Godzilla vs. Kong em Imax (Godzilla vs. Kong)

4/30/2021 12:55:00 AM |

Se você curte um longa com muita pancadaria, efeitos para todos os lados e uma história completamente maluca que até tenta ter alguma base para não ficar tão jogado, corre pra maior sala que puder e confira "Godzilla vs. Kong", pois se você viveu os anos 80/90 vendo os desenhos japoneses que passava na TV praticamente irá se sentir em casa com as destruições gigantescas dos prédios, as explosões imensas, as cenografias bem malucas, e claro os dois monstrengos enormes saindo na porrada do começo ao fim, além claro de um robozão que conseguiu ter poderes ainda mais insanos que o lagartão. Ou seja, é o tradicional blockbuster pipoca que praticamente temos nada de história, mas o envolvimento e as sacadas são tão boas que nem vemos a hora passar, e assim sendo a diversão é garantida.

A sinopse nos mostra que Kong e seus protetores embarcam em uma jornada perigosa para encontrar seu verdadeiro lar. Com eles está Jia, uma jovem órfã que tem uma ligação única e forte com Kong. Mas eles não sabiam que estavam no caminho de um Godzilla enfurecido, que está deixando um rastro de destruição pelo planeta. Esse combate épico entre os dois titãs, instigado por forças ocultas, é apenas o começo do mistério que jaz no núcleo da Terra.

Diria que com um diretor tecnicamente especialista em longas de terror esperava ver algo até mais violento do que o que foi entregue, pois Adam Wingard praticamente colocou em prática no seu longa exatamente o que os fãs de filmes tecnicamente japoneses gosta de ver, que são lutas de bichos ou robôs gigantes com muita interação, e ainda claro trabalhando em segundo plano os humanos com suas ideias bizarras. Ou seja, os fãs de Godzilla e Kong certamente irão vibrar com todas as cenas dos personagens, e quem gostar de um bom filme de ação também irá se divertir com a empolgação entregue, pois não precisou exagerar com coisas insanas (apesar que tudo é fora da realidade, então tudo é insano né!!), e usando de boas piadas com o trio mais jovem que está investigando uma corporação misteriosa, e trabalhando emoção com o trio de cientistas que está acompanhando o gorilão em sua saga por um novo lar e na briga contra o lagartão, ao ponto que tudo acaba bem conectado, temos inclusão social com conversas em libras, e valendo bem tudo o que foi colocado para empolgar a o público no melhor estilo de filmes do gênero, mostrando que o diretor não economizou em efeitos, nem em ângulos para dar uma boa imersão de nos colocar no meio de toda a confusão, e o melhor, sem parecer exageradamente artificial, mesmo sabendo que nada ali é possível de acontecer.

Sobre as atuações, felizmente como aconteceu nos outros filmes do Godzilla e do Kong, os humanos acabaram não atrapalhando as interações, sendo usados mais como objetos animados da trama, quase como os minions são do filme "Meu Malvado Favorito", que até temos uma simpatia por eles, mas não são os protagonistas, e aqui Alexander Skarsgård caiu bem como um cientista/escritor de um livro sobre a Terra ser oca e no miolo ter um lugar completamente habitável e sendo a fonte dos poderes dos monstrengos, ao ponto que praticamente seu Nathan Lind é um personagem novo que tem conexões com o personagem do outro filme, mas nada que vá precisar lembrar ou ver, fazendo bons atos e sendo bem digamos heroico, que agrada no que faz. Millie Bobby Brown repete seu papel do último filme, agora com uma Madison mais instigadora que acaba funcionando para as cenas que aparece, mas nada que seja muito surpreendente de ver. Agora sem dúvida o papel de Brian Tyree Henry com seu Bernie completamente obcecado com teorias reptilianas de fim de mundo e dominação é muito divertido de ver, pois o ator vai a fundo na loucura e suas frases combinaram bem com o ator/personagem, agradando bastante de ver. A garotinha Kaylee Hottle foi muito fofa com suas atitudes junto com o gorilão, conversando através de libras transformou olhares simpáticos de sua Jia em algo incrível de ver, e que junto de Rebecca Hall fez uma boa parceria para chamar atenção. Do lado do mal, Demián Bichir foi bem intenso nos atos maquiavélicos de seu Walter Simmons, mas nem foi muito além em cena, e junto com Shun Oguri apenas fizeram algumas caras e bocas e tentaram aparecer com suas invenções, o que não chamou tanta atenção. Quanto aos demais, foram ainda mais enfeites, sendo ao menos engraçado ver os trejeitos de Eiza González com sua Maia, mas também não indo muito além.

Agora sem dúvida o que faz valer ver o filme numa telona gigante é toda a produção visual, que sabemos bem ser quase que totalmente computadorizada, com poucos ambientes realmente construídos, mas todo o restante muito bem desenhado para ser destruído pelos monstrões, trabalhando bem várias "locações" mundo afora para mostrar o refúgio de Kong na Ilha da Caveira, as sedes da empresa tecnológica Apex com muitos elementos cênicos tanto na Flórida quanto em Hong Kong, os vários prédios de Hong Kong sendo destruídos como poeira nas brigas, o interior da Terra Oca cheia de detalhes e bichos interessantes, e claro os três bichões incríveis na tela desde o grandioso lagarto Godzilla, o macacão Kong e o robô Mechagodzilla que cheios de detalhes impressionaram demais tanto na movimentação quanto nas texturas, agradando demais. Outro detalhe ficou a cargo dos efeitos especiais bem precisos, cheios de imponência visual e sem grandes falhas que fizessem desanimar de ver qualquer momento.

Enfim, é um tremendo filmaço de ação, daqueles que quem gosta de uma boa diversão sem ter de se apegar a histórias ou detalhes vai vibrar com cada momento, rir das boas sacadas, e sair contente do cinema após a conferida, pois volto a frisar que é o estilo de filme que ver em casa numa tela pequena irá desanimar demais, então coloque sua máscara, pegue seu álcool em gel, e boa sessão, pois todos os cinemas estão com rigorosos controles das normas de segurança e estão bem longe de qualquer tipo de aglomeração, então dá para curtir bastante, pois recomendo com toda certeza. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Tenho Medo Toureiro (Tengo Miedo Torero)

4/27/2021 10:17:00 PM |

Tem dias que chego para assistir algum filme e ao invés de dar play na lista imensa que já tenho separado clico em algo diferente que surgiu apenas para ver no que vai dar, e com isso acabo descobrindo alguns filmes tão irreverentes que nem sei de onde tiram tantas ideias, e hoje foi um bom exemplo disso, pois juntar revolução comunista contra a ditadura de Pinochet com travestis pobres e ainda incorporar um romance homossexual é algo completamente inesperado de se assistir, porém o resultado final de "Tenho Medo Toureiro" acaba sendo até que interessante pela boa dinâmica do protagonista, e principalmente pela forma bem trabalhada que o diretor acaba escolhendo para desenvolver a trama, afinal já vimos diversos longas envolvendo as revoltas contra a ditadura, mas raramente vimos como eram o posicionamento homossexual na época, e aqui tentaram fluir um pouco a ideia completa. Claro que o longa não é daqueles que vamos levantar e aplaudir ao final, mas foram bem sinceros na paixão da protagonista, no uso dela pelo grupo revolucionário, na forma que os militares viam (se é que enxergavam algo) e até mesmo na ilusão amorosa criada, que o resultado acaba sendo interessante de ver ao menos.

A sinopse nos conta que em meio à turbulência política da ditadura de Pinochet no Chile nos anos 80, uma velha e pobre travesti se envolve em uma arriscada operação clandestina após se apaixonar por um guerrilheiro que pede que ela esconda segredos perigosos da resistência em sua casa.

Diria que o diretor Rodrigo Sepúlveda foi coerente na escolha da forma de dimensionar sua trama, pois o filme poderia ao mesmo tempo ser pejorativo demais, ou então puxar para o lado genérico e sair completamente do eixo histórico também, então sabendo bem trabalhar os dois lados ele conseguiu que o filme tivesse conteúdo e ainda envolvesse bem. Claro que ficou uma alquimia estranha, e muitos vão conferir achando estranho toda a vida da protagonista, porém a essência funciona de uma maneira bem colocada e acaba chamando a atenção dentro do proposto e conseguimos ver tanto o lado da protagonista que acaba se apaixonando demais, e claro iludida também pelo jovem (a dica da amiga que ela terá o coração partido em breve é perfeita), e talvez se colocasse um pouco mais de política e da revolução o resultado da trama seria perfeito, mas é fácil notar que desejavam um ar mais romântico do que tenso, e assim sendo vale ver pela amplitude completa, mas é notável que a mistura embora tenha ares bonitos e interessantes, também tem quebras estranhas demais de funcionar por completo.

Sobre as atuações tenho de pontuar que Alfredo Castro dá um show com sua La Loca, dominando todo o ambiente, fazendo trejeitos fortes e bem dinâmicos, e principalmente se soltando completamente dentro de toda a trama ao ponto que tudo flui de forma incrível, além claro de passar um ar simpático e gostoso de ver, pois facilmente no início aparentava que o longa se desconectaria demais, mas o protagonista conseguiu manter tudo no eixo, chamar a atenção, e principalmente a responsabilidade sobre si, agradando demais em tudo. Leonardo Ortizgris também teve atos bem dinâmicos com seu misterioso Carlos, e ao mesmo tempo que vemos um ar de empatia e boa vivência dele com o protagonista, também sentimos ao fundo que ele pode estar apenas usando a travesti, e o resultado disso é que ao mesmo tempo que gostamos de ver seus atos, seus sorrisos, também ficamos bem desconfiados dele, e com isso o personagem fica sempre no meio do caminho, mas o ator se sai bem. Quanto aos demais diria que apenas temos conexões rápidas, desde a dona do mercadinho em frente a casa da protagonista que lhe libera o telefone, passando pelas amigas travesti que fazem shows junto, até chegarmos na revolucionária imponente que faz carões, mas sem grandes destaques para ninguém, e isso é bom para manter o filme focado apenas no casal.

