Não existe outra palavra para definir "Águas Rasas" senão tensão, pois o filme tem as bordas tão bem amarradas que se você não sentir a pressão que o tubarão cria na protagonista, certamente pode desistir de assistir qualquer filme do gênero que nada mais lhe impressionará. O longa tem um misto de "Tubarão" com "127 Horas", aonde o instinto de sobrevivência parte por ambos os lados da luta, mas claro que uma mera mulher de 1,78m não seria párea para um tubarão quase dez vezes o seu tamanho, porém numa luta tudo pode ocorrer, e como diria o velho provérbio unido com outra frase de sabedoria: "quem viver verá" que "a luta só termina quando acaba". E sendo assim corra para o cinema mais próximo e confira esse excelente filme que trabalhará muitas sensações aflitivas com quem tiver estômago, pois algumas cenas são bem fortes, mas ainda que tenha esse estilo mais cru e também trabalhe com algumas cenas não críveis, o resultado acaba sendo incrível.
O longa nos mostra que Nancy é uma jovem médica que está tendo de lidar com a recente perda da mãe. Seguindo uma dica sua, ela vai surfar em uma paradisíaca praia isolada, onde acaba sendo atacada por um enorme tubarão. Desesperada e ferida, ela consegue se proteger temporariamente em um recife de corais, mas precisa encontrar logo uma maneira de sair da água.
Acho interessante quando um roteirista escreve um filme impactante, e ele fica na black list por algum tempo sem nenhum estúdio se interessar, pois o que Anthony Jaswinski fez com seu texto foi algo certamente básico, mas com uma profundidade cênica tão incrível que acabamos tão envolvidos com a protagonista (e até mesmo com a gaivota que a acompanha na pedra) que ficamos nos perguntando o que faríamos na situação, começamos a suar de tanta tensão e o resultado final vai ficando cada vez mais impactante com a ótima direção de Jaume Collet-Serra, que já fez outros longas do estilo e cada vez se aprimora mais. Claro que sabemos que a jovem está completamente salva, que o tubarão é digital, que as rochas não vão lhe machucar realmente, mas o estilo aflitivo de câmera proximal que acabaram escolhendo para a produção foi tão fechada e densa, que por alguns minutos esquecemos desses detalhes e embarcamos junto com a protagonista, olhando para todo tipo de possibilidade de se salvar, e com toda certeza muitos vão falar: "se joga logo que é mais fácil", mas aí é que entra o sangue de sobrevivência, e souberam arrumar uma jovem com raça para tal feito, que junto com um diretor primoroso do gênero de terror/ação souberam dosar os bons momentos para que cada ato fosse visto como único, e certamente teríamos diversas formas de fechamento, que até de certa forma ficou um pouco absurda, mas no contexto geral aceitável e bem feita.
Já que elogiei tanto a protagonista, vamos falar um pouco do feitio da aniversariante da semana, Blake Lively, pois por não ser uma atriz que apareça em tantos filmes, muitos acabam nem dando o valor que ela merece, e nos últimos 4 anos teve 3 grandes filmes "Selvagens", "A Incrível História de Adaline" e agora com sua Nancy tendo o filme praticamente inteiro seu, já que o tubarão sendo digital, e os demais homens aparecem só para compôr cena, a atriz teve de trabalhar tão bem para que a responsabilidade completa de manter um filme no eixo não se desconectasse, e principalmente empolgasse, e lá foi ela com unhas, dentes, hematomas e muitos olhares desesperadores para mostrar que conseguiria envolver e criar novas perspectivas cênicas. Ou seja, a atriz trabalhou quase que sozinha, e agradou bem, diferente do que já havia feito em outros longas, aonde teve ajuda de outros personagens, ou seja, perfeita. Temos de dar crédito também para as poucas cenas de Óscar Jaenada com seu Carlos, mas seu início foi tão divertido e gostoso de ver no carro, que vale a pena parabenizar o ator espanhol.
Outro grande fator do longa se concentrou na escolha da ótima praia da Austrália (que no filme se passa como México) e claro das boas cenas filmadas também em uma piscina cênica gigante, afinal nem tudo se pode fazer no mar real, mas como costumo frisar nesse caso foram tão boas as tomadas do diretor, que a computação apenas teve o trabalho de montar tudo e dar a criatividade final, pois os elementos cênicos estão ali, como a própria roupa de surfe, os ornamentos de qualquer garota como brincos e correntinhas, e claro pranchas e câmeras de aventura, que aliado de uma boia de sinalização, uma gaivota, uma baleia morta e um tubarão digital nada mais foi necessário para que o filme tivesse o grande efeito que teve. Claro que os recifes também foram bem precisos, e também outros elementos que foram usados, mas de certa maneira é um filme bem simples que acaba agradando com todo o conteúdo e a boa expressividade interpretativa. A fotografia foi bem ousada com giros e tudo mais que pudesse ser usado, colocando boas iluminações misturando real com falso, mas que soasse limpo e agradável, ou seja, criando a tensão nos momentos corretos sem praticamente usar efeitos, e isso foi um charme a mais.
Enfim, um ótimo filme, que ainda por cima tem uma trilha que pega pesado do começo ao fim, e finaliza com os créditos subindo ao som de uma canção ótima da Sia, "Bird Set Free", ou seja, mesmo com situações falsas que alguns até irão se incomodar, o filme acaba sendo incrível e vale muito ser visto numa sala de cinema completamente escura, talvez num dia com poucas pessoas seja até mais impactante, mas como todo mundo entra na mesma tensão, é difícil ouvir sequer um pio na sala, então vá correndo conferir e depois diga o que achou, pois tenho certeza de todos amarem. Só não vou dar nota máxima devido à última cena da luta, pois ficou muito falso e estranho, mas que vale um 9,5, com certeza vale, mas como não tenho notas quebradas, vai ser 9. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica que foi bem produtiva, mas volto na próxima quinta, então abraços e até lá.
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O longa nos mostra que Nancy é uma jovem médica que está tendo de lidar com a recente perda da mãe. Seguindo uma dica sua, ela vai surfar em uma paradisíaca praia isolada, onde acaba sendo atacada por um enorme tubarão. Desesperada e ferida, ela consegue se proteger temporariamente em um recife de corais, mas precisa encontrar logo uma maneira de sair da água.
Acho interessante quando um roteirista escreve um filme impactante, e ele fica na black list por algum tempo sem nenhum estúdio se interessar, pois o que Anthony Jaswinski fez com seu texto foi algo certamente básico, mas com uma profundidade cênica tão incrível que acabamos tão envolvidos com a protagonista (e até mesmo com a gaivota que a acompanha na pedra) que ficamos nos perguntando o que faríamos na situação, começamos a suar de tanta tensão e o resultado final vai ficando cada vez mais impactante com a ótima direção de Jaume Collet-Serra, que já fez outros longas do estilo e cada vez se aprimora mais. Claro que sabemos que a jovem está completamente salva, que o tubarão é digital, que as rochas não vão lhe machucar realmente, mas o estilo aflitivo de câmera proximal que acabaram escolhendo para a produção foi tão fechada e densa, que por alguns minutos esquecemos desses detalhes e embarcamos junto com a protagonista, olhando para todo tipo de possibilidade de se salvar, e com toda certeza muitos vão falar: "se joga logo que é mais fácil", mas aí é que entra o sangue de sobrevivência, e souberam arrumar uma jovem com raça para tal feito, que junto com um diretor primoroso do gênero de terror/ação souberam dosar os bons momentos para que cada ato fosse visto como único, e certamente teríamos diversas formas de fechamento, que até de certa forma ficou um pouco absurda, mas no contexto geral aceitável e bem feita.
Já que elogiei tanto a protagonista, vamos falar um pouco do feitio da aniversariante da semana, Blake Lively, pois por não ser uma atriz que apareça em tantos filmes, muitos acabam nem dando o valor que ela merece, e nos últimos 4 anos teve 3 grandes filmes "Selvagens", "A Incrível História de Adaline" e agora com sua Nancy tendo o filme praticamente inteiro seu, já que o tubarão sendo digital, e os demais homens aparecem só para compôr cena, a atriz teve de trabalhar tão bem para que a responsabilidade completa de manter um filme no eixo não se desconectasse, e principalmente empolgasse, e lá foi ela com unhas, dentes, hematomas e muitos olhares desesperadores para mostrar que conseguiria envolver e criar novas perspectivas cênicas. Ou seja, a atriz trabalhou quase que sozinha, e agradou bem, diferente do que já havia feito em outros longas, aonde teve ajuda de outros personagens, ou seja, perfeita. Temos de dar crédito também para as poucas cenas de Óscar Jaenada com seu Carlos, mas seu início foi tão divertido e gostoso de ver no carro, que vale a pena parabenizar o ator espanhol.
Outro grande fator do longa se concentrou na escolha da ótima praia da Austrália (que no filme se passa como México) e claro das boas cenas filmadas também em uma piscina cênica gigante, afinal nem tudo se pode fazer no mar real, mas como costumo frisar nesse caso foram tão boas as tomadas do diretor, que a computação apenas teve o trabalho de montar tudo e dar a criatividade final, pois os elementos cênicos estão ali, como a própria roupa de surfe, os ornamentos de qualquer garota como brincos e correntinhas, e claro pranchas e câmeras de aventura, que aliado de uma boia de sinalização, uma gaivota, uma baleia morta e um tubarão digital nada mais foi necessário para que o filme tivesse o grande efeito que teve. Claro que os recifes também foram bem precisos, e também outros elementos que foram usados, mas de certa maneira é um filme bem simples que acaba agradando com todo o conteúdo e a boa expressividade interpretativa. A fotografia foi bem ousada com giros e tudo mais que pudesse ser usado, colocando boas iluminações misturando real com falso, mas que soasse limpo e agradável, ou seja, criando a tensão nos momentos corretos sem praticamente usar efeitos, e isso foi um charme a mais.
Enfim, um ótimo filme, que ainda por cima tem uma trilha que pega pesado do começo ao fim, e finaliza com os créditos subindo ao som de uma canção ótima da Sia, "Bird Set Free", ou seja, mesmo com situações falsas que alguns até irão se incomodar, o filme acaba sendo incrível e vale muito ser visto numa sala de cinema completamente escura, talvez num dia com poucas pessoas seja até mais impactante, mas como todo mundo entra na mesma tensão, é difícil ouvir sequer um pio na sala, então vá correndo conferir e depois diga o que achou, pois tenho certeza de todos amarem. Só não vou dar nota máxima devido à última cena da luta, pois ficou muito falso e estranho, mas que vale um 9,5, com certeza vale, mas como não tenho notas quebradas, vai ser 9. Bem é isso pessoal, encerro aqui essa semana cinematográfica que foi bem produtiva, mas volto na próxima quinta, então abraços e até lá.