abandonar as pistas, o lendário piloto Sonny Hayes é convencido a voltar a correr para apoiar Joshua Pearce, o jovem novato da escuderia fictícia ApexGP. Disposto a todos os riscos, Sonny monta uma estratégia para fazer a equipe se tornar vitoriosa, para isso ele precisará do apoio da comissão técnica e de pessoas influentes do esporte, mostrando que a corrida vai muito além das curvas dos autódromos.

O estilo do diretor e roteirista Joseph Kosinski é daqueles que se lhe entregarem um cheque em branco, ele vai gastar até o papel ficar transparente, pois tem pego uma produção maior que a outra em sequência, seja para cinema, streaming ou agora para os dois casos, e felizmente tem acertado em cheio no que o público deseja ver no cinema, pois sabemos que filmes artísticos com histórias cheias de filosofia são incríveis, mas a bilheteria de um cinema só dá renda realmente se atinge o público com algo bem envolvente e cheio de dinâmicas, o que já vimos acontecer muitas vezes, e aqui ele não desaponta, pois a trama foi tão bem elaborada dentro de um conceito simples, que acabamos nos conectando com os personagens e claro com as corridas, mesmo não sendo grandes fãs de Fórmula 1, então imagina para as pessoas que realmente amam acordar cedo ou de madrugada para conferir algumas corridas, essas certamente irão se apaixonar pela estética, pelo desenvolvimento e por tudo que o diretor fez questão de não errar.

Quanto das atuações, estava com um certo receio de ver Brad Pitt como protagonista em um esporte dominado por jovens, mas o papel do dono da equipe acaba em segundos com essa teoria usando o Google para falar o nome de outros pilotos mais velhos de antigamente, e assim vemos um Sonny Hayes destemido, literalmente cheio de entrega e que funciona não apenas como um bom mentor dentro do conceito de equipe, mas também como alguém cheio de personalidade e que sabe o que gosta de fazer, e assim o resultado do ator como o personagem ficou com trejeitos clássicos de Brad, mas com uma pegada que fazia tempo que não víamos fazer. O engraçado é que não lembro de nenhum personagem que o ator Damson Idris tenha feito nos outros filmes que participou, mas aqui a personalidade jovem de seu Joshua Pearce é daqueles que ao mesmo tempo que você acaba torcendo pra ele, também fica com raiva e xinga, sendo preciso de erros clássicos de novatos, além de uma arrogância perfeita que o papel pedia. Javier Barden brincou bastante com seu Ruben, sabendo exatamente como explorar seus olhares tradicionais com a personalidade de alguém falido, porém com um sonho, e assim acabamos curtindo muito o que faz em cena. Kerry Condon também brincou bastante com a entrega de sua Kate, mostrando-se uma engenheira de primeira linha, com papo direto e que formou um belo par na tela com o protagonista, ao ponto que você torce para acontecer, sabendo que vai acontecer, mas com um belo jogo de nuances e olhares, fora sua inteligência bem colocada no papel. Ainda tivemos outros bons momentos com Tobias Menzies com seu Peter Banning cheio das artimanhas e traquejos dentro do conselho da equipe, Sarah Niles fazendo a mãe do jovem piloto com muita intensidade e Kim Bodnia como um chefe de equipe imponente, porém torcedor também, aceitando as loucuras do protagonista, e por pouco um papel pequeno de Callie Cooke como uma jovem mecânica (ou trocadora de pneus, não sei se é esse o nome) não roubou as cenas para si, o que seria exagerado de um papel secundário.

Visualmente se você já assistiu alguma corrida de Fórmula 1 saberá o que verá na tela, afinal como disse no começo com a produção de Lewis Hamilton, acabaram montando dentro de todos os Grandes Prêmios um paddock completo para a equipe, pegaram carros de F2 (por ser mais fácil de pilotar para os atores, e também mais baratos para as cenas que quebram tudo) e modelaram para parecer de F1, e usaram todas as corridas para vermos em detalhes tudo, tendo desde os hinos dos países com os pilotos, premiações, interações nos boxes e tudo mais, ou seja, é a corrida vista em ângulos que nunca vimos na TV normal, afinal as câmeras Imax preencheram tudo quanto é lugar na tela, e o resultado impressiona. Ainda tivemos a fábrica da equipe com seu centro de treinamento bem tecnológico, e algumas dinâmicas em festas e boates, de modo que o resultado final ficou literalmente impecável.

Outro ponto muito positivo da trama ficou pela mixagem do som, aonde o ronco dos motores, o barulho das pedrinhas voando na beira da pista, as batidas, mudanças de marcha, as conversas da equipe pelo rádio e tudo mais ficaram tão perfeitas que em certos momentos você chega a ser até o carro na tela, ou seja, um trabalho minucioso que valerá certamente prêmios no final do ano. Além disso tivemos uma trilha sonora composta por Hans Zimmer no seu melhor estilo possível, fazendo com que nos envolvêssemos por completo em cada ato da trama, e claro escolheram ótimas canções que foram escolhidas a dedo para alguns bons momentos da trama, que claro deixo aqui o link para conferirem!

Enfim, acho que falei até demais, mas realmente valeu cada momento dentro da sessão que passou literalmente voando, aonde mesmo bem cansado que estava hoje, acabei me sentindo impactado pelo resultado final, me emocionando em alguns momentos e envolvido como um bom longa deve fazer com o público, e sendo assim recomendo ele com toda certeza seja fã de automobilismo ou apenas fã de um bom filme de entretenimento. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje já sabendo que o diretor tem planos de uma continuação, então veremos o que vem em breve, deixo meus abraços com vocês e até breve com mais dicas.


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