Retrospectiva 2019

12/31/2019 03:12:00 PM |


E lá se foi mais um ano completo vendo filmes no cinema (e agora também conferindo longas do streaming), no qual posso falar que tive bem poucas surpresas, afinal foi um ano calmo de estreias, com filmes mais centrados, isso sem falar em imensas bombas que surgiram por todos os lados.

Tivemos um ano estranho também pois tivemos bem menos estreias nos cinemas do interior (218 contra 248), e que felizmente por ter entrado nesse mundinho chamado Netflix consegui ver mais 82 longas e chegar num número redondo de 300 filmes, o que é exagerado para alguns, mas que para quem ama o que faz é até pouco. Veremos então o que 2020 entregará!

Dentro desses 300 filmes conferidos, posso dizer que se fosse em uma escola mais rigorosa, o ano dos cinemas não teria passado de ano, pois a média foi de 6,73 coelhos, sendo menor até que a do ano passado, mas como vi muitas bombas talvez até dê para relevar isso.

Mas claro que para fechar 2019 temos de apontar na retrospectiva o que de melhor aconteceu, ao menos na opinião desse Coelho que digitou praticamente todos os dias sugestões do que gostou ou do que mandou fugir, e como dei muitas notas 9, dessa vez não vou ranquear os longas, fazendo de uma forma diferente do ano passado. Então vamos lá.

Para começar vou direto aos grandes nomes do ano, pois sei que muitos querem já saber isso, e claro que estarei colocando aqui os famosos nota 10 do ano, que foram apenas 8, sendo um de 2018 que só vi em 2019, então vou colocar um de nota 9 no meio também:

- Melhor Filme do Ano: "Coringa"
- Em segundo lugar, mas não menos impressionante: "Vingadores - Ultimato"

- Melhor Filme não falado em inglês: "Parasita"
- Em segundo lugar, mas não menos impressionante: "Filhas do Sol"
- E menção bem honrosa para: "Cyrano Mon Amour"

- Melhor Animação: "Klaus"
- Em segundo lugar, mas não menos impressionante: "Como Treinar Seu Dragão 3"
- E menção bem honrosa para: "Homem-Aranha no Aranhaverso"

Nesse ano também tivemos até que uma quantidade bem interessante de longas nacionais (38 contra 56 do ano passado), o que mostra que diminuíram bem as exibições ao menos no interior, e infelizmente não dei 10 para nenhum deles, mas tive boas surpresas, então:

- Melhor Filme Nacional: "Turma da Mônica - Laços"
- Em segundo lugar, mas não menos impressionante: "A Vida Invisível"
- E menção bem honrosa para: "Morto Não Fala"

E posso dizer que a Netflix me impressionou bastante, afinal era para ser apenas os 30 dias gratuitos para conferir os filmes que iriam concorrer ao Oscar, e cá estou até o fim do ano vendo muitos filmes bons e muitas bombas também, mas valeu a pena conferir os 82 longas, então:

- Melhor Filme Netflix: "Klaus"
- Em segundo lugar, mas não menos impressionante: "Durante a Tormenta"
- Menções honrosas de 2019 nessa ordem: "Dois Papas", "Meu Nome é Dolemite", "Esquadrão 6", "Fratura", "American Son" e "O Irlândes"
- Como não estava com o streaming em 2018, vai o melhor de 2018: "Apóstolo"

E é isso pessoal, esses foram os que vi que mais gostei, sei que não vai bater com muitas outras opiniões, então não vou enrolar na falação, afinal muitos ainda vão comemorar a virada, mas nos vemos em 2020 com a esperança de muitos bons filmes, e claro novidades devem aparecer em breve, então abraços e até lá.

Fernando Coelho

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Netflix - Paradise Beach

12/31/2019 01:11:00 AM |

Não era bem assim que queria estar escrevendo do meu 300° filme do ano, mas se você quer uma dica valiosa: fuja do filme "Paradise Beach" da Netflix, mas não é um fuja simples, é um FUJAAAAA!!!! Pois você certamente já viu nem que seja um capítulo ao menos de uma novela mexicana ou argentina dessas que passavam e passam ainda no SBT, se não, também não perca seu tempo, mas apenas digo que o filme em questão que estreou já tem um tempo na Netflix, que na época coloquei em minha lista por achar interessante o tema de briga de gangues, conseguiu o feitio de ser 100x pior que qualquer novela mexicana. Com amarrações beirando as mais bobas possíveis, com acontecimentos jogados, e principalmente com um dos finais mais idiotas possíveis, de tal forma que conferimos o filme falando "ah vá!" a cada momento, para no final soltar um "poutz!" de nível maior, pois não tem como relevar as besteiras feitas, de forma que até os atores parecem estar inconformados com o que estão fazendo em cena, e fechar com digamos um final realmente sem sobrar nada foi a ideia mais xucra que qualquer diretor do mundo pudesse sonhar. Ou seja, uma tremenda bomba daquelas que não tem com defender.

O longa nos conta que um grupo de ex-assaltantes vivem dias tranquilos trabalhando como negociadores na paradisíaca província de Phuket, na Tailândia. Porém, quando Mehdi, o homem que costumava ser seu chefe, sai da prisão em busca de um acerto de contas, eles têm sua nova vida perfeita ameaçada.

Sempre que um diretor se supera eu digo que devemos ficar de olho no que ele pode nos proporcionar mais para frente, mas aqui digo que fico até com medo de ver qualquer filme de Xavier Durringer, pois ainda estou tentando pensar no que ele queria que pensássemos em sua trama, pois começa do nada, tem um miolo bagunçado e fora de eixo total, e um final sem nexo algum com qualquer uma das pontas da história, ou seja, pode até ser que tenham cortado erroneamente algumas partes e o corte final tenha ficado ruim, mas não tem como, pois beirou o amador completo, coisa que ele não é. Ou seja, o diretor e roteirista pode até ter tido uma ideia brilhante, pois a proposta de uma vingança pessoal quando saísse da cadeia após 15 anos, e ver que todos usufruíram do dinheiro e agora não tem nada para poder lhe ajudar é bacana, mas toda a loucura no meio nem na novela mais pirada conseguiriam colocar os diversos pontos jogados, e não tem como defender de forma alguma, sendo algo que vai até fora do conceito de loucura.

Quanto das atuações, diria que nem os atores souberam direito o que estavam fazendo, tanto que em uma cena num clube de strip-tease vemos um deles dançando uma música aleatória de uma forma completamente bizarra, ou seja, algo completamente non-sense. Vemos o protagonista Sami Bouajila fazendo seu Mehdi com nuances e olhares tão fora do comum que parece estar desinteressado pela trama, e mesmo nos seus atos mais fortes parece estar perdido, ou seja, é melhor nem falar do restante.

Filmado em Pucket na Tailândia ao menos o conceito visual da trama é bem bonito de ver, com praias paradisíacas (ah vá, o nome do filme é esse!), casas bem interessantes, e clubes cheios de luzes (mas de moças dançando tão sem vontade que aff - precisavam ver "As Golpistas" pra ver como se dança em um clube!), mas as cenas de violência são tão jogadas que os tiros soam mais falsos que os episódios do Chaves, aonde o tiro nem está saindo e a pessoa já está se jogando, ou seja, podiam ter ido muito além.

Enfim, não é um filme, mas sim um ato terrorista de nível máximo para quem for conferir ele na Netflix, mas sabe o que é pior? 36000 pessoas pagaram ingresso na França para ver o filme, sendo um fiasco na bilheteria, mas deveriam devolver o dinheiro para esses pobres, pois foram iludidos! Ou seja, depois de tudo o que falei, se você ainda quiser conferir, boa perca de tempo, afinal o tempo é seu. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, encerrando os filmes de 2019, mas volto mais tarde com a Retrospectiva do ano, afinal, o pior longa acho que já tenho o nome. Então abraços e até breve.

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Netflix - O Aplicativo (The App)

12/29/2019 04:43:00 PM |

Algumas sugestões que a Netflix nos dá pelos algoritmos dela geralmente surpreendem tanto para bem, quanto para o mal, e isso é algo que muitas vezes observam os longas que vemos, os quais gostamos mais ou simplesmente por contas abstratas, e podemos pensar nisso ao ver o filme italiano que foi lançado nessa semana na plataforma, "O Aplicativo", que brinca com a formatação de algoritmos em um aplicativo de relacionamento, que acaba deixando um jovem desconcertado com tudo o que acaba revirando em sua vida. Ou seja, a trama tem um ar dramático misto com o suspense, mas falha em arrastar demais para um lado abusivo, ao invés de cativar e envolver como foi o caso do americano "Ela", que lembra um pouco o estilo. Não digo que seja daqueles filmes primorosos que todos têm de correr para ver, mas também passa bem longe de ser uma tremenda bomba.

O longa nos mostra que com uma namorada amorosa, a fortuna da família, papel no cinema: ele tem tudo. Até que um aplicativo desperte um poderoso novo anseio. Enquanto em Roma para filmar seu primeiro filme, Niccolò fica obcecado e acaba enviado para uma espiral autodestrutiva.

Diria que o estilo da diretora e roteirista Elisa Fuksas é daqueles que certamente podem estourar mais pra frente, pois conseguiu brincar bem com a tecnologia e criar em cima dela uma história bem amarrada. Porém para isso acontecer ainda necessita trabalhar um pouco mais a dinâmica e saber aonde pode criar sua reviravolta, pois aqui seu filme tem força, tem uma história bem travada, mas que acaba se enrolando demais na forma de conduzir, se perdendo um pouco na desenvoltura, o que é ruim, pois talvez se já na metade o jovem descobrisse o problema e surtasse a trama iria ter muitos mais frutos, enquanto o clímax é deixado apenas para a cena final e o resultado não flui. Ou seja, é um filme que roda muito, patina demais, mas ainda assim entrega sua mensagem, e com isso não chega a ser ruim de ver, mas certamente esperávamos bem mais do conflito possível.

