AppleTV+ - Os Provocadores (The Instigators)

9/29/2024 10:56:00 PM |

Costumo falar que se um filme se classifica como comédia, ele tem obrigação moral de fazer o espectador rir, seja com boas piadas e/ou sacadas ou apelando para forçar o riso, pois já está ficando chato um longa se classificar como comédia de ação para não ter grandes gastos no orçamento como uma trama de ação realmente exigiria, e daí ficar com cenas meia boca para tentar agradar é algo que não vale o play. Comecei dessa forma o texto do longa da AppleTV+, "Os Provocadores", pelo simples fato de que o filme até tem algumas cenas chamativas e alguns momentos bem colocados, mas na maior parte é algo tão monótono que chega a dar sono, parecendo que os protagonistas nem estavam com tanta vontade de atuar, quanto mais chamar atenção com a entrega de uma trama confusa e sem grandes elos. Ou seja, é daqueles filmes que você até tenta entrar no clima, mas que na metade dele nem sabe o que realmente queriam entregar.

O longa conta a história de Rory e Cobby dois parceiros relutantes: um pai desesperado e um ex-presidiário que são colocados juntos para roubar os ganhos ilícitos de um político corrupto. Mas quando o assalto dá errado, os dois se veem envolvidos em um turbilhão caótico, perseguidos não apenas pela polícia, mas também por burocratas ignorantes e chefes do crime vingativos. Completamente perdidos, eles convencem a terapeuta de Rory (Hong Chau) a se juntar à correria pela cidade, quando eles devem deixar suas diferenças de lado e trabalhar juntos para escapar.

O que não me conformo é do diretor Doug Liman que tem como característica entregar cenas de ação gigantescas, cheias de imposição e que também sabe brincar com uma comicidade diferenciada, entregar algo tão jogado quanto o que fez aqui, pois é um filme que não parece ter nenhuma proposta, já que os protagonistas nem sabem realmente o motivo que querem o dinheiro, e as cenas são quase todas paradas do tipo que quase alguém precisa pedir para que façam algo no assalto, ou seja, o diretor criou momentos na trama tão bagunçados e outros tão sem ação que você fica se perguntando aonde tudo irá chegar, isso é se vai chegar. Sendo assim, fico com medo até do que ele vai fazer na continuação de um de seus melhores filmes que está em desenvolvimento, pois se colocar esse ritmo lá, com certeza vai decepcionar os milhares de fãs.

Quanto das atuações, sabemos o quão bom é Matt Damon quando pega um bom personagem, mas aqui seu Rory parece meio que deprimido e sem expressões, sendo jogado no meio de um assalto conflituoso, fazendo uma tonelada de perguntas no estilo do burro do Shrek, fazendo anotações sem nexo, ou seja, o personagem já era meio bobão, e o ator conseguiu deixar ele ainda pior, ou seja, não caiu bem em cena. Já Casey Affleck ainda estamos pensando o motivo de ter ganho um Oscar, pois até hoje não pegou nenhum papel que realmente destacasse seu estilo atuando, ao ponto que aqui seu Cobby trabalha alguns trejeitos bem desleixados, não segura uma frase completa que chame atenção, e assim em alguns atos acaba entregando mais desespero do que imposição de assalto, o que desanima de ver. A pobre Hong Chau caiu de paraquedas no papel da terapeuta, pedindo com uma calmaria tão sem imposição na tela que não vai além, e seu ato entrando como policial foi algo que nem em sonho alguém funcionaria na tela, mas se o dos rapazes de bombeiro funcionou, quem iria ligar para ela não é mesmo? Ainda tivemos outros grandes nomes na tela do longa, como Ron Pearlman fazendo um prefeito corrupto derrotado, Toby Jones fazendo o assistente do prefeito, e até Alfred Molina como um padeiro, mas nenhum chamou qualquer responsabilidade para seus papeis, e apenas ficaram quase como figurantes na trama.

Visualmente ao menos o diretor não nos desapontou, afinal criou bem a cena do assalto envolvendo barcos, tiros, uma cozinha cheia de elementos, e depois na cena da prefeitura com cofre voando, entradas de bombeiros e tudo de forma grandiosa, além de uma perseguição com caminhão de bombeiro e carro forte bem imponente, mas é só isso, contando com poucos elementos cênicos marcantes explodiu algumas casas, bateu alguns carros e todo o orçamento foi para o brejo.

Enfim, é um filme que pensei várias vezes em dar play nele desde que entrou em cartaz na plataforma, mas hesitei esperando ter mais alguns para a assinatura valer a pena, afinal por lá é apenas 1 filme novo por mês, então assino, vejo alguns e paro, e infelizmente esse não vale o play. Então para quem tiver com tempo sobrando, e pegou os dias gratuitos da plataforma até vai ser um passatempo mediano que quem gosta do estilo vai entreter, mas não espere nada além do mais básico possível. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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AppleTV+ - O Rito da Dança (Fancy Dance)

9/29/2024 05:16:00 PM |

Manter a cultura viva mesmo no caos de um desaparecimento, esse basicamente poderia ser o mote do longa da AppleTV+, "O Rito da Dança", pois o filme mostra uma jovem indígena que está em busca da irmã desaparecida enquanto cuida da sobrinha, vivendo com pouco dinheiro, muitos roubos e sob o risco de perder a guarda da garota que deseja muito ir para um festival de conexão com a cultura tribal. De certa forma o longa tem uma densidade introspectiva bem interessante, cheio de nuances e envolvimentos, e claro todo o velho conflito de quem deve ficar com a guarda de uma criança quando a mãe desaparece, juntando a isso todo o respeito e sentimento das fases de uma pessoa, de suas crenças e tudo mais. Ou seja, é daqueles longas que você precisa entrar no clima e na ideologia da trama, senão acaba perdendo um pouco de tudo, e essa não é a intenção, mas que contando com uma atuação bem montada e todo um desenvolvimento bem calmo, o resultado acaba chamando atenção ao final.

A sinopse nos conta que desde o desaparecimento de sua irmã, Jax cuida, quase sem dinheiro, de sua sobrinha Roki na reserva indígena Seneca-Cayuga, em Oklahoma. Ela usa todo tempo livre para tentar encontrar sua irmã desaparecida e ajudar Roki a se preparar para o powwow, a tradicional reunião dos povos indígenas da América do Norte. Correndo o risco de perder a custódia de Roki para o avô da jovem, Frank, Jax viaja com a sobrinha em busca de pistas para encontrar sua irmã a tempo para o powwow. O que começa como uma busca torna-se aos poucos uma investigação mais profunda sobre as complexidades e contradições de mulheres indígenas vivendo em um mundo colonizado e à mercê de um sistema judicial falho.

A diretora e roteirista Erica Tremblay foi singela demais na escolha do estilo de seu filme, pois dava para facilmente transformar ele em um suspense policial de primeiríssima linha ainda mantendo toda a temática e o envolvimento dramático cultural, porém optou por segurar uma linha cultural e jogar somente com o drama do relacionamento familiar conturbado, das leis que não seguem os ritos dos povos, e claro do mundo aonde a miscigenação entre povos sempre causa conflitos, ou seja, quis ir por uma linha mais segura, porém bem mais densa, e com isso seu filme abre o leque de discussões em um ritmo que acaba soando cansativo, mas que de certa forma agrada pela pegada entregue. Como não conheço seus trabalhos anteriores, vi que já fez outra série indígena, e com isso demonstrou segurança com o tema, porém diria que ela precisa criar dinâmicas maiores com seus filmes, pois faltou emocionar realmente já que optou mais pelo arco dramático do que pelo suspense investigativo.

Quanto das atuações, Lily Gladstone já beirou de ganhar o Oscar esse ano, e se mostrou muito segura em trabalhar suas culturas dentro de diversas tramas, de modo que aqui foi bem densa com sua Jax, trabalhando personalidade e olhares com muita marcação, e principalmente sabendo segurar a dramaticidade sem forçar a tensão do ambiente, de modo que ficamos o longa inteiro tentando saber algo a mais da personagem e isso não é aberto, ou seja, ela leva consigo até o rascunho de como deveria agir e passar para o público, o que funciona em filmes assim, mas que um erro poderia ser fatal para que o filme cansasse o espectador. A jovem Isabel Deroy-Olson foi também cheia de espontaneidade para que sua Rox tivesse carisma e vontade de aparecer, fazendo bem todos os roubos da tia, e sendo bem direta nos atos mais fortes, o que acaba agradando pela personalidade chamativa. Ainda tivemos outros bons personagens, mas que acabam aparecendo pouco, afinal o longa é praticamente da dupla de garotas, valendo leves destaques para Shea Whigham meio que perdido em cena como o avô da garota, Blayne Allen como um traficante da reserva seco e direto demais, sobrando para dar realmente destaque mesmo Ryan Begay como o meio irmão da protagonista, e policial da reserva, mas sem grandes chamarizes expressivos.

Visualmente o longa tem quase que uma estrutura de road-movie, pois inicialmente vemos um pouco das jovens em um rio procurando coisas perdidas que possam dar algum lucro, e claro já mostrando suas mãos rápidas para dar golpes, vemos a casa simples delas na reserva com muitos detalhes mistos de cultura, o ferro-velho do traficante aonde vendem seus roubos, para depois vermos a garotinha na casa do avô com o famoso choque de cultura ao tentar impor algo que não é de sua personalidade, para depois termos toda a fuga pelo estado em busca de mais respostas, passando por golpes em postos, shoppings, e invadindo algumas casas para passar a noite, além de uma farmácia e um ritual de purificação pós-primeira menstruação, além do fechamento no festival com uma boa pegada emocional. Ou seja, a equipe de arte foi bem representativa no que desejavam passar e funcionou bem na tela, sem grandes explosões ou dinâmicas.

Enfim, é um filme bonito, porém simples de dinâmicas, que acabou sendo meio que fechado demais para a proposta, e que como disse no começo poderia ter ido bem mais além, mas ainda assim vale como algo cultural para conhecer um pouco mais do estilo escolhido na tela, então fica a dica para quem curte essa pegada e também estiver aproveitando os dias gratuitos da plataforma. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas ainda devo ver um último filme na AppleTV+ para completar a lista, então abraços e até logo mais.


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AppleTV+ - Lobos (Wolfs)

9/29/2024 02:23:00 AM |

Sem dúvida alguma o streaming com a melhor definição de imagem é a AppleTV+, pena que são bem poucos os filmes originais do canal ou aquisições em termos de longas, preferindo ter mais séries com episódios semanais, mas quando trazem algo novo é claro que vamos conferir, então acaba sendo quase como uma locação e vemos algumas tramas novas bem bonitas na tela. Dito isso, confesso que fui com sede demais ao pote para conferir o lançamento da plataforma, "Lobos", pois a trama participou de diversos festivais, chamando muita atenção por conter dois gigantes da atuação, um orçamento grandioso e toda uma atmosfera preparada para jogar eles lá em cima, mas acabou entregando uma trama que possivelmente já até vimos outras vezes na telona. Claro que estou falando de algo que não é ruim de forma alguma, tendo boas cenas de ação, atuações bem cômicas e cheias de sacadas, e uma história dinâmica e interessante de ver na tela, porém fui conferir esperando um algo a mais, o que não acontece, sendo daqueles suspenses policiais aonde seguimos os protagonistas em suas missões, tentando se safar de algo, e se ajudando sem desejarem, meio que como quase todos os filmes dos dois atores, e assim acaba sendo um passatempo bacana, que funciona e não cansa.

A sinopse nos conta que um solucionador profissional é contratado para encobrir um crime de alto perfil. No entanto, seus planos sofrem uma reviravolta inesperada quando um segundo solucionador, aparece na cena. Os dois lobos solitários, inicialmente em desacordo, são forçados a trabalhar juntos para resolver a situação. À medida que a noite avança, eles descobrem que a missão está fugindo do controle de maneiras que nenhum deles poderia prever. Envoltos em uma série de eventos caóticos e hilários, a dupla precisa usar toda a sua astúcia e habilidades para sair dessa enrascada.

O diretor e roteirista Jon Watts pode ter vários outros filmes em seu currículo, mas será eternamente lembrado pelos últimos três longas do Homem-Aranha, que alguns amam e outros odeiam com toda força do pensamento, mas inegavelmente ganhou muito dinheiro, e quando convidado por outra empresa cheia de dinheiro, não pensou duas vezes e só lhe deram dois grandiosos atores para os papeis principais, ou seja, ficamos com muita dó dele. Dito isso, aqui ele brincou demais com uma trama cheia de ação, mas também recheada de sacadas cômicas, aonde em momento algum dá para levar a sério o longa, que por vezes até chega a parecer uma paródia de algo mais trabalhado, aonde os protagonistas brigam o tempo todo por quem deveria fazer o serviço, quem é melhor que o outro, e nessa desenvoltura o dia vai rolando e tudo acontecendo, ao ponto que somente no último segundo do filme é que nós e os protagonistas realmente descobrem qual era a moral de tudo, e aí fim. Ou seja, o diretor pegou seu muito dinheiro que tinha nas mãos e torrou em algo que facilmente poderia ter um rumo menos satírico, mas quis brincar, e aqui ele pode fazer isso em grande estilo.

Quanto das atuações, não tem como esperar menos que grandes trejeitos e imposições de George Clooney e Brad Pitt na tela, tanto que seus personagens nem nomes possuem, tendo entregas bem marcadas por olhares, sacadas e envolvimentos, fazendo com que ambos tentassem parecer melhor que eles próprios, demarcando seu território e se impondo para cada jogada sua fosse a melhor, a mais bem feita, a mais destrutiva e com isso de lobos solitários acabam virando quase que parceiros na jogada completa, sendo bem divertido ver ambos "velhos", mas que ainda sabem como se portar em tramas de ação, com um optando mais pelo carro e o outro na base da corrida mesmo. Ainda tivemos alguns momentos com o jovem Austin Abrams bem colocado em cena, correndo mais que o Forrest Gump depois que acaba o efeito de sua droga, e alguns momentos espaçados com Amy Ryan com sua Margareth e Poorna Jagannathan com sua June, mas sem grandes atos para chamarem tanta atenção na tela.

Visualmente a trama tem o começo todo dentro de um quarto de hotel chique, com um corpo caído ao lado da cama, e todo o trabalho de empacotamento do protagonista para limpar a cena, depois alguns atos na rua com toda uma corrida pela cidade com os mais jovens a pé e o mais velho no carro, um motel bem sujo com uma decoração tosca e alguns animais, e por fim uma festa de casamento croata em um clube e a entrega recheada de tiros para todos os lados, mostrando ambientes bem amplos, com muitos figurantes e toda uma desenvoltura cênica marcante e claro cara para ser alvejada por tiros.

Enfim, é um filme que talvez pudessem ter ido mais além e montado algo mais sério e pegado, mas que não seria bem encaixado na ideia, de modo que o lado cômico acabou favorecendo bem a entrega toda e acabou funcionando, sendo um bom passatempo para o final de semana, principalmente se você for conferir sem esperar muito dele, então fica assim sendo a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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A Forja: O Poder da Transformação (The Forge)

9/28/2024 08:28:00 PM |

Costumo dizer que o cinema religioso cresceu de uma forma tão bem organizada que a cada dia chegam mais exemplares nas telonas e nos streamings, ao ponto que já tem produtoras especializadas andando no mesmo ritmo que os grandes estúdios de Hollywood, mas o mais bacana que tenho visto nos últimos exemplares que conferi é que eles tem parado com o fator do ambiente de culto, não focando apenas em uma ou outra religião ou igreja, e trazendo Deus para mais perto das pessoas seja numa empresa, numa casa ou numa reunião de amigos, o que acaba chamando bastante a atenção. E outro ponto interessante são os motes e lições que acabam passando na tela, de forma que aqui em "A Forja: O Poder da Transformação" vemos bem as palavras de um homem mudando a vida de um garoto para que esse aprenda a liderar e se tornar um homem de palavra através de sua fé e devoção, trazendo para si respeito e imponência. Ou seja, é um filme bonito de ver, mostrando para a juventude que podem atingir objetivos grandes seguindo boas doutrinas e tendo foco, aprendendo a lidar com respeito aos seus pares e claro perdoar acreditando em algo maior, que claro tem muitos defeitos, e o principal é o lado exagerado de tudo, mas que acaba valendo pela entrega na tela, e que felizmente dessa vez a distribuidora mandou alguns horários legendados, pois tinha visto o trailer dublado e já tinha tido quase um ataque com a forma que ficou.

A história se passa um ano após terminar o ensino médio, onde Isaiah Wright, um jovem de 19 anos viciado em basquete e videogames, está perdido e sem direção. Desafiante para sua mãe solteira, Cynthia, e desmotivado, ele recebe um ultimato: encontrar um rumo ou deixar a casa. Com o apoio das orações de Cynthia e da devota Dona Clara, e a oportunidade de trabalhar na Moore Fitness, Isaiah é guiado por um mentor surpreendente que o desafia a refletir sobre seu futuro. À medida que enfrenta seu passado e aprende a abrir mão de seu egoísmo, Isaiah começa a entender que Deus pode ter um propósito maior para sua vida.

Já tinha elogiado bastante o trabalho do diretor Alex Kendrick em seu longa anterior, "Mais Que Vencedores", e hoje posso dizer que ele junto de seu irmão na produção tem melhorado cada vez mais esse estilo de cinema, que claro tem toda uma ideologia religiosa, tem toda uma forma de tentar moldar o público, e que também tem seu público-alvo, afinal eles até esperam que outros curiosos vá conferir suas tramas através de indicações de amigos religiosos, mas em suma suas obras são para pessoas religiosas se enxergarem na tela através de formas e pessoas, e aqui ele trabalhou de uma forma bem cheia de nuances o buscar jovens para a religião, o formar lideranças e dar oportunidade para que garotos saiam dos vícios de jogos para crescerem profissionalmente e também evolutivamente, de maneira que o resultado acaba chamando atenção nesse sentido. Claro que alguns atos são forçados, e dificilmente irão tirar todo esse estilo de louvar, de orar, de clamar em suas tramas, mas como disse no começo, ao menos têm diminuído bastante o fator forçar a ida para igrejas, afinal como eles mesmos pregam Deus está em todo lugar, então ele irá te ouvir em qualquer lugar, basta você estar aberto para isso, e aqui a sacada foi usar "discípulos" para propagar a palavra e transformar pessoas, o que acabou ficando interessante pelos diálogos e boas colocações na tela.