Visualmente a trama tem uma boa pegada mostrando cenas das marchas pedindo a queda do ditador, mostra uma casa completamente em ruínas que a protagonista fala de ter ido morar após um terremoto, mas tudo com muitos detalhes cênicos para dar um certo charme no ambiente com as toalhas que ela borda para ela e para os ricos, temos as nuances da revolução com os revolucionários escondendo armamentos em meio a livros, e claro vemos paisagens bem colocadas aonde os protagonistas vão para ter um encontro romântico, mas também com segundas intenções guerrilheiras de ambientes, ou seja, o filme brinca de jogar sempre para os dois lados, e o visual funciona assim também.

Enfim, é um filme bacana de conferir, que tem um envolvimento funcional interessante, e que talvez pudesse ter ido até um pouco mais além, mas que funciona bem dentro do que se propõe e consegue ser gostoso de acompanhar sem forçar para nenhum dos dois lados, mas que friso que a alquimia completa entre os temas não funcionou muito bem, dando para olhar pelos dois lados, mas não por um único, e sendo assim recomendo o filme com algumas ressalvas demais, que talvez muitos não entrem completamente no clima que desejavam mostrar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Homunculus (ホムンクルス)

4/26/2021 10:33:00 PM |

Inicialmente a ideia do filme japonês da Netflix, "Homunculus", parecia apenas estranha e tinha um senso mais ou menos interessante, mas foi andando com uma formatação tão maluca e bizarra, com uma proposta estranha que não ligava nada com nada, até ter uma reviravolta completa e estranha que chegamos no ponto de acreditar que ou o roteirista estava bem drogado quando escreveu o mangá ou o diretor surtou para conseguir imaginar tudo o que nos é entregue pela trama, pois é daqueles filmes que inicialmente você até vai pesquisar se realmente existe a tal da trepanação tão falada, depois começa a achar maluco demais as coisas que o protagonista passa a ver, começa a pensar aonde o longa vai querer chegar com tudo, até chegarmos nas cenas aonde o protagonista passa a lembrar de seu passado e a loucura acaba ficando ainda mais maluca com toda a conexão. Ou seja, nem em novelas tão amarradas tudo acaba dessa forma tão comum com algo tão louco rolando, e a síntese completa até aparentava algo interessante, mas depois de tanta maluquice acabamos não aceitando o resultado final, e isso não por ser algo ruim e estranho, mas sim por exagerar em algo forçado para fechar a loucura, e assim sendo só quem entrar muito no clima da trama vai acabar achando ao menos razoável tudo.

A sinopse nos conta Susumu Nokoshi, é um morador de rua que está em busca de dinheiro. Em um dia comum, ele acaba conhecendo Manabu Ito, um estudante de Medicina, que procura voluntários para se submeter a um procedimento cirúrgico conhecido como trepanação. De início, Susumu recusa a proposta, entretanto, acaba mudando de ideia após ver que receberia uma fortuna pela cirurgia. Depois da operação, o sem-teto acaba adquirindo poderes, onde o seu sexto sentido é despertado.

Talvez os fãs do mangá de Hideo Yamamoto possam até gostar mais da ideia completa, pois tirando toda a loucura da trama, o filme tem seus méritos por parte do diretor Takashi Shimizu, afinal o filme conseguiu misturar bem animações e live-action de uma forma criativa e interessante por parte das interações que inicialmente o protagonista passa a ver, e de certa forma essa amplitude até tem um sentido reflexivo de estar vendo o lado interior das pessoas, e conseguir tentar recuperar o lado bom tirando esse trauma deles, até aí o filme ia muito bem, porém quando ele começou a fazer a junção do passado do protagonista com uma jovem o filme acabou desandando e virando uma sequência de abusos tão abstratos e malucos que não vemos muito futuro por parte de toda ideologia, ou seja, até podemos crer que o médico maluco tentou juntar tudo para acabar com um certo trauma, mas a essência geral se perde e não conseguem voltar ao eixo, ficando cada vez pior até o fechamento. Ou seja, é daqueles filmes que vemos um potencial, e que depois acabam bagunçando tanto que não sabem como fechar e desandam o conteúdo inteiro para tentar passar uma verdade que nem caberia direito no contexto geral da trama, e assim o resultado final acaba desanimando mais do que agradando.

Sobre as atuações, Gô Ayano até se entregou bem para seu Nokoshi, fez bons olhares e soube dosar toda a ação no decorrer do filme, ao ponto que vemos uma tentativa do ator de entender o que lhe rodeia, vemos alguns atos de desespero por sua parte, mas tem uma oscilação de expressões muito fraca, que não empolga como poderia, e assim sendo ele também se perde no miolo, talvez pela falta de uma direção mais precisa, mas não foi ruim de um todo. Da mesma forma vemos Ryô Narita completamente empolgado com as ações de seu Ito, vemos o jovem promissor com sua pesquisa, e também vemos o monstro que surta ao final, mas com olhares intensos e uma desenvoltura bem aberta o jovem ator se entrega bem e agrada. Quanto dos demais, temos alguns atos interessantes de Yukino Kishii com sua garota misteriosa que no final acabamos descobrindo sua história, e Seiyô Uchino com sua personalidade forte como um membro da Yakusa, mas também tendo uma participação apenas sem ir muito além na trama realmente.

Visualmente o longa tem alguns atos bem interessantes, algumas cirurgias bem imponentes, fortes e estranhas, mas valeu mesmo pela junção de animação com humanos nas montagens visualizadas pelo protagonista após a cirurgia, e assim o resultado até entrega algo expressivo com locações bem interessantes, com o carro do protagonista servindo como casa, e toda uma proposta interessante dentro do conceito vazio que o jovem usa ao final para refletir, mas nada que mostrasse um trabalho memorável por parte da equipe artística.

Enfim, é um filme mediano e estranho demais, que de certa forma inicialmente até parecia que ia mais além, mas que acaba ruim demais e talvez até reflexivo demais, ao ponto que talvez quem já leu o mangá entenda um pouco mais e vá além na ideia, mas de um modo geral não consigo recomendar o filme para ninguém. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Pesadelo Nas Alturas (Horizon Line)

4/25/2021 08:20:00 PM |

Antes apareciam até mais filmes do estilo pânico em algum lugar, que quem controlava algo tipo um avião ou barco ou qualquer loucura que dava nos roteiristas morria, e quem estava de passageiro tinha de fazer tudo para sobreviver, mas andaram sumidos com esse gênero, e eis que a Amazon Prime Video lançou nessa semana "Pesadelo Nas Alturas" que entrega basicamente o que promete: um filme aonde os protagonistas precisam se esforçar ao máximo, fazendo diversas loucuras quando o piloto do avião sofre uma parada cardíaca e eles precisarão assumir o controle da aeronave se quiserem viver. Claro que tudo o que é mostrado acontece da forma mais maluca possível, daquelas que você ri e fala que nem em sonho alguém sobreviveria voando do lado de fora de um avião, abastecendo o avião sem ser com combustível, e por aí vai, mas pelo bem do entretenimento, o resultado acaba valendo como um bom passatempo de 97 minutos, embora tenhamos algumas cenas em chão antes da decolagem.

A sinopse nos conta que Sara e Jackson são um casal de ex-namorados, que embarcam num avião para o casamento de uma amiga. Minutos após decolarem, o piloto sofre um ataque cardíaco fatal, e o que era suposto ser um voo tranquilo em direção a uma ilha tropical torna-se numa incrível luta pela sobrevivência. Para salvarem as suas vidas, Sara e Jackson terão de se manter no ar e encontrar o caminho de regresso a terra. 

Diria que o diretor Mikael Marcimain trabalhou bem dentro do que se propôs a fazer, criando bons momentos de tensão (a maioria extremamente irreais de acontecer!), e optou por não exagerar em muitos temas para que seu filme não tivesse muito o que inventar, mostrando apenas um pouco do romance do casal bem antes do casamento, depois o reencontro deles, uma boa noite de relacionamento, a perda da balsa para o casamento, e pronto, já estão voando, algumas conversas, já morre o piloto, e a tensão vai com suas loucuras até o pouso forçado, e nada mais, ou melhor, se alguém esperava algo a mais nunca viu um filme desse estilo, e sendo assim o diretor trabalhou bem, entregando o básico e agradando com as loucuras colocadas, ao ponto que vemos um filme que dá pra passar sufoco e também rir de alguns momentos, e nada mais.

Sobre as atuações Allison Williams fez boas caras e bocas para sua Sara, demonstrou uma certa habilidade de pilotagem, e chamou a responsabilidade para alguns atos fortes, mostrando tensão e empolgação com os erros e acertos, e claro fazendo também algumas loucuras bem colocadas, mas nada que fosse extremamente surpreendente, nem uma atuação digna de premiações. Da mesma forma Alexander Dreymon trabalhou seu Jackson com um tom levemente morno, mas bem disposto para se pendurar no avião, criar mais alguns envolvimentos e atuar dentro do padrão para que o filme fluísse e fosse correto no que precisava. Dentre os demais, é melhor nem falar do pessoal que ficou no chão, pois a amiga da protagonista é quase um enfeite em cena, fazendo trejeitos extremamente forçados e assim nem servindo de base para nada, mas o piloto vivido por Keith David ainda foi bem no estilo, chamou alguns momentos para si, e fez uma boa cena de ataque cardíaco, sem muito o que empolgar, mas agradando de certa forma.