Sobre as atuações, não temos praticamente nenhuma grande dinâmica por parte de nenhum dos atores, mas ao menos Vincenzo Crea tentou que seu Nick fosse cheio de vertentes, com sua obsessão em cima de querer atuar e ao mesmo tempo querer ter uma vida, mas que o aplicativo acaba lhe vertendo para outros lados, e isso soou rápido demais, o que não costuma acontecer, ou seja, ele foi bem em alguns momentos com olhares apaixonados e tudo mais, mas faltou um pouco mais de desconfiança para acreditássemos nele. Greta Scarano trabalhou bem sua Ofélia, deixando todos sempre na dúvida de suas reais intenções, mas que não vai muito além do que tenta mostrar, e com isso o resultado fica um pouco abaixo quando se mostra mais, e talvez essa conexão com o protagonista funcionasse melhor de outra forma. Já Jessica Cressy trouxe um ar juvenil demais para sua personagem, de modo que vemos ela quase que sempre meio de lado na trama, e isso não intervém para nada, ou seja, foi simplória demais.

O visual da trama é meio bizarro, misturando o sacro por o protagonista estar indo filmar uma trama em que vive Jesus Cristo, temos a autoflagelação de Ofélia, temos imagens santas aparecendo a todo momento, mas sempre com o ar do pecado dominando com luzes fluorescentes coloridas, em contraste com toda a riqueza da casa da família do protagonista, os hotéis luxuosos e tudo mais. Ou seja, a equipe de arte brincou bem, colocou uma cobra imensa em uma cena, trabalhou diversas alegorias, mas falhou principalmente em não mostrar muito o que desejavam.

Enfim, é um filme digamos estranho, que não chega muito bem aonde desejava, mas que também não atrapalha o andamento completo, de forma que os 79 minutos de duração até foram bem aproveitados, mas certamente poderiam ter ido muito além. Sendo assim, não digo que recomendo o filme com todas as forças, mas também não será algo desapontante se você ver ele sabendo de suas falhas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper's Wife)

12/29/2019 01:19:00 AM |

Sabe aqueles filmes que costumam entregar bem mais do que você imagina? Daqueles que vemos algo incorporado na trama parecendo apenas ser bonitinho, mas que depois acaba fluindo para rumos mais sérios, ao ponto de trabalhar o tema com uma destreza forte bem colocada e que até passa a dominar mais pelo tema em si do que pela beleza. Pois bem, é dessa forma que acabamos nos envolvendo com o longa que estreou na Netflix, "O Zoológico de Varsóvia", que entrega com muita sutileza todo o drama que os judeus poloneses sofreram durante a invasão do exército de Hitler para cima deles, e como uma família que administrava um zoológico conseguiu salvar a vida de diversas pessoas as escondendo nas dependências do zoo. Claro que todo filme que envolva guerra acaba sendo duro e tenso, e aqui não seria diferente, mas souberam trabalhar tão bem o mote ao redor que acabamos vendo um filme gostoso, cheio de nuances, e que principalmente verte para o algo a mais que muitas vezes acabamos não vendo, e digo isso em base de que sempre vemos os campos de concentração, ou então as imposições ao redor de Hitler, ou então alguns floreios sobre histórias de livros, mas raramente vemos como tudo afetou as pessoas próximas de amigos judeus, e aqui foram bem diretos, mostraram alguns atos bem violentos de forma subliminar, e o acerto foi bem mostrado.

O longa nos conta que Jan Zabinski é o responsável pelo zoológico de Varsóvia junto com Antonina, sua esposa. O casal se vê forçado a se reportar para o zoologista, Lutz Heck quando o país é invadido por nazistas. Em pouco tempo, eles começam a trabalhar com a resistência e planejam salvar centenas de vidas ameaçadas pela invasão.

Além de ser um belíssimo filme, vale a pena conferir o longa para conhecer o estilo da diretora Niki Caro, afinal nesse novo ano que começa daqui 4 dias veremos ela enfrentando um batalhão de fãs com sua adaptação do clássico infantil "Mulan", e aqui ela mostrou muita segurança para com o tema, não demonstrando falta de força nos momentos chaves, e sabiamente trabalhou cada elemento da trama de uma forma simples e coerente, de forma que o tema que é bem forte soasse mais leve, e acertasse o público em cheio a cada vez que o filme recaísse para algo que fosse dentro das rígidas regras do nazismo. Ou seja, ela trabalhou de uma forma ousada para retratar algo complexo, mas em momento algum deixou a sutileza no olhar dela, e abriu a trama de modo que todos pudessem conferir sem se ofender, o que é algo raro de ver em filmes do tema, e dessa forma o acerto foi na medida certa.

Sobre as atuações, é fácil dizer que Jessica Chastain caiu como uma luva para o papel de Antonina, chamando a responsabilidade para si em diversos momentos, fazendo trejeitos fortes nas cenas de impacto, sendo doce quando precisava, e com isso o filme teve uma fluidez tão precisa que mesmo que alguns personagens acabem parecendo estranhos, ela consegue desenvolver tudo e arrumar, ou seja, perfeita como sempre. Johan Heldenbergh acaba entregando um Jan meio forçado em alguns atos, trabalhando quase como seco demais, o que resulta em uma personalidade até que forte, mas parecendo a todo momento que não está fazendo o filme com prazer, e fora que não caiu bem como um par correto para a beleza de Jessica, o que é um problema. Agora falando em par, a todo momento ficamos esperando ela deixar o marido para ficar com Daniel Brühl com seu Lutz, que tem bem mais o estilo da protagonista, mas logo de cara vemos que ele não é de boa índole, e com o andar do filme acabamos ficando mais com raiva dele, do que gostando, mas claro pelos ótimos trejeitos e pela imposição que deu para o personagem, ou seja, agradou bastante dentro do que fez. Agora quanto aos demais personagens, todos deram tons bem variados para cada momento, alguns expressando desespero, outros temor, mas sem dúvida o destaque recaiu completamente para a garotinha Shira Haas com sua Urszula, que emocionou com força em todas as suas cenas, e mesmo sendo uma coadjuvante de luxo, praticamente chamou a responsabilidade para si em vários atos.

Quanto do visual da trama, vemos inicialmente o lindíssimo zoológico, vemos um parto complicado, vemos toda uma beleza cênica incrível, e na sequência vem a guerra e destrói tudo, e passamos a ver praticamente tudo em marrom sujo e nos verdes das roupas do exército, ou seja, uma mudança cênica brusca que chama a atenção e foi muito bem moldada em diversas locações para envolver mesmo, trabalhando até mesmo no porão com as grades, mudando o ar completamente, o que funciona demais, e mostrou um estudo perfeito da equipe para que tudo fosse na medida, sem exageros (afinal é um longa de baixo orçamento!), e que representasse bem cada momento.

Enfim, é um filme forte na medida certa e sutil também ao ponto de fazer com que acabássemos envolvidos com tudo e víssemos beleza nas atitudes fortes que acabam ocorrendo, mostrando que a trama foi escrita de uma forma para não pesar tanto a mão e junto de uma beleza subjetiva agradar com tudo o que é passado na tela. Realmente foi uma pena não ter sido lançado nos cinemas do Brasil na época, vindo somente para mídia digital algum tempo atrás e agora surgindo na Netflix, de forma a podermos recomendar ele com toda certeza. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo.

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Minha Mãe é Uma Peça 3

12/28/2019 02:32:00 AM |

Se tem um dos humoristas nacionais que mesmo exagerando em trejeitos consegue entregar longas bem engraçados é Paulo Gustavo, e o melhor de ver "Minha Mãe é Uma Peça 3" nem é tanto pelo filme em si, mas saber e ver durante os créditos finais de cada um dos longas como a mãe dele dona Déa Lúcia é desbocada igual a personagem principal, e que ele soube trabalhar com precisão cirúrgica para recriar ela como uma alegoria tão presente que mesmo o filme tendo falhas gritantes, acabamos rindo demais e gostando sempre de ver quase tudo igual novamente. Ou seja, o filme diverte muito com muitas boas sacadas, tem cenas hilárias, funciona muito bem ao entregar muita coisa nova, ainda manteve um pouco o estilo de esquetes do segundo longa, porém felizmente manteve o vértice de história como foi o primeiro filme, mas aqui a maior falha foi querer emocionar em demasia, de modo que o longa parece uma montanha russa oscilante entre sacadas cômicas e momentos emotivos, o que faz o filme ficar ora morno, ora gargalhando, e isso é certamente um problema muito forte, pois o filme perde dimensão. Claro que de forma alguma esse problema estragou a grandiosa fama do filme, e mesmo indo virar série na Globoplay iremos torcer para ter um quarto filme, mas se não acontecer, ao menos aqui ele contou bem seu fechamento com os filhos, e tudo o que rolou até chegar esse momento, e quem for conferir certamente irá rir bem mais do que se emocionar, ou seja, o feitio de uma comédia foi mantido com sucesso.

O longa nos mostra que Dona Hermínia vai ter que se redescobrir e se reinventar porque seus filhos estão formando novas famílias. Essa supermãe vai ter que segurar a emoção para lidar com um novo cenário de vida: Marcelina está grávida e Juliano vai casar. Dona Hermínia está mais ansiosa do que nunca! Para completar as confusões, Carlos Alberto, seu ex-marido, que esteve sempre por perto, agora resolve se mudar para o apartamento ao lado.

É até interessante ver a mudança de estilo que o filme teve com Susana Garcia assumindo a direção, pois ela tentou trabalhar o ritmo bem pautado que fez sucesso no ano passado com "Minha Vida em Marte", porém abrangendo bem mais situações com as possibilidades do roteiro que escreveu junto com Paulo Gustavo e Fil Braz, além de diversos outros colaboradores de piadas, porém o estilo escrachado de Dona Hermínia é uma marca cativa sua, e até sabemos que toda mãe por mais desbocada que seja, também tem seu lado emotivo para com seus filhos, então ao tentar passar essa mensagem e tentar fazer com que o público emocionasse também com as cenas, acabaram deixando o longa levemente frouxo, o que é um pouco ruim, porém souberam ver rapidamente na montagem que se isso fosse uma constante acabaria pesando a trama, então colocaram as cenas oscilando bem, e o resultado acaba funcionando. Ou seja, temos um filme que diverte bastante, e nisso a diretora não mexeu, temos as cenas hilárias casuais bem colocadas, e principalmente temos uma história até que bem grande, que desmembrada com várias esquetes rápidas acaba envolvendo bem do começo ao fim.

Sobre as atuações nem precisaria falar, mas Paulo Gustavo continua dando show com seu principal personagem, e aqui Dona Hermínia é entregue sem medo de errar, fazendo trejeitos de todas as formas possíveis, encontrando ótimas sacadas para seus deboches, e mesmo nos atos mais tensos o ator conseguiu trabalhar uma emoção bem verdadeira com olhares mais rebaixados, mas com uma desenvoltura única, ou seja, novamente um tremendo de um acerto, e chega a ser até difícil ver ele sem toda a maquiagem de composição do personagem, pois é quase uma única pessoa Paulo/Hermínia. Quanto os demais personagens, tivemos bons momentos praticamente de todos, desde Mariana Xavier brincando bem com sua Marcelina (que em diversos momentos não aguenta e ri em cena mesmo!) agora tendo um filho, vemos Rodrigo Pandolfo trabalhando bem rapidamente seu Juliano, que aqui vai casar, mas o jovem nem foi quase usado em cena, e principalmente vemos ótimas sacadas com Stella Maria Rodrigues com sua Ana cheia de esnobações para cima da protagonista, e claro as ótimas cenas de Malu Vale com sua Lourdes junto do protagonista em Hollywood, ou seja, todos se doaram bastante para os personagens, criaram bastante junto, e conseguiram chamar a atenção sem tirar o foco de Paulo, e assim até mesmo Herson Capri com seu Carlos Alberto e Alexandra Richter com sua Iesa acabaram funcionando bastante, e o filme flui.

No conceito visual o longa foi bem homogêneo de cenas, trabalhando com locais corriqueiros como o apartamento da protagonista, uma feira tradicional, uma feira de coisas para grávidas, uma sala de consultas médicas, um quarto de hospital, uma casa rústica, uma mansão para festas super luxuosa, e claro, algumas cenas rodadas em Hollywood passando pelo museu de cera, e até tendo uma brincadeira bem sacada com outros filmes que acabam não indo para fora gravar que dependendo do ângulo podem se passar em qualquer lugar e enganar, ou seja, o filme satiriza outros, trabalha com bons elementos para cada momento, e funciona com muitas cores fortes para dar o tom cômico mais escrachado, ou seja, não exagera a toa em momento algum, e ao mesmo tempo exagera o tempo todo para se encontrar com os atos, numa brincadeira boa, funcional e cheia de detalhes, o que vale bem reparar sempre ao redor.

Enfim, é um filme bem montado, que certamente lhe fará rir do começo ao fim com ótimas sacadas, e que mesmo exagerando em alguns conceitos emotivos levemente desnecessários funciona bastante, sendo melhor que o primeiro filme, mas ainda um pouco abaixo que o segundo longa da trilogia, e dessa forma recomendo muito a conferida, e provavelmente o longa deva bater mais recordes de bilheteria assim como seus antecessores. E sendo assim acabo aqui com os filmes nos cinemas desse ano de 2019, mas ainda volto mais nesses próximos dias com mais textos do streaming e claro com a retrospectiva do ano, então abraços e até logo mais.

PS: Como não tenho a nota do meio, no primeiro dei 8 e no segundo dei 7, então aqui seria um 7,5, mas como estou bonzinho, vai um 8 para esse também.

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Cats - O Filme (Cats)

12/27/2019 01:24:00 AM |

Quem confere os reality shows musicais do mundo afora certamente já ouviu diversas versões de "Memory" e sempre que desejava saber a origem recaia sobre o musical da Broadway, "Cats", que agora resolveram adaptar para as telas do cinema, porém ao invés de criarem um filme realmente, com uma história que pegasse e contasse talvez a saga de vários jovens tentando ser escolhidos pela anciã para ter uma nova vida no paraíso dos gatos, deixaram de lado o ar cinematográfico e criaram praticamente um show de vários personagens cantando suas vidas se apresentando em cenários até que bem trabalhados, porém sem uma desenvoltura que chegasse a algum lugar, e com isso o filme nem parece ser um filme realmente, o que cansa demais. Claro que é bonito ouvir algumas das canções, ver os movimentos dos rabos dos gatos bem interessantes, e toda a coreografia que acabam fazendo, mas chega um momento do longa que ainda estão apresentando os personagens cantando, e já vemos que vai acabar o longa, ou seja, não tentaram nem criar uma história melhor para a trama, além do maior problema que muitos tem reclamado da questão dos figurinos, mas isso é melhor falar mais para baixo, e sendo assim, o resultado é todo problemático.

A sinopse nos conta que uma tribo de gatos chamada Jellicles todo ano precisa tomar uma grande decisão em uma noite especial: escolher um dos gatos para ascender para o Heaviside Layer e conseguir uma nova e melhor vida. Cada um dos gatos conta a sua história para sua líder, a velha Deuteronomy, na tentativa de ser o escolhido.

Claro que a ideia de misturar balé e musical no cinema é bem boa, afinal já temos vários espetáculos mostrados nas salas que lotam sessões, mas talvez criar isso como um filme exigisse um pouco mais do diretor Tom Hooper, e ele sabia dessa missão, afinal conseguiu fazer o maravilhoso "Os Miseráveis" em 2012, porém lá já era uma história musical que apenas foi transportada para as telonas com sua adaptação, e aqui já pelo contrário é apenas um musical com uma história moldada para o teatro apenas, em que as pessoas vão para somente ouvir os grandes cantores e ver eles dançando com suas performances, então precisaria de um trabalho a mais que não foi feito. Porém longe do que muitos estão falando por aí, não é uma tremenda bomba, pois é bonito de ver todos os personagens dançando muito bem coreografados, é bacana ver a emoção que alguns passaram para a tela, e principalmente o cenário em si é bem interessante de ver, afinal tiveram de fazer ambientes bem grandes para dar a perspectiva do tamanho dos gatos, porém aí entra a maior reclamação: a computação gráfica, ou a falta dela, afinal no teatro tudo bem que aceitamos pessoas fantasiadas de gatos dançando, mas no cinema é algo impensável de se entregar gatos com mãos humanas, com uma fantasia simplista no meio de um cenário grandioso, ou que isso fosse passado na história, como um sonho de alguma pessoa vivendo ali, que aí sim funcionaria, mas não da forma que foi, então sim, é um tremendo erro, e muitos atores estão irritadíssimos com o que andam falando deles, pois quando gravaram as cenas esperavam ver depois com a computação funcionando a tino algo mais profissional, não apenas com os rabos em movimento (que são bem divertidos de ver como acontece com gatos reais!). Ou seja, o diretor falhou muito mais do que acertou, e é uma pena, pois confesso que é um filme que se soubessem criar uma história linda por trás, a emoção musical funcionaria demais, e seria daqueles longas para quebrar tudo, e aqui a única coisa que está quebrando é a reputação de todos.

Sobre as interpretações é até difícil falar como conseguiram fazer não funcionar um longa com tantas estrelas juntas, pois a trama tem os dois principais bailarinos do Royal Ballet, então ao menos danças podem olhar que tanto Francesca Hayward quanto Steven McRae dão um show em suas cenas, porém Francesca precisou aparecer bem mais como a protagonista da história com sua Victoria cantando quase todas as canções, e tendo um bom envolvimento e algumas expressões bem interessantes. Tivemos dois grandes astros musicais que dançam bastante em seus shows, e aqui tentaram cantar se expressando, mas não deram muito certo, afinal apareceram pouco demais e são personagens bem secundários, de modo que tanto Jason Derulo quanto Taylor Swift fizeram algo a mais, mas nada indo muito além para chamar a atenção. A velha guarda foi representada de uma forma bem estranha, e tanto Judi Dench quanto Ian McKellen não precisavam disso em suas carreiras, e ficou bem jogado seus personagens na tela, mesmo Dench sendo a anciã protagonista, mas cantando não caiu nada bem. Os comediantes James Corden e Rebel Wilson se divertiram ao menos com seus personagens, fazendo micagens e danças mais jogadas, e com isso ao menos tiveram atos interessantes, mas como é algo meio fora da história em si, não podemos dizer que surpreenderam. E dentro do elenco realmente principal, tivemos Jennifer Hudson que saberia demais chamar a atenção para um protagonismo de história dramática caso quisessem, mas que acaba sumindo, Idris Elba brincando de sumir e desaparecer com outros personagens, num ar vilanesco bem bom, mas que não consegue brilhar, Laurie Davidson sendo outro mágico mais singelo, com um carisma romântico que também teria grandes chances de estrelar a trama, mas que acaba sumindo e Robbie Fairchild que tenta ser um bom apresentador de início, mas que fica só de aparições depois sem nenhum destaque. Ou seja, novamente falo que faltou história para funcionar, e me desculpe o spoiler, mas vou deixar aqui exatamente a história que teria de ser contada: "A menina que saiu da comunidade para namorar um bandido, passa a ser rejeitada por todos, mas quando a nova moça do bando a conhece, traz ela de volta para a redenção!"

Agora sem dúvida alguma um dos grandes problemas que estão mais reclamando na trama é o conceito visual (eu ainda sou do time que o problema está na história, pois bem arrumada poderia se passar até em um palco que convenceria!), pois há alguns problemas de proporções do tamanho dos gatos com algumas coisas cenográficas (mas como existem muitas perspectivas acaba sendo irrelevante!), e faltou o diretor demonstrar o que queria no caso das fantasias que ficaram parecendo pessoas fantasiadas de gatos, e não gatos em cenários casuais de um beco ou algo que eles vivam, e isso é um tremendo erro, pois seria aceitável termos pessoas fantasiadas, mas para isso teria de algo estar inserido na trama, o que não ocorre, e assim sendo ficou parecendo que faltou trabalharem muito mais na computação gráfica, que apenas fez um bom trabalho com os rabos dos felinos (também sabemos do trabalho imenso que é mexer com pelos, mas não é desculpa!) e esqueceu de todo o restante, ou seja, problemaço, porém tirando todo esse detalhe, os ambientes onde o filme se passa acabam sendo interessante e bem montados, que acabaram dando um tom funcional para o longa, meio como sendo executado em um palco ambientado, e acredito que essa era a ideia original.