Quanto das atuações, novamente vou dizer que fiquei extremamente feliz que a distribuidora trouxe algumas sessões legendadas para a cidade, pois antes todos os filmes religiosos só chegavam aqui dublados pelos mesmos dubladores de sempre, as mesmas vozes estranhas e que muitas das vezes mudavam até o sentido da história. Dito isso, o jovem Aspen Kennedy forçou um pouco a mudança de postura de seu Isaiah, mas trabalhou bem suas emoções e trejeitos para que fosse convincente no que estava fazendo, e assim não desapontou dentro da proposta do filme. Já Cameron Arnett mostrou bem o poder da palavra em uma atuação tão calma e tão cheia de imposição com seu Joshua que acabou transmitindo na tela mais do que apenas uma liderança, mas sim toda uma conexão de vida marcante e chamativa para o personagem, e isso é uma grande entrega cênica. Quanto aos demais, vale claro citar Priscilla C. Shirer que está em todos os filmes dos diretores, e aqui como a mãe do protagonista ficou meio que eufórica demais com seus trejeitos, e acabou sendo bacana a entrega do jovem Justin Sterner como o engenheiro Cody que controla todos os robôs da fábrica.

Visualmente o longa trabalhou um pouco da casa do garoto, mostrando um quarto completamente bagunçado que depois acaba ficando mais arrumado com as responsabilidades que assume, vemos alguns atos rápidos na cozinha da casa, mas a grande parte das cenas ficou na fábrica de produtos esportivos com muitos robôs, mostrando uma tecnologia incrível de despachos de produtos de forma automatizada, e claro em um restaurante com um cômodo reservado para as reuniões dos homens da Forja, aonde fazem suas refeições e conversas, sendo tudo bem simples, mas com uma proposta bacana bem conectada na tela, ou seja, a equipe de arte usou bem as locações para não estourar gastos e foi certeira no que precisava mostrar.

Enfim, ainda prefiro o longa anterior do diretor, mas acabei gostando do que vi na tela, sendo bem bacana o resultado para mostrar que jovens podem tomar grandes rumos em sua vida, principalmente se bem liderados e com propostas sejam elas religiosas ou não, basta ter uma motivação e um bom mentor. Então fica a dica para quem gosta do estilo levar os filhos para que quem sabe futuramente virem grandes líderes (religiosos ou apenas comerciais na vida). E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou atacar mais um longa, então abraços e até logo mais.


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Pacto de Redenção (Knox Goes Away)

9/28/2024 02:43:00 AM |

Nem lembrava muito da última direção de Michael Keaton no longa "Em Má Companhia", então precisaria rever para saber se realmente evoluiu como muitos amigos críticos tem falado, mas uma coisa é inegável se ele resolver focar de vez nessa função do cinema que é melhorar as dinâmicas em seus filmes, pois aqui temos uma boa trama policial, temos uma história completamente funcional e que emociona pela síntese completa da doença e do excelente plano do protagonista (que em um primeiro momento não entendemos nada, mas depois acaba sendo genial), porém você quase entra em cena para empurrar o protagonista para que ande logo, que reaja, que faça algo, pois a trama tem 114 minutos, mas facilmente daria para entregar algo com 100, isso se não for com menos, bastava dar cortes mais rápidos e suprimir algumas situações calmas demais, afinal em uma trama policial você quer que tudo aconteça, e não ficar filosofando toda a história. Dito isso, o longa tem uma boa entrega do protagonista, e funciona na tela, sendo interessante e cheio de pequenas sacadas, além claro de botar mais uma doença na telona para talvez pensarmos e estudarmos sobre ela, e sendo assim, diria que o resultado, embora lento demais, agrada por completo no fechamento.

A sinopse nos conta que John Knox é um assassino de aluguel diagnosticado com uma forma rápida de demência, uma condição rara. Antes de perder completamente o controle da sua mente, ele recebe a oportunidade de se redimir salvando a vida do seu filho adulto, Milles, com quem não tinha contato há cinco anos. O filho resolve o procurar desesperado por ajuda para encobrir um crime que cometeu. Como uma tentativa de se reconectar com Milles e escapar da prisão, ele vai atrás de Xavier e juntos vão tentar de tudo para que o sucesso dele seja garantido, incluindo correr contra a polícia que se aproxima dele, bem como o relógio correndo de sua própria mente em rápida deterioração.

Já falei outras vezes que não sou fã de diretores que queiram ser protagonistas em seus filmes, pois geralmente acabam falhando em detalhes que facilmente poderiam ser suprimidos, e aqui o fator ritmo seria resolvido tranquilamente com Michael Keaton ficando apenas atrás da câmera ou então deixando que outro assumisse essa função, mas como isso não ocorreu ainda irei ficar esperando sua próxima empreitada na função, pois ao menos deu sua opinião como diretor, não entregou um filme com pistas fáceis para o público, e principalmente brincou com cenas bem marcadas para uma trama do estilo, tendo violência sem precisar ser explícita, tendo uma boa investigação, e principalmente colocando algumas reviravoltas interessantes, além claro do lance da doença que costumo dizer que se um filme acaba tendo função de pesquisa sobre algo já funcionou, e a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi ver o que era e se tudo foi bem mostrado na tela, o que acabou ocorrendo. Ou seja, se o ritmo fosse um pouquinho só mais acertado a trama seria perfeita, e eu estaria aqui engolindo seco que um ator de grande calibre teria acertado em duas funções na tela.

Quanto das atuações, Michael Keaton trabalhou bem seu John Knox no sentido dos trejeitos de se perder no que estava fazendo, mas lembrando bem coisas do passado, tipo aonde deixou as pedras preciosas no passado, e deu boas nuances nos olhares perdidos, porém ao optar por fazer seu filme de um modo lento demais, acabou quase parando o seu personagem, e isso nesse estilo de filme não é muito legal de acontecer. Já James Marsden fez um dos seus piores papeis, isso é se ele já teve algum bom, pois seu Milles é exagerado de trejeitos, perdido de olhares, ao ponto de que tudo bem surtar com o que ele fez, mas ficou sem base alguma a maioria de seus atos e entregas, e isso pesou demais no filme. Os detetives Ikari e Rale vividos por Suzy Nakamura e Hoogenakker ficaram meio que caricatos demais, tentando trabalhar sacadas e dinâmicas meio que contando com umas piadinhas irônicas, e assim não entregaram tudo o que podiam para ir além, mas conseguiram chamar atenção, e ao final o diretor lembrou de mostrar o motivo da detetive saber o que o médico tratava. Ainda tivemos participações bem colocadas de Joanna Kulig como a prostituta que visita o protagonista toda semana por quatro anos, Marcia Gay Harden como a ex-esposa e um rápido momento com Ray McKinnon como Muncie, o parceiro de assassinatos do personagem principal, mas quem acabou aparecendo mais e até tendo chance de chamar atenção foi Al Pacino com seu Xavier bem colocado como um grande amigo do protagonista.

Visualmente a trama teve uma boa pegada policial, com dois crimes bem representativos, com sangue e mortos espalhados no chão para que a equipe de polícia tivesse o que olhar e achar pistas, tivemos uma casa bem elaborada cheia de livros na casa do protagonista para dar a ele o título de Aristóteles Knox entre os amigos, uma casa quase que chalé aonde mora o filho e um rancho simples e rápido aonde vão, um restaurante sem grandes chamarizes, além de uma delegacia simples, ou seja, a equipe de arte não fez grandes elos, mas passou por muitas locações para representar tudo, além claro de ter muitos objetos e toda uma sacada para plantar as provas do crime de acordo com o plano final do protagonista.

Enfim, é um filme que não que tinha tudo para dar muito certo e se tornar um policial daqueles memoráveis, bastava ter um diretor melhor sem ser o protagonista, um coadjuvante melhor e um ritmo mais imponente, pois a história em si é bem boa e as sacadas com essas poucas mudanças acabariam ficando geniais, então diria que vale como um passatempo para quem curte o estilo, e nada mais do que isso. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Até Que a Música Pare

9/27/2024 09:40:00 PM |

Costumo dizer que nosso país é tão gigante que sequer conseguimos conhecer todas as culturas dos diversos estados e cidades, de modo que o que agrada no Sul pode ser estranho demais para os outros estados, ainda mais quando falamos de filosofia religiosa. E comecei o texto de "Até Que a Música Pare" dessa forma pelo simples fator de que o longa tem uma pegada filosófica interessante de ver, mas que não posso falar que a trama mesmo tendo uma pegada bonita, meio que puxada para o lado budista de mantermos a consciência por vidas em outros formatos versus a ideologia tradicional cristã, de não fazer coisas erradas e tudo mais, tenha conseguido me cativar, emocionar ou ter qualquer sentimento que me conectasse com a entrega na tela, pois foi bacana conhecer essa língua que nem sabia que era falada por aqui e antigamente na Itália, mas faltou um algo a mais que me pegasse, porém certamente para o pessoal da região, o resultado vai emocionar e até dizer algo a mais do que apenas uma trama de uma senhora que não quer que seu marido faça coisas erradas nas suas vendas e se reconecte ao filho morto.