Visualmente o longa tem uma boa intensidade, passando alguns momentos iniciais numa praia, e logo depois vamos para dentro do avião, enfrentando tempestade, falta de combustível, morte, e tudo mais que pudesse ocorrer no ar, tendo poucos elementos cênicos, mas todos bem usados dentro da proposta.

Enfim, é um bom passatempo para curtir na TV, mas sem nada grandioso, e que entrega o que promete, então se você curte o estilo de uma boa aventura cheia de coisas falsas, que dá uma boa tensão no ar, fica a dica para conferir na plataforma. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Nomadland

4/25/2021 01:32:00 AM |

Se ao final de sua vida lhe perguntarem quais foram suas experiências de vida, o que conheceu, o que vivenciou e tudo mais, você terá muito o que falar? Com essa base vemos no filme "Nomadland" toda a essência das pessoas que já não tem mais o famoso sonho americano, que não tem dinheiro para viver uma vida grandiosa após os fechamentos de fábricas e até de cidades inteiras como é o caso da protagonista, e que vivem vagando com seus trailers e vans pelo país, conhecendo lugares e pessoas, arrumando empregos temporários, e vivendo como dá e como tiver que viver, mas sem grandes esperanças, nem alçando grandes rumos, apenas vivendo. E dessa forma o filme até nos entrega algo bonito de ver, com uma pegada interessante de estilo, sendo um daqueles road-movies cheios de essência e sabedorias, mas que de uma forma introspectiva e melancólica demais acaba não indo muito além, e quem não for um verdadeiro rato de festivais acabará se cansando na metade do filme, e olha que ele nem é tão longo. Ou seja, é daqueles filmes que só lembraremos dele como grande ganhador de premiações, mas que daqui a alguns anos se perguntarem se lembramos exatamente o que vimos nele não vamos lembrar de nada.

A sinopse nos conta que após o colapso econômico de uma colônia industrial na zona rural de Nevada (EUA), Fern (Frances McDormand) reúne suas coisas em uma van e parte rumo a uma viagem exploratória, fora da sociedade dominante, como uma nômade dos tempos modernos.

Diria que se antes ninguém nem tinha ouvido falar de Chloé Zhao, agora a diretora e roteirista está tão em moda que mesmo que o filme que está fazendo da Marvel seja exagerado até os críticos mais cult possíveis irão querer conferir, pois ela trabalhou aqui com muito sentimento envolvido, e mesmo que não tenha lido o livro em que a trama foi embasada, o resultado visual que ela conseguiu criar, o ambiente imponente bem trabalhado, toda a sensação de viagem bem colocada, e principalmente o envolvimento que ela conseguiu transparecer para com os atores e pessoas reais dentro de seu filme, e sendo assim ela foi tão segura que seu road-movie sai de um cerne simples e impacta tanto visualmente quanto emocionalmente, pois a história em si contada pode não refletir muito para algumas pessoas, mas certamente irá mostrar para alguns que fincar raízes nem sempre pode ser um bom plano, e sim viver a vida. Ou seja, a diretora está já com sua estante cheia de prêmios por algo que facilmente soou despretensioso, mas mostrou com uma certeza única o resultado de fluir uma ficção em meio a algo documental, não ficando no meio do caminho.

Sobre as atuações basicamente só temos duas de atores verdadeiramente de profissão, a de Frances McDormand com sua Fern e David Strathaim com seu Dave, e a protagonista se entrega de corpo e alma na viagem de sua personagem, vai morar na van, conhece diversas pessoas, faz suas devidas necessidades no balde, se jogando completamente na estrutura emocional que era pedido para o papel dando uma desenvoltura única de vida, e como produtora da trama ela não economizou no envolvimento que precisava, pois sabemos bem que a atriz tem um estilo mais forte e contundente, e aqui passou doçura e sentimentos suficientes para nos convencer de uma senhora sofrida após a morte do marido, do sumiço de sua cidade, e de que está disposta a viver o mundo afora. Já David teve seus atos mais puxados para algo meio romantizado, algo meio que imposto pela necessidade, e que fluiu bem nas conexões com a protagonista, mas nada que fosse chamativo demais, ao ponto que seu personagem serviu mais como uma tentativa de quebra de eixo, e não foi muito além. Agora quanto aos nômades reais introduzidos na trama, fica claro a entrega pessoal da maravilhosa senhorinha Linda May fazendo tudo e sempre chamando a protagonista aonde ela estivesse, da dureza e objetivos de Swankie, e claro do profeta nômade com ideias e histórias envolventes bem passadas para todos Bob Wells, além de todos os demais que passaram pela vida e pelos dias da protagonista nas gravações.

Visualmente o longa é fantástico, tanto que apostei em outro filme na categoria fotografia do Oscar e se pudesse mudaria meu voto, afinal a entrega que conseguiram aqui com ambientes cheios de nuance, escolhendo as melhores locações possíveis para representar os diversos estacionamentos de vans/trailers que a equipe encontrou, com várias paisagens lindas ao redor, além claro de tudo o que temos dentro da van da protagonista sendo extremamente representativo pela história que ela conta, com o momento aonde Dave quebra algo ali de cortar o coração, ou seja, a equipe pensou minuciosamente, e com uma pontada certeira na escolha de tudo, que acaba funcionando demais.

Enfim, é um filme bem bonito visualmente, com uma técnica precisa e momentos extremamente amplos que conseguem passar bem a mensagem que a trama tinha em seu conteúdo, porém como já disse é um filme claramente de festivais, daquele que quem for um amante de longas do estilo certamente irá desanimar na metade da trama, mas ainda assim vale a conferida, pois a essência é daquelas boas para refletir bastante. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Os Pequenos Vestígios (The Little Things)

4/24/2021 04:42:00 PM |

Sabe quando você assiste a um filme inteiro bem intrigante e no final não sabe se ficou satisfeito com o resultado? Essa é a sensação que estou após conferir "Os Pequenos Vestígios", pois é daqueles filmes intensos que ficamos presos junto dos protagonistas tentando desvendar o crime, acusamos ao máximo o personagem que os detetives colocam como principal suspeito, e que a cada cena torcemos para que logo no final tudo seja explicado e estivéssemos certos das nossas dúvidas, porém terminam o longa de uma maneira frouxa que acaba nem impactando, nem sendo o que queríamos ver. Ou seja, passa bem longe de ser um filme ruim, pois tem um bom impacto e causa uma tensão completa do começo ao final, mas não conseguiu surpreender como poderia no final, e isso deu uma broxada gigantesca, daquelas que não dá para defender, e assim sendo o filme não nós faz vibrar.

A sinopse nos conta que o delegado adjunto do condado de Kern, Joe “Deke” Deacon (Denzel Washington), é enviado a Los Angeles para o que deveria ser uma rápida coleta de provas. Em vez disso, ele se envolve na busca por um assassino em série que está aterrorizando a cidade. À frente do caso, Jim Baxter (Rami Malek), delegado do Departamento de Polícia de Los Angeles, impressionado com os instintos de Deke, designa o policial, extraoficialmente, para ajudá-lo. Mas enquanto eles rastreiam o assassino, Baxter não sabe que a investigação está desenterrando ecos do passado de Deke, revelando segredos perturbadores que podem ameaçar mais do que seu caso.

O diretor e roteirista John Lee Hancock é conhecido por dramas imponentes como "Um Sonho Possível", "Walt nos Bastidores de Mary Poppins", "Fome de Poder" e "Estrada Sem Lei", e aqui nos entrega um bom longa investigativo daqueles que gostamos muito de ver, criando possibilidades, trabalhando o envolvimento forte tanto dos detetives, quanto do suspeito, e principalmente consegue amarrar toda a criatividade para não irmos para outro rumo, ao ponto que mesmo se o suspeito fosse provado inocente iríamos reclamar, porém toda a desenvoltura final não vai para um rumo bem marcado, ao ponto que até o novo detetive chega a falar o que queríamos ouvir, porém não como queríamos, e assim sendo ficou parecendo que o diretor não desejava um final óbvio, e ao inventar algumas possibilidades extras saiu de eixo, o que não é muito bom, porém ainda vemos bem o seu estilo, vemos uma tremenda investigação, e principalmente vemos o que fez com que o velho policial fez para ficar maluco, que no fim praticamente também deixa o detetive mais novo maluco também.

Sobre as atuações, é fato que o tremendo elenco fará vender ingressos, pois temos três grandes nomes que sabemos o potencial, e que raramente nos decepcionam, e Denzel Washington soube ser preciso com seu Deke, trazendo momentos introspectivos, criando surtos, e principalmente indo direto aonde o feeling do seu personagem determina, ao ponto que conseguimos criar um carisma forte no seu personagem, e toda a desenvoltura criada por ele nos convence demais, sendo o ator preciso que sempre gostamos de ver. Rami Malek trabalhou bem o seu Jim, sendo incisivo nos diversos momentos, criando teorias interessantes, porém vai precisar fazer um novo papel muito forte para apagar seu último personagem, afinal ainda está com muitos trejeitos que fez para seu Freddy Mercury, e assim sendo o resultado acaba impactando aqui também, e mesmo fazendo bem tudo, não o vemos como Jim, mas sim como um Freddy investigativo. Jared Leto precisou engordar bastante para fazer seu Albert, mas isso não atrapalhou nos seus famosos trejeitos indagativos para cima dos demais, de forma que nos deixa sempre confusos com cada ato, trabalha demais as diversas ironias, e principalmente brinca com o personagem com uma precisão incrível muito bem acertada, sendo irônico na medida certa tanto para desconfiarmos dele, quanto para o que pedia no papel. Quanto aos demais, praticamente não temos grandes momentos para chamar a atenção, afinal o longa se prende quase que por inteiro no trio principal, mas vale destacar Chris Bauer com seu Sal envolvido nos dois momentos da trama, e Michael Hyatt com sua Flo precisa na investigação e que descobrimos depois que também esteve bem envolvida com o caso antigo, mas nada de muito surpreendente.

Quanto do visual do longa, como todo bom filme investigativo temos mortes cheias de impacto, cadáveres cheios de detalhes, e claro locais de crime extremamente bagunçados para que os investigadores trabalhem e nós também tenhamos muito o que ficar olhando ao redor, além de muitos ambientes escuros, vários objetos cênicos intrigantes na casa do suspeito, e um fechamento num descampado bem interessante, ao ponto que tudo vale ser analisado, e certamente a equipe de arte pensou bastante em cada detalhe para que a trama funcionasse e chamasse atenção, só faltando realmente um final melhor.

Enfim, é um filme bem interessante e envolvente, que acaba decepcionando demais com um final não tão impactante quanto poderia ser, mas que quem gosta do estilo investigativo acabará se envolvendo bastante com toda a duração, verá bastante como as vezes os policiais exageram em suas teorias, e que talvez também acertem sem saber que acertaram. Ou seja, é um bom filme, mas que poderia ser excepcional se tivesse um final melhor. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas já vou aproveitar que vim no cinema para conferir a outra estreia de hoje também, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Estados Unidos Vs Billie Holiday (The United States Vs Billie Holiday)

4/24/2021 01:48:00 AM |

Posso dizer que tive uma grandiosa surpresa ao abrir a plataforma da Amazon Prime Video hoje e ver lá um dos longas do Oscar que tinha a certeza que não veria antes da premiação, pois sendo um filme da Hulu, que não temos no Brasil, dificilmente alguma outra plataforma de streaming traria o longa "Estados Unidos Vs Billie Holiday", mas trouxeram e com uma grande felicidade é daqueles filmes que valem cada minuto que é mostrado na tela pela brilhante interpretação da protagonista que Andra Day faz, tanto que ganhou o Globo de Ouro, e chega bem cotada para a premiação do próximo Domingo. E além de uma atuação perfeita, nos é entregue um filme imponente sobre uma cantora que foi duramente perseguida pelo governo por cantar uma música que fazia toda a população se lembrar de como os negros eram tratados, e usando as alegações de ser viciada em drogas acabaram lhe prendendo diversas vezes, inclusive no seu leito de morte, ou seja, é daqueles filmes fortes, cheio de momentos precisos e expressivos, que quem gosta de um bom longa de época vai se deliciar com tudo o que foi criado, e só não digo que o filme foi melhor por se segurar muito na cantora cantando, pois se usassem as canções apenas de base de fundo e fluísse todo o restante com a vida dela talvez seria impecável, porém isso é apenas um mero detalhe que não atrapalha em nada toda a proposta entregue, e principalmente a beleza crua da trama.

O longa acompanha a famosa cantora de jazz Billie Holiday durante o auge de sua carreira. No entanto, ela se torna alvo do Departamento Federal de Narcóticos com uma operação secreta liderada pelo Agente Federal Jimmy Fletcher, com quem ela teve um caso tumultuado no passado.

Uma coisa que é bem marcante no estilo do diretor Lee Daniels é que ele gosta de ousar sem perder a segurança, e vimos isso em todos os seus filmes e aqui ele demonstra isso ao tentar mostrar a briga da cantora em ser ela mesma, vivendo cada dia com mais drogas para estar disposta a cantar, mas ao invés de deixar rolar a vida da protagonista, ele segurou a trama com muitas cenas dela cantando, e não que isso seja algo fácil, mas mostrou a presença imponente da cantora no palco, e a briga dela com os policiais federais ficando sempre em segundo plano, ou seja, ele ampliou o leque da trama para algo bem mais musical do que certamente é o livro no qual o roteiro foi baseado, mas para quem curte um bom jazz certamente vai amar cada minuto da trama, além de sentir toda a presença da protagonista dentro do que o diretor queria exibir. Ou seja, o diretor foi amplo em vários momentos, mas sabendo sempre como segurar para o filme não ir muito além, valendo claro para conhecermos alguns momentos fortes da vida de Billie, mas sem sairmos praticamente dos palcos, rodando claro pelos bastidores regados a muita droga, sexo e confusão, que se pesquisarmos um pouco saberemos que a cantora foi muito além disso.

É inegável que o filme é de Andra Day, pois a atriz se entregou ao máximo para a personagem Billie Holiday, trabalhou olhares, trejeitos, dominou cada ambiente, e claro cantou muito, pois foi divulgado que a jovem cantou todas as canções do filme, ou seja, cantou o longa inteiro, e claro que nos momentos mais fortes fez a intensidade da trama ficar toda em cima dela, ou seja, detonou do começo ao fim. Trevante Rhodes também deu um bom tom para seu Jimmy, entregando um estilo com uma levada interessante e misteriosa, sabendo arquitetar bem os olhares para a protagonista com muita sensualidade, mas também sendo duro nos atos para se aparecer para o governo, e isso certamente deve ter pesado bastante na vida dele, e com cenas bem intensas junto da protagonista conseguiu chamar bastante atenção na tela. O longa tem ainda diversos personagens/atores que foram importantes na tela, desde Tyler James Williams com o trompetista e grande amigo da protagonista Prez, passando por Rob Morgan como o marido da protagonista Louis McKay até chegarmos claro no detetive que não saia do pé da protagonista vivido por Garrett Hedlund, além de vários outros, mas se for ficar falando de cada um vai a noite inteira, então apenas friso que cada um teve a devida participação de conexão com a protagonista, e o melhor sempre com ela mantendo a base, ou seja, nem vemos quase nenhuma cena de qualquer outro personagem sem ela estar no centro da tela, e isso é o que fez como disse o longa ser de Andra.

Visualmente o longa é incrível, recriando uma época de forma perfeita, vários shows, figurinos, ambientes e com tantos elementos e objetos cênicos fico pasmo dele não ter sido indicado nem na como melhor figurino nem em direção de arte, pois é de uma técnica brilhante, tudo é recriado tão perfeitamente que quase nos sentimos na época, além de termos cenas fortes e envolventes de maneira figurativa ao mostrar a infância da protagonista, ao mostrar o símbolo de sua música e muito mais, ou seja, a direção de arte deu um show minucioso que vale muito a atenção.

Talvez eu seja julgado pelo que vou escrever aqui, mas não conhecia nenhuma canção de Billie Holiday, e muito menos sabia que Andra Day era uma tremenda cantora, ou seja, as músicas entraram em minha mente de uma forma completamente nova, dando o ritmo completo do longa de uma forma tão gostosa que não tem como não curtir, e mais do que isso, dá para ficar ouvindo depois de assistir pelo link que deixo aqui para todos.

Enfim, é daqueles filmes para ver, sentir e ouvir, que além de passar a mensagem que o diretor propôs consegue fluir e envolver com excelentes atuações, e que funciona demais do começo ao fim. Diria que é um pouco longo, afinal o diretor quis colocar a cantora para cantar uma seleção imensa de canções, mostrar vários shows e ainda tentar desenvolver uma história de fundo das drogas e do conflito com o governo (que nem foi tão ao longe como deveria), mas que com um bom ritmo acaba passando bem tranquilamente e fazendo valer demais a conferida para quem gosta do estilo drama/musical. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Passageiro Acidental (Stowaway)

4/23/2021 01:15:00 AM |

Não me vem a mente algum filme de viagem espacial que tenha um enredo divertido (salvo claro as paródias), pois geralmente os roteiristas incorporam dramaticidades e diversos problemas que fazem os protagonistas sofrerem, se desafiarem e tudo mais que seja possível, e que na maioria das vezes envolvem perdas de personagens que geram claro o sentimento de luto. E com o lançamento da semana da Netflix, "Passageiro Acidental", vemos exatamente isso, mostrando através de ótimas atuações como é descobrir um problema imenso logo após a decolagem, e trabalhar as possibilidades pensando em como não precisar fazer o pior, ao ponto que o filme é até engessado demais, pois assim como outros filmes de tragédias certamente dava para pensar em outras possibilidades, mas a escolhida acaba sendo bem tensa, e claro triste. Diria que o filme tem a dinâmica completa na medida, não sendo nem um longa de ação agitado, nem um filme filosófico aonde acabamos dormindo, seguindo um ritmo calmo e de atitudes precisas, que até demora um pouco para acontecer a explosão dos atos realmente (quase a primeira hora inteira), mas assim que ocorre o filme fica intenso, forte e sentimental, e funciona bem (ao menos para os que gostam do estilo).

A sinopse nos conta que em uma missão para Marte, um passageiro clandestino acidentalmente causa um dano ao sistema de suporte à vida da nave. Com poucos recursos e perspectivas potencialmente fatais, a tripulação é forçada a tomar uma decisão impossível.

É interessante ver o que youtuber brasileiro MysteryGuitarMan, agora mais conhecido como diretor e roteirista Joe Penna, acabou entregando em seu segundo filme (o primeiro "Arctic" nem foi lançado ainda por aqui, mas vamos torcer para aparecer agora que saiu esse novo!), pois vemos realmente um longa de precisão expressiva, aonde ele conseguiu tirar muito dos atores, afinal a dinâmica dentro de uma nave nem dá para ocorrer muita coisa, e praticamente com uma ideia de viagem de 2 anos mais ainda, e ele trabalhou os motes de uma forma simples, que acabamos pensando muito em várias possibilidades (a equipe em Terra só pensou em uma, e a da nave em duas, mas certamente daria pra pensar em mais) de todos saírem vivos da nave, e certamente as cenas de conversas primeiro de David com Michael, e depois de Barnett com Zoe figuraram com toda a intensão que a trama necessitava. Ou seja, o filme está bem longe de ser perfeito, mas tem uma ideia tão precisa, uma dinâmica coesa, e uma segurança nas atitudes que o resultado acaba sendo bem interessante de conferir, e que talvez um pouco mais de duração após o ato final, ou algumas dinâmicas a mais impressionariam e resultariam em algo mais imponente ainda, porém valeu pelo estilo forte, pelas boas atuações, e diria que o diretor tem futuro em Hollywood, pois teve uma boa mão para equilibrar tudo.

Sobre as atuações, o elenco foi bem preciso nas expressividades necessárias, e conseguiram cada um da sua forma chamar a atenção para seu papel, com claro todos funcionando dentro do que a trama necessitava, e principalmente agradando nos detalhes. Dito isso vemos Anna Kendrick bem à vontade com sua Zoe, sendo a pessoa com maior coração ali dentro, e que sendo médica não conseguiu pensar em tirar uma vida, se esforçando ao máximo e mostrando com muita personalidade que estava disposta a tudo, e com bons olhares a agora produtora também da trama foi bem no que se dispôs e agradou de certa forma em todas as cenas. Toni Collette é daquelas atrizes multifaces que consegue segurar a onda de uma personagem forte como a comandante Barnett, mas que também sabe ser sutil nos atos mais emocionantes quando precisa, e todos os seus atos são tão bem colocados que mesmo sabendo que ela está apenas atuando, suas caras e bocas durante as ligações com a base e discutindo com a tripulação ficaram icônicas. Daniel Dae Kim tem um estilo tão centrado, que mesmo no ato mais direto de seu David não conseguimos ficar revoltados com o que ele faz, e durante o percurso fora da nave vemos esforço nos seus trejeitos mostrando que o ator estava realmente aparentando fazer força (o que sabemos que não ocorreu!), e assim foi muito bem em cena também. Diria que Shamier Anderson entregou personalidade para seu Michael, de forma que vemos ele mostrando todo o carinho para com a irmã, fazendo olhares simples e afetuosos, mas também temos de pensar e se ele já sabia que estava lascado e apenas convenceu a garota a defendê-lo? Fica aí o questionamento.

Visualmente o longa entrega o tradicional de todo filme de viagem no espaço, com uma nave cheia de ambientes minúsculos, muitos botões, fios, paredes brancas, claro as salas de pesquisas, quartos minúsculos, e uma academia que acaba virando quarto do clandestino, ainda vemos algumas peças danificadas, as tradicionais roupas espaciais, e claro uma travessia sufocante entre naves, muitas estrelas e o fechamento forte que muitos não esperavam acontecer, ou seja, a equipe foi simples na criatividade, mas bem correta, e assim o longa funciona bem.

Enfim, como disse o longa entrega um bom entretenimento, consegue surpreender um pouco, e traz um filme bem triste de certa forma pela condição de fechamento, mas certamente dá para pensar bastante e refletir em algumas possibilidades, fazer alguns questionamentos e pensar em outras saídas que a equipe não pensou, ao ponto que diria que foi um filme correto, bem longe de ser perfeito, que envolve e agrada quem gosta de longas do estilo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - País da Violência (Assassination Nation)

4/22/2021 12:34:00 AM |

Bem sabemos que tudo o que fazemos na internet que aparentemente é seguro mesmo com os devidos cadeados nos links e tudo mais está aberto para invasões e divulgações de dados, ou seja, se você faz algo errado em determinado momento isso pode se voltar contra você, e bem sabemos também que os EUA é famoso pela quantidade de armas e pessoas que acham que podem resolver tudo na força, então usando dessas duas hipóteses o que aconteceria se todos os dados de uma cidade pequena inteira fosse divulgado com as bagunças que cada um faz nos seus devidos telefones? Se você não imagina, confira o longa "País da Violência, que entrou em cartaz hoje na Netflix, que além de tudo isso é jogado uma inverdade para os lobos famintos que acabam surtando ainda mais com tudo. Ou seja, é um filme-denúncia que até tem o seu propósito de mostrar tanto que não devemos usar tanto a tecnologia (principalmente para coisas erradas como de ordem sexual que muitos usam), pois a qualquer momento isso pode vazar, e num segundo momento que violência gera violência, seja ela com armas ou apenas com palavras, e que num momento de loucura ninguém segura ninguém. Porém como todo filme-denúncia, mesmo usando ficção é necessário criar todos os vértices necessários para segurar também o público e envolver também, e isso não foi feito com uma segurança suficiente pelo diretor, ao ponto que pareceu algo mais bagunçado do que realmente um filme envolvente, mas ainda assim é algo que dá para assistir e funcionar no âmbito total.

A sinopse nos conta que depois que um hacker expõe os segredos da cidade totalmente americana de Salem, o caos desce e quatro garotas devem lutar para sobreviver, enquanto lidam com o hackeamento delas mesmas.

Gostaria de entender realmente a cabeça do diretor e roteirista Sam Levinson, pois esse filme foi feito bem antes do seu grandioso lançamento de 2021 "Malcolm & Marie", mas não é possível enxergar qualquer semelhança entre os dois filmes ao ponto de compreendermos seu estilo, ao ponto que vemos aqui um filme até amplo de ideias para valorizar a sua vida, e fazer o que desejar sem precisar se preocupar com o que as pessoas achem, ao mesmo tempo que vemos que a super exposição de uma cidade inteiramente errada gera o caos. Porém a ideia do diretor até que foi boa dentro do que foi proposto, só necessitava criar mais vertentes, pois no final até vemos quem era o hacker e tudo mais (já dava pra induzir bem antes!), mas ficou como algo mais expositivo das ideias das garotas, e logo depois recai para o caos melhor mostrado, a trama acabou parecendo mais com "Uma Noite de Crime" do que com algo visceral realmente sendo passado, e assim não dá para compreender bem aonde o diretor desejava chegar.

Sobre as atuações diria que vale focar somente nos atos da jovem Odessa Young com sua Lily, pois todo o restante acaba fluindo e se jogando para cima dela, ao ponto que a atriz até foi bem encaixada na personagem, fez caras e bocas fortes, e manteve a postura completa para cima dos momentos mais fortes, porém faltou uma explosão maior para seus atos finais, que aí sim cairia para um lado de vingança, mas claro que como toda a ação gera uma reação, a jovem saiu atacando pela sobrevivência e se saiu bem no que fez, mesmo que não tenha uma expressividade forte de vingadora realmente. Quanto as demais garotas é melhor nem ir muito além, pois praticamente nenhuma fez grandes atuações, salvando raro destaque para Hari Nef com sua Bex nas cenas finais. E quanto dos homens da trama, vale um rápido destaque claro para Joel McHale com seu Nick, que de cara já dava para induzir ser o paizinho das conversas, e para Bill Skarsgård com seu Mark levemente forçado que sabemos que o ator sempre entrega.

Agora algo bem interessante na trama foi toda a produção visual, pois desde as festas simples com poucos personagens, aonde muita interação foi desenvolvida como um símbolo sensual por parte das protagonistas, e a equipe de arte trabalhou bem para representar tudo ali, mas quando entra na parte final com tiros e muito sangue pra todo lado não economizaram nenhuma gota, e desde a cena no banheiro com a protagonista lavada de sangue até no cabelo (sair de lá já sem nenhum foi uma falha, ok!) até todo o tiroteio na sequência mostrou que não estavam para brincadeira. Ou seja, uma arte tradicional de guerra realmente, muito bem feita e mostrando que armamento dando sopa vira confusão.

Enfim, não diria que é um filme ruim, pois tem bons momentos interessantes, e a proposta de denuncia funciona bem e mostra que isso facilmente poderia acontecer em qualquer cidade, mas como filme de entretenimento faltou algo a mais na ficção colocada, pois o longa parece um amontoado de situações aonde não criamos vínculo algum com nenhum personagem, e sendo assim diria que não é um longa que recomendo totalmente. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.



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Netflix - À Espreita do Mal (I See You)

4/21/2021 05:25:00 PM |

Um dos gêneros que mais conseguem inventar possibilidades é o suspense, e quando algum diretor do gênero trabalha com algum tema bem inventado geralmente funciona tão bem que acabamos envolvidos com a produção. Não lembro muito de outros filmes sem ser o ganhador do Oscar do ano passado, "Parasita", que tenha trabalhado com phrogging, que nada mais é que pessoas que vivem escondidas nas casas de outras pessoas sem que os donos saibam, e no lançamento de hoje da Netflix, "À Espreita do Mal", a ideia foi novamente usada de uma forma digamos meio que diferente como uma espécie de brincadeira de jovens, mas ainda usando a mesma base, porém o conteúdo do longa não usou especificamente esse tema, trabalhando também com sumiço de crianças de uma cidade, ou seja, abriram o leque para não condicionar apenas a brincadeira de esconderijo, e aí é que entra todo o mistério pois o filme acaba brincando com os dois temas na mesma proporção, ou melhor, primeiro trabalha tudo do sumiço dos garotos, com apenas sombras aparecendo na casa, como algo bem misterioso mas sem revelações (confesso que já estava pensando ser filme sobre aliens e já ia ficar bem irritado), quando de repente recomeçam toda a história explicando o que é o phrogging e como tudo o que vimos foi ocorrendo, até chegar nos atos finais e o queixo ir caindo até o chão com cada surpresa melhor que a outra. Ou seja, é um filme que se formos olhar a fundo não é gigantesco, mas consegue surpreender com momentos-chaves bem feitos, e o resultado final acaba valendo bastante a pena, mesmo que não cause uma tensão grandiosa como é comum em filmes do gênero.

A sinopse nos conta que o desaparecimento de um garoto de 12 anos faz com que o investigador principal Greg Harper lute para equilibrar a pressão da investigação e seus problemas conjugais com sua esposa Jackie. A família enfrenta momentos de grande tensão, além de ter que lidar com a chegada de uma presença maliciosa em sua casa, colocando o filho do casal em perigo mortal.

Diria que a estreia do diretor Adam Randall foi bem feita, o que é bem raro, ainda mais em filmes de suspense que necessitam de uma base mais amarrada para saber criar a tensão, porém aqui ele ousou pouco e soube controlar os momentos fazendo os dois lados como falei no início do texto, ao ponto que não precisou criar exatamente uma tensão, e ainda soube surpreender no miolo com toda a reviravolta para cima do público. Claro que um diretor mais imponente chocaria e criaria atos ainda mais fortes, mas o jovem aqui não falhou e ainda foi certeiro na montagem para que tudo fosse bem trabalhado e envolvesse bastante, criando símbolos, trabalhando dois temas que causam temor, e ainda desenvolvendo a base sem precisar fazer sustos gratuitos, ou seja, acertou com uma boa intensidade, e certamente será procurado por outros roteiristas para mais filmes do estilo, pois mostrou ter uma boa mão para causar e surpreender sem precisar explodir tudo.

O mais engraçado é que nenhum dos atores se sobrepôs na trama, ao ponto que vemos todos fazendo algo básico em cena para que o filme fluísse, e mesmo nos atos mais impactantes eles se colocaram com simplicidade e boas dinâmicas apenas para fazer acontecer, ou seja, é daqueles filmes com uma trama/história tão boa que poderiam colocar qualquer ator desconhecido que funcionaria bem. Dito isso, acredito que faltou um pouco mais para Helen Hunt mostrar que já foi uma ganhadora do Oscar e se jogar para a trama com sua Jackie, de modo que não transparece seus problemas e angustias, fazendo algo básico demais nas suas cenas, que até acaba chamando atenção nos atos com o personagem Todd de Sam Trammell no porão, e na sequência na floresta, mas nada que fosse tão imponente para a atriz. Já Jon Tenney trabalhou bem o seu Greg, mostrando um estilo bem investigativo e boas nuances cênicas em cada momento para conseguir se abrir bem para os atos, e principalmente funcionar bem nos atos finais, e com um detalhe, sem precisar de diálogos fortes, usando apenas a cena em si para chamar atenção. Judah Lewis deve ter um bom contrato com a Netflix, afinal tem pelo menos um ou dois longas seus na plataforma, e aqui seu Connor nem é tão usado, apenas mostrando um garoto meio que rebelde com a traição da mãe, e que tem cenas meio que exageradas, mas no final acaba sendo um pouco usado e se sai bem pelo menos. Agora olhando pelo lado dos invasores da casa, Libe Barer fez de sua Mindy apenas uma apresentadora do que é fazer o phrogging, mas nos momentos que viu muitas coisas estando escondida as expressões da garota foram bem colocadas e acabam agradando bastante, enquanto o jovem Owen Teague fez de seu Alec um personagem bem expressivo e explosivo, que tem diversos atos bem chamativos, e principalmente nas cenas finais acaba sendo importantíssimo, ou seja, fiquem de olho nele, pois o ator é bom, e o personagem aqui também foi bem bom. Dentre os demais praticamente todos foram usados apenas nas conexões, não surpreendendo em nada, e quase nem merecendo destaques, mas valerá a pena o eixo de conexão que o detetive Spitzky usará na cena final, então assim o ator Gregory Alan Williams acaba fechando a trama com um bom momento ao menos.

Visualmente o longa teve uma boa escolha de casa, tendo diversos elementos cênicos para serem usados, muitos elementos para os protagonistas irem sumindo, tendo um porão e um sótão bem amplos e detalhados, diversos cômodos interligados, ao ponto que o filme se quisesse nem precisaria sair dali para mais ambientes, mas ainda tivemos uma floresta bem densa aonde ocorreram os sumiços, uma casa de um jovem desfigurado e claro uma delegacia que praticamente foi enfeite de cena, mas tudo com bons detalhes, boas reviravoltas, e que certamente a equipe de arte precisou analisar muito bem o roteiro para não cometer falhas já que o filme é visto de dois lados, e dessa forma sempre sobram pontas soltas para o público pegar, mas que foram bem espertos para nos enganarem bastante.

Enfim, é um filme simples, porém muito bem feito e que chama bastante atenção na forma que foi conduzido, e principalmente surpreende com alguns atos inesperados, ou seja, como um bom suspense deve ser, valendo muito a indicação para quem gosta de longas do gênero, e até mesmo para aqueles que gostam de ser surpreendidos mas ficam com medo de filmes do gênero por geralmente ter sustos gratuitos e muito sangue, o que não ocorre aqui, então fica a dica que vai valer a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Valhalla: A Lenda de Thor (Valhalla) (Valhalla - The Legend of Thor)

4/21/2021 01:37:00 AM |

Confesso que fui conferir o longa nórdico (co-produção entre Dinamarca, Suécia, Noruega e Irlanda) "Valhalla - A Lenda de Thor" não esperando ver algo super produzido e com uma história americanizada como é o que conhecemos do super-herói da Marvel, mas esperava pelo menos algo mais lendário e envolvente, que trabalhasse a mitologia dos deuses nórdicos, que tivesse algo imponente e bem trabalhado pelo menos, mas o que nos é entregue é uma aventura infantil estranha, com atuações frouxas, efeitos fracos, e principalmente um desenvolvimento de trama que quase acaba nos lembrando as novelas da Record, ou seja, é algo tão jogado, com uma proposta tão sem rumo que agora sei o motivo de ter deixado o filme na minha lista da Amazon Prime por tanto tempo (só não sei o que me deu hoje para dar play). Ou seja, é algo que até entretém, mas chega a ser bizarra demais toda a ideia passada, toda a forma que as coisas acabam acontecendo, e praticamente vemos um resumo de algo que talvez até necessite de mais capítulos para ter um desenvolvimento melhor, mas que infelizmente nos acostumamos com algo que não tem volta para esse enredo fantasioso e bobo demais.

As crianças vikings Røskva e Tjalfe embarcam em uma jornada de aventura de Midgard a Valhalla com os deuses Thor e Loki. A vida em Asgard, no entanto, acaba sendo ameaçada pelo temido lobo Fenrir e arqui-inimigos bárbaros dos deuses. Lado a lado com os deuses, as duas crianças devem lutar para salvar Valhalla do fim do mundo - o Ragnarok.

Não posso dizer que sou conhecedor de longas nórdicos, muito menos qualquer longa do diretor e roteirista Fenar Ahmad, mas posso afirmar que ele tentou aqui trabalhar bem as cenas no meio da floresta, criou ambientes fechados com uma grande altura, e principalmente desenvolveu as cenas com uma interação próxima demais, parecendo que não tinham grandes ambientes para fazer a trama acontecer, e falando na história que é baseada nos quadrinhos de Peter Madsen, conseguimos ver algo até com uma certa desenvoltura, mas como disse no começo esperava ver algo mais mitológico (por ser uma lenda nórdica claro) e acabou não rolando exatamente dessa forma. Ou seja, o diretor trabalhou uma aventura bem moldada, mas com um teor tão infantil que não empolga ninguém.

Sobre as atuações chega a ser engraçado ver que todos os atores fizeram trejeitos fechados, duros, quase sem sentimentos, e não sei se é o estilo de filme do país ou se o diretor pediu isso, mas certamente poderiam ter abaixado o tom em alguns momentos que agradariam bem mais, mas tirando isso, a jovem garotinha Cecilia Loffredo trabalhou bem com sua Røskva, dominando a tela em diversos atos, e mesmo aparentando uma certa timidez de não se impor fronte aos atores mais velhos acabou saindo bem em cena. Já o garoto Saxo Moltke-Leth trabalhou seu Tjalfe com um ar arrogante demais, não fluindo normalmente, e isso pesou em algumas cenas nem parecendo um casal de irmãos, ao ponto que faltou um pouco mais de direção. Roland Møller entregou um Thor meio estranho, que mesmo sendo todo forte como é a sina do personagem, ficou meio em cima do muro, e olha que o nome do filme é ele quem leva, então precisava chamar mais atenção, e o ator tem muito mais trejeitos de vilão do que de mocinho, então não sei se foi uma boa escolha, pois ele não foi muito além. Dentre os demais, é até engraçado como Dulfi Al-Jabouri apareceu o longa inteiro como o Deus da Trapaça Loke, e só teve um leve destaque na cena da casa das crianças aonde induz o jovem a quebrar o osso, mas depois é quase um objeto cênico presente em todos os momentos, mas sem ser importante para nada, ou seja, bem triste de ver isso, e o Odin ficou feio demais de ver com aquele buraco no olho. Quanto aos gigantes bárbaros é melhor nem falar, pois só serviu para dar risada, pois alguns conseguiam ser menores que os protagonistas, ou seja, eram apenas sujos mesmo.

Visualmente o longa não apostou tanto em computação gráfica, tendo muitos efeitos práticos que chegam a ser até engraçados de ver, como é o caso do lobo gigante, de todos os "gigantes" sujos com galhadas na cabeça e figurinos todo surrado, algumas capas e roupas de luta, mas nada que fosse surpreendente mesmo nas cenas mais amplas aonde optaram por luzes e efeitos simples demais, ou seja, tirando a imponência de cenários altos, a equipe pareceu bem condensada e econômica em tudo, e isso não foi algo bacana de ver para quem gosta de uma grande produção.

Enfim, diria que é um filme mediano que funciona como uma aventura bem simples, que talvez até passasse naquelas sessões mais jogadas de emissoras menores, e que se você não estivesse fazendo nada até pararia no canal para conferir um pouco, mas não dá pra ir muito além em nada do que é mostrado, e nem se empolgar com qualquer cena, sendo algo bem dispensável para falar a verdade, e assim sendo não recomendo ele. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - O Capitão (Der Hauptmann) (The Captain)

4/20/2021 12:19:00 AM |

Tem dias que penso que não vão criar mais nenhum filme envolvendo a Segunda Guerra Mundial, aí vou procurar algo para ver, e eis que lançaram mais um novo, e o melhor de tudo é quando conseguem entregar algo novo em cima do tema, ou seja, realmente tem uma galera pesquisando temas para criar novas histórias em cima de algo tão batido. Dito isso, um dos lançamentos da Amazon Prime Video no mês passado que acabou aparecendo pra mim hoje foi "O Capitão", que chega a ser tão absurdo que nem dá para acreditar na veracidade do tema, pois ou os nazistas realmente eram malucos de acreditar em qualquer doido que chegasse vestido de capitão mandando matar tudo e todos, ou no final da guerra já estavam tão sem noção de tudo que qualquer um que aparecesse e falasse algo saiam fazendo a destruição toda, e digo mais, nem a turma de cima sabia mais, pois qualquer denúncia mais imponente eles seguiam a linhagem completa. Ou seja, é daqueles filmes que vemos rindo, mas que bate um desespero, pois se você não fosse a favor deles, você ia pra vala cantando ainda por cima, e que com um estilo diferenciado ainda mostra o tema com leveza e pedaços voando.

A sinopse nos conta que nos últimos e desesperados momentos da Segunda Guerra Mundial, um jovem soldado desertor alemão lutando pela sobrevivência encontra um uniforme de um capitão nazista. Ao se passar pelo oficial, o homem rapidamente assume a identidade monstruosa dos criminosos dos quais ele está tentando escapar.

O estilo do diretor Robert Schwentke é daqueles que nos entrega filmes que mesmo tendo um ar sério e com desventuras próprias acaba fluindo para o lado mais absurdo possível, e que ao criar uma história embasada em um personagem real acabou fazendo um filme ímpar de técnicas que acaba mostrando que quando um mero homem ganha poderes (ou rouba no caso da trama aqui passada), ele acaba se julgando maior ainda do que parece e fazendo as atrocidades piores possíveis que qualquer um não faria em sentidos normais. Ou seja, o diretor quis mostrar que cargos de liderança geralmente caem para aqueles que sabem se controlar, pois um pequeno apenas vestido com a capa de líder sai dando as ordens mais estapafúrdias possíveis, e numa loucura como já estava o final da guerra, os que ouvem acabam cumprindo e piorando tudo. E tudo é tão imponente que vemos o filme e ao invés de nos chocarmos com a ideia, acabamos nos divertindo, pois não fica aparentemente real, e essa é a grande sacada do diretor, pois ele alivia a tensão e conduz a trama de uma forma bem primorosa cheia de detalhes, olhares, e principalmente ordens bem dadas.

Sobre as atuações, o fato é que Max Hubacher se entregou de tal forma para o seu Herold que praticamente o soldado desesperado do começo desaparece sob a manta de capitão, que só vemos sentir um pouco de medo quando encontra com seu perseguidor do começo, mas trabalhando uma lábia de nível máximo o jovem conseguiria enganar até o próprio Hitler se aparecesse na sua frente, ou seja, o ator mandou muito bem, e o personagem foi incrível. Milan Peschel foi bem mais contido com seu Freytag, mas ainda assim mesmo falando pouco, sua expressividade passa toda a noção que o seu parceiro está exagerando demais nas ordens, e assim o ator foi bem simples e direto nos atos que lhe foi solicitado. Waldemar Kobus nos entregou um Hansen completamente disposto a explodir tudo e todos, apenas esperando a hora que chegasse alguém disposto a isso, e além disso deu o tom divertido da insanidade toda, agradando bem no estilo que foi proposto, e chamando muita atenção. Já Alexander Fehling trabalhou seu Junker com toda a serenidade marcante dos generais imponentes, que sem pensar duas vezes caçou muitos desertores, e aqui estava disposto a criar novas frentes mesmo com a queda de Hitler, e suas cenas junto com o protagonista foram repletas de tensão com ele sempre dizendo de onde eles se conheciam, além de um final bem marcado entre os dois. Quanto aos demais, cada um teve algum momento mais chamativo, mas sem grandes explosões, tendo um leve destaque para Samuel Finzi como o ladrão/ator Roger do campo de desertores e Frederick Lau como o maluco Kipinski.

Visualmente o longa que foi apresentado inteiro (ou quase, tendo apenas uma única cena que parece até algo perdido!) em preto e branco, mas com um campo de concentração bem montado, trabalhando as festas de morte e pós-morte dos nazistas, mostrando as cidades pós-guerra tomadas por alguns rebeldes ainda, e tudo com muitos símbolos bem feitos mostrando a loucura completa dos soldados, e principalmente a imponência de uma farda de alta patente, aonde fazem tudo sem contrariar. E quanto da fotografia ser em preto e branco diria mais uma vez que foi algo completamente desnecessário, pois até dá um tom bonito para a trama, mas não tem nenhum motivo dentro da linguagem cinematográfica do filme para ter sido feito dessa forma.

Enfim, é um filme bem bacana por toda a proposta, que volto a frisar que mesmo sendo um tema duro que não deveríamos rir, acabamos rindo pela forma tão absurda que tudo acaba acontecendo, e sendo assim a trama mesmo mais tensa e fechada acaba passando rapidamente e sendo interessante de ver. Ou seja, indico ele sim para todos, tanto pelo fator histórico, quanto pela boa trama contada de uma maneira leve e irreverente. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Um Inverno Em Nova York (The Kindness Of Strangers)

4/18/2021 08:52:00 PM |

É tão engraçado ver que os gostos da crítica especializada raramente batem com o do público em geral, pois um filme que traz toda uma textura emocional bacana, embora cheia de clichês do gênero, foi praticamente massacrado ao estrear na abertura de um festival internacional, tanto que somente agora quase dois anos depois o longa "Um Inverno Em Nova York" consegue entrar em cartaz por aqui. E de forma alguma é uma trama ruim, muito pelo contrário, é um longa bem bonito, com uma pegada sentimental cheia de nuances que acaba mostrando que ainda existem pessoas boas que acabam ajudando os demais ao seu redor, mesmo sem saber seus nomes ou quem são e porque estão ali, apenas para fazer o bem, e junto disso o longa coloca em pauta algo que temos ouvido falar aos montes de mulheres que acabam fugindo de suas casas por relacionamentos abusivos, e sem ter qualquer família ou amigo para ajudar acabam indo para a rua. Ou seja, é algo que envolve bastante, com cenas que alguns mais emotivos acabarão se emocionando, mas que de certa forma é uma trama simples que vai se amarrando nos diversos personagens ao redor, que um conhece o outro de algum lugar no melhor estilo que alguns longas natalinos costumam funcionar, e o resultado geral agrada, sendo assim algo gostoso de ver, que apenas escolheu o lugar errado para estrear, pois facilmente se não tivesse aberto o Festival de Berlim, teria estreado bem melhor mundo afora.

A sinopse nos conta que Clara e seus dois filhos escapam de seu marido abusivo com pouco mais do que o carro e planejam recomeçar em Nova York. Depois que o carro foi rebocado, a família encontra Alice, que os leva para um abrigo de emergência. Enquanto roubava comida em um restaurante russo chamado 'Winter Palace', Clara conhece Marc, que teve a chance de ajudar o antigo restaurante a recuperar sua antiga glória. O 'Palácio de Inverno' logo se torna um lugar de encontros inesperados entre pessoas que estão passando por algum tipo de crise e que o destino reuniu agora.

Diria que a diretora e roteirista Lone Scherfig soube brincar com seu filme, e principalmente sendo uma produção de diversos países (Dinamarca, Canadá, Suécia, Alemanha, Reino Unido e EUA) trabalhou aqui para que o conceito completo fosse universal, e claro que para isso usou do artifício que tanto conhecemos e falamos que é o clichê, que nada mais é do que algo comum que vemos em todos os filmes do gênero, e isso não é algo totalmente ruim, pois tem pessoas que gostam de ver o mesmo filme só por uma ou outra cena, então qual o problema de ver o mesmo estilo de cena repaginado? E ela fez bom uso do estilo, procurando emocionar com algumas coisas que até soam abusivas, afinal no mundo moderno completamente insano onde cada um olha mais para o próprio umbigo do que para a pessoa na sua frente é difícil imaginar que existam pessoas tão boas como vemos no filme, que vão deixar uma pessoa desconhecida dentro de um restaurante chique que você administra, ou no escritório da igreja que você tem a chave, ou até mesmo em uma enfermeira que dá a alta para uma criança levando ela embora. Ou seja, chega a ser um fruto de uma imaginação exagerada demais que acabamos falando que só em filme mesmo para ocorrer isso, mas que justamente por ser em filme que gostamos tanto de ver isso acontecer, e sendo assim o resultado que a diretora conseguiu repassar em sua trama é gostoso e dá um certo afeto no coração, que quem gostar do estilo não irá reclamar, pois gosta de ver isso, mas aqueles que procuram uma certa originalidade em algo só encontrarão defeitos, e por isso que falei no começo, que escolheram o lugar errado para estrear o filme, pois em um festival tão badalado e original como o de Berlim, os críticos acabaram não aceitando ver o comum, e assim queimaram a trama demais, mas que se fosse visto numa cabine de imprensa certamente veriam mais beleza em tudo, pois é sim um filme bonito de se ver.

Sobre as atuações certamente poderiam ter pedido um pouco mais de emoção para Zoe Kazan com sua Clara, pois a atriz até passou sinceridade nos atos com os filhos, mostrou que uma mãe está disposta a tudo para conseguir comida e abrigo para os seus, mas sempre trabalhou olhares diretos demais, faltando aquela cara tradicional de pessoa sofrendo com algo, ou seja, ela foi bem no que fez, mas certamente poderia ter ido bem além. Já Andrea Riseborough colocou toda a vivência de uma enfermeira disposta a ser aquela alma boa para tudo, trabalhando praticamente em dois empregos, ouvindo os problemas dos outros, salvando vidas e ainda chorando sem ter alguém para amar com sua Alice, que de maneira bem imponente ainda faz atos graciosos não tão chamativos, mas bem encaixados com o momento da trama. Tahar Rahim acabou entregando o galã clássico da trama com seu Marc, ao ponto que vemos as nuances acontecendo e já sabemos aonde vai chegar, e o jovem ator fez bem o papel, trabalhando seus atos com estilo, fazendo do restaurante um sucesso novamente, e principalmente criando os olhares apaixonados característicos do estilo. O jovem Caleb Landry Jones tem um estilo meio de bobalhão, e aqui seu Jeff fez o clássico do estilo, se atrapalhando em diversos empregos, vivendo de ajuda, até chegar no ápice de ajudar os outros também, e entregando um bom carisma acabou funcionando. Quanto aos demais diria que faltou um pouco mais de imponência para Esben Smed com seu Richard, pois tirando a cena dele com o pai, nem vemos o cara malvado que tanto retrataram, mas é bem assim que acaba acontecendo realmente, as crianças Jack Fulton e Finlay Wojtak-Hissong foram muito bem com seus olhares tristes e desesperados ao mesmo tempo, mas sem grandes destaques, e até mesmo Bill Nighy tentou aparecer um pouco como o dono do restaurante, mas não foi expressivo como costuma ser.

Visualmente o longa foi bem arquitetado entre uma igreja, uma biblioteca, um restaurante russo e um hospital, sem grandes nuances, nem detalhes muito chamativos, ao ponto que a equipe de arte praticamente só precisou locar os ambientes e gravar suas cenas, pois nada aparentemente precisou ser construído ou decorado (o que muitas vezes é subjetivo, pois pode dar até mais trabalho), com cenas mais aconchegantes e desesperadoras nos atos mais frios do momento, o calor das ajudas fizeram a diferença e chamaram o filme para si, ou seja, é um filme sem muito chamariz técnico, mas que foi sincero nos atos, e ao menos no ambiente mais montado que foi o restaurante russo vemos detalhes do ambiente antigo que vai sendo modificado pelo novo gerente, mas ainda assim tendo seu passado conservado, o que dá o charme para o local.

Enfim, é um filme que está bem longe da perfeição, que analisando friamente daria para reclamar muito mais de tudo, mas que vendo como algo sem muitas esperanças acaba resultando em um momento gostoso e envolvente, que faz valer a conferida para quem gosta do estilo, porém se você não vai bem com a ideia nem dê play, pois a chance de odiar tudo é altíssima. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Upgrade: Atualização (Upgrade)

4/17/2021 08:08:00 PM |

Chega a ser até engraçado ver um filme com tanta violência funcionar bem na tela, e o pior conseguir envolver com um roteiro confuso e cheio de ideologias estranhas em cima de algo futurístico exagerado, mas que passa bem a mensagem, e principalmente mostra que nem sempre devemos confiar nas máquinas, pois elas podem se rebelar, e já vimos isso em inúmeros filmes. Ou seja, a trama do longa "Upgrade: Atualização", que entrou em cartaz na Netflix, é bem interessante e bem trabalhada dentro da proposta de mostrar uma vingança sendo bem arquitetada, uma dinâmica computacional inteligente e bem feita, e principalmente boas lutas, pois geralmente é o que o público fã do estilo gosta de ver, porém mesmo tendo uma história até que boa de base, a trama tem alguns exageros que forçaram demais a barra, como se a cidade completamente controlada por drones, chips e tudo mais não acompanhava o protagonista indo matar as pessoas, além de termos as atuações dos vilões jogadas demais, não fluindo como deveria. Ou seja, é um bom filme, que até agrada bastante pelo conceito em si, mas dava pra ficar um pouco mais realista sem exagerar tanto, e assim o resultado chamaria mais atenção.

A sinopse nos conta que em um futuro não tão distante, onde as máquinas se integraram perfeitamente aos aspectos multifacetados de nossas vidas, o mundo depende quase inteiramente da tecnologia para fazer até as tarefas mais complicadas para nós. Como resultado, cada vez mais, o mecânico de automóveis da velha escola e tímido em termos de tecnologia, Grey Trace, está se sentindo como um peixe fora d'água; um homem teimosamente analógico vivendo em um admirável mundo digital novo. Então, de repente, um terrível incidente noturno rouba Grey de sua felicidade, deixando-o um tetraplégico inútil. Agora, o solitário magnata da tecnologia, Eron Keen, surge com uma oferta, prometendo a Trace preencher a lacuna dolorosa entre seus membros indiferentes e seu cérebro com a ajuda de sua mais recente invenção de última geração: o poderoso microchip Stem. Mas e se a cura for pior do que a doença?

O diretor e roteirista Leigh Whannell é daqueles que amam violência no nível máximo, e que tem sempre ideias brilhantes, vide que escreveu os sucessos "Jogos Mortais" e "Sobrenatural", e suas derivadas sequências, porém diria que ele é muito melhor roteirista do que diretor, e o que acontece aqui é o mesmo que rolou no último filme dele "O Homem Invisível", aonde temos algo bem imponente acontecendo, temos muita violência, mas que tudo acaba acontecendo por acontecer, não fluindo como poderia ser normal, e a entrega acaba soando mais apelativa do que natural. Ou seja, está bem longe de ser um filme ruim, pois impacta bem, tem boas dinâmicas, e as conversas entre o protagonista e o chip são bem interessantes, porém o filme poderia ter ido muito além com algo investigativo de primeira linha, e lutas mais encaixadas, além de um fechamento mais convincente, pois embora seja crível pela ideia toda, ficou parecendo algo simplesmente pensado para fechar sem ter um tino decente, mas funcionou tanto que o diretor já está dirigindo uma série derivada da trama, então quem gosta logo mais terá a dupla Grey/Stem socando mais gente por aí.

Sobre as atuações, Logan Marshall-Green é daqueles atores que fazem sempre tudo muito certinho, com movimentos claros e dinâmicas coesas dentro de uma personalidade, e aqui o papel de Grey necessitava de alguém mais imponente, com mais força bruta e direta, ao ponto que até vemos ele com um ar mais parrudo do que seus personagens anteriores, mas certamente um ator mais brucutu cairia melhor para o papel, e certamente chamaria mais atenção. Harrison Gilbertson trouxe um ar meio vago demais para seu Eron, ao ponto que até concordamos que mentes brilhantes saem do seu corpo as vezes, mas aqui o jovem ator parecia estar em outro lugar na maioria das cenas, não dando um nexo muito fluído para o papel. Betty Gabriel fez uma detetive interessante pela personalidade em si, porém o papel foi meio fraco demais, ao ponto que não vemos seus atos, nem torcemos por ela nas cenas finais, e certamente o filme poderia ter envolvido uma participação maior e mais interessante da atriz. Quanto dos vilões, acabou acontecendo o mesmo que com a detetive, pois todos aparecem apenas nas cenas chaves, brigam com o protagonista e morrem, sem um grande desenvolvimento, tendo apenas a cena com Benedict Hardie com seu Fisk um pouco mais de interação, mostrando que o ator também estava bem disposto para ir além, mas como já falei, as lutas com todos foram bem fortes, cheias de sangue e muito bem coreografadas ao menos, não que isso valha muita coisa para a trama, mas sim para quem gosta de boas lutas. Vale também pontuar o tom imponente na voz do Stem feita por Simon Maiden, que soube trabalhar bem as modulações e chamar atenção no que precisava fazer.

Visualmente a trama entregou bons momentos ao misturar tecnologia com ambientes rústicos, deixando o ar como uma realidade estranha e bagunçada como provavelmente virá a acontecer no futuro, e claro que presando bastante por uma violência de impacto, as lutas tem membros cortados, quebrados, riscados a faca e tudo mais que o diretor sempre gosta de mostrar, gastando muitos litros de sangue artificial, e sujando ainda mais todo o ambiente criado, além claro de carros tecnológicos estranhos parecendo tanques, e muitas loucuras que certamente o diretor de arte olhou para o roteiro e ficou pensando como fazer cada detalhe, desde casas e carros autônomos até armas implantadas no braço dos personagens. Ou seja, algo diferente e bem feito.

Enfim, é um filme interessante pelo conteúdo violento, ou seja, pelas lutas e pela dinâmica de vingança, mas que ao colocar a tecnologia como fonte disso o resultado acaba não indo tão bem como poderia, sendo daqueles longas que quem gosta de um filme quase sem muita história vai curtir pela ação em si, mas se for esperando um algo a mais não irá encontrar. E assim sendo digo que recomendo ele mais como um passatempo bem violento do que como um bom filme mesmo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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