Bom, como já falei é um filme classificado no gênero musical, ou melhor um show musical dentro de um filme, aonde vários cantores interpretam várias canções em ambientes diversos tentando passar uma história que não aparece, e assim sendo deixo o link para quem não quiser ir ver o filme ouvir também, ou quem quiser após conferir o longa, e claro que devem tentar jogar as duas canções principais para concorrer aos prêmios, uma na versão de Jennifer Houston e a outra por Taylor Swift, veremos mais pra frente o que irá ocorrer, pois somente as duas valem a pena mesmo ouvir no longa.

Enfim, volto a frisar que passa bem longe de ser a imensa bomba que o pessoal anda vendendo e assustando todo mundo, mas tem tantas falhas que incomoda bastante também, e como disse no parágrafo anterior, se conferirmos a trama como sendo um show musical de vários artistas com uma cenografia maior do que apenas em um show, o resultado até fica melhorzinho, mas ainda assim, passa longe de ser um filme realmente. E sendo assim, infelizmente não recomendo ele para uma grande maioria, e as salas devem estar sempre da forma como foi hoje, com sessões bem vazias, o que é triste de ver em qualquer filme. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Carta Registrada (Bi Elm El Wossul) (Certified Mail)

12/23/2019 01:10:00 AM |

Sabe aquele filme que você vai conferir já preparado para o pior e que a chance de ser ruim é alta? Tinha prometido que não iria mais ver nenhum com pessimismo e sempre chego nas sessões pronto para ver algo bom dentro de uma trama, mas tem vezes que não dá, e de cara o egípcio "Carta Registrada" nos entrega tantas pausas cênicas que parece que nem terá fôlego suficiente para chegar na metade da trama, quanto mais até o final, e para ajudar não mostra o motivo do nome. Mas claro que ficamos esperando algo a mais, vemos os diversos atos da jovem precisando de ajuda e ninguém indo ao seu rumo, vemos as situações acontecendo, e tome mais respiro cênico, continuamos acompanhando a protagonista em seus momentos, tentando se recuperar de tudo, sofre mais um pouco, e mais pausa cênica, ou seja, se você não dormir ou então conseguir sobreviver a toda essa lentidão que o filme entrega, talvez no final você já chegue preparado para saber que o filme acabará com uma cena abstrata jogada, que nem no pior sonho gostaríamos de ver, e assim sendo, o resultado é ruim, cansativo, e não merece o tempo gasto na sala do cinema.

O longa nos mostra que na movimentada capital egípcia do Cairo, Hala apenas respira. Do lado de fora de seu apartamento, a vida das pessoas está constantemente avançando, mas ela está presa dentro de sua própria mente. Hala está lutando contra as pressões de ser uma nova mãe, ainda lamentando a morte de seu pai e lutando com pensamentos sombrios. A vida de Hala é lançada em um caos ainda maior quando seu marido é preso após problemas burocráticos. Um dia, ela encontra uma carta misteriosa que, quando aberta, oferece a ela uma nova perspectiva.

Diria que talvez a trama faça até mais sentido para pessoas que possuem tendências suicidas, ou que já tiveram algum caso semelhante, do que para o grupo comum que apenas foi conferir um longa chamativo que raramente apareceria em um circuito comercial, mas posso dizer também que o diretor Hisham Saqr soube encontrar em meio ao caos uma forma mais ampla de defender essas pessoas, da falta de carinho dos amigos e familiares para com eles, e até do desespero que chega a bater na própria pessoa quando tudo que já está ruim vai piorando, porém se ele tivesse mantido essa ideia e criado vértices mais dinâmicos, tivesse brincado mais com as cartas, criasse atitudes em cima de tudo, o resultado seria muito melhor e mais dinâmico, e o que mais desanima é ver que antes de estar estreando como diretor e roteirista, ele foi montador de diversos outros filmes, e aqui o maior erro da trama é a montagem com exageradas pausas e respiros. Ou seja, falhou exatamente aonde conhece mais, e o resultado ficou desanimador de conferir.

Não é fácil dizer que a protagonista conseguiu chamar tanta atenção para o problema, tanto que precisei saber mais por parte da sinopse que li após chegar em casa, do que propriamente pelo filme o tema passado por ela, mas ainda assim Basma conseguiu trabalhar bem os olhares desesperados de sua Hala, chamou o envolvimento para si, e trabalhou bem diversos momentos, mas certamente poderia ter encontrado formas melhores de refletir o problema que o filme tanto desejava mostrar, e assim ajudar o diretor estreante, pois a junção desses problemas fez com que ela como uma atriz bem conhecida no Egito ficasse fraca demais no longa, e certamente não era isso que desejava passar. E se a protagonista saiu mal na fita, então é melhor nem falar do restante, que parecia estar fazendo suas coisas comuns e a câmera passando por lá, inclusive tem uma cena que ocorre exatamente isso da câmera passar e a pessoa ao fundo aparecer sem vestimenta alguma do longa, que certamente era um passante que viu as filmagens e ficou.

O longa não entrega grandes anseios visuais também, sendo bem simples, tendo algumas passagens pelo apartamento do casal, algumas idas no apartamento da vizinha e amiga, outras no apartamento da mãe, e alguns atos num tribunal e num banco, mas sempre com uma câmera tão próxima e fechada, que nem sabemos realmente o que tem ao redor em cada um dos locais, de modo que quase parece que o filme foi rodado com uma câmera na mão de uma pessoa bem próxima dos atores, e isso é algo que chega a ser quase claustrofóbico, e sem razões aparentes, mas não chega a ser um grandioso problema, afinal todo o restante já é desconsertado.

Enfim é daqueles filmes que até torcemos no miolo para ter um final surpreendente, que a reviravolta cause algo a mais, mas infelizmente o resultado é algo que leva nada a lugar algum, e isso não é gostoso de ver, e muito menos de se recomendar para alguém, e sendo assim, é melhor conferir qualquer outro filme do que perder tempo na sessão desse. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Dois Papas (The Two Popes)

12/22/2019 05:13:00 PM |

Uma história deliciosa, com atuações incríveis e que consegue simbolizar muito de tudo o que vimos nos últimos anos dentro da Igreja Católica, de tal forma que ao conferir o longa da Netflix, "Dois Papas", nos vemos sorrindo o tempo inteiro com as boas sacadas, relembrando tudo o que ouvíamos na época, e conhecendo muito mais da vida de ambos os personagens, apesar de já ter conferido o longa argentino "Conquistando Corações" que mesmo sendo fraco mostrou um pouco de Jorge Bergoglio, que aqui tiveram uma precisão cirúrgica para que Jonathan Pryce desse um show de personalidade, e junto com o mestre Anthony Hopkins (que está a cara de Bento XVI) fizeram do filme algo singelo, cheio de boas desventuras, e que com um carisma único conseguiu passar a mensagem de mudança necessária da Igreja, que vem sendo construída e reclamada pelos clãs mais fervorosos. Ou seja, um filme gostoso mesmo de conferir, cheio de ambientações perfeitas, de momentos de respiro, e principalmente com um acerto único de envolvimento, pois a ideia da trama era bem essa, de abranger mais do que causar, e funcionou, pois vemos de tudo um pouco, e o resultado emociona e agrada.

O longa nos situa em Buenos Aires, 2012. O cardeal argentino Jorge Bergoglio está decidido a pedir sua aposentadoria, devido a divergências sobre a forma como o papa Bento XVI tem conduzido a Igreja. Com a passagem já comprada para Roma, ele é surpreendido com o convite do próprio papa para visitá-lo. Ao chegar, eles iniciam uma longa conversa onde debatem não só os rumos do catolicismo, mas também afeições e peculiaridades da personalidade de cada um.

Claro que aqui temos uma ficção que foi baseada em alguns fatos reais, então não sabemos exatamente o que é real e o que o roteirista Anthony McCarten, especialista em biografias, que fez de "Bohemian Rhapsody", "O Destino de Uma Nação" e "A Teoria de Tudo" grandiosos sucessos, e que aqui não iria jogar tudo para o alto, ou seja, temos boas pontuações de ambos os papas, temos uma energia bem trabalhada na dramaticidade do roteiro, e principalmente temos tudo bem conectado para que o diretor brasileiro Fernando Meirelles acertasse a mão numa condução magistral, cheia de símbolos, cheia de envolvimentos, e que principalmente funciona bem dentro do que deseja passar, não soando abusivo em momento algum, muito menos exagerado de ideias, de modo que acabamos nos sentindo meio que junto dos protagonistas ao estarem nos contando suas histórias, seus atos ruins de vida que mereceram ser perdoados, e principalmente como é a dificuldade de organizar um rebanho imenso desgarrado, como vem acontecendo dentro da Igreja, ou seja, o filme em momento algum desrespeita ninguém, o que é excelente, pois ao lançar o trailer a Netflix já levou diversas acusações dos mais fervorosos, e a trama passa exatamente o contrário do que reclamaram, e isso foi um acerto perfeito de não colocar tanto no trailer, pois a surpresa envolve, agrada e funciona muito, o que é bacana de ver, e mostra que a dupla de roteirista e diretor acabou acertando em cheio.

