A Substância (The Substance)

9/20/2024 12:53:00 AM |

Fazia muito tempo que eu não ia ao cinema sem saber nada de um filme, sem ter visto o trailer, nem ter lido a sinopse, de forma que apenas tinha pego o pôster para colocar na crítica e visto o horário da sessão, e meus amigos, fui me divertindo e surpreendendo com algumas cenas fortes durante toda a exibição do longa, ficando até enjoado com alguns atos meio que nojentos, mas quando chegou na cena final de "A Substância", não teve como segurar o meu queixo, pois é algo exatamente descrito como no pôster: "insano pra ca**lho" com letras maiúsculas no maior grito possível. Ou seja, é bizarro, é horroroso e ao mesmo tempo é incrível demais para quem ama filmes de terror, de tal forma que já vi muitos filmes toscos que forçam com algumas cenas para que você passe mal, mas a entrega aqui é algo que jamais em minha vida vi até hoje no cinema, sendo uma trama que é 10000% fictícia e impossível de se imaginar dentro da realidade, mas que se fosse possível acaba sendo brilhante, como algo tão surreal conseguiu ser pensado, e o melhor, de um modo simples e intenso que funciona demais dentro da ideia de ser jovem e eternamente bela.

A sinopse nos conta que Elisabeth Sparkle (Demi Moore) é uma celebridade em declínio que enfrenta uma reviravolta inesperada ao ser demitida de seu programa fitness na televisão. Desesperada por um novo começo, ela decide experimentar uma droga do mercado clandestino que promete replicar suas células, criando temporariamente uma versão mais jovem e aprimorada de si mesma. Agora, a atriz se vê dividida entre suas duas versões (Margaret Qualley), que devem coexistir enquanto navegam pelos desafios da fama e da identidade. "Já sonhou com uma versão melhor de si mesmo? Você. Só que melhor em todos os sentidos. De verdade. Você precisa experimentar este novo produto, A Substância. MUDOU A MINHA VIDA. Ele gera outro você. Um você novo, mais jovem, mais bonito, mais perfeito. E há apenas uma regra: vocês dividem o tempo. Uma semana para você. Uma semana para o novo você. Sete dias para cada um. Um equilíbrio perfeito. Fácil, certo?"

Agora posso dizer que diretora e roteirista Coralie Fargeat fez um tremendo filmaço, pois seu longa anterior de estreia, "Vingança", nem dá para classificar como péssimo que seria elogiar algo, mas vamos esquecer que ela fez aquilo e vamos nos concentrar no que fez agora que não é de se duvidar de conseguir levar um longa de terror para o topo das premiações dessa temporada, já tendo levado melhor roteiro em Cannes, ou seja, o que ela fez aqui é um trabalho artístico, com uma tremenda crítica social e ainda comercialmente divertido para quem curte bons longas do gênero, não sendo daqueles filmes que você se assusta ou teme algo, mas que vê o terror acontecendo com os personagens e vai sentindo diversos tipos de sentimento ao ponto de querer virar a cara ou fechar o olho, mas que não consegue por querer ver o que vai acontecer, e claro, só piora para melhor. Ou seja, essa é a linha de terror que o pessoal tem de olhar e se espelhar para o futuro, pois é o acerto máximo com perfeição do gênero.

Quanto das atuações, fazia tempo que não davam um papel realmente imponente para Demi Moore fazer, e aqui ela entrou com tanta vontade no papel de sua Elisabeth Sparkle, que simplesmente brilha de todas as formas possíveis, entrega nudez com perfeição sem soar fútil, fora que ainda está lindíssima, e impacta em todas suas cenas, não deixando margem para que reclamássemos de uma vírgula do que faz, ao ponto de até mesmo o ser bizarro no final com uma tonelada de maquiagem e próteses ficou interessante de ver ela atuando. Da mesma forma Margaret Qualley se jogou por completo como a versão mais jovem dela, Sue, trabalhando trejeitos bem amplos, usando artifícios fortes corporais e tendo traquejos tão bem dominados de seu corpo que acaba fluindo fácil demais na tela, de modo que diria que compartilhou o protagonismo com Demi não ficando devendo em nada. Quanto aos demais, só vale dar destaque para Dennis Quaