Imaturos (IMMATURI)

11/29/2011 11:57:00 PM |

Quando falo que comédias não precisam usar de escatologias nem de coisas pesadas para fazer rir e agradar uma sala lotada, muitos falam que estou errado. E eu repito aqui, hoje a sessão da 7ª Semana Pirelli estava com um coro alto de pessoas para ver "Imaturos" (Immaturi no original) e todos se divertiram por demais com uma comédia leve, bem feita e bem trabalhada com um tema sério e bem tratado que é os estudos entre um grupo de amigos já com uma boa idade, a sinopse diz melhor que eu, então vamos a ela.

Giorgio (Raoul Bova), Lorenzo (Ricky Memphis), Piero (Luca Bizzarri), Luisa (Barbora Bobulova), Virgilio (Paolo Kessisoglu) e Francesca (Ambra Angiolini): o que eles têm em comum? Há 20 anos eram colegas de classe. Mas, acima de tudo, eram amigos e formavam uma turma. Então, algo aconteceu e o grupo deles se desmanchou. Mas em breve voltariam a formá-lo, pelo menos por alguns dias, pois o Ministério da Educação cancelou seus exames finais e eles deverão refazê-lo. Perdendo, assim, todos os títulos alcançados sucessivamente. E, por isso, vão se reunir novamente, como nos velhos tempos, com algumas rugas a mais e cabelos a menos e com o desejo de sentir o gosto da juventude e do aprendizado, já que aquele tempo já passou. Uma comédia sentimental que mostra uma geração confrontando sua vida após 20 anos e que passou por diversas experiências, entre sonhos e decepções.

O mais interessante na história é a forma que tudo é confrontado entre os amigos, como a história flui, muitos ao lerem a sinopse e assistirem ao trailer poderiam dizer, nossa é quase o "Gente Grande" do Adam Sandler na versão italiano, eu diria mais que sim pode se assimilar bem ao filme americano, claro removendo todas as escatologias, palavrões e piadas fortes do filme do Sandler, e se pra mim foi o filme americano foi uma das grandes belezas do ano passado pegando pesado, aqui a leveza traz pra tela um filme prazeroso de assistir e ver as confusões dos amigos num encontro passado 20 anos.

O diretor soube dosar as histórias individuais e coletivas de cada personagem de modo a não cansar em cena e os conflitos são expostos em boas doses sem a preocupação com a velocidade. Ai você me pergunta, mas e como fica o ritmo do filme? Eu respondo da seguinte forma que ficou no ritmo mais agradável de se assistir, sem pressa e nem parado, tudo se encaixa e tudo flui, e o principal ponto obrigatório da comédia nos faz rir.

Os atores, não são os melhores que já vi, mas conseguem mostrar bom carisma em cena, divertir e até emocionar em certos momentos, então não posso reclamar de nada. Eles conseguem conduzir a trama com um bom senso que poucos atores mais em alta não conseguiriam nunca. Destaque para Ricky Memphis e seus pais em cena que me fez rir horrores (e também pensar se não devo fugir logo de casa!) e para Raoul Bova que já tinha gostado de sua interpretação no filme de sábado("Ninguém pode me julgar") e agora faz um psiquiatra que sabe resolver os problemas dos outros mas não os seus próprios.

Outro ponto que souberam colocar de forma agradabilíssima foram as trilhas e narrações (as quais já vi que todo filme italiano de comédia tem), pois aqui pelo menos ela está no contexto com o programa de rádio e nele além de narrar alguns acontecimentos, o personagem de Luca Bizzarri escolhe as faixas tocadas somente com grandes canções, um show além de falar o que acontecia no ano em questão, enfim um belo programa de rádio.

Com tudo o que falei, não tem como não recomendar, é uma obra de arte das comédias, agrada na medida e faz as suas quase duas horas de projeção passar que nem se nota. Recomendo que assim que sair em DVD ou se passar em algum cinema, todos vejam pois vale muito a pena. Encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais, não do italiano pois é um documentário então não faz muito meu gênero, mas não vou deixar vocês sem posts. Abraços e até mais pessoal.

PS: A nota até poderia ser maior caso o diretor fechasse o elo iniciado na primeira cena, mas foi uma opção deixar em aberto e não voltar nela, pelo menos acho assim.


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Os 3

11/29/2011 04:30:00 PM |

Filmes brasileiros andaram por muito tempo desaparecidos do mercado principalmente por serem feitos em sua maioria como uma liberação do ego do diretor e não focar tanto no que o público alvo deseja ver nas telas. De um tempo pra cá (mais ou menos 2-3 anos) a produção vem crescendo tanto que só nessa semana estou com 3 em cartaz aqui, sendo esse o segundo que vi, mas ainda fica a pergunta no ar: São muitas as produções feitas no Brasil que o público quer ver? Ainda não muito. "Os 3" tenta fazer uma mistura de reality show com drama num filme e até pode funcionar com o público em geral, mas ainda está longe de ser algo que qualquer um vá pagar para ver.

O filme nos mostra três jovens universitários vindos de pontos diferentes do país que se conhecem durante uma festa e tornam-se inseparáveis. Alugam um apartamento juntos e de tão próximos passam a ser conhecidos como "Os 3". Eles passam quatro anos mergulhados nesta amizade, mas com o fim da faculdade, e tendo de seguir adiante com suas próprias pernas, eles aceitam transformar o apartamento em que moram num cenário de reality show, onde tudo está à venda e onde eles mesmo são os personagens.

A idéia do longa é bem diferenciada, e acredito que seja isso que está fazendo todos os críticos por aí gostarem tanto do filme. Ok, a idéia é boa, mas cabe apenas uma boa idéia agradar? Na minha opinião não. Pois o filme embora divertido e com boas sacadas tem um aspecto sujo e embora tenha um final passível e aceitável, o longa não empolga, é linear apenas com boas sacadas espaçadas durante seus 80 minutos.

Outra boa sacada do longa são as atuações, pois embora "pessoas comuns", os atores tentam atuar dentro do longa e isso faz com que nem sempre precisem estar perfeitos em cena, e muitas vezes não estão principalmente qualquer um que não seja os 3 protagonistas. A química entre os três atores também está bem legal e realmente passam como sendo colegas mesmo de quarto com alguma intimidade aflorada.

O interessante do filme que mesmo sendo uma produção tecnicamente barata, está presente variados objetos interessantes para uma direção de arte valorizada, claro pois faz parte do contexto a venda de produtos, mas aí é que entra o problema, esqueceram de avisar a direção de fotografia para valorizar isso, e os planos quase sempre abertos não valoriza nada que está em cena a não ser a atuação, fechando o foco apenas para detalhes de rostos.

Enfim, o filme não é ruim, tem um bom roteiro e bons atores em cena, só achei que ele acabou sendo mais um filme de festival para críticos idolatrarem e menos um filme para ser vendido comercialmente para o público, agora entendo o porque dos cinemas daqui colocarem ele apenas em horários alternativos, pois não que eu não recomende ele, só que nem todos vão gostar e alguns ficarão com sono. Encerro por aqui, mas a noite tem mais do cinema italiano. Abraços pessoal.


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Sucata (RUGGINE)

11/29/2011 01:04:00 AM |

Enfim surge na minha opinião o melhor filme do Festival Italiano, "Sucata"(Ruggine no original) é um longa de tema pesadíssimo sim, mas foi tratado pela diretora Daniele Gaglianone com luvas de seda e ao mesmo tempo que faz você se contorcer na poltrona com os sentimentos de dúvida e medo das crianças de uma década onde brincar era o único afazer das crianças de uma periferia, nos faz pensar num tema tão atual que convivemos que é a pedofilia.

Norte da Itália. Final dos anos Sessenta. A difícil pré-adolescência de uma turma de crianças imigradas do sul da Itália, no desolado bairro de Alveari, na periferia de uma cidade grande. Na terra de ninguém, entre a cidade e o campo, um grande depósito – com um imenso monstro de sucata enferrujada – é o lugar de brincadeiras e aventuras. De repente, surge outro monstro, um "ogro" de carne e osso. Duas meninas são estupradas e assassinadas, e repentinamente tudo muda: os conflitos entre gangues adversárias, explorações, primeiros sentimentos tímidos, e a busca frenética pela identidade dentro do grupo, tudo é excluído pelo perigo, naquele verão medonho que cada um levará na memória como um fardo insustentável. Trinta anos depois, Sandro, Carmine e Cynthia ainda estão marcados pelas recordações daquela experiência inesquecível e traumática que deixou sinais profundos.

Já nas primeiras cenas do longa, meu queixo foi parar no chão com uma fotografia feita a meia luz iluminando duas crianças num lugar abandonado, e os planos escolhidos completamente atípicos nos faz envolver e até em certos momentos estar presentes com os protagonistas, seja na versão criança ou na versão adulta. Não queria nem estar falando dessa forma por se tratar até de um spoiler imenso, pois até mais da metade do filme ainda ficamos na dúvida se são as mesmas crianças os adultos, mas como a própria sinopse já explicita vamos continuar, pois creio que não vá estragar tanto a beleza do filme. E essa capacidade de incluir-nos na trama são pouquíssimos diretores que tem o dom de conseguir. Ainda estou maravilhado com isso.

As atuações beiram a perfeição, e quem já trabalhou com crianças sabe o drama que é, pois todas se divertem em cena e transmitem a sensação necessária a cada cena, de crianças pobres, ingênuas e que tem apenas um ferro-velho como "parque de diversão" para se divertirem e lá é onde surge o "monstro" que mais uma vez mostra ser um real monstro da interpretação que já vimos em "Vincere" que é Filippo Timi, segundo filme que assisto dele e me impressiono como suas facetas conseguem demonstrar tudo que sai de suas palavras.

A direção de arte, soube ajudar o longa colocando elementos cênicos usando a melhor característica do menos é melhor, pois deixando o bairro o mais pobre e descampado tudo consegue girar ao redor das atuações e do enredo, pois se rebuscasse com elementos dos anos sessenta vislumbraríamos mais a cenografia que o filme em si, mas não pense que faltou algo, que tudo está lá, o carro, as roupas e até a forma de condução dos personagens, que aí já se apela para a boa direção.

A trilha amarra o longa de forma a manter o suspense/drama que envolve tudo, e também com dosagens minimalistas não o rebusca e faz o que precisa, que é nos deixar tensos presos à poltrona do cinema.

Enfim, um excelente filme, que recomendo totalmente que todos assistam. A experiência de ver ele poderia até ter sido mais gratificante se o Cinemark não tivesse dado tantas bolas fora em parar o filme 5 vezes, sendo uma de mais de 20 minutos, mas algo maior me fez ficar na sala até o fim e sair feliz por ter visto algo maravilhoso, mesmo que o filme não seja para nos deixar feliz. Encerro aqui nesta madrugada, mas amanhã tem muito mais por aqui nessa maratona que está valendo a pena por alguns filmes e principalmente por alguns outros motivos profissionais.

PS: A nota poderia ser de 10 coelhos, e até posso dar ela assim que assistir o filme em casa, mas como no cinema houve todos essas pausas, o filme acabou tendo a magia maior que é a degustação ser ser interrompida quebrada.


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Jardim Das Folhas Sagradas

11/29/2011 12:34:00 AM |

Leiam os três itens acima no pôster, pronto está dito o filme "Jardim das Folhas Sagradas" por completo, pois ele não irá fugir delas: a questão ambiental (além de todo o verde envolvido no filme o protagonista é vegetariano), preconceito racial (mais do que o envolvimento da discórdia de ter um negro na chefia de um banco famoso, existe ainda a questão homofóbica envolvida) e o conflito religioso (que aqui além de envolver o candomblé mixa a briga que envolve as três principais ideologias da Bahia, as religiões católicas, umbanda e evangélica), misture tudo isso e você terá um resumo do filme completo, porém o que poderia ser mais bem explorado, acaba sendo jogado para os leões julgar e acaba sendo um filme para uma minoria e os que não forem adeptos de qualquer um dos pontos que o longa escolhe como "correto" acabará saindo como preconceituoso ou sem entender ou as duas coisas juntas.

O longa de ficção é construído a partir de Bonfim, um bancário bem sucedido, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e de crença evangélica. Ele vive na Salvador contemporânea e recebe a incumbência de montar um terreiro de candomblé no espaço urbano. Para isto, enfrentará a especulação imobiliária numa cidade de crescimento vertiginoso, o preconceito racial e a intolerância religiosa. Este homem, embora questione a tradição da própria religião, tem a missão de montar um ambiente sagrado e de respeito à natureza, superando as contradições e conflitos trazidos pela modernidade. 

O filme que conta com uma fotografia muito interessante voltada para os tons verdes, já que a preocupação ambiental existe e é iminente desde todo o trabalho que o protagonista diz ter com a natureza, mas o problema maior do longa está em ser feito para poucos entenderem, pois voltado para as crenças do candomblé muitos acontecimentos do longa passam em cima dos rituais, e com isso as outras causas tais como a bissexualidade do protagonista, a divergência do candomblé com o vegetarianismo e até o preconceito racial com relação a grandes cargos passam batidos do longa e se perdem no emaranhado que o diretor quis mostrar. E ele mesmo acaba sendo preconceituoso com relação às evangélicas, ao zombar dos atos que fazem, não que elas não façam todas aquelas coisas ridículas, mas não era necessário evidenciar.

Como não sou a melhor pessoa para falar sobre religião aqui, caberia nesse momento meu professor de Ciências Sociais, Luis Rufino, melhor explicar o filme pois como um bom antropólogo que ele era saberia explicitar melhor os problemas do longa, então vou me abster de tentar entender o longa como um filme para o público em geral e apenas dizer que não gostei de nenhuma atuação nem da forma como a narrativa do filme flui. A única resposta que busco é como um filme desse cai nas salas de cinema, com muitas cópias espalhadas pelo Brasil enquanto filmes que são bons acabam sendo jogados apenas em algumas salas? Definitivamente nunca irei entender a distribuição brasileira de filmes.

Para não julgar mais, apenas falo que não recomendo o filme para ninguém a não ser que você seja um antropólogo ou estudioso do candomblé e queira ver apenas um filme com uma boa fotografia, mas sem uma resolução adequada. Encerro por aqui, mas daqui a pouco a crítica do filme italiano de hoje. Abraços pessoal e peço que não me julguem por se o filme existia alguma coisa a mais que eu pudesse captar.

PS: A nota está embasada apenas na fotografia que achei bem bonita, ao misturar o verde com cenários urbanos da Bahia.


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Bar Sport

11/28/2011 01:06:00 AM |

Filmes tradicionais italianos, acabam sendo indigestos para o público em geral, e "Bar Sport" entra nesse time, pois é algo tão incomum que mesmo sendo um festival onde a maioria das pessoas gostam de filmes "diferentes", algumas pessoas acabaram saindo praticamente não estava nem na sua metade.

O Bar Sport é muito mais que um simples bar. Em cada cidade, em cada país, existe um Bar Sport, sempre com as portas que dão para a praça principal. Mais que um local de encontro é um ponto de referência que une diferenças num único espaço, um universo de situações e personagens que já encontramos pelo menos uma vez na vida ou que gostaríamos de encontrar. O Bar Sport, gerenciado por Antonio, também conhecido como Onassis devido à sua avareza, é frequentado: por Tennico, o sabe-tudo que conhece todo mundo; pelo playboy que conta suas aventuras improváveis​​; pelas velhinhas com aspecto inocente e almas pérfidas que sempre sentam na mesinha de canto; pelo inventor que detém o recorde do fliperama; pelos jogadores de bilhar prontos para o eterno desafio com o bar rival Moka; por aqueles que passam dias jogando cartas; por jogadores de futebol, ou melhor, do futebolzinho do bar; pelo namorado deprimido; pelo "Cinno" que sonha em se tornar um campeão de ciclismo; pelo velho que passa o tempo assistindo televisão e cuspindo no chão; pelo professor que dá boas notas para as meninas; por outras personalidades tão simples, quanto excêntricas. Tudo acontece sob os olhos sonhadores da bela moça do caixa, pela qual todos se apaixonam, mas que é louca pelo fascinante padeiro. Além disso, o Bar Sport divulga os feitos dos grandes esportistas que entraram para a lenda do esporte, como Piva, o jogador de chute poderoso adorado pelos torcedores e o grande Pozzi, o invencível ciclista envolvido numa eterna disputa com o famoso Girardoux. Enfim, amor, desafios, cappuccinos, aventuras, viagens, campeões, filhos, avós, sexo e merengues: esses são os temas centrais do filme, uma espécie de "bíblia" da comédia italiana.

Com a sinopse acima, a qual conforme falei no inicio do Festival retirada do site http://www.cinemaitaliano.com.br/7semana/filmes.php , já explica o longa completo para todos, e pasmem, acontece exatamente tudo que está descrito ali, claro colocado muitas animações, ao meu ver indigestas, para tudo que é dito ou mostrado em cena. Não que o longa seja ruim, mas é completamente diferente do que estamos acostumados a ver, e com isso não agrada, cansa e faz pensar se algo desse gênero chama público no país de origem, acredito eu que sim, afinal não trariam para um festival algo que não fosse tradicional deles.

As atuações são estranhas, mas se repararmos na ideologia do filme e for em qualquer boteco de esquina daqueles que sempre tem os tiozinhos lá, iremos reparar nos trejeitos dos personagens que foram bem caracterizados, claro de forma exageradamente escrachada, mas está tudo lá conforme colocado na sinopse acima. A atuação de Giuseppe Battiston (um tipo característico que lembra um pouco Zach Galifianakis) está melhor aqui do que no filme que apareceu na sexta-feira ("Filhos das Estrelas").

Um dos pontos favoráveis que gostei do longa está na direção de arte, pois como falei sobre as características dos botecos de esquina, está tudo muito bem colocado minuciosamente, até o doce que nunca é vendido e está na vitrine a anos só esperando que alguma alma doida o coma, então no quesito visual o longa agrada e bastante, até nos momentos exagerados fora do bar tudo é bem colocado de forma interessante. Claro sempre pecando pelo exagero, mas fazer o que. Porém a nota que darei se considerará pela caracterização apenas, pois me agradou e muito.

Enfim, o filme não deve agradar a praticamente ninguém no Brasil, a não ser aquelas pessoas que dão risada de qualquer besteira, pois havia um senhor na sala que ria de tudo, até imaginei ele estar vendo outro filme diferente do meu. Então não recomendo ele, a não ser que você seja desse estilo que falei, senão do contrário você fará o mesmo que alguns fizeram, desligarão o filme ou sairão da sala apenas. Encerro hoje por aqui, mas nessa segunda tem mais filmes aqui no blog. Abraços pessoal.


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Não Sei Como Ela Consegue

11/28/2011 01:00:00 AM |


Existem filmes que não conseguem empolgar o público, "Não Sei Como Ela Consegue" é um exemplo claro disso, pois durante os quase 90 minutos que decorreu o longa, a única piada que me fez rir foia do Justin Bieber ter sido um erro ao nascer e estar milionário.

O filme nos apresenta Kate, que é o exemplo perfeito da mulher moderna: trabalha fora de casa, educa dois filhos, cuida do marido e de si mesma. Tudo vira de cabeça para baixo com o chegada de um novo e charmoso colega de trabalho, Jack . E agora conciliar amor, trabalho e família: será que ela consegue?

A montagem escolhida pelo diretor pode até parecer interessante de início, mixando as ações com depoimentos de amigos e colegas de trabalho da protagonista, mas isso só é legal nos primeiros quadros, depois começa a se tornar repetitivo e chato de ver na tela.

As atuações embora não sejam primorosas estão aceitáveis e fluem, mas ainda embora os atores se esforcem, não  parecem ser nem um núcleo familiar e muito menos pessoas de uma empresa, todos que estão interagindo com Sarah Jessica Parker. Todos parecem deslocados em cena e fazem apenas encenações vagas para a tela. Apenas o destaque para Pierce Brosnan que até faz a boa pinta de executivo e soube se mostrar no mesmo padrão até jogando boliche.

Acredito que o filme quis focar tanto na dificuldade das mulheres com filhos conciliar o trabalho com a família que o diretor acabou colocando tantos elemento que acabou se perdendo, e com isso o filme que poderia ser uma diversão acaba sendo um martírio tanto para o público em geral, quanto para as feministas de plantão que esperavam se ver bem representadas em cena.

Os elementos que a direção de arte tentou passar com mínimos detalhes, acabam passando despercebidos, pois tudo está tão relativo no filme que não conseguimos encontrar quaisquer elos que liguem algum objeto com a cena que está passando na tela.

Outro ponto que já falei diversas vezes aqui, é o problema com patrocinadores, ok temos de mostrar que nos deu a grana para filmar, mas ficar a todo momento focando na marca da forma que é feito no início do filme com uma companhia aérea, foi abusar por demais da paciência dos espectadores. Funciona como um bom merchandising, mas acaba tirando o foco do filme, se é que esse filme tinha algum foco né?

Enfim, não recomendo o filme de maneira alguma, talvez você esbarre com ele algum dia na TV, assistirá e até talvez goste, mas com toda certeza você não irá gostar por ter dado muitas risadas dele, o que deveria ser obrigatório em qualquer comédia, mas sim por qualquer outro motivo que lhe chame atenção no longa. Por enquanto é isso pessoal, agora vamos para a opinião de mais um filme do festival italiano.


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Happy Feet 2 em 3D: O Pinguim

11/27/2011 05:28:00 PM |

Não sei mais em quem apostar, o Oscar de animação promete ser na minha opinião o mais concorrido de todos, claro ainda temos a principal aposta de Hollywood no fim do ano: "Tintim", mas ainda não dei nada pra ele. Hoje vendo "Happy Feet 2: O Pinguim", me fez relembrar os velhos clássicos da Disney, onde as músicas fazem parte da emoção ditada para que o filme seja conduzido.

Na sequência do sucesso ganhador do Oscar de Melhor Animação, Happy Feet 2 leva o público de volta às paisagens magníficas da Antártica e os reúne com o pinguim sapateador mais famoso do mundo, Mano, o amor de sua vida, Gloria e seus velhos amigos Ramon & Amoroso. Mano e Gloria agora tem um filho, Erik, que se esforça para encontrar seus próprios talentos no mundo do Pinguim Imperador. Porém, novos perigos ameaçam a nação pinguim e todos vão precisar trabalhar – e dançar – para salvá-la.

A sequência no quesito técnico está anos luz a frente do original, agora neve e água parecem tão reais que ninguém diz que foi feita por computadores, está um visual caprichado de maravilhas no gelo, a história agora volta ao famoso degelo polar e as mudanças climáticas, mas esta vez ficou mais voltada para os animais do que tanto ao apelo humano que houve no primeiro.

Os pinguins estão como sempre bem carismáticos e cantantes, e com isso como disse relembrou as boas produções Disney e suas canções compostas por Elton John e Phill Collins que emocionavam o público, aqui até temos algumas originais, mas as mais envolventes estão nas já conhecidas do público em geral, e a música da cena final junto dos elefantes marinhos fez esse Coelho aqui lavar o óculos 3D.

Falando no 3D, achei completamente desnecessário, pois são algumas cenas com boa profundidade e algumas jogadas de neve para fora da tela, portanto é dispensável e caso queira pode economizar um dinheiro vendo em 2D.

Os personagens novos inseridos na trama são interessantes, só que não cativam tanto o público como fazem os pinguins. O papagaio do mar até tentaram jogar o foco bastante nele, mas acaba sumindo tanto quanto o elefante marinho que aparece rapidamente no início para voltar no final apenas. Os camarões Bill e Will, estão tão destacados que aqui parecem ser como o Scrat da "A Era do Gelo", apenas aparecendo para cenas avulsas do filme e nelas é onde está presente a maior parte do 3D do filme.

O filme como um todo, é agradável, mas é mais do mesmo, porém ainda conseguiu emocionar, o que é um ponto importante, eu não acredito que tenha fôlego para um terceiro, mas Hollywood é sempre uma incógnita e dando resultado de bilheteria é certeza uma nova aparição. Recomendo que vejam mais como um revival das boas animações cantadas de antigamente do que como uma história nova para ver no cinema, que assim será mais bem aproveitado e mais agradável de assistir. É isso, mas daqui a pouco tem mais filmes por aqui nessa semana que vai ser longa de posts. Abraços.


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A Pele Que Habito

11/26/2011 02:52:00 PM |

Falar sobre "A pele que habito" não seria necessário nem mais do que 4 palavras, apenas dizer: um filme de Almodóvar e mais nada, que qualquer pessoa que já viu algum filme dele já saberá o que irá ver. Mas já que me propus a falar sobre tudo, vamos ao texto.

O filme mostra que desde que sua esposa foi queimada em um acidente de carro, o Dr. Robert Ledgard, um iminente cirurgião plástico, interessou-se em criar uma nova pele com a qual ele poderia tê-la salvo. Depois de 12 anos, ele consegue criar uma pele que é um verdadeiro escudo contra qualquer forma de agressão. Além de anos de estudo e experimentação, Robert precisava de mais três coisas: nenhum escrúpulo, um cúmplice e uma cobaia humana. A falta de escrúpulos nunca foi um problema. Marília, a mulher que cuidou dele desde que nasceu, é sua mais fiel cúmplice. Mas a cobaia humana...

Fui assistir já esperando loucuras mil, muito sexo e um roteiro sempre puxado para o lado investigativo e como fui com essa premissa na cabeça sai mais do que feliz, pois foi exatamente isso que assisti nas quase 2 horas de projeção. A única coisa que não tinha em mente seria o motivo do nome, muito menos como Almodóvar iria trabalhá-lo, e me deixou de queixo caído ao descobrir a partir do segundo ato.

As atuações estão impecáveis e o personagem de Bandeiras embora possa parecer desaparecido em diversos momentos com os mais variados planos detalhe que o diretor usa, sempre que aparece em cena, aparece bem. A jovem que interpreta o experimento de Dr. Ledgard também faz por merecer sempre que esta em foco. Mas isso nem precisava ser dito, pois uma das coisas que sempre estão presentes nos filmes do diretor são as boas atuações.

Ao falarmos da direção de arte, temos de aliar os planos escolhidos pelo fotógrafo, pois quase sempre utilizando de muitos planos detalhe, o diretor contextualiza a quantidade de elementos cênicos escolhidos e com isso valoriza e muito o seu filme.

As trilhas sonoras escolhidas, embora sejam de bom gosto, acredito que poderiam ser melhor utilizadas, pois em alguns momentos descaracterizam o efeito que poderia causar e não agrada, mas isso já e de praxe do diretor, pelo menos ao meu gosto.

Outra coisa que sempre me incomoda nos filmes do Almodóvar é a sua forma narrativa, que se inicia com algo, para, volta para algo bem antes do que aconteceu no inicio, e depois retoma de onde parou, e muitas vezes ate escrevendo na tela "de volta", isso não só ironiza com a capacidade do espectador de entender que já esta naquele momento quanto na minha opinião faz brecar com o andamento agradável, ou não, que vem acontecendo.

Bom, tirando essas peculiaridades, que são coisas que eu particularmente não gosto do diretor, o longa e um suspense/terror de muito boa qualidade e a "surpresa" colocada fará muitas pessoas discutirem sobre o assunto, tanto as polêmicas que já são apresentadas pelos cientistas do filme em certa cena quanto o próprio filme em si que já dá para discutir horas. Existem alguns furos de roteiro e de seqüências que são perceptíveis e pelo que notei ao sair da sala muita gente percebeu, pois estavam comentando sobre elas.

E com isso, depois claro de algumas semanas para estrear aqui pelo interior, o filme veio e com todas as sessões lotando fazendo que o pessoal do cinema já abra mais sessões dele, pois como disse no começo é mais um filme de Almodóvar, o qual não precisa ser recomendado para que se assista, é praticamente uma obrigação e vale o ingresso pago com certeza. Encerro por aqui hoje, mas a noite de domingo terá mais postagens dessa maratona cinéfila que estou fazendo nessa semana. Abraços e até mais pessoal.







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Ninguém Pode Me Julgar (NESSUNO MI PUÒ GIUDICARE)

11/26/2011 02:49:00 PM |

O interessante do cinema italiano, pelo menos nos que assisti até agora, é que nas comédias românticas sempre são inseridas alguma ponta dramática ou algum peso social. O que vemos em "Ninguém Pode Me Julgar" é justamente isso, pois ao mostrar como uma vida pode ser mudada de um luxo total para como dar a luxúria para outras pessoas, o diretor usa elementos cômicos para que a carga dramática do filme não ficasse pesada.

Alice, 35 anos, vive em uma bela casa ao norte de Roma com seu marido, um filho de 9 anos e três empregados extra-comunitários. Sua principal característica é a superficialidade, além da antipatia e do classicismo. Sua vida é como um sonho dourado, que se transforma num pesadelo. Seu marido, empresário da área sanitária, morre em um acidente e a deixa com uma enorme dívida e com a ameaça da assistência social de tirar o seu filho. Com isso, Alice e seu filho Filippo, deixam o sofisticado bairro e mudam-se para a periferia de Roma. Um grande choque! Para salvar sua vida e a do filho, Alice precisa procurar um emprego para ganhar dinheiro rapidamente e, a única saída que ela encontra é a profissão mais antiga do mundo. Com a ajuda da prostituta Eva, Alice inicia-se no ofício saindo com artistas, políticos, empresários, esportistas etc, até encontrar Giulio, administrador de um internet point que detesta mentira e hipocrisia. O filme não conta apenas as histórias de Alice, Eva e Giulio, mas aquelas de diversos personagens, mais ou menos bizarros, que vivem no bairro. Destaca-se a fotografia de uma Itália de duas faces, repleta de solidariedade e amizade e, ao mesmo tempo, cheia de contradições, como o racismo contra os extra-comunitários.

Já estou me acostumando após o terceiro filme do Festival Italiano, a ver novamente presente o forte apelo ao "racismo" (que embora não seja colocado de forma tão pejorativa, está sempre colocado), o qual é tão famoso de se ver em algumas cidades da Itália, aqui explicitado pelo personagem do porteiro, porém para "amenizar" o problema, o diretor arruma um "jeitinho" para finalizar a história sem ser acusado disso.

Ao falar sobre as atuações, é visto não diria bem clichês, mas sim trejeitos que estamos acostumados a ver na maioria de nossas novelas, pois o "drama" no qual esta inserido o contexto da história que temos aqui é 100% novelesco e cairia bem, isso se já não foi mostrado em alguma, no famoso horário das 21hs.

A direção de arte soube brincar, pouco mas de forma a aparecer, elementos que soam divertidos em cena, mas que é o usual de ser visto no meio que esta contido, por isso é válido. Também é bem mostrado as diferenças entre o "high-society" e a parte não privilegiada da Itália imigrante, porém poderia ser bem mais explorado isso caso não ficasse tão preso aos elementos novelescos, a qual até uma festa de bairro é colocada que a principio parece estar deslocada do roteiro, mas ao final é utilizada.

 Trilhas divertidas caíram bem nos momentos onde envolvia a comicidade empregada, ou seja quase todo o filme, e nos momentos dramáticos poderia até ter sido empregado algo melhor para dar mais enfase, porém não estragou o filme.

Enfim, é um bom longa, faz rir em alguns momentos, esperava ser menos novelesco, mas caso você não ligue para isso, acaba sendo um bom filme para locar e rir em casa quando sair no mercado. Recomendo apenas com essa ressalva, então assistam. Esse foi o primeiro longa da noite, daqui a pouco mais uma atualização da maratona dessa semana. Abraços pessoal.


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Filhos das Estrelas (Figli Delle Stelle)

11/26/2011 01:12:00 AM |

O segundo filme da noite, "Filhos das Estrelas" poderia ser tanto um drama voltado para uma ação anti-politica quanto uma comédia escrachada voltada para o mesmo lado. Poderia ser mais interessante se abusasse um pouco menos de estereótipos.

Um jovem estivador de Marghera, nordeste da Itália, de 30 anos, um pesquisador universitário desempregado, um ex-presidiário recém-saído da prisão, um radical-chique revolucionário e um aspirante jornalista de TV. Todos esses personagens, desiludidos com suas vidas e apaixonadamente opostos à política, se juntam e decidem sequestrar um ministro para doar o dinheiro do resgate à viúva de um operário morto num acidente de trabalho. Essa aliança improvisada e heterogênea, com uma organização totalmente incompetente, transforma a missão numa aventura inacreditável. Ao invés de sequestrar o político, capturam, por engano, um desconhecido subsecretário. Perseguidos por todos os lados são incapazes de lidar com suas próprias vidas e muito menos conhecer a vida de um bandido. Conscientes de ter raptado uma boa pessoa, mas ao mesmo tempo acometidos pela adrenalina, a pequena facção de revolucionários vai se deparar com dificuldades e sentimentos em uma missão difícil, ou até mesmo impossível.Figli delle stelle é o conto de um grupo incongruente e incomum, uma espécie de referência ao “Exército de Brancaleone”, um bando de heróis-cômicos e um político impopular. O resultado é o cruzamento entre o melhor da comédia italiana do gênero, "I soliti ignoti" (Os eternos desconhecidos) de Mario Monicelli e a comédia do surreal dos irmãos Coen.

Lendo o texto acima e revendo o filme na minha cabeça é visto realmente semelhanças com os absurdos vistos nos filmes dos Coen, pois acontecem fatos tão improváveis que nem que os sequestradores fossem crianças conseguiriam fazer tais trapalhadas, e como disse no começo todos os personagens são extremos clichés de vários filmes do gênero: o atrapalhado, o sério, o bonzinho, e até em certo momento o sequestrado faz piada criando apelidos com os tipos que temos no filme.

A história política que enfatizam tanto no início do filme, logo some e retorna ao final virando uma idéia de guerrilha, meu Deus onde o roteirista estava para fazer uma salada dessa? E mais ainda o diretor ao enfatizar os personagens? Difícil ver outro filme assim, mas sempre é possível.

Os atores até estão bem em cena, tirando a parte da guerrilha ao final que os personagens coadjuvantes parecem terem saído de um filme zumbi e chegaram ali sem saber onde aparecer, todos completamente perdidos em cena. Os protagonistas fazem o que foram mandados pelo diretor, e saem muito bem com suas aparências/atuações porém como já falei, se você viu qualquer filme de sequestro com doses cômicas irá ver todos em cena aqui.

No quesito musical, temos boas músicas escolhidas e o diretor soube envolver uma música em cena, com personagens cantando e dançando, caiu razoavelmente bem, pois pode agradar alguns como pode lambuzar mais ainda. Eu achei interessante apenas pois é usado mais a frente.

A arte aqui envolve algumas locações interessantes e diferentes da Itália, tais como as montanhas gélidas e solitárias que dividem território com a Suíça confrontando a Roma quente e agitada. Souberam trabalhar isso juntamente com alguns elementos de velocidade nas cenas de carro e metrô. Da parte de figurino um abuso de cores jogadas e na minha opinião inúteis como função dramática.

Enfim, não é um filme ruim, apenas algo mal combinado, pois ficou uma comédia dramática no formato pastelão com pitadas sérias, ou seja nada. Não recomendo, mas alguns podem até achar interessante. Bom é isso, encerro a primeira noite de maratona de filmes já nesta madrugada, mas logo tem mais 1 do festival italiano e 1 das estréias normais por aqui. Abraços pessoal e até mais tarde.


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As Idades do Amor (MANUALE D'AMORE 3)

11/26/2011 12:31:00 AM |

Um filme bem feito não se assiste, se degusta. Com essa frase que já ouvi uma vez, inicio a minha maratona para ver todos (ou praticamente todos) os filmes da 7ª Semana Pirelli de Cinema Italiano, que esse ano passa aqui por Ribeirão Preto. E se eu refletir sobre essa frase que iniciei o texto, ela expressa completamente a impressão que tive de "As Idades do Amor", um filme com todo o sabor da Itália para ser deliciosamente saboreado.

Em seu novo filme, o diretor Giovanni Veronesi mira sua câmera nas diferentes idades do amor: “JUVENTUDE” que conta a história de Roberto (Riccardo Scamarcio), um jovem e ambicioso advogado prestes a casar com Sara (Valeria Solarino), e de seu encontro devastador com Micol (Laura Chiatti), linda, provocante e misteriosa. Com ela, ele irá descobrir a realidade que transcende o tempo, suspenso entre personagens extravagantes e tentações irresistíveis. “MATURIDADE”. Fabio (Carlo Verdone), um âncora de TV bem-sucedido, marido fiel por 25 anos, é arrebatado por inesperado encontro marcado pelo destino. A intrigante Eliana (Donatella Finocchiaro), no entanto, não é quem parece ser. Um mero capricho vira uma aventura tragicômica: livra-se de Eliana não será uma tarefa fácil! “ALÉM”. Adrian (Robert De Niro) é um professor de História da Arte Americano que há algum tempo, desde o divórcio, escolheu viver em Roma – uma cidade que sempre amou. Reservado e solitário, ele tem poucos amigos e entre eles está Augusto (Michele Placido), o porteiro do prédio onde mora. Talvez ele tenha revelado seu segredo apenas para ele: há sete anos, ele passou por um delicado transplante de coração. O encontro revolucionário com a filha de Augusto, Viola (Monica Bellucci), vai perturbar sua tranquila existência e levá-lo a experimentar sensações que estavam soterrada por muito tempo, além de novas emoções...Como elo de ligação entre as vicissitudes dos amores dos protagonistas está um emblemático personagem: Cupido (Emanuele Propizio), o taxista.

Vocês verão durante essa semana que irei por as sinopses completas retiradas diretamente do site do Cinema Italiano(http://www.cinemaitaliano.com.br/7semana/filmes.php) pois elas expressam melhor a idéia dos filmes e como muitos assistirão apenas em DVD, pois não se trata de filmes que irão passar em circuito comercial, então achei que é a melhor forma de identificar o longa.

Voltando, confesso que ao ver que o longa era particionado, não fiquei muito agradado, porém ao ver que entrando na terceira idade, o diretor consegue fazer um elo de forma genial, que diferentemente do que vem acontecendo em outros filmes do mesmo estilo, interligar as três partes mesmo que por apenas algumas pessoas trombando ou vendo alguma notícia.

A forma narrativa apresentada é envolvente e transmite toda a graça das idades ou como preferi ver fases que temos de juventude, adulta e madura que os homens passam pelo entendimento do amor, e com isso agrada tanto o público masculino quanto o feminino de diferentes faixas etárias, apesar de que a maior parte da sala era de pessoas maduras de seus 40 pra mais. E com isso ele acerta na medida tanto as pessoas que pedem um bom romance quanto aos que querem rir de uma boa comédia.

Analisando as atuações, todos os personagens são caricatos, porém estão muito bem em cena. E mesmo sendo um figurão que já estamos acostumados a ver fazendo mil coisas, De Niro rouba o último ato com uma cena inusitada em seus papéis que já fez no cinema e mostra que ainda pode nos surpreender. O único porém que achei da cena final é que a moça não aparenta ter os 40 anos que fala ter no filme, colocaria uns 30 no máximo, mas não atrapalha a boa atuação de ninguém.

Falar da arte do filme é quase que explorar uma Itália em todos os seus aspectos, pois possui locações fascinantes, a qual a fotografia soube aproveitar demais e a direção enfatizou elas usando bastante planos abertos. Porém é notável as fases com suas locações, ótimas escolhas.

Outro ponto crucial para fazer o filme fluir bem, foi as escolhas sonoras, pois com trilhas cômicas e românticas colocadas nos momentos certos, o longa conseguiu fazer até o Cupido narrador/taxista agradar esse Coelho aqui que vos fala, pois pra quem não sabe eu odeio filmes com narração.

Enfim, foi um ótimo início de maratona, pois é um belíssimo filme tanto para se apaixonar quanto para rir. Recomendo demais ele, assim que for possível aluguem-no e façam bom proveito. Esse foi apenas o primeiro, tem muito mais essa semana aqui, inclusive daqui a pouco já com o segundo da noite. Abraços.


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Operação Presente em 3D

11/20/2011 11:49:00 PM |

Anote essa data na sua agenda, 02 de Dezembro de 2011, pois você tem o compromisso de ver se não a melhor animação desse ano, no mínimo uma das melhores. "Operação Presente" é a volta das boas animações com roteiro consistente capaz de divertir tanto adultos quanto crianças, o que não vinha acontecendo há tempos, pois para ser bem feito ou era extremamente infantil (vide "As Aventuras de Sammy") ou era extremamente pesado para as crianças (vide "Rango"). E com isso creio que deva ser a sensação de dezembro nos cinemas a nova aventura que conta a história das gerações/filhos do Papai Noel.

O filme nos revela a incrível e nunca antes vista resposta de toda criança: "Como é que Papai Noel entrega todos os presentes em uma noite?”. A resposta: Uma emocionante operação ultra-high-tech do Papai Noel escondida embaixo do Pólo Norte. Paralelo a isto, existe uma família em estado de disfunção e um herói improvável, Arthur, que tem uma urgente missão que deve ser concluída antes da manhã de Natal.

O que mais me fascinou no longa foi uma animação com roteiro envolvente e diálogos que surpreendem a cada frase dita, pois conseguiu amarrar numa história com muitos detalhes e grandiosidade algo que sempre foi perguntado por todos. E com isso os produtores de "A Fuga das Galinhas" e "Wallace e Grommit" conseguiram enfim colocar nos cinemas um filme sensacional que traz toda a magia do Natal nas telas do cinema, acrescido de ótimos personagens cativantes (destaques para Vovô Noel e a duende empacotadora) que conquistam o carisma do público a cada momento que aparecem em cena.

A diretora, estreante em longas, Sarah Smith mostra que tem uma mão e tanto para conduzir que com certeza pelo primeiro trabalho, já estou como fã esperando os próximos, pois não se vê algo perdido com cenas jogadas apenas para fazer rir ou se emocionar, todo o período do longa está interligado desde os quadros presos na parede no início até o final com explicações de acontecimentos pós filme (o qual pra mim é o único defeito, pois poderia ser narrado ao invés de apenas escrito, lembrando que haverá crianças nas salas e a maioria dos pais precisou ler para os filhos o que estava escrito na tela, pra minha pessoa não atrapalhou nada, mas pensando nos pequeninos será um problema para os que não souber ler).

O conteúdo de ação que já é mostrado no trailer, pode considerar apenas como uma pequena amostra, o que deixa o filme com uma velocidade a qual não se consegue desviar o olho da tela quase em nenhum momento, e aliado com um bom 3D de profundidade (poucas coisas saindo da tela, mas com um visual de camadas muito bem feito, o qual em vários momentos nos dá a sensação de estarmos conduzindo o trenó ou estar passando ao lado de alguma máquina do filme) ficou extremamente no ponto de agradar sem exageros. Além de bons cenários criados para ilustrar os vários países pelo qual passam as entregas (apenas faltou algo para representar a passagem pelo Brasil, ou será que Papai Noel não visita a gente?). Boas trilhas foram escolhidas para ajudar no ritmo do longa e agradam em cheio, fazendo com que não apenas as músicas natalinas conhecidas permaneçam no longa em diversas mixagens.

Outro ponto que achei interessante foi a "omissão" que desde os vários teasers espalhados pelas salas de cinema não mostravam praticamente nada do que se tratava o filme, mas agora com o novo trailer lançado já começa a mostrar que é algo bem complexo de ser visto nos cinemas. Porém não se assuste com a complexidade para levar suas crianças, pela aparência e animação das que estavam presentes na mesma sala que assisti, todas gostaram do que viram.

Enfim, com a distribuição da Sony deve chegar em todos os cinemas no Brasil na data prevista(02/12/11) e agradar a todos, pois é um filme muito bem feito que me animou demais e emocionou também em alguns momentos. Recomendo com certeza que todos vejam, pois fez minha viagem para São Paulo compensar mais ainda além do que já tinha para fazer por lá, ao poder ver ele numa sessão especial que fui convidado. Bom é isso, fico por aqui por hoje. Até mais. Abraços pessoal.


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Reféns

11/15/2011 12:46:00 AM |

Filmes desse gênero de assaltos, já vamos assistir sabendo a premissa e o final, não vai mudar nunca desde que o cinema é conhecido como cinema, salvo raras aparições por ai, e não seria "Reféns" que iria mudar isso né. Pois bem, é um filme razoável, que por insistir tanto em acontecimentos anteriores, vai e volta tantas vezes que o filme de 91 minutos parece ter pelo menos umas 2 horas de duração por tanta coisa que acontece, e o pior quase 90% ocorrendo no mesmo ambiente.

O filme nos apresenta o casal Kyle e Sarah que vivem em uma elegante e segura casa com todos os confortos modernos. Sua única filha, Avery  é uma adolescente linda mas ainda muito rebelde. Tudo está bem até o momento em que a casa é invadida por criminosos e a família é feita refém. Agora todos os segredos da família deverão ser revelados na luta contra os invasores.

Quando vi o trailer e a sinopse em outro site, fiquei um pouco apreensivo por ver esse longa considerando que já passei por um caso semelhante à uns anos atrás com o medo de um trauma voltar, mas como é de minha missão pra esse ano ver tudo (ou praticamente tudo), fui conferir. A forma de execução de um sequestro ou assalto é praticamente a mesma em todos os filmes, algumas vezes mais fortemente mostradas, outras mais brandas. Nesse optaram menos pelo terror psicológico que é o mais comum em diversos casos e ficaram com os atos físicos, que particularmente não gosto muito de ver em filmes do gênero.

O diretor Joel Schumacher poderia ter usado um pouco melhor o orçamento de US$ 35 milhões em cenografia ou locações, pois o filme se passa quase o tempo todo dentro do escritório da casa, e detalhe é o cenário da casa com menos riqueza de detalhes, não possui um sofá, uma cadeira mais aparentada nada, parece que tudo sumiu do ambiente, só fica aparecendo os atores e o cofre somente. Alguns poucos momentos são saídas para um quarto com poucos elementos e uma cozinha onde se vê apenas uma taça e algumas facas, cadê a riqueza de cena? Ou se fosse o caso, incrementasse mais em planos detalhe, pois a todo momento temos planos abertos ou médios que revelam todo o ambiente vazio.

Já que iniciei culpando o diretor por esse pecado, claro já coloco aí a direção de arte que foi altamente econômica e esqueceu de fazer o seu trabalho. A fotografia escolhida com meia-luz até cria um pouco de tensão, mas com a edição maluca de idas e voltas a tensão é quebrada a todo momento com flashes de momentos que antecederam e o porque de cada coisa, então com isso também a função escolhida é morta.

No quesito atuação tenho dois detalhes a falar Nicolas Cage é amado pelos brasileiros, isso é um fato nato todos os filmes dele pode ser a maior porcaria que sempre haverá um bom público na sala, porém não acho que o papel coube nele, ele atua bem como sempre faz, mas parece que é um bobão em cena atuando no automático num papel que caberia uma boa interpretação. O outro ponto é Liana Liberato, que ou foram filmados em duas épocas diferentes ou ela literalmente fez dois papéis no longa, no começo parecia um robô de sim e não, e ao final já está histérica e cheia de caras e bocas, porém nenhum dos dois pontos dá a ela algum crédito e é apenas uma peça jogada no longa para lá e para cá. Nicole Kidman nem parece a atriz ganhadora de Oscar e de boas atuações que já vimos, atua até que considerável, mas longe de estar nos seus melhores dias, porém é a que está um pouco melhor no filme. Quanto dos assaltantes me recuso a falar de qualquer um, são mais frouxos, atrapalhados e perdidos em cena que chega a dar dó.

Enfim, a trama poderia ser melhor desenvolvida, com atores mais focados no projeto e sem tantas idas e vindas de história, que com certeza seria bem melhor, não chega a ser um filme ruim, mas está bem longe de ser algo bom que agrade. Não irei recomendá-lo pois acho que é um gasto desnecessário de se ver no cinema. Talvez uma locação ao sair seja o mais indicado. É isso, encerro essa semana curta de estréias por aqui e na sexta tem mais. Abraços.




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Cinco Dias Sem Nora

11/13/2011 04:09:00 PM |

Alguns filmes estrangeiros, demoram meses às vezes anos para surgirem por aqui, "Cinco Dias Sem Nora", é um exemplo daqueles que nem no Brasil quase passaram, pois estreou no México em 2008, no Brasil em Maio/2011 e agora aparece aqui pelo interior através do Projeto Cinecult. E se você pensa que é um filme ruim, esteja muito enganado, pois é o que chamamos de um drama com um roteiro muito bem pontuado tanto que nem parece ser uma comédia de tão bem elaborado a história que vemos. Claro, faz rir em bons momentos, mas está mais para um drama familiar onde tudo acaba sendo cômico que para a comédia mesmo em si.

O filme começa com o suicídio de Nora por overdose de comprimidos. O ex-marido José, de quem ela está divorciada há vinte anos, entra em cena, descobre o corpo e aos poucos vai percebendo que a ex-mulher orquestrou detalhadamente a própria morte. Dona de um senso de humor macabro, ela até mesmo teve o cuidado de deixar instruções para o preparo de bolinhas de matzá e gefilte fish para a festa de Pessach.

Como se pode ver pela minúcia da sinopse já dá para imaginar o que será visto na tela será muitas trapalhadas, e não apenas isso, pois o longa é maestrado com muitos planos detalhe no seu início, mostrando exatamente o plano de Nora através de imagens impecáveis e que fazem uma bela abertura. No delongar do filme a diretora Mariana Chenillo, estreante na direção de longas, soube organizar as idéias de forma a fazer algo dinâmico e engraçado em diversos momentos.

No quesito atuação apenas temos de falar sobre Fernando Luján, que interpreta José, o ex-marido de Nora, o qual domina o longa com boas faces e palavras bem ditas, quando necessário muitas vezes apenas o olhar já dizia tudo, ao se dirigir para os demais do elenco que vão aparecendo muitas vezes até sem falas, mas nunca atrapalhando o andamento da história, e até vezes fazendo a comicidade vir à tona.

A fotografia embora bem tradicional, faz com que o longa não seja simplório e nem exagerado de planos diferenciados que nem caberiam no contexto previsto para ele. Juntamente com trilhas sonoras bem pontuadas, faz no melhor estilo o longa passar como foco principal a atuação do protagonista ao invés de entupir de outras coisas.

A chave do filme, além do bom roteiro, está além do armário trancado de Nora, está nas mãos da direção de arte que soube colocar diversos elementos cênicos para sempre estar trabalhando com algo, num capricho tão imenso quanto a preparação feita pela morta antes de se matar, é incrível a quantidade de elementos que podemos ver em cena e ligar em algo que faz parte do plano final da morta.

Enfim, é uma pena que longas nesse nível não chegue às telas de todas as cidades e muito menos seja visto por todos, mas recomendo a locação assim que ver na prateleira, pois agrada bem e com certeza será melhor visto do que eu vi no Cinemark com todos os problemas de exibição deles, lastimável o que fazem com os clientes nas salas. Recomendo que assistam o longa, que tem um ótimo roteiro, porém bem leve de se ver. Encerro por aqui hoje, abraços e até amanhã pessoal.


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11-11-11

11/11/2011 10:12:00 PM |

Uma coisa que preciso parar de fazer, é ir ver filmes com uma expectativa, e não me surpreender com algo. Quando vi o poster com o nome de Darren Lynn Bousman, o qual fez o genial "Jogos Mortais II", que na minha opinião é um dos melhores filmes de terror, já fiquei numa empolgação completa para o longa. Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário, é um longa bem interessante, porém está mais para um drama/suspense "religioso demoníaco"com doses homeopáticas de sustos que para um terrorzão mesmo.

O filme nos mostra que após a trágica morte de sua esposa e filho, o famoso escritor Joseph Crone viaja dos Estados Unidos para Barcelona, Espanha, para se reunir com seu irmão Samuel e seu pai  que está morrendo. No entanto, o destino tem um plano diferente para Joseph, pois sua vida torna-se atormentada por acontecimentos inexplicáveis e com aparições constantes dos números 11-11. A curiosidade se transforma em obsessão, e Joseph percebe que este número tem um significado obscuro – não só para si mesmo, mas para toda a humanidade. Isolado em um país estrangeiro, somente com o apoio de sua amiga Sadie, Joseph descobre que 11/11/11 não é somente uma data, é um AVISO!

Darren Lynn consegue amarrar bem o longa, fazendo que ficássemos com a atenção presa do início ao final, porém o que poderia ser uma história mais aterrorizante, acaba ficando mais dramática e porque não dizer pragmática e demoníaca. E acabamos nos assustando mais com cenas pegas do nada que da própria história em si. Sabe aquele lance que sempre falo que adoro, de ficar tenso na poltrona pensando no que pode acontecer, ele infelizmente não ocorre nesse longa e a explosão final de explicações costumeiras que Darren sempre põe em seus filmes e que sempre sempre me fizeram vibrar acabou inexistente nesse longa.

Da parte dos atores, temos boas interpretações com Timothy Gibbs e Denis Rafter, este último responsável por nos dar alguns bons sustos, e o primeiro soube conduzir bem a história de modo que a mesma não ficasse cansativa. Agora a moça Wendy Glenn, até pode ter uma pequenina função se é que entendi uma das cenas finais, porém suas atuações no delongar do filme são completamente inúteis e ruins. Michael Landes até convence com seu personagem, mas principalmente na cena final apenas, nas demais também é quase mero figurante de luxo. Os demais personagens podem ser considerados figurantes, pois ou não tem falas ou nem quase aparecem, e quando aparecem pelo menos não chamam a atenção para si atrapalhando o andamento do longa.

A fotografia escura escolhida soube deixar um bom suspense no ar e não revela bem o motim da história, isso é importante, pois deixa para os 20 minutos finais toda a revelação e com isso nos arrepiar com um bom climax final, porém 100% explicado, ou seja muitos irão reclamar. A arte também soube ser bem explorada com objetos e livros demoníacos que só uma cidade altamente religiosa como Barcelona poderia proporcionar.

Um dos pontos mais favoráveis do longa está na trilha feita por Joseph Bishara, responsável por outras boas trilhas de terror que vimos ultimamente, entre elas Sobrenatural. Com a trilha o longa se torna denso que acredito que era o que o diretor procurava para manter o público conectado à trama.

Enfim, é um filme interessante de se ver, esperava muito mais vindo do diretor, porém ainda assim recomendo o filme, apenas aqueles que não gostam de filmes que envolvam religião ou coisas demoníacas que devem evitar. Encerro por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


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Capitães da Areia

11/10/2011 09:23:00 PM |

É incrível quando vou ao cinema ver um filme nacional e a sala está lotada, realmente me emociona, claro que um dos motivos da lotação é a chegada do vestibular no final do ano, onde sempre cai alguma coisa da obra, também pode ser pelo preço mais acessível e ser o único estreante realmente no festival, mas o que não posso excluir de forma alguma como um bom motivo é que "Capitães da Areia" é uma obra audiovisual de primeira linha. Com uma fotografia primorosa e planos que praticamente nunca vimos no cinema nacional, o longa se separa completamente da linha tênue que vive o cinema nacional no qual sempre é comparado e muitas vezes rodado no mesmo estilo das novelas, aqui a diretora estreante soube ilustrar com brilho a obra escrita de seu avô.

A sinopse mostra que os "Capitães da Areia" - Pedro Bala, Professor, Gato, Sem-Pernas, Boa Vida e Dora são personagens que Jorge Amado um dia criou para habitarem eternamente na memória de seus leitores. Abandonados por suas famílias, eles são obrigados a lutar para sobreviver pelas ruas de Salvador. Mais atual do que nunca, a história destes personagens imortais da literatura mundial nos emociona e inspira de forma profunda.

No seu primeiro longa como diretora, anteriormente apenas havia trabalhado como assistente de direção, Cecília Amado mostra que tem muita bala na agulha ao optar por planos muitas vezes velozes e diferenciados para o padrão nacional. Temos alguns momentos lentos, mas são poucos. Com congelamentos de cena e acelerações vistas muitas vezes nos filmes blockbusters, mas colocados aqui com muita originalidade e com o principal uma boa função dramática, ou seja não apenas jogado ali porque a diretora acha bonito, mas sim porque tem necessidade do plano.

Outro ponto muito favorável para o longa é o lançamento de uma garotada fera de atuação,quase todos mostram uma boa interpretação frente às telas e demonstram que podem progredir, uns mais outros menos. Na minha opinião os grandes destaques estão com os dois "protagonistas" Robério Lima e Jean Luis Amorim, mas principalmente o primeiro que faz o Professor de uma forma encantadoramente maravilhosa, palmas para o garoto. Além disso, creio eu que todos são baianos ou o trabalho de estudo de cultura e preparação de elenco de Christian Durvoort foi o mais minucioso possível, que todos estão perfeitamente característicos do local onde se passa o longa.

A fotografia casada com a direção de arte é minuciosa, e temos alguns dos planos vistos no cinema nacional mais lindos e trabalhados, faz muito tempo que li o livro (basicamente para prestar o vestibular a anos), mas era como se eu estivesse lendo o livro e visto os detalhes citados pelo autor pintados numa imensa tela em movimento. Fantástico de se ver. Reconstrução de época perfeita, roupas, acessórios, locações e trejeitos. Um ótimo trabalho em equipe que tem de tirar o chapéu para Guy Gonçalves e Adrian Cooper, claro com suas equipes respectivamente de fotografia e arte.

Do ponto sonoro, Carlinhos Brown é o nome da vez, e com uma trilha 100% composta para o longa, mostra seus arranjos e sua característica própria que coube em cada momento usado. Achei um pouco exagerado a quantidade de momentos musicais no longa, mas pode ter sido uma opção do roteiro para que o longa não fosse necessário de uma narração e pudesse colocar todos os elementos da obra escrita. Apenas cansa um pouco, mas não atrapalha a maravilha do enredo e serve também como transições temporais.

O único ponto que pra mim atrapalhou um pouco o longa, é que pela maioria do público que está visualizando ele ser altamente jovem, maioria que vai prestar o vestibular e quer economizar um livro a menos para ler (pelo menos era essa a carga que estava em minha sessão), não chega a ser nem um problema é a caracterização minuciosa da cultura baiana, leia aqui a Umbanda, que em determinado momento o ritual se torna motivo de chacota para a garotada da sala que passou mais a rir do que o momento deveria ser. Talvez numa sessão com menos "adolescentes" a cena não seja vista dessa forma.

Enfim, se você cansou de ver filmes brasileiros novelescos, esse é mais um bom exemplo (olha três em um ano, estamos progredindo, que ano passado tivemos apenas 1. "Homem do Futuro" e "Meu País" são os outros dois exemplos desse ano) para se ver. Recomendo com certeza para todos, é uma boa adaptação do livro, embora não vou saber afirmar se 100% fiel, pois como falei o li a muito tempo atrás. Encerro a semana cinematográfica por aqui, mas amanhã já inicio a outra. Até amanhã então e abraços.




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A Casa Dos Sonhos

11/08/2011 12:24:00 AM |

É incrível, quando todos falam mal de um filme, vai lá o Coelho e gosta dele, será que tenho algum tipo de problema? A crítica em peso está falando mal de "A Casa dos Sonhos", o diretor pediu que seu nome fosse retirado do filme, daí pego vou assistir sem nenhuma noção do que pudesse ser, apenas tendo visto o trailer e para minha surpresa o longa é bom, claro possui alguns furos de roteiro, ou de edição mal-feita como diz o diretor, porém não comprometem o resultado final não.

O longa nos apresenta Will Atenton, um editor de livros que deixa Nova York e se muda com sua esposa  e suas duas filhas para uma cidadezinha exótica. A nova casa dos sonhos dessa família já foi cenário para um assassinato cruel: uma mulher e seus filhos, e o principal suspeito é o pai daquelas crianças, único sobrevivente do crime. Will, então, começa a investigar o caso e conta com a ajuda da vizinha Ann. Em meio as descobertas, Will percebe que este não é o único caso aterrorizante daquela casa. Outros que passaram por ali tiveram suas vidas drásticamente mudadas.

O maior problema do longa está em revelar rapidamente a idéia principal do filme e a partir daí ter um novo enfoque. Mas como isso já foi apresentado no trailer, o suspense acaba rapidamente, então todos já chegam para ver o filme sabendo o que vai ver. Só não consegui ainda entender completamente o motivo do diretor ter ficado tão bravo com a edição a ponto de pedir a retirada do seu nome do longa. Tudo bem é notável a mão de um produtor no que vemos nos 92 minutos de projeção, pois não é um longa que necessite exercitar a mente para entendê-lo, tudo está exposto para quem quiser ver, diferentemente do que aconteceria nas mãos de algum diretor que preze por tentar iludir o espectador, e com certeza isso foi o motivo de briga na pós-produção do longa. Porém na minha visão eu até acho isso interessante, que para a maioria da crítica não é legal.

No quesito atuação, temos 3 grandes nomes em tela, e todos estão bem, Daniel Craig se não soubéssemos o que é realmente pelo já estragado no trailer conseguiria convencer a todos do contrário completamente, e as cenas que envolvam alguma emoção ele consegue dominar perfeitamente embora seu ar rude tente encobrir. Naomi Watts embora apareça pouco mostra a que veio nas cenas finais, bem encaixada tanto no final quanto nas cenas esporádicas. Rachel Weisz também tem atuação na veia e faz digna de nos enganar desde o início deixando claro sua interpretação rica.

A fotografia envolvendo lugares ermos com neve sempre consegue me agradar, dá um ar ao mesmo tempo tão tenso e tenebroso que o mistério ficaria suspenso até as cenas finais caso não quisessem demonstrar, é a melhor maneira de nos prender e assustar num suspense. A arte também convence por não exibir tanto detalhes do que é e como aconteceu, que pelo menos é mantido até o final.

Enfim, é um bom suspense sim, agrada, você não terá de se esforçar para entendê-lo e com certeza é isso que todos estão bravos com o longa, mas para a minha concepção eu curti bastante, não que seja o melhor do gênero, mas está bem colocado sim. Recomendo para os fãs do gênero de suspense mas desde já não espere ter de descobrir algo, apenas aproveite a boa trama. É isso, encerro por aqui e só quinta tem novos filmes na área, então até lá. Abraços.


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O Preço do Amanhã

11/06/2011 10:01:00 PM |

Se me permitem que seja cedido um pouco do seu tempo em ler o meu texto, hoje falarei sobre um filme que tudo gira em torno do tempo: "O Preço do Amanhã". Com a premissa voltada para o famoso Carpe Diem o longa mistura elementos que vão desde "Robin Hood" até um pouco de "Blade Runner", mas fica mais próximo do primeiro filme citado por conter a temática mais envolvente num drama do que num policial, que é como foi classificado nos cinemas.

O filme nos mostra como o tempo se tornou a maior moeda de todas. Os cientistas conseguiram descobrir uma forma de destruir o gene do envelhecimento. Então, quando uma pessoa chega aos 25 anos, para de envelhecer, mas possui apenas mais um ano de vida, a não ser que tenha dinheiro para pagar pelo tempo extra. Na busca por poder e tempo de vida, um homem é acusado injustamente de homicídio e se vê obrigado a sequestrar uma bela jovem para conseguir ganhar mais tempo e provar sua inocência.

A ideologia do filme é bem interessante, pois quase sempre nos vemos falando "Não tenho tempo pra isso", "Quanto tempo ainda você tem?", "Isso é muita perda de tempo!", e o principal "Tempo é dinheiro" que acaba sendo transformado em toda a lírica do longa ao fazer com que as pessoas paguem e recebam em tempo de vida, e fazendo com que o protagonista viva e passe para sua partner a imagem que disse do Carpe Diem, para que tenha apenas 1 dia para viver que pra quem sempre viveu com pouco tempo, 1 dia é muito tempo.

Muitos estão reclamando do início do filme onde é explicado exatamente o funcionamento e não deixando que o público em si descubra como funciona tudo, mas por uma cagada normal do Cinemark que não trocou a lente de projeção, tive o prazer de perder os primeiros 10 minutos sem ver a história contada, claro depois arrumaram, voltaram o filme e vi tudo sendo explicado nos mínimos detalhes, e posso falar não faz diferença explicar no começo ou não, pois tudo flui completamente na sequência. Então parem para analisar a história e parem de reclamar disso.

Um dos pontos que mais me preocupava no longa foi a escolha dos protagonistas, pois tanto Justin Timberlake quanto Amanda Seyfried apenas estão no seu momento, saindo em todos os filmes pois são carismáticos com o público e com isso chamam espectadores para o filme, porém eles conseguiriam manter uma trama policial com ação e um roteiro denso? Essa era a pergunta que rolava em minha mente, e infelizmente comprovei que a resposta é não. Eles até estão bem no filme, conseguem manter a linha, sabem fazer boas interpretações para as câmeras, mas senti falta de um feeling policial, algo que não me deixasse com sono em certas cenas, mas não é um caso perdido e graças aos mestres do cinema e do diretor, ele não deixou que isso estragasse o longa. Os outros atores, principalmente Cillian Murphy e Vincent Kartheiser, até fazem bem seus papéis, mas como são coadjuvantes nem podem se mostrar demais, mas mesmo assim conseguem aparecer melhor em cena que os protagonistas.

Um dos fatores mais interessantes claro além do fator do tempo no longa está em sua fotografia futurista com tons azulados que já vimos bem colocada em "O Livro de Eli" que unida a uma arte com um design conceitual mas interessante, faz com que o longa se mantenha no clima policial do início até o final. Poderia ser mais bem situado em termos de data, mas isso serviu para que não fosse necessário idealizar demais as construções.

Outro lado muito gostoso de pontuar é toda a característica sonora que está presente no filme, desde o barulho das transferências de tempo de uma pessoa para a outra ou de máquinas para pessoas, até o barulho dos motores dos carros todos referenciam para o que já era imaginado de um futuro desde a época do "De Volta Para o Futuro" e isso agrada não apenas por ser uma referência que estamos aptos a ouvir bem como por ser uma tendência ao que vem aparecendo nos motores dos carros top de linha. Quanto das trilhas sonoras, embora não seja algo que fique constantemente notável foi bem escolhida e mantém o clima.

Enfim, a temática do "Viver o momento" me agradou bastante, o lance Robin Hood de roubar os ricos para dar aos pobres é interessante também, mas já foi tão usada que embora feita de uma forma um pouco diferente, incomoda ao invés de agradar. Não será um filme que eu vá recomendar, mas também não posso falar que ele é ruim, é apenas interessante pela premissa e envolvente pela produção e direção em si, mas faltou colocar algo mais inovador no conceito de "salvar o mundo" pelas mãos de uma única pessoa e atores mais de ação que de carisma na tela. Fico por aqui hoje, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


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Terror Na Água em 3D

11/05/2011 01:13:00 AM |

Tem filmes que quando vejo na programação que irão lançar, já me bate um desespero quase certo de que vai ser difícil assistir. E "Terror Na Água" eu já comecei a achar isso ao descobrir sobre o filme que nem trailer nos cinemas teve, então já é algo a se pensar e não pensem que a distribuidora é fraquinha não, no Brasil está sendo distribuido pela Walt Disney(que pelo jeito por não ter gostado tanto do filme nem faz questão de aparecer seu nome em cartazes, trailers e nem mesmo nos créditos finais, sim eu esperei até o último pra ver se apareceria).

O filme conta a história de um grupo de amigos que vão se divertir durante um fim de semana em uma cabana a beira de um lago. Mas as coisas fogem do controle quando o maior predador de águas salgadas aparece, inesperadamente, no lago e os amigos precisam lutar contra o tubarão para não serem os próximos na fila de refeição dele.

Claro, fui assistir esperando ser um terror trash ao melhor estilo de "Piranhas 3D", que foi extremamente divertido. Mas esse não me fez rir, ele até cumpre em partes o que promete de ser um longa de terror, pois me deixou intrigado como e porque aquilo estava ocorrendo e usando a melhor tecnologia do 3D submerso (O filme de Cameron "Santuário" fica literalmente no chinelo perto do que esse nos proporciona) eu já estava até no clima, claro com muitas coisas absurdas rolando, porém na hora que um dos "protagonistas" fala o motivo de tudo, eu só não saí da sala porque queria ver o término do filme.

No critério atuação, temos uma lambança de jovens atores que fizeram "pontas" em diversos filmes e ao meu ver nenhum deles está preparado para jogar um papel principal nas mãos, pareciam todos estarem perdidos frente as câmeras e muitas vezes olhando sabe la Deus pra onde, fora muitos erros de continuidade em cena com coadjuvantes e até figurantes que estão correndo, e de repente estão sentados. Fora diálogos jogados ao vento onde nem 10% das falas se aproveita pra algo. Um terror realmente.

A arte do filme se é que posso usar esse termo é quase imperceptível, pois temos pessoas de roupa de banho ou moletom de faculdade, uma casa sem detalhes, e alguns tubarões que até dão um pouco de medo, mas eles são os protagonistas da história né então nem devo considerar no quesito arte. As trilhas sonoras até foram bem agradáveis de ouvir, não é ainda a tensão de "Tubarão", mas mantém o clima. E caso tenha paciência após os créditos(que demoram) tem um clipe musical de rap bem bacaninha com cenas do filme e os atores encenando e "cantando".

A fotografia escolhida no início me incomodou por demais com cenas aceleradas sem nenhum fundamento, se ainda na primeira acelerada tivessem usado para créditos ficaria mais interessante, mas já havia rolado uma abertura péssima no começo desnecessária. No decorrer até melhora com planos mais fechados e algumas câmeras até interessantes, até voltar ao final com algo meio perdido novamente.

Mas se teve uma coisa muito bem aproveitada no longa foi o 3D, nas filmagens submersas, como falei comparando com "Santuário", que prometia sufocar os espectadores debaixo da água, aqui foi muito aprimorado, e nos momentos que os atores estão inteiramente submersos, dá um certo desespero, e em algumas vezes me vi com a boca fechada(pode chamar de retardado, que aceito), mas essa é a premissa da tecnologia 3D submersa que deveria ter sido usada no filme que estou comparando e devem usar muito agora pra frente. E nos efeitos, muito pouco usado, mas a cena da explosão do barco é praticamente um show de pedaços voando no público. E até a profundidade de campo foi usada algumas vezes, principalmente nas tomadas bem abertas que o diretor soube explorar.

O mais estranho do diretor David R. Ellis, é seu alto e baixos, pois fez um ótimo "Premonição 2", como praticamente sua estréia na direção de grandes filmes, e depois só vem fazendo coisas ruins, inclusive "Premonição 4"(que na minha opinião é o pior da série), passando por "Serpentes a Bordo", então acredito que o excesso de filmes por ano anda pesando tanto que está com 4 filmes em pré-produção segundo o IMDB, espero que melhore e volte a ser o que vi em "Premonição 2" e não o pecado imenso que foi jogado no lixo nesse filme que tem uma ótima tecnologia nas mãos e destrói com um roteiro fraco e atores mais fracos ainda.

Enfim, não recomendo o longa, se der e tiver seu próprio óculos apenas entre numa sessão para dar uma olhada no submerso que é interessante, se não der, não se preocupe e economize, pois é um dos longas mais desnecessários desse ano e se não fosse o 3D que tem seria a pior nota do ano. Encerro hoje por aqui, mas amanhã tem mais. Abraços pessoal.


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