A trama acompanha o casal Alfredo e Chiara, que, após o filho sair de casa para morar sozinho, começam a viajar juntos nos trajetos que Hugo faz a trabalho, como vendedor em bares da serra. Porém, quando Chiara conhece a vida que o marido leva em suas viagens, uma descoberta inquietante vem à tona para a abalar o relacionamento da dupla.

Diria que a diretora e roteirista Cristiane Oliveira trabalhou muito bem os personagens e o pequeno mundo a parte que é o sul do nosso país, aonde temos pessoas de muitas culturas europeias e situações que só eles mesmo têm, de modo que quando visitamos achamos lindo por um momento e ao mesmo tempo tão diferente que não conseguimos pensar em viver daquela forma, mas além disso ela deu um belo exemplo de como ocorrem as pequenas vendas de mascates que tem seu meio de venda, nem sempre muito legalizado, e ao discutir isso junto de política trouxe para a trama algo meio que diferente e reflexivo para o que vemos muito ocorrendo na TV e por vezes não aceitamos, mas fazemos, e não obstante disso, a diretora quis trabalhar a filosofia religiosa do budismo para sentir a presença de outra pessoa ou animal carregando a consciência e o karma do passado, estando ali vendo a coisa errada. E essa sacada acabou trabalhando também outro vértice que é o cunho religioso, afinal temos muito a base cristã presente no país, principalmente no Sul, e falar coisas de outras religiões por vezes assusta. Ou seja, foram dois temas difíceis de representar presentes na tela para uma única discussão artística, e dessa forma o filme funciona, porém não vai muito além, ficando meio que preso em quase um road-movie pela serra gaúcha que ficou sem grandes rumos.

Quanto das atuações, foram dois atores que particularmente não conhecia, acredito que talvez não tenham tantos trabalhos por aqui, mas se entregaram muito bem no que fizeram, de modo que Cibele Tedesco entrou por completo na personalidade de sua Chiara, foi doce e indignada nas mesmas proporções, soube questionar tudo com presença de traquejos e se manteve forte em todas as cenas que dependeram de sua entrega, agradando bastante com tudo o que faz, ou seja, segurou o filme com seu tom de voz calmo e direto, e não deixou que o filme se perdesse do seu redor, o que é um feitio de grandes atores. Já Hugo Lorensatti também fez bem os atos que precisava com seu Alfredo, sendo mais turrão e direto, mas deu boas entregas cênicas para a protagonista e não desapontou no que precisava fazer. O longa tem muitos outros personagens secundários que praticamente funcionaram quase que de forma de figuração, então nem vale destacar muitos, só valendo claro a base do ator italiano Nicolas Vaporidis ao dar a base do budismo na tela com seu Hugo, mas aparecendo pouco para ir mais além junto da namorada que é interpretada pela sempre bela Elisa Volpatto .

Visualmente a trama teve muitos atos em bares e pequenas vendas da serra gaúcha, teve uma casa simples, mas bem arrumada, alguns atos numa outra casa mais rica com uma festa um pouco mais requintada, e muitos atos dentro do Del Rey do protagonista, tendo claro o destaque para a tartaruguinha dentro de uma bacia, ou seja, uma trama econômica, mas bem alocada dentro de tudo o que o filme tinha para entregar.

Enfim, é um filme que tem sua proposta bem entregue, mas que acaba não indo muito além na tela, faltando um pouco mais de emoção para que o público se envolva com os personagens e com toda a ideia. Sendo assim, diria que recomendo a conferida nele a partir do dia 03/10 nos cinemas apenas para conhecer um pouco mais da cultura do sul, ouvindo uma língua que nem sabia que era falada por aqui, o talian, e fico por aqui agora agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Pandora Filmes pela cabine de imprensa, mas volto mais tarde para falar de outro filme, então abraços e até logo mais.


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Look Back

9/26/2024 11:59:00 PM |

O estilo de animação japonês é algo que tem de ser apaixonado pelo estilo para conferir, e o mais engraçado é que as sessões sempre são bem movimentadas por aqui, ou seja, é um nicho que cada dia cresce mais, mas e quando um filme fala sobre a paixão de desenhar os mangás e os animes, criar séries e se envolver através da arte? Essa é a proposta do longa "Look Back" que usando um estilo de traço que quase nem vemos mais, o famoso desenho a mão quase que sem computação alguma, entrega a história de uma desenhista de pequenas tiras no jornal da escola, que ao ficar enciumada com a entrada de outra jovem no jornal fazendo a mesma coisa acaba mudando seu estilo de vida, e quando se conhecem pessoalmente acabam mudando a vida uma da outra. Claro que a perspectiva num primeiro momento é de estranhamento pela forma na tela, pela dinâmica em si, mas com a quebra no clímax o resultado acaba sendo bem marcante, e com o pensamento de virada o resultado vai para rumos ainda mais pensantes. Dessa forma o resultado de ver na tela é bonito e até de certo modo filosófico, porém emocionou um pouco mais do que o normal algumas pessoas na sessão, e assim talvez alguns possam ir mais além com toda a ideia da trama.

A trama vai falar sobre Ayumu Fujino, uma estudante do ensino fundamental, tem seus mangás de comédia publica dos no jornal periódico da escola. Sua confiança absoluta em seu talento é abalada quando as tirinhas de Kyomoto, uma aluna reclusa e que não consegue frequentar as aulas presencialmente, também ganham espaço e a atenção dos alunos. O amor pela arte de desenhar mangás e a dedicação de ambas acabam unindo Fujino e Kyomoto, fazendo com que elas se esforcem para alcançarem seus sonhos, sendo um conto sobre juventude, união e amizade, mas também sobre alegria e tristeza, conquista e frustração, em um olhar único sobre como o esforço e a prática podem levar à perfeição, mas também proporcionam momentos incríveis durante essa jornada.

Depois de passar pelo setor de animação de grandes animações premiadas mundo afora, o diretor Kiyotaka Oshiyama pegou um dos mangás mais imponentes de Tatsuki Fujimoto para adaptar para as telonas e conseguiu desenvolver muito bem toda a trajetória das personagens, brincando com as facetas expressivas do desenho e fluindo bem cada ato com um desenho claro e direto, e o mais bacana que usando um estilo de traço 2D feito a mão que cada dia mais some do mercado, ou seja, é daqueles filmes que você além de entrar na história que vai remeter bastante aos amantes de desenhos simples feitos a mão também consegue brincar com as facetas emocionais pela entrega em si da história. Claro que é um filme bonito, que mostra que uma mudança na vida de uma pessoa pode ser completamente diferente se olhada de outra forma (aliás parabéns a distribuidora que não quis abrasileirar o título), e que com uma direção segura, porém confusa de se ver num primeiro momento, mas que depois de refletir faz total sentido, acabou sendo interessante e chamativo na tela.

Não vou entrar em detalhes dos personagens e suas expressões, pois o estilo japonês de animação é algo que você ama ou odeia, e particularmente não sou muito fã de grandes olhões e trejeitos meio que gritantes, mas foi bacana ver a paixão de fã mesmo de Kyomoto ao conhecer Fujino, e também nos atos finais todo o ar de culpa de Fujino na tela, de modo que mesmo sendo apenas uma animação você consegue enxergar muitos sentimentos nas personagens, e claro no desenvolvimento completo delas garotinhas e depois mais jovens.

Visualmente o longa tem um colorido diferente pelo estilo escolhido de desenho, sendo algo misto entre aquarela com traços mais fortes, não ficando algo tão seco na tela, nem tão computacional com texturas e sombras como estamos acostumados a ver nas animações atuais, de modo que brincaram bem na tela com as ideias tanto dos personagens, quanto nas movimentações dos desenhos das garotas, e assim o resultado acaba sendo interessante.

Enfim, é uma animação interessante que talvez emocione mais os amantes da história que conhecem o mangá original, mas que acabou ficando com um resultado bonito de ver também na telona, então acaba valendo a indicação para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Ainda Somos os Mesmos

9/26/2024 01:31:00 AM |

Olha, se eu apostasse que nesse ano não veria mais longas com a temática da ditadura, certamente já estaria devendo algum dinheiro, pois já perdi até as contas de quantos foram, e sei que ainda tem mais alguns para lançar talvez ainda até o fim do ano, afinal como já disse nas outras vezes está completando 60 anos do famoso golpe que tivemos por aqui. E para não focar somente no país, o longa "Ainda Somos Os Mesmos", que estreia nessa quinta 26/09 em vários cinemas pelo país, foi para o Chile para mostrar a história de algumas pessoas que conseguiram fugir do Brasil no começo dos anos 70, indo para o país que tinha acabado de eleger um governo democrático, porém como foi dado um golpe também por lá, muitos acabaram escondidos dentro da embaixada argentina para não serem mortos. E assim a trama desenvolve os dias lá dentro da embaixada, as tentativas da ONU de tirar algumas pessoas de lá de dentro vivas, e claro o resgate dos brasileiros que estavam lá para asilos em outro país. Diria que a trama tem uma pegada densa bem interessante, mas que talvez pudesse ter ido ainda mais além na tela sem precisar de tantos textos escritos para explicar, o que certamente necessitaria de um orçamento maior e de mais tempo de tela, porém ainda assim é um filme bem marcante e que mostra algo que muitos ainda não enxergam.

O filme se passa em 1973 no Chile, quando o país era considerado um dos mais perigosos do mundo após o golpe de estado de Pinochet. E nos conta a história de Gabriel, que ao sair do Brasil para fugir da ditadura civil-militar em busca de liberdade e de uma nova vida, encontra um contexto de insegurança e violência dos militares e policiais chilenos. Na época, os únicos lugares seguros no país eram as embaixadas e, após três anos no Chile fugindo do exército, Gabriel encontra abrigo na Embaixada Argentina, onde conhece Clara e centenas de brasileiros que estão em busca da sobrevivência. O pai de Gabriel, Fernando, que permaneceu no Brasil, tem a missão de resgatá-los.

O diretor e roteirista Paulo Nascimento tem boas ideias para suas tramas, e consegue contar bem o que tem em sua mente, porém um defeito dele que já peguei nos três filmes dele que conferi é que acaba expandindo demais suas histórias para lados que talvez não precisasse ir, e encurtando outros momentos que talvez merecessem uma melhor atenção, e aqui ele repetiu esse feitio, de modo que dava para seu filme ter uns 20 a 30 minutos a mais para mostrar talvez o que aconteceu com a jovem que foi levada para o estádio, e talvez encurtar um pouco mais o drama ali dentro da embaixada, que aí o filme ficaria mais completo, sobraria tempo para desenvolver algo a mais, e ainda emocionar mais, pois embora o tema seja forte, tenha cenas impactantes bem trabalhadas, faltou o fator que botaria o público dentro do seu filme. Claro que em momento algum estou falando que o longa ficou ruim pela escolha feita, muito pelo contrário, aqui ele fez algo muito melhor que seus outros longas, porém faltou aquele ato que fizesse o público se desesperar, e infelizmente não foi o de Carol Castro como certamente ele e alguns imaginariam que fosse.

E já que comecei a falar das atuações, não lembro de ter visto nenhum dos filmes que o jovem Lucas Zaffari fez, mas aqui mostrou muita expressividade com seu Gabriel, conseguindo ter atos marcantes e cheios de traquejos, e se desenvolvendo bem na tela até chamou bastante atenção com o que fez, claro que com as muitas quebras e um excesso de personagens em cena se perdeu um pouco, mas agradou com o que precisava fazer. O personagem Fernando, pai do protagonista, que Edson Celulari faz é cheio de intensidade expressiva (até demais para um empresário), e por pouco não rouba as cenas do filme, de modo que poderia ter sido mais contido de trejeitos, mas a representação de alguém de sucesso que tinha muitas influências no governo e que acabou ajudando sempre é bacana de se mostrar, e isso o ator fez bem na tela. A personagem Clara de Carol Castro talvez tivesse um impacto maior se sua trama tivesse sido mais desenvolvida na tela, pois até nos é contado tudo o que aconteceu e o que ela vivenciou, mas isso falado por outro personagem não marca o público, de modo que acabou ficando apenas como uma mulher maluca que está ali no meio, e embora ela tenha feito isso brilhantemente, com uma cena final impactante e bem forte, faltou o ato emocional mesmo para quem confere. Ainda tivemos outros bons personagens vividos por Nicola Siri com seu Gonzaga sempre solicito e que praticamente conta tudo para o protagonista, e claro Néstor Guzzini como o embaixador argentino que foi direto e bem ciente da situação que virou a sua terra ali no meio do caos.

Visualmente a trama se passou quase que inteiramente dentro da embaixada argentina no Chile, mostrando o lado de fora sitiada de soldados prontos para invadir a qualquer momento, e lá dentro a superlotação de pessoas brasileiras e de outras nacionalidades, tendo controles paralelos, pouca comida, pessoas surtando, faixas de protestos e tudo mais, mostrando que a equipe de arte gastou pouco para que um ambiente caótico ficasse marcante na tela. Ainda tivemos algumas cenas no Brasil, mostrando um empresário bem rico visitando embaixadas, tendo contato com generais e tudo mais, e ainda algumas cenas espaçadas para lembrar o que rolou com o jovem e sua namorada ao chegarem no país., além de um último ato com um ônibus e um hangar bem simbólico para a trama.

Enfim, é um filme interessante e marcante que mostra uma perspectiva diferente dos demais longas que envolveram os anos da ditadura tanto brasileira quanto chilena, mostrando o meio do caminho, e assim acaba tendo seu valor histórico e claro uma representação bem trabalhada na tela, valendo então a recomendação de conferida nos cinemas à partir do dia 26/09. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje agradecendo claro o pessoal da Palavra Assessoria e da Paris Filmes pela disponibilidade da cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Bandido (Bandit)

9/25/2024 09:56:00 PM |

Sei bem que muitos não gostam de ver histórias reais de bandidos, e se forem realizados no país então, quase surtam querendo botar fogo nos cinemas além de boicotarem as sessões, porém quando acontece lá fora está tudo certo, e acaba bombando nos cinemas e nos streamings. Como eu não ligo e gosto apenas de ver bons filmes, é claro que vejo todos, e o longa "Bandido" que foi lançado em 2022, mas sequer passou pelos nossos cinemas, chegou agora na Netflix e trouxe uma trama bem divertida e cheia de sacadas ao contar a história do maior assaltante de bancos que o Canadá já teve nos anos 80, que agora já cumpriu sua sentença e resolveu colaborar com um livro e claro que viraria filme nas mãos de um bom diretor, e claro, de bons atores, e a base é toda leve e até engraçada, pois mostra o quão fácil era roubar um banco por lá na época, bastando entregar um simples bilhete para a caixa e sair com a grana, e acabou sendo inusitado também por mostrar o nível de imaginação do ladrão para seus disfarces, e claro convencer sua namorada do que estava fazendo, ou seja, o cara era muito bom de lábia, e até um pouco exibido, o que claro na personalidade de Josh Duhamel ficou ainda maior. Ou seja, não é um tremendo filmaço, mas tem uma boa pegada, então acaba valendo o play pela diversão entregue como um bom passatempo baseado em algo que realmente aconteceu.

A sinopse é bem simples para não entregar muita coisa, e nos conta que após escapar de uma prisão em Michigan, um charmoso criminoso profissional assume uma nova identidade no Canadá e assalta um recorde de 59 bancos e joalherias enquanto é caçado por uma força-tarefa policial.

Diria que o diretor Allan Ungar até foi bem ousado com o trabalho que fez com o livro que tinha em mãos, pois se deixou levar pela criatividade e acabou brincando bastante com um lado mais ficcional na tela, quebrando por vezes a quarta parede com o protagonista, e ainda colocando na tela a frase "isso ocorreu realmente" em algumas situações bem bizarras como ele pedindo pizza, ou seu parceiro em determinado roubo deixando a arma na cena do crime, e isso é algo que muitos diretores precisam aprender, afinal já disse isso várias vezes que se quisermos ver algo real na tela vamos conferir um documentário, então tem mesmo que aumentar o ego do personagem, brincar com cenas malucas e impossíveis e assim fazer com que tudo soe mais imponente, ou seja, o acerto pode até ficar "não" real, mas acaba divertindo e entretendo, e isso é a função do cinema de ficção, que o diretor soube fazer com primor.

Quanto das atuações, já falei no começo, mas a escolha de Josh Duhamel para o protagonista Robert/Gilbert foi sensacional, pois o ator tem todo um galanteio, se acha mais do que tudo, e principalmente consegue passar toda essa personificação para os seus personagens, e aqui foi ousado, foi certeiro, e brincou como nunca num papel que lhe deu toda a abertura para isso, agradando demais, e até indo além, pois outros talvez deixassem o longa mais cansativo, mas seu estilo fluiu e ajudou muito o diretor. Elisha Cuthbert também deu um bom tom para sua Andrea, soube segurar suas dinâmicas junto ao protagonista, e não deixou que a personagem ficasse como uma mulher submissa, entrando na onda do crime e sendo uma cúmplice rica sem reclamar do dinheiro, o que geralmente acontece na vida real. Uma coisa muito engraçada em Nestor Carbonell é que seus olhos sempre parecem estar pintados com rímel, e aqui até brincaram com isso nos diálogos, pois a trama mostra bem o período que Boy George fez muito sucesso no país, e aqui seu detetive Snydes tem traquejos meio que exagerados, mas que funcionaram bem dentro da proposta da trama. Ainda tivemos outros bons personagens, sem grandes chamarizes, valendo apenas um leve destaque para Mel Gibson como o parceiro de negócios do protagonista, Tommy, que inicialmente era quem o detetive tentava prender, e também Swen Temmel como o outro detetive que entra na caçada, mas mais pelo estilão seco e sonhador.

Visualmente o longa trabalhou bem os diversos bancos, os vários disfarces do protagonista, e até o clube aonde Tommy era dono e o protagonista ia para levar o dinheiro dos roubos, tendo muitos atos também nas casas dele, vários atos dentro de aviões e alguns momentos em prisões, sendo tudo bem rápido e entregue mais como locações dinâmicas para mostrar a astúcia e diversidade de estilo do personagem principal, que acabou agradando bastante na tela.

Enfim, é um filme que tem uma pegada ousada, dinâmica e bem colocada, que não tenta ser maior do que desejavam, divertindo na medida certa e servindo como um bom passatempo descontraído, aonde quem não liga para exageros vai curtir bastante, já aqueles que esperarem algo mais real vai notar que o diretor se deixou levar pela criatividade. Então fica a dica, e eu fico por aqui agora, pois vou engatar mais uma cabine de imprensa que acabou de chegar no meio do longa, então abraços e até logo mais.


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Netflix - As Três Filhas (His Three Daughters)

9/24/2024 10:48:00 PM |

A maioria das pessoas têm o péssimo hábito de dar play em filmes introspectivos em momentos meio que errados, pois acabam não entrando por completo na ideia do longa, e isso é um erro gigantesco, afinal o diretor e/ou roteirista escreveram seu longa não apenas para ser visto, mas para dialogar com o espectador, mostrar algo que aconteceu com eles, e claro para que a reflexão flua na tela, então costumo dizer que o melhor momento para assistir filmes desse estilo é estar realmente num dia ruim, ou então pensativo com algo para que as energias batam, e isso muda muito as perspectivas do resultado final do longa. Dito essa ideologia maluca do Coelho, o filme "As Três Filhas" que entrou nessa semana na Netflix mostra bem a essência de conhecer mais a vida de outros familiares nos momentos finais de alguém próximo, aonde você passa a conhecer um pouco mais da vida tanto da pessoa que está indo, como daquela que você apenas julgou um dia sem conviver ou conhecer tudo o que fez no período que esteve ausente ou longe, e essa pegada que foi escolhida até envolve bem, traz alguns elos mais chamativos, e claro conta com boas atuações das protagonistas, mas voltando na minha ideia, se você não se conectar com a trama, a chance de apenas achar tudo cansativo é bem grande.

O longa apresenta a história emocionante e por vezes engraçada de um patriarca idoso e as suas três filhas adultas que deixaram suas vidas para ficar com o pai em seus últimos dias de vida. Katie é uma mãe controlada do Brooklyn que está enfrentando alguns embates com a sua filha adolescente e rebelde. Sua irmã, Christina já se encaixa em um outro padrão de mãe: ela é mais compreensiva e está separada dos seus filhos pela primeira vez. Completando o trio de irmãs está Rachel, diferente das suas outras irmãs, e para desgosto delas, esta nunca deixou a casa do pai e faz o uso da maconha como fuga. As irmãs seguem por três dias voláteis, enquanto a morte do alicerce delas se aproxima, as queixas irrompem e o amor se infiltra pelas rachaduras de um lar fraturado.

O diretor e roteirista Azazel Jacobs acabou criando uma trama tão fechada de ambientes que facilmente daria para qualquer outro diretor dirigi-la em um teatro caso queiram futuramente, pois a grande base da trama está nos diálogos das protagonistas, tendo algumas leves quebras com os enfermeiros, mas quase que todo sendo bem marcado pelas histórias das jovens, seus problemas atuais, passados e tudo que está acontecendo nas suas dinâmicas familiares ali no apartamento do pai que está falecendo, e também fora dali aonde algumas tem suas vidas e desenvolturas. Ou seja, a ideologia da trama foi bem concebida para não precisar depender do ambiente, de elementos cênicos ou de qualquer outra interação que não seja das protagonistas, e nesse formato ele se assegurou em não falhas com o que tinha em mãos, e principalmente não deixou que o longa cansasse o espectador com uma história meio que fúnebre demais, e assim o resultado acaba funcionando e agradando na tela.

Claro que em um filme que a dependência ficou toda a cargo das atuações, não poderiam ter escolhido simples atrizes sem uma explosão dialogal bem marcante, de modo que Carrie Coon coloca para sua Katie toda a explosão que está vivendo fora do ambiente com a preocupação da filha adolescente, aonde acaba projetando também as insatisfações na irmã que viveu sempre calmamente ali com o pai, aonde vemos traquejos densos e dinâmicas fortes por parte da atriz que segura bem toda a trama, e acaba agradando com o que entrega. Já Elisabeth Olsen trabalhou para que sua Christina fosse a base mais calma da trama, meditando e segurando o conflito entre as outras irmãs, experimentando um pouco o estar fora de seu ambiente tradicional, e sua respiração na tela entrega muito da personificação que escolheu, de modo que o único ato que ela sai do eixo, acaba chamando mais atenção ainda das demais, e mostrando que a atriz tem bem essa pegada dupla na maioria dos filmes que faz, ou seja, foi muito bem no que fez. Agora quem imagina que Natasha Lyonne se deixou solta e jogada não vê a personalidade que deu para que sua Rachel fosse densa também, afinal viveu muito mais com o pai do que as demais irmãs, e conhecendo muito mais ele, acaba passando sua visão para as outras, desenvolvendo algo mais marcante e intenso, claro que com uma amplitude bem diferente. Ainda tivemos boas sacadas com a ideia do anjo da morte para o personagem Angel que foi vivido por Rudy Galvan, mas claro tirando o trio de atrizes quem acaba chamando muita atenção no ato final foi Jay O. Sanders como o pai refletindo tudo o que fez em sua vida.

Visualmente o longa é todo fechado em cima de um apartamento simples, aonde ficamos quase que o tempo inteiro na sala com as protagonistas, tendo alguns atos rápidos na cozinha, e outros na rua em frente ao prédio aonde a mais jovem vai para fumar, e claro seu quarto bem bagunçado, de modo que a equipe teve apenas que se ater às roupas antigas, o caderninho aonde a protagonista tenta escrever o obituário do pai, e mais próximo do fim os fios dos equipamentos, mas nada que chamasse atenção ou fosse marcante realmente dentro da proposta artística da trama, tanto que como falei, facilmente o longa pode ser adaptado para uma peça teatral.

Enfim, é o famoso filme básico que vale a conferida mais para reflexões de como lidamos com a vida, com pessoas próximas e outras não tão próximas, e que acaba fluindo bem na tela para vermos as discussões que podem levar ou não a algum lugar, mas principalmente para conhecimento de proximidade, e assim agradar não apenas você, mas todos ao seu redor que precisem daquele algo a mais. Sendo assim fica a dica para verem o longa na plataforma não esperando tanto um filme que vá trazer grandes lições ou entretenimentos, mas que vai agradar ao pensarmos mais além. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Ligação Sombria (Sympathy For The Devil)

9/24/2024 12:11:00 AM |

Sabemos bem que filmes que contenham Nicolas Cage não dá para esperar muita coisa, afinal o ator virou daqueles que cai de paraquedas em qualquer produção mediana apenas para levar seus fãs para verem ele fazendo alguma coisa diferente, ou então para pagar seus muitos impostos como alguns dizem por aí, mas na maioria das vezes o filme até acaba sendo aceitável e interessante de ver, porém hoje com "Ligação Sombria" o longa enrola tanto que mesmo tendo um final funcional dentro da proposta, o resultado mais cansa do que surpreende. Ou seja, é daqueles filmes que a situação tem tudo para dar errado, tem tudo para parecer levar para um rumo comum, mas que ao tentar uma inversão completa não chega aonde queriam chegar, e assim desanima por completo lá na metade.

A trama segue o motorista, que é forçado a dirigir para um homem enigmático. À medida que a viagem continua, o motorista começa a perceber que algo está profundamente errado com seu passageiro, cujas intenções parecem ser demoníacas. Isolado em seu carro e seguindo à risca as regras impostas pelo passageiro violento, o motorista enfrenta uma série de acontecimentos inesperados ao longo da noite. Conforme a tensão aumenta, ele descobre que os verdadeiros objetivos e a natureza do misterioso passageiro vão muito além do que ele poderia imaginar, revelando um intrincado jogo psicológico onde nada é o que parece.

Se o filme anterior de Yuval Adler ("Os Segredos Que Guardamos") foi algo sensacional, mostrando muita pesquisa e estilo, aqui ao pegar um texto do roteirista estreante Luke Paradise, ele já não demonstrou a mesma precisão na tela, de modo que seu filme pareceu algo que tenta criar tensão a todo momento, mas não consegue, aonde vai empurrando as situações, vamos ouvindo o diálogo entre os protagonistas, vendo caras e bocas a todo momento, mas que quando parece que vai sair algo, voltam para a mesma ladainha, que acaba cansando. Claro que a inversão final era bem esperada, e funciona dentro da proposta do longa, mas talvez ela ocorrendo antes, e dando mais alguns minutos de tela depois, o resultado talvez chocaria com o desenrolar da situação, mas aí eu estaria inventando o roteiro, e não é esse o objetivo daqui.

Quanto das atuações, diria que Nicolas Cage até fez alguns trejeitos fortes e meio psicóticos como o passageiro misterioso, mas são suas famosas caras e bocas que já vimos em todos seus filmes, e seu ato mais explosivo até consegue soar interessante de ver, mas também não vai muito além. Já Joel Kinnaman deve estar até agora se perguntando o que queriam dele como o motorista, pois tenta fugir a todo momento, tenta trabalhar alguns trejeitos meio que desesperados, e até tem um ato final bem interessante, mas não vai muito além, e assim acaba ficando bem no meio do caminho. Já todos os demais apenas apareceram, alguns ficaram com mais medo, outros nem tiveram tempo de fazer muita coisa que já levaram bala na cabeça, então é melhor nem ir a fundo falar de cada um.

Visualmente a trama se passa quase que inteira dentro de um carro, tendo alguns atos externos importantes como o ato do abastecimento em um posto que poderia ter sido mais impactante, e claro toda a tensão explosiva dentro da lanchonete, com uma pegada bem trabalhada da equipe de arte para jogar coisas nas fritadeiras, ter muitos tiros, e claro tudo pegando fogo com as bebidas, de modo que essa cena inteira é praticamente o desenrolar do filme, e valeria até ser maior.

Enfim, não posso dizer que é uma bomba completa, pois entretém dentro da proposta que queriam fazer, mas que não impressiona e nem surpreende com o desenrolar da trama, isso acontece aos montes, sendo apenas mais um filme que os fãs de Nicolas Cage acabarão indo conferir, e o restante acabará vendo por tabela e mais reclamando do que gostando do que acaba sendo mostrado na tela, então nem vale a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Transformers - O Início em Imax (Transformers One)

9/21/2024 06:43:00 PM |

Sabemos bem que a franquia Transformers é daquelas com muitos altos e baixos e que alguns amam e outros odeiam ferozmente, mas se teve um capítulo que ela funcionou de forma unanime foi quando tiveram os desenhos animados passando na TV nos anos 80, pois ali tanto as crianças da época (eu me incluo nesses) quanto os adultos viam e gostavam das interações, então o que os estúdios resolveram fazer agora que a franquia anda meio que desgastada com críticas pesadas rondando, vamos voltar ao início de tudo, só que de forma animada! E pronto, conseguiram entregar na tela com a animação "Transformers: O Início" como era a vida dos amigos Orion Pax e D16 antes de virarem grandes inimigos, e claro como era a vida em Cybertron durante um período difícil, fazendo com que a trama tivesse muita desenvoltura cênica, um colorido incrível que mesmo nas cenas mais densas acaba passando uma energia bacana para o público, e que claro deve dar resultado para fazerem mais uns dois ou três filmes animados antes de chegar no ponto que conhecemos dos filmes live-action, afinal dando um leve spoiler, a briga só começa mesmo na última cena, e na cena pós-crédito, então vamos aguardar o que virá pela frente, pois como produtor Michael Bay não é bobo e nunca irá largar sua galinha dos ovos de ouro.

A sinopse é bem simples para não entregar muita coisa, nos falando apenas que o longa conta a história de origem de Optimus Prime e Megatron, os maiores rivais da franquia, mas que um dia foram amigos tão ligados quanto irmãos e que mudaram o destino de Cybertron para sempre.

Após tentar revigorar a franquia "Toy Story", o diretor Josh Cooley caiu nas graças dos produtores de Transformers e foi convidado para dar um novo capítulo para a saga dos robozões alienígenas, e mostrou muita personalidade com o que fez, pois pegou uma história desconhecida do público e levou ela para patamares imponentes cheios de estrutura, aonde cada detalhe acaba contando na tela, desde o trabalho nas minas, a corrida dos carros, até a ida para a superfície e a descoberta dos verdadeiros vilões do planeta, ou seja, tudo muito direto e rápido na tela, sem ter tempo para enrolações ou as famosas dinâmicas alongadas explicativas e cansativas, de modo que o roteiro chegou pronto até as mãos do diretor, mas ele conseguiu não deixar apenas o básico na tela, colocando muitos ambientes com profundidades incríveis, e claro personalidade para que os personagens fossem imponentes e chamativos como conhecemos. Ou seja, se eu fosse os produtores já negociava o salário do cara para algumas continuações, pois deve brilhar assim que estrear oficialmente na próxima quinta.

Como em animações não ligo de ver dublado, afinal não é o ator que está ali, foi bem bacana ver a versão nacional na telona, pois Mauro Horta conseguiu trabalhar seu Orion Pax/Optimus Prime com tanta imponência, criando facetas emocionais bem colocadas para que o grande líder dos Autobots fosse mostrado como um garoto sonhador e cheio de coragem para se meter nas maiores roubadas do planeta para descobrir aonde tinha ido toda a energia vital de seu mundo, ou seja, funcionou muito bem. Claro que deram um bom grave na voz de Rômulo Estrela para que seu D-16/Megatron ficasse marcante, aliás acredito que ficou até melhor do que a versão legendada, afinal Brian Tyree Henry deve ter dado um tom mais cômico para o papel, e aqui ele conseguiu deixar o robozão cinza com traquejos mais densos e marcantes, e claro cheio de dinâmicas durante toda a trama. Agora a melhor escolha da dublagem para o ultratagarela robô B-127/Bumblebee foi Marcus Eni, pois ele conseguiu deixar o robô ainda mais divertido do que já era, roubando a cena em alguns momentos engraçados que divertirão com toda certeza os menorzinhos que forem conferir. Ainda tivemos Camila Queiroz dando boas nuances para Elita-1, mostrando uma robô cheia de dinâmicas e intensidades, não levando desaforo para casa, Alexandre Maguolo bem marcante também com seu Alpha Trion, e claro Klebber Toledo dando todo o ar de vilania e soberania para que seu Sentinel Prime tivesse mais do que uma personalidade na tela.

Visualmente a trama teve uma entrega bem colorida para mostrar uma Cybertron bem tecnológica, mas também com muito trabalho quase escravo nas minas, colocaram trens que vão construindo seus próprios caminhos, muitos robôs de todos os tipos possíveis, desde animais até alguns gigantescos e outros menores voadores, alguns sem poder de transformação, com todos vivendo dentro do núcleo do planeta de muitos níveis, e claro uma superfície quase não explorada ainda, com formações rochosas sendo transformadas no piscar dos olhos, ao ponto de mostrar que a equipe criativa brincou com formatos, estilos e deu um show na tela. Optei por ver o filme na Imax sem ser em 3D, mas se assim já deu para ver muita coisa em movimento com profundidades e dinâmicas bem interessantes, acredito que quem for conferir ele na tecnologia a partir da semana que vem irá sair da sessão com muita vertigem, então depois contem como foi o resultado nos comentários.

Enfim, não tinha dado quase nada para o trailer quando vi, achando que seria apenas mais uma tentativa de voltar na linha temporal da franquia, mas confesso que acabei gostando bem mais da versão animada do que dos últimos trabalhos de live-action, pois o excesso de realismo andou deixando alguns robôs forçados demais, então agora é torcer para que sigam brincando com mais desse Universo da franquia, e vamos ver o que vai rolar nos próximos anos. E claro fica a dica de conferida para quem quiser nesse sábado e domingo com pré-estreias pagas, e a partir da próxima quinta oficialmente estreando em todas as salas dos cinemas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até lá.


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Passagrana

9/21/2024 02:33:00 AM |

Desde o dia que vi o trailer de "Passagrana" já coloquei na mente que era um filme que certamente iria gostar, principalmente por ser algo diferenciado do tradicional em nosso cinema nacional, mas que também aparentava ter uma pegada interessante de nuances e que tinha um estilo próprio que identifico como algo que faria também em uma produção, mas aí já entrou um grande problema que sempre falo para ninguém fazer que é o de criar uma expectativa, e hoje chegou a hora de conferir ele finalmente. E o que posso falar logo de cara é que o diretor é maluco, pois é o famoso filme que tudo pode dar muito errado, tudo pode soar falso, e principalmente muita gente pode não entender a ideia da trama, mas quem fez audiovisual/cinema ou é um apaixonado pelas técnicas sabe bem como são as técnicas e os bastidores de uma produção, e você criar a ideia de estar filmando um filme para roubar um banco é muita insanidade, mostrar técnicas de roubo, de treino, de tudo mais para algo ainda maior acabou sendo brilhante na tela. Ou seja, é muito acerto para um estreante, que claro ousou bem com tudo na tela, deixou uma possibilidade de continuação, e mais do que isso, brincou com personagens desconhecidos do público, mas que cativam e criam um carisma, e assim o longa flui muito fácil. Claro que teve situações que davam para ser eliminadas na edição, mas é tanta dó com o primeiro filho que sabemos que não iam diminuir uma vírgula do que foi pra tela, e assim sendo veja a obra com carinho, pois ainda vamos ouvir muito o nome do diretor.

O longa nos conta que Zoinhu, Linguinha, Mãodelo e Alãodelom, são amigos desde crianças que se viram como podem, fazendo pequenos golpes para pagar as contas e o pão de cada dia. Porém, isso preocupa Zoinhu, já que o grupo corre o risco todos os dias de serem presos pelos crimes que cometem. Para ele, se está difícil agora, tudo pode complicar na cadeia. Mas a paz definitiva pode estar próxima, já que surge uma oportunidade de um golpe que pode trazer muito dinheiro, mas também um golpe muito ousado que requer bastante planejamento. Ao aceitar o golpe, mal sabiam eles que se envolveriam com a gangue de Britto, um policial corrupto, que começa uma busca implacável atrás de quem arruinou o seu esquema.

Costumo dizer que fazer o primeiro filme é algo que geralmente muitos erram por exagerar na história que quer contar, fazer algo que só ele vai entender (o famoso filme feito para o umbigo), e claro alongar algo que poderia ser reduzido na tela para funcionar melhor, porém o diretor e roteirista estreante Ravel Cabral colocou a cartilha completa de bons filmes de ação, de assalto e até mesmo de um filme dentro do outro debaixo do braço e conseguiu brincar com toda a ideia que tinha na tela, fazendo com que sua trama não ficasse arrastada, não ficasse cheia de cenas inúteis e repetidas, e jogou na tela algo que de simples só as locações básicas que fazem parte da história, e assim criou algo dinâmico que funcionou redondo na tela, que como já disse no começo dava para reduzir um ou dois atos para que ficasse com 90 minutos cravados, mas como não cansa o que deixou, acabou funcionando da forma entregue, e assim espero ver logo mais outros longas dele, para ver se foi apenas uma ideia ou se tem estilo mesmo e vai dominar esse estilo de cinema.

Quanto das atuações, o jovem Wesley Guimarães foi muito cheio de trejeitos e sacadas para que seu Zoinhu tivesse estilo, passasse um ar de diretor e ainda corresse pra valer dos policiais, de modo que entregou personalidade e agradou bastante, mesmo tendo alguns atos com cara voando parado na mente. Juan Queiroz foi bem direto com seu Linguinha, trabalhando mais em cima da explosão e na amizade com Zoinhu, criando algumas dinâmicas de quebra bem interessantes e sabendo segurar bem a tensão nos atos principais. Elzio Vieira brincou bastante com seu Mãodelo, sendo um pouco mais fechado do que os demais nas cenas, mas não desapontou quando precisou entregar atos divertidos e bem encaixados. Já Wenry Bueno foi o que mais se divertiu com seu Alãodelom, fazendo traquejos cheios de estilo, brincando com olhares e dinâmicas, e sabendo se colocar nas principais cenas para aparecer e não apenas participar. Giovanna Grigio foi bem usada com sua Joana, trabalhando bem o que é ser atriz no país, tendo de fazer mil testes e encarar peças para amigos irem para se bancar, agradando com trejeitos fortes e boas dinâmicas na tela. Ainda tivemos bons atos com Caco Ciocler fazendo de seu Britto o tradicional policial corrupto e bem violento, que passa medo em todos, Irene Ravache como  uma Dona Ingrid direta e reta no teste e no ato de assalto, e até Luciana Paes com sua Ingrid e Marco Luque como Comandante arrancaram boas cenas divertidas, fora a participação incrível de Carol Castro como ela mesma e do próprio diretor Ravel Cabral como o gerente do banco.

Visualmente a trama foi bem singela, mas cheia de bons elementos, tendo um galpão aonde fizeram os ensaios para o assalto, uma sala de testes simples, o próprio banco, uma sala de controle de alarmes e a respectiva policial/monitora do outro lado no telefone e no computador, um bar e um teatro simples, além de um carro de viatura e alguns caminhões, mas tudo com muitos detalhes, muitos elementos cênicos, e claro muita vontade de entrega, pois cada mínimo detalhe acaba representando bem toda a interação e o funcionamento na tela.

Enfim, já disse que não é um filme perfeito, que tem algumas falhas comuns de vermos em algumas estreias de diretores como afobação de acelerar alguns atos e segurar outros, e também a simplicidade de alguns momentos que dava para dar um pouco mais de luxo, mas o resultado na tela funcionou bastante e me divertiu demais numa última sessão de uma sexta-feira pós semana inteira de trabalho sem cansar, então é para indicar com gosto para todos conferirem. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Golpe de Sorte em Paris (Coup de Chance)

9/20/2024 09:31:00 PM |

Costumo dizer que tem diretores que vou conferir sabendo exatamente o que irei ver na tela, pois suas obras acabam tendo o seu estilo tão próprio que acaba não sendo mais uma novidade na tela, e isso não é algo ruim, muito pelo contrário, acaba sendo uma delícia quando no caso é um Woody Allen com seus quase 100 anos! E porque comecei o texto de "Golpe de Sorte em Paris" dessa forma? Pelo simples fato de que vemos um filme clássico do diretor, com suas boas sacadas, suas trilhas sonoras tradicionais, seus personagens típicos, mas com uma forma tão leve, sarcástica e deliciosa de ver que acabamos viajando pelo espaço cênico, e nos envolvemos tanto com os protagonistas que passamos a torcer e esperar pelo que vai ocorrer ao final, que por incrível que pareça é surpreendente, mesmo esperando por algo do tipo.

O longa nos apresenta a história de Fanny e Jean, dois parceiros que têm tudo o que um casal ideal parecem ter: são realizados na vida profissional, vivem em um apartamento que seria o sonho de qualquer pessoa, em um dos melhores bairros de Paris e parecem estar completamente apaixonados e felizes como se todos os dias fossem o primeiro dia juntos. No entanto, um dia Fanny têm os seus caminhos cruzados, pelo acaso, com Alain, um antigo amigo de colégio e que agora é escritor, ela é imediatamente rebatida ao encantamento. Eles se reencontram muito rapidamente e aos poucos vão se conhecendo cada vez mais, colocando a Fanny a entender que ela está vivendo uma vida da qual não gostaria, abrindo margem aos conflitos entre o controle e a imprevisibilidade.

Em seu primeiro filme não falado em inglês, o diretor e roteirista Woody Allen volta a Paris, aonde foi na minha opinião o seu melhor filme, para trazer com um frescor uma trama que acaba misturando traição, investigação e acaso, que de uma maneira tão imponente e bem colocadas na tela não acaba sendo incômoda, muito pelo contrário, ela floresce como dúvidas, se impõe como afirmações, e se desenvolve sem abusar do expectador como algo bem sacado e agradável de ver, ao ponto que vamos montando junto com o diretor a história na tela e esperando que tudo dê muito certo, ou não, e isso como é comum dele, acaba sendo brilhante de ver. Não sei se esse será seu último filme, mas ainda fazendo tão bem seu serviço, para nossa alegria, gostaria de ver outros mais.

Quanto das atuações, estava acostumado a ver Lou de Laâge com semblantes mais densos em outros filmes, que aqui sua Fanny estava tão solta na tela, que mesmo seus atos com trejeitos mais preocupados acabaram sendo leves e bem encaixados na tela, tendo graciosidade e também estilo, o que mostra um acerto da direção em escolher ela, de modo que funciona sem precisar apelar, e agrada com atos simples bem feitos. Já Melvil Poupaud trabalhou seu Jean com um semblante meio que sério e até meio que psicótico, que qualquer um realmente desconfiaria de todos os seus atos, e isso ele passou bem para que seu personagem chamasse atenção e fluísse na tela, ou seja, mesmo sendo estranho, agradou. Diria que Niels Schneider forçou um pouco com seu Alain, de modo que claro ficou nítido estar cantando a garota desde a primeira cena, mas dava para o personagem pegar mais leve na paixonite desenfreada, mas o ator entregou o papel bem e acabou chamando atenção dentro do seu tempo de tela, e assim acertou também. Ainda tivemos boas cenas com a mãe da protagonista e também com os investigadores, mas sem dúvida quem acabou chamando atenção foi Sâm Mirhosseini com seu Dragão brucutu pronto para resolver os problemas do rico e levar toda a culpa por dinheiro, ao ponto que soou até divertido na tela.

Visualmente a trama mostrou um apartamento riquíssimo, cheio de ambientes chiques, muitos elementos decorativos bem marcantes como a morada dos protagonistas, uma casa de campo também bem imponente, e o apartamento singelo e boêmio do escritor, juntando ainda muitas cenas em praças e numa floresta para as caçadas, além da ferrovia em miniatura do protagonista, mostrando algo bem requintado e até mimado demais, mas como costumo dizer ricos tem suas excentricidades, e os detalhes nos filmes do diretor sempre trazem algo a mais, e aqui não foi diferente.

Enfim, é um filme que é gostoso de ver, mas que tem um defeito até estranho, de mesmo não sendo longo demais, ele é alongado ao ponto de até parecer bem maior, e mesmo não cansando o espectador, acaba sendo esquisito nesse sentido, mas como não é nada que atrapalhe, não acaba sendo algo que muitos irão sentir, apenas achei que a musiquinha acabou ajudando a dar essa sensação na trama. Sendo assim, é claro que recomendo a conferida, pois pode ser o último filme do diretor da o que é uma pena, mas ainda com muita classe e diversão para quem gosta do seu estilo, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto logo mais com outras dicas, afinal hoje é sexta, e um filme só é pouco para o Coelho sedento, então abraços e até daqui a pouco.



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