Não tenho nem o que falar das atuações, ou melhor tenho que elogiar o que ambos os protagonistas fizeram em cada um dos momentos do longa, daqueles que certamente merecem e merecerão cada indicação aos diversos prêmios que irão concorrer, pois foram perfeitos de trejeitos, de movimentações, de tudo, de tal forma que conseguimos enxergar neles perfeitamente cada um dos papas, e mais do que isso, conseguimos ter olhares humanos na personificação de entidades tão fortes, e certamente quando mais pra frente nos perguntarem quem fez tal papa no cinema, vamos lembrar de ambos, ou seja, Anthony Hopkins colocou para seu Bento XVI um vértice forte, trejeitos marcantes que víamos na personalidade que muitos nem gostavam dele, mas vimos também um homem rígido com suas crenças, indisposto para mudanças, e principalmente desesperado com tudo o que estava acontecendo ao seu redor sem transparecer, ou seja, perfeito. E da mesma forma vemos Jonathan Pryce sutil, cheio de esperanças, com olhares carismáticos, com envolvimento nos seus atos, querendo mudar tudo, mas também muito preocupado com o que fez no passado, e trabalhando de uma forma coesa ele passou uma aura tão boa de vermos na telona da mesma forma que o Papa Francisco tem demonstrado em suas atitudes, ou seja, deu show também. Além deles, temos de pontuar também a ótima desventura de Juan Minujín como Jorge jovem, em seus atos na ditadura, na vida antes de se tornar padre, e que com muita destreza conseguiu convencer bem com sofrimento e dureza nas atitudes, mostrando-se um ator determinado e cheio de estilo também.

Visualmente podemos dizer também que o estudo da equipe de arte sobre os locais dentro do Vaticano, da residência de verão do Papa, e claro dos locais da Argentina que sofreram muito com a ditadura no país nos anos 70, foi de um primor incrível, pois tudo foi muito bem ambientado, estudaram os diversos atos que ocorreram e que vimos pela TV nas devidas posses papais, mostrando os quesitos de figurino, de trejeitos, de elementos cênicos, ou seja, tudo numa composição tão bem feita que acabamos até perdidos para onde olhar, pois tudo foi na medida certa para bem representar, mas mais do que isso, para não falhar com quem é mais religioso, e nesse sentido o longa passa paz principalmente, pois a cada ato vemos serenidade por parte dos personagens, que andam bem envolvidos e agradam sem precisar forçar em nada, além claro de diversas imagens reais de arquivo que foram usadas também na trama, ou seja, um acerto atrás do outro.

Enfim, um filme daqueles que nos envolvemos e que tranquilamente assistiríamos mais que uma vez, pois não tem grandes falhas, que passa a mensagem sem forçar a barra, e que principalmente foi muito bem montado para funcionar para ambos os públicos, sejam eles religiosos ou não, ou seja, quase perfeito. E digo o motivo da palavra quase no texto, faltou talvez para o diretor querer ousar um pouco, e isso talvez até seria um tiro em tudo o que vem conquistando, mas essa "falha" vai acabar se tornando um acerto, e dessa forma vale demais a recomendação para que todos assistam esse belo filme que passou em alguns cinemas, e que agora já está na plataforma da Netflix para quem bem quiser conferir. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto logo mais com mais textos, então abraços e até lá.

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Netflix - Atlantique (Atlantics)

12/22/2019 12:56:00 AM |

Entre as opções de melhor filme internacional nas premiações, a Netflix também tem grandes chances, afinal comprou os direitos do longa senegalês "Atlantique" que está levou o prêmio do júri em Cannes e está classificado como drama, porém optaria chamá-lo como terror artístico por brincar com espíritos, insones e claro fantasiar um romance de essência além da alma. Ou seja, garanto que muitos que lerem só esse começo do meu texto já irão fugir completamente do longa, mas digo que não é dos piores filmes, pois passa uma ideia interessante, só faltando um pouco mais de atitude para a diretora não ser tão abstrata, pois o filme tem todo um condicionamento clássico que faz com que os votantes gostem dele, tendo uma beleza sentimental bem trabalhada no cerne, porém só quem tiver com uma paixonite fora de controle é capaz de se envolver como a trama, afinal como é dito no pôster: "toda história de amor é uma história fantasma".

Um grupo de operários sai para o mar em busca de uma vida melhor em outro país. Depois disso, as mulheres que eles deixaram para trás em Dakar são acometidas por uma misteriosa febre. Embora prometida para outro homem, a jovem Ada sofre secretamente por seu amor Souleiman, que partiu com o grupo. Um incêndio acontece na noite do casamento de Ada, e um jovem policial é enviado para investigar. O que ele não sabe é que os operários voltaram na forma de espíritos. Muitos deles estão em busca de vingança por não terem recebido pagamento, mas Souleiman tem um propósito bem diferente: estar com Ada por uma última vez.

Em seu primeiro longa como diretora, Mati Diop soube dar um bom tom para os jovens atores se desenvolverem, de modo que acabamos até sentindo as emoções nos olhares de cada um dos protagonistas, pois ao deixar eles bem livres ao ponto de nem vermos seus atos ficarem presos, o resultado soa agradável de ver. Porém faltou um pouco mais de atitude para que a diretora acertasse seu filme, afinal ela ficou muito em cima de gêneros que costumam ser mais amarrados, como o terror envolvendo espíritos vingativos, e o romance entre vidas com um questionamento dramático, e acertar nessa briga de pontos é algo muito difícil, ou seja, talvez se ela optasse por algum dos dois de cara, o resultado sairia mais fácil, e não cansaria tanto com as abstrações que ela opta por trabalhar, e assim, veríamos um filme mais palpável e menos bobinho. Claro que por fazer dessa forma ela atraiu outros olhares, mas garanto que a maioria ao conferir irá dormir na metade, ou desistirá do filme, pois não tem nada que nos prenda realmente ao resultado final.

Sobre as atuações, diria que a grande sacada da diretora foi pegar jovens que nunca atuaram e dar força para que eles encontrassem suas melhores expressões, claro que isso fez com que o filme ficasse estranho em alguns momentos, mas todos se doaram bastante e encontraram olhares bem colocados e de certa forma acabamos nos conectando bem com os protagonistas vividos por Mame Bineta Sane com sua Ada e Amadou Mbow com seu Issa, pois entregaram sínteses bem colocadas, fizeram suas cenas com temor e com imposições corretas, e acabaram soando interessantes de ver, ou seja, podem até se dar bem na carreira mais para frente, pois foram dinâmicos e coesos no que fizeram. Quanto aos demais, as garotas exageraram um pouco com as lentes brancas para parecerem cegas, mas fizeram boas caras e bocas ao menos, e não atrapalharam, isso é o que vale a pena.

O visual que a equipe escolheu foi bem simples, sem nada que saísse do eixo, trabalhando bem o bar aonde as jovens vão se encontrar com os pedreiros, a delegacia singela, e as casas se contrapondo bem entre as jovens simples, os ricos que compram seus casamentos, e os donos de obras riquíssimos, com nuances bem moldadas para retratar a diferença de classes, ou seja, o longa foi todo moldado para criticar os fatos, e brincou com poucos elementos, mas usando de artifícios como as lentes nas jovens possuídas pelos espíritos, e claro todo o visual praiano intrigante ao fundo. Não digo que seja algo que vá muito além, mas o filme em si tem uma pegada levemente suja na fotografia que acaba sendo bacana de ver também.

Enfim, é daqueles filmes que dá para pensar bastante, mas que também poderia ter ido muito além e ficou no básico, de forma que o maior erro foi não escolher bem o lado que iria atacar de forma a resultar em algo simples, romantizado e sem muitos elos fortes, sendo que alguns vão até ver algo a mais, mas não consigo ver muito potencial na trama para tudo o que foi falado e premiado, e sendo assim, recomendo ele com muitas ressalvas. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.

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Star Wars - A Ascensão Skywalker em Imax 3D (Star Wars: The Rise of Skywalker)

12/21/2019 03:30:00 PM |

Sabe quando você precisa vender algo, mas tem de abrir um tremendo leque para outras possibilidades serem vendidas depois? Ou melhor ainda, quando você vai a algum lugar com muitas outras intenções além de apenas ir lá? Pois bem, essa é a sensação que "Star Wars - A Ascensão Skywalker" me passou, pois é sim um tremendo filme de fechamento, com elementos de todos os demais filmes da saga, mas que funciona somente nos 15-20 minutos finais, que são realmente empolgantes, pois do resto, a maioria abre possibilidades para séries e filmes derivados que a Disney já prometeu aos montes em seu streaming, e com isso enrola demais para tudo o que desejávamos ver realmente, de modo que o filme praticamente se arrasta no miolo com seus 142 minutos, e não apenas isso, a trama tem muita história para ser contada, ou seja, quem não for extremamente fã da saga, até irá gostar de alguns personagens, mas se cansará completamente quando tudo se acalmar no miolo, e isso é ruim de ver, pois a saga sempre passou bons atos, e aqui o diretor é conhecido por ser deveras criativo, e ele coloca tantas coisas em cena que no final nem sabemos o que vimos, ou melhor, estou escrevendo quase as 3 da manhã com medo de deixar para escrever amanhã e não lembrar mais o que vi na telona, pois tirando as grandes cenas finais, nada acaba sendo marcante realmente.

O longa nos conta que com o retorno do Imperador Palpatine, todos voltam a temer seu poder e, com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os rumos da galáxia. Treinando para ser uma completa Jedi, Rey ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir a partir de sua complexa ligação com Kylo Ren, que também se encontra em conflito pela Força.

Sabemos muito bem a qualidade técnica do diretor J.J. Abrams, pois ele sempre sabe encontrar estilo e fazer com que seus filmes tenham uma pegada grandiosa ao redor da trama principal sem precisar virar algo novelesco exagerado, porém aqui acredito que lhe convenceram demais a criar mais conteúdo, e ir abrindo todas as possibilidades para os demais subprodutos que a Disney pretende vender nos demais anos que virão, e isso é algo que costuma não agradar (principalmente quem não for extremamente fã), pois o filme acaba sendo arrastado demais com uma imensidão de histórias extras, personagens novos e velhos aparecendo para dar alguma jogada, situações rapidamente aparecendo do nada sem serem explicadas (apenas deixando para que alguém venha depois e crie uma nova história a partir dali). Ou seja, diria que o diretor até fez um filme bem interessante de ser conferido, principalmente pelos 20 minutos finais aonde tudo ocorre com grande imponência e nos envolve de uma forma incrível, provocando emoções e grandes surpresas, mas é um filme de 2 horas e 22 minutos, então precisamos de uma enrolação gigante de quase duas horas, aonde sim vemos muita história extra, que sim é bacana, mas que quem não for ver depois as diversas séries da Disney, os vários derivados lançados também por lá, acabará esquecendo até mesmo que viu isso um dia, e isso é uma falha imensa como cinema, pois todos os demais foram emocionantes por esse motivo, de entregar tudo ali, e funcionar bem ali também.

Sobre as interpretações, é fato que o elenco principal soube conduzir boas expressões nos seus devidos atos, chamando atenção para que o filme tivesse a interação coerente dentro das cenas, e isso mostra não só o crescimento da maioria nesses três filmes da série, como o crescimento deles também como artistas, então vemos uma Daisy Ridley bem imponente com sua Rey, trabalhando os diversos atos de dúvida da personagem, sua força de luta, seus atos como um misto de Jedi pelo treinamento e de .... afinal não vamos dar spoilers, e vendo ela fazer tudo vemos que a artista está cada vez mais completa, que agrada bastante nas cenas em que precisaram dela, e ainda mais sabendo não fazer apenas uma cara marcante, mas sim demonstrar todos os sentimentos possíveis, e assim sendo, vamos torcer muito para dar certo em outros filmes seus também. Confesso que não gostava muito do estilo de Adam Driver, mas 2019 foi um ano tão bom para ele em todos os filmes que fez, que até aqui ele conseguiu entregar um Kylon Ren bem coerente, com a Força dominando, sendo quase um fantasma em diversos atos, e principalmente chamando tudo no filme para si, o que agrada bastante de ver, e mostra que ainda vai crescer mais no cinema, pois ele é bom e tem estilo. John Boyega e Oscar Isaac brincaram bastante com a expressividade de seus Finn e Poe, de modo que no começo dessa trilogia nem botávamos tanta confiança neles, mas souberam dominar seus atos e aqui marcam tudo com ótimos momentos para entregar e acabamos ao final até torcendo para eles. Dentre os demais, tivemos bons personagens surgindo e velhos conhecidos dando show, assim tivemos um Chewbacca bem imponente e marcante nas diversas cenas, tivemos a volta do Imperador Palpatine, muito bem feito por Ian McDiarmid, que mesmo sem explicar como ele voltou fez boas cenas, tivemos os pequenos robozinhos bem dinâmicos e colocados, que sem entendermos nada do que falam, passam boas interações, e claro tivemos Billy Dee Williams chamando muita atenção com a volta de seu Lando, ou seja, muitos bons momentos e recordações.

Claro que ver todo o mundo criativo que a saga nos entrega, com imponentes cenários gigantescos, planetas cheios de detalhes e personagens diferentes magicamente criados pela computação mista com uma maquiagem diferenciada, o que acaba agradando bastante, e mostra que a equipe de arte nem mais sofre, afinal já tem suas bases, suas referências, e claro que aqui voltando a usar muito do que já vimos nos demais 8 filmes da série, como naves, semiplanetas, e outros detalhamentos, o resultado acaba chamando muita atenção e envolvendo a todos para tentar lembrar de onde já viu cada momento. A fotografia brincou muito com tons, afinal cada planeta necessita ter sua própria interação, e como o filme tem mistos de felicidade, dor, sofrimento, luta, ódio e outros muitos sentimentos, acabamos vendo desde a escuridão total até quase uma rave colorida com fogos, pipas e cores de toda maneira, porém sem dúvida a melhor cena é algo quase igual a que vimos no ápice de "Vingadores: Ultimato" com os portais, que aqui vem com naves no lugar, e isso só valeu o filme todo. Quanto do 3D da trama, mesmo vendo na Imax que já entrega algo muito melhor que as demais salas, não temos quase nada que surpreenda, sendo bem mediano em alguns atos com naves para fora, mas que não vai surpreender em nada quem gosta da tecnologia, mas ainda assim, com a grandiosidade de muitos personagens, muitos elementos, vale a pena ver numa tela imensa, e a tecnologia ao menos faz com que tudo não saia de foco.

Nem temos como falar da trilha sonora clássica de John Williams que já ouvimos há diversos anos, mudando um ou outro acorde, mas que nos emociona da mesma forma, e que nem precisamos chegar na sala para ouvir e saber que está passando Star Wars, ou seja, sua marca é perfeita, e isso ninguém irá lhe tirar dessa criatividade perfeita que teve lá em 77, e se manteve intacta durante nesses quase 50 anos, aliás tenho até medo do que farão na comemoração de 50 anos em 2027.

Enfim, é um filme alongado demais, que me fez sentir quase que vendo uma maratona de 10 horas de filmes, já achando que estaria amanhecendo quando acabasse a sessão, mas que possui bons momentos que reparam os ruins. Claro que como todo filme de sagas, eles são feitos para fãs, e esses sairão bem satisfeitos com a maioria das cenas, mas para o público comum que desejar apenas ver um bom filme, e claro o fechamento dos outros 8 que já conferiram, o resultado passa bem simplório e arrastado, ou seja, vale a conferida por tudo o que sabemos da saga, mas vá num horário mais cedo possível, pois com os trailers são praticamente 3 horas na sala, e garanto que cansa muito a forma de condução até chegar nas cenas brilhantes e ágeis do final. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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A Batalha das Correntes (The Current War)

12/20/2019 01:41:00 AM |

O que você estaria fazendo se não tivesse energia elétrica agora para estar lendo esse texto? Não consigo nem imaginar para poder responder a pergunta! Pois bem, lá no finzinho do século XIX tivemos uma batalha imensa entre três grandes homens para ver quem iria iluminar todo os EUA, e claro depois o planeta todo, e só de imaginar como contar toda essa história incrível já daria um longa-metragem perfeito, mas claro que para isso precisavam também inserir um pouco a história de Thomas Edison, um grandioso inventor de muitas coisas incríveis, inclusive uma que sem ela hoje nem estaria vendo todos esses grandes filmes: o cinematógrafo, ou projetor como acabou virando depois pelas mãos de diversos outros grandes nomes. Mas não bastava apenas todas essas interações que só Edison já garantiria um filme, precisaram colocar a grande briga entre os três nomes, e aí o problema caiu nas costas do roteirista, pois a trama acabou envolvendo tantos problemas da Física, como corrente contínua e corrente alternada, tentou explicar diversas formas de fabricação de lâmpadas, entrou na criação da cadeira elétrica, e tantos outros atos, que junto de um ritmo bem lento acabamos nos perdendo aonde desejavam nos colocar, e como resultado, um filme que tinha tudo para ser esplêndido, afinal tem uma história interessante, ótimos atores e um design de época cheio de detalhes, acabou virando algo que pouquíssimos irão curtir, e isso é muito ruim, pois certamente não queriam deixar a trama tão confusa, mas só quem lembrar bem do que viu na época do ensino médio nas aulas de Física, acabará entendendo algo a mais além de uma briga de dois homens sobre qual luz usar: a branquinha ou a avermelhada.

O longa que é ambientado no final do século XIX, nos mostra o que foi a Guerra das Correntes, que foi uma disputa entre Thomas Edison e George Westinghouse sobre como deveria ser feita a distribuição da eletricidade. Edison fez uma campanha pela utilização da corrente contínua para isso, enquanto Westinghouse defendia a corrente alternada.

Diria que o maior erro do diretor Alfonso Gomez-Rejon foi olhar o roteiro cheio de detalhes de Michael Mitnick e querer mostrar tudo o que estava inserido nele, pois se o longa focasse somente na determinação dos dois homens em busca de conseguir ganhar seus dólares pelas invenções ou pela simples forma da melhor e mais barata forma de energia para ser vendida e passada para todos, mostrar a loucura que foi essa revolução de não precisar mais depender do fogo para iluminar e até usar suas máquinas e tudo mais, mas não, ele quis tentar explicar para leigos os processos da Física, tentar mostrar qual tipo de corrente era melhor, trabalhar toda a tensão em cima dos direitos e patentes, dos investidores, e tudo mais, de forma que não conseguimos entrar completamente no clima da trama em momento algum, e os atores que poderiam pegar, chamar a atenção e a responsabilidade para si apenas ficaram presos no roteiro difícil, e não conseguiram sair dali. Ou seja, é um tremendo projeto, que poderia dar muito mais ênfase em Nikola Tesla, em Thomas Edison e George Westinghouse, mostrar tudo como foi começar a ter energia nas casas, a vida deles, e tudo mais, mas se perdeu demais em tudo, e o resultado falha mais do que agrada, afinal precisaram de um ritmo mais lento para tudo funcionar, e acabou que nem isso ajudou em nada.

Sobre as atuações, temos um elenco afiadíssimo, que se tivessem em suas mãos a possibilidade de mudar o filme certamente o fariam, pois é notável em suas faces que não estavam contentes com o resultado de suas cenas, mas nem todos os filmes dão essa abertura. E sendo assim vemos um Benedict Cumberbatch mais centrado com seu Edison, e que usou bem pouco seus costumeiros olhares fortes, de forma que faz uma atuação menos exagerada, e o resultado soa simples demais para quem conhece seus papeis, ou seja, foi contido demais para alguém que costuma ser explosivo. Michael Shannon parecia querer dizer algo a mais e ficou quase mudo com seu Westinghouse, segurando tudo com olhares envolventes, e desenvolvendo mais atitude de presença do que algo mais dialogado e marcante, e isso é estranho de ver, pois ele costuma ser bem mais imponente, e aqui quase some. Nicholas Hoult entregou um Tesla cheio de possibilidades, mas que quase some com as poucas cenas que lhe foram dadas, ficando um papel simples demais para o homem que foi Tesla, e isso é triste demais de ver. Agora quem ficou bem engraçado de acompanhar foi Tom Holland, que costuma sempre fazer papeis mais jovens, e aqui como Samuel Insull precisou incorporar trejeitos mais adultos e velhos, de forma que nas cenas finais chega a ser até cômico ver ele como um empresário imponente, algo que não caiu nada bem nele, e assim, mesmo ele sendo um ótimo ator, o papel merecia alguém mais velho. E quanto aos demais, diria que todos foram enfeites, aparecendo um pouco na trama, incorporando um ou outro ato, mas nada que funcionasse realmente para o filme, tendo leves destaques para as mulheres dos protagonistas vividas por Tuppence Middleton e Katherine Waterston.

O conceito visual da trama foi muito bem trabalhado, afinal estamos falando de um filme de época, e nesse quesito sempre acabam colocando muitos elementos cênicos representativos, objetos interessantes para compor os ambientes, e claro aqui como estávamos falando de inventores, acabamos vendo muitas das invenções deles ao redor das cenas, o que é muito legal de observar, vemos muito do uso do vapor e do gás nas coisas de Westinghouse, vemos o fonógrafo e o cinematógrafo de Edison, entre outros, que junto de figurinos bem clássicos acabaram resultando em um filme charmoso de ver. Agora um pouco que talvez pudessem ter melhorado foi a questão de se estamos falando de um filme envolvendo iluminação, pecaram bastante na fotografia da trama, entregando um longa bem escuro, com algumas cenas que quase não vemos nada na telona, outras com detalhes fracos de trabalhar, de modo que poderiam ter ousado bem mais nesse quesito, mesmo que fosse para trabalhar o lado das sombras/escuridão como um elemento da trama, mas nem isso acabaram fazendo.

Enfim, é um bom filme, com uma proposta excelente, mas que tem tantos defeitos que infelizmente não temos como poder recomendar com toda força o longa, de modo que só quem gostar muito de Física talvez consiga ligar bem os pontos da história e se envolver um pouco mais com o que é mostrado da tela, ou seja, pouco público, assim como a quantidade de pessoas na sessão. Ou seja, volto a frisar que a história inteira é interessante, mas que faltou ousadia de todas as partes para o resultado ir além. Bem é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Barrabás (Varavva) (Barabbas)

12/18/2019 01:12:00 AM |

Chega a ser até engraçado conferir um filme que conhecemos uma parte da história, afinal já vimos em tantos outros filmes que mesmo quem não for extremamente religioso sabe o que acontece em cada uma das cenas, mas que por adicionar outros momentos que só os mais fanáticos pela história sabem acaba resultando em algo bem interessante de conferir, e com essa premissa o longa russo "Barrabás" consegue ser bem elaborado de ideias, possui uma cenografia simples, mas coesa com o tema, e até entrega uma certa personalidade, porém o ritmo peca demais, quase sendo daquelas histórias que alguém fala respirando para que a outra entenda perfeitamente cada momento, e isso não é bacana de ver no cinema, ainda mais com uma dublagem bem ruim de vozes, e assim sendo, vemos o filme captando bem a essência, gostando dos atos, mas certamente segurando para não dormir e perder alguma parte, pois é bem fácil disso acontecer. Ou seja, diria que foi uma data meio errada para estrear o longa, que talvez na época da Páscoa caísse melhor para o público-alvo conferir, mas que passa sua mensagem, e sai como um filme razoavelmente fraco que poderia ir para rumos melhores, e só.

O longa nos mostra a história de Jesus Cristo de Nazaré, o conhecido filho de Deus, sua crucificação, morte e ressurreição contada pelo ponto de vista de Barrabás, um bandido preso e condenado a morte na mesma época que Cristo, que é solto por conta da tradição da soltura de um preso na Festa da Libertação e acaba escapando da cruz.

Não lembro de nenhum filme russo que tenha vindo para cá que tenha tido algum grande mérito, que tenha surpreendido ou coisa do tipo, pois sempre entregam o básico em suas histórias, ou revolucionam demais com alguma tecnologia que no final das contas acaba soando mais estranho do que funcional, e aqui o resultado do filme do diretor Evgeniy Emelin não foi muito diferente, pois ele até tentou trabalhar bem a história cristã, colocou vários dos personagens que conhecemos bem de outras filmes, mas não soube encontrar um bom rumo para que tudo ficasse interessante de conferir, de tal forma que vemos um rumo para ser trabalhado, mas que durante o filme parecem rodar tanto para não focar tanto em Jesus, ou melhor, para não mostrar tanto a história da forma que já vimos, que ele acaba se perdendo um pouco, entregando situações calmas que certamente em algo mais real seria diferente. Ou seja, não podemos dizer que seja uma trama ruim, pois ela é bem elaborada, tem uma formatação bem colocada, mas não atinge praticamente ninguém, de modo que quem for esperando muito para a trama certamente sairá da sessão desapontado.

Sobre as atuações não vou ficar falando muito por dois motivos principais, os créditos sobe em russo (e não faço a mínima ideia de como ler aquilo), e na ficha do longa temos os atores sem seus personagens, ou seja, vamos falar apenas de Pavel Kraynov que soube ser simples com seu Barrabás, direto com olhares bem trabalhados, e que ao final já estávamos tão acostumados com seu semblante que tudo o que faz nos convence, e assim sendo, caiu bem para o personagem e fez os atos de uma forma bem colocada. Quanto dos demais, diria que todos entregaram cenas curiosas, desde a jovem que faz Judite desesperada demais, quase vista como uma maluca, até um Melchior conselheiro que quase surge nas cenas, ou seja, fizeram seus papeis com atitude, mas sem chamar muita atenção pela atuação em si.

Visualmente temos até um longa com uma cenografia bem trabalhada, toda cheia de detalhes nos ambientes por onde passa, com uma crucificação bem feita, com paisagens rochosas interessantes, e até momentos mais simples que poderiam ter ido além como nas cenas com os romanos e sacerdotes que sabíamos ser bem mais ricos, mas nada que desaponte muito, valendo a intenção ao menos.

Enfim, é um filme simples demais dentro do tema, que até vai funcionar para quem quiser conhecer algo a mais do momento da crucificação, e o que rolou no meio do caminho (não sei se essa parte existe na Bíblia ou em algo do tipo, mas quem souber se quiser comentar fique à vontade para acrescentar nos comentários!), mas que não vai ser nada chamativo demais, e muito menos cativará quem não for extremamente religioso, e sendo assim, recomendo ele somente para esse público. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Playmobil - O Filme em 3D (Playmobil: The Movie)

12/16/2019 01:17:00 AM |

Quando foi lançado o primeiro trailer de "Playmobil - O Filme" já tínhamos a certeza de que seria uma tentativa de cópia de "Lego - O Filme", afinal desde que foi lançado lá atrás os bonequinhos já tinham essa certa rixa entre as duas marcas de personagens e ambientes, mas ao menos a ideia do longa parecia interessante. Só não sabíamos que a trama seria meio que musical, e que os personagens seriam mais duros que o normal, de modo que o filme entrega uma trama até que interessante, mas não empolga muito, fazendo com que a criançada já no meio do filme estivesse pedindo pipoca, querendo sair, e tudo mais, que como costumo avaliar, se uma animação não cativa eles ao ponto de amarrar, o resultado pode ser dito algo bem abaixo. E olha que é um filme bem colorido, cheio de personagens com boas sacadas, e até diverte bem pela essência montada, mas a sensação que fica é que saímos da sala no final esperando algo a mais que faltou, e isso não costuma ser um bom resultado.

O longa nos conta que quando seu irmão mais novo, Charlie, inesperadamente desaparece no universo mágico e animado de PLAYMOBIL®, Marla deve embarcar na maior aventura de sua vida para trazê-lo de volta para casa. Enquanto se aventura numa fantástica jornada por incríveis novos mundos, Marla encontra amigos corajosos e inesperados: o caminhoneiro Del, o agente secreto e carismático Rex Dasher, um robô rebelde, uma fada madrinha extravagante e muitos mais. Nesta vibrante aventura, Marla e Charlie percebem que não importa onde a vida os leve. É possível conseguir qualquer coisa quando se acredita em si mesmo!

Em sua primeira animação como diretor, depois de passar por diversas posições em outras animações de renome, Lino DiSalvo trouxe muita diversidade para os bonequinhos animados, de modo que conhecemos vikings, piratas, imperadores, fadas, robôs, dinossauros, e muito mais, numa brincadeira dinâmica e bem desenvolvida, porém faltou colocar algo mais trabalhado na história de fundo, pois apenas uma busca incessante não é algo que fizesse tudo funcionar bem. Claro que isso é algo que muitos podem reclamar, mas se pararmos para analisar o público-alvo da animação, que são as crianças, o longa trabalha bem de um modo infantil bem colocado, aonde as muitas cores, os personagens cheios de impacto e a forma entregue funciona, só faltando um pouco mais de carisma para os protagonistas pegarem como chiclete os menores, e daí seguir vendendo os diversos personagens. Ou seja, o diretor soube brincar bem com os brinquedos, mas faltou aquele detalhe mais vendável que chamasse a atenção realmente para os personagens, e que talvez até seja um problema da dublagem nacional que não foi apelativa, já que no original temos atores famosos com vozes famosas, e que talvez tenha pegado melhor, mas isso não temos como saber, afinal só vieram cópias dubladas por enquanto. E sendo assim, até acredito que o diretor tenha um bom futuro, pois ele foi coerente com os diversos personagens existentes, mas ainda vai precisar melhorar um pouco para ser chamativo.

E já que falei da falta de carisma dos personagens, é bacana notarmos que tanto Del quanto Marla fazem a trama ter vida de uma forma estranha, já que Del trabalha bem a comicidade e brinca o tempo todo com tudo, enquanto o exagero de seriedade de Marla, que até é explicado com o começo em versões humanas, acaba pesando o filme sempre para baixo, o que é incomum de vermos em uma animação. Ou seja, se não fosse pelo ótimo Rex Dasher (uma versão genérica de James Bond, já que os direitos desse personagem pertencem à concorrente Lego) que tem estilo e bons momentos, o filme desse lado da trama acabaria sendo extremamente cansativo e monótono, mas ao menos conseguiram resolver. Enquanto do outro lado, Charlie soube primeiramente montar um lado mais calmo, mas depois demonstra bem sua força, seus atos heroicos e até encaixa bons momentos com cada um dos personagens, agradando bastante a formatação com o pirata, a caçadora extraterrestre, e até o personagem besta Uga, além da desenvoltura bizarra e egocêntrica do vilão Maximus, que brinca bastante com as loucuras de um imperador desenfreado por lutas. Ou seja, temos bons personagens, e bons atos, que só faltaram um algo a mais para chamar tudo para si e funcionar melhor.

Visualmente os ambientes criados foram até bacanas, com texturas interessantes meio que secas, como eram os personagens, ou seja, até brincam com a forma de andar dos bonequinhos que nunca tiveram grandes articulações, e aqui ao irmos num ambiente que se passa de um farol com vikings lutadores, depois para um velho-oeste no meio de uma grandiosa rodovia, passando por um caminho de dinossauros em meio a um vulcão ativo, chegando em uma espécie de Rússia gelada com espiões, na sequência indo a uma cidade futurista com uma líder bem bizarra, chegando num castelo de conto de fadas até irmos diretamente para Constantinopla e suas construções de batalhas, ou seja, um passeio completo bem montado, que talvez se fosse mais realista como pecinhas mesmo talvez chamasse ainda mais atenção. Agora falando do 3D, nem pense em ir conferir na tecnologia, pois é gastar dinheiro completamente à toa, já que o filme não tem sequer uma profundidade mais densa, uma cena com coisas saindo da tela, ou seja, nada que faça valer o ingresso mais caro, de forma que o resultado 2D deve ser até melhor por ter mais cores sem a necessidade dos óculos.

A trama trouxe ainda algumas boas canções que foram dubladas, então não posso dizer que a pegada do filme tenha sido igual nas duas línguas, afinal ao escutar as canções em inglês senti um pouco mais de interação, e aqui deixo o link para que possam ouvir as músicas em inglês.

Enfim, é um filme bacaninha, que até tem pontos de diversão e que consegue em alguns momentos pegar os pequeninos, mas que passa bem longe de ser daqueles que vão querer sair da sessão e comprar bonequinhos, pois o resultado é simples demais. Sendo assim, até recomendo o filme, mas com muitas ressalvas, e assim fica no gosto pelo estilo para quem estiver na dúvida de ir ou não conferir. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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Netflix - Esquadrão 6 (6 Underground)

12/15/2019 10:36:00 PM |

Se você quer um tremendo filme de ação em Hollywood, o nome certo a procurar é Michael Bay, pois ele irá lhe solicitar um orçamento monstruoso, mas vai entregar algo imponente de primeira linha, com cenas de perder o fôlego e vibrar com tudo o que acaba acontecendo, e que se colocado um bom roteiro em cima então, o resultado fica daqueles que vamos lembrar muito e ainda torcer para várias continuações. Ou seja, só pela forma que iniciei o texto você já consegue imaginar o quanto gostei de "Esquadrão 6" que estreou nessa semana na Netflix, e só fico triste de não ter visto essa obra dinâmica e explosiva do diretor numa telona imensa de Imax, pois valeria demais com o tanto de efeitos, o tanto de cenas que facilmente convertidas para 3D impressionariam, e tudo mais que a trama nos permite imaginar, de tal maneira que o filme possui conteúdo, possui excelentes sacadas envolvendo frases de outros filmes e séries, brincando muito com as possibilidades, e entregando algo que muitos poderiam nem imaginar de ver numa nova trama de Bay, afinal ultimamente ele só vinha com ganhos fáceis, sem perspectivas, e aqui foi seu retorno aos grandes filmes com tudo bem complementa. Sendo assim, se você tem acesso à plataforma e curti uma boa ação, vá direto conferir o longa, que é certeza de muita curtição desde o primeiro até o último minuto.

O longa nos propõe conhecer um novo tipo de herói de ação, aonde seis agentes não rastreáveis, totalmente fora da rede enterraram o passado para poder mudar o futuro.

A sinopse em si é bem básica, mas entrega muito além disso, trabalhando muito bem os protagonistas, desenvolvendo rapidamente seus passados em mini-filmes, mas principalmente brincando com a ousadia única que o diretor Michael Bay sabe fazer, de modo que nos vemos conectados à tudo e a todos por diversos elos, sabendo trabalhar os diversos momentos da trama com atitude, com muitas explosões, mas principalmente sem perder a grandiosa essência da trama, ou seja, fazendo com que o filme fluísse dentro da história e ainda tivesse o grande ganho de ação, sendo um grande acerto por parte dos roteiristas Paul Wernick e Rhett Reese que fizeram os ótimos "Deadpool" e "Zumbilândia", e que aqui entregaram para Bay uma pérola incrivelmente brilhante para ele apenas polir e amarrar num colar maravilhoso, que entregasse tudo o que o público do estilo gosta, e principalmente sem que ele falhasse como já fez em outras vezes acertando aqui como nunca fez, ou melhor, como já fez num longínquo passado. Ou seja, é daqueles filmes para vibrar a cada enquadramento bem escolhido, em cada salto dos protagonistas, e até mesmo nas cenas mais bobas se divertir com a proposta entregue, e claro, vou torcer demais para termos uma ou várias continuações, afinal sabemos que o trabalho inicial foi bem feito, mas dá para desenvolver muito mais.

Para um bom filme de ação funcionar sempre é preciso um bom elenco preparado para tudo, e aqui as escolhas foram na medida certa em todos os papeis, de forma a vermos não como o protagonista quer, mas a formação de uma família incrível, pronta para bater nos verdadeiros vilões do mundo, tendo apenas um grandioso poder: habilidades e perspicácia, além de não querer ver o mal ganhar em cima do bem. E para isso começamos falando de Ryan Reynolds perfeito no papel de um bilionário criador de diversas tecnologias, que com muita astúcia cria o grupo, e brinca com seus diversos brinquedinhos tecnológicos para matar muita gente do mal, e claro coordenar todos os demais malucos que entram nessa junto dele, que aqui passa a se chamar Um, e olha que vemos outra boa atuação dele no mesmo nível de sarcasmo e boas dinâmicas que teve com Deadpool, ou seja, perfeito. Mélanie Laurent entregou sua Dois com muita sensualidade e olhares com nuances perfeitas, de modo que pode não ser o lado mais impactante na hora dos tiroteios, mas consegue puxar os olhares todos para si em cada uma de suas cenas. Manuel Garcia-Rulfo trouxe para o seu Três toda a dinâmica de um assassino profissional, trabalhando bem o lado da surpresa, e claro o lado mais humorístico do longa pelas sacadas malucas que faz com todos da equipe, ou seja, um grande destaque. Agora quem surpreendeu pelas caras excelentes que fez foi Ben Hardy (afinal tenho certeza que valeria destacar mais os seus dois dublês Drew Taylor e Benj Cave pelas loucuras de parkour - que foram filmadas realmente, usando cabos ao invés de computação, então imagine a loucura), afinal o jovem ator soube dominar bem as diversas cenas e impressionar com segurança o que se passava na loucura que os dublês faziam, de modo a ser um complemento perfeito de cena. Adria Arjona faz bem sua Cinco, trabalhando dinâmicas, mas sem chamar muita atenção, o que é uma pena, pois a atriz tem estilo, então talvez pudessem ter colocado ela em mais atos de ação. Outro que chamou muita atenção quase no estilo do filme "Baby Driver" foi Dave Franco com seu Seis, de forma que as cenas iniciais com ele dirigindo, mandando ver nos ótimos diálogos no carro, e fazendo tudo funcionar num começo frenético foi algo incrível e muito bacana de ver, valendo bastante suas atitudes e chamando a responsa, mesmo que por pouco tempo. Corey Hawkins trabalhou seu Sete com muita imponência, e chamando totalmente a responsabilidade para si na maioria das cenas, inclusive suas cenas antes de integrar a equipe são de uma expressão que mostra atitude e impacto, colocando o ator pronto para tudo, ou seja, forte também. E para fechar é claro que temos de falar dos dois líderes Alimov, o malvado e o bonzinho, interpretados com muita imponência por Lior Raz e Payman Maadi, de forma todas as cenas deles se tornaram marcantes, e vale reparar muito em tudo o que fazem.

Filmes com a assinatura de Michael Bay não ficam baratos, e esse fato se dá sempre pela grande quantidade de elementos visuais que são destruídos em cena, e aqui temos muitos carros, construções, pedaços de ferro voando, esculturas sendo destruídas, e muitos tiros, pedaços humanos, sangue pra todo lado, e claro, locações incríveis de modo que o visual da trama acaba sendo entregue com minúcias tão perfeitas que não tem como não assistir olhando para todos os lados da produção, viajando nas belezas cênicas que se encaixam com tanta facilidade na trama, e claro se envolver muito nos detalhes, afinal a trama tem de tudo o que se pensar nesse quesito, e certamente fez a equipe trabalhar bastante para montar cada um dos detalhes exigidos na produção. Quem colocar o longa para reproduzir, logo de cara verá um aviso de imagens com efeitos fortes que podem causar desconforto, e inicialmente a fotografia cheia de detalhes e cores, com tudo piscando e muita aceleração com certeza pode causar algo, mas é de uma força as cores escolhidas, a dinâmica dos cortes, e tudo que conseguiram fazer tanto no processo de filmagem, quanto na montagem computacional dos efeitos, que vale muito olhar para tudo.

Todo bom filme de ação que se preze tem de ter uma trilha sonora na mesma altura, e aqui a dinâmica foi tão bem contada com canções rápidas que não tem como não se envolver, e colocar para ouvir diversas vezes a playlist depois de conferir o longa, então é claro que deixo aqui o link para todos curtirem, e também a trilha orquestrada que dá fundo aos diversos momentos.

Enfim, um filmaço de primeira linha que consegue empolgar muito, entregar uma dinâmica perfeita, que quem for fã do estilo de ação certamente irá gostar do começo ao fim. Claro que o gênero sempre entrega muitos furos e falhas, mas aqui tudo é minimizado ao máximo, não soando nem forçado demais, muito menos com exageros que chamassem a atenção para si, ou seja, é daqueles filmes memoráveis que certamente veremos muitos elogios e ao mesmo tempo muitas reclamações na internet, mas que esse Coelho que vos digita adorou demais, e recomenda com certeza. Então fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos. Fiquem com meus abraços e até logo mais.

PS: Só não dei nota máxima por alguns furos fortes que certamente nunca aconteceriam, e por dar o ar aberto demais para uma possível continuação que não sabemos se terá algum dia, mas tirando esses detalhes, vale completamente um 10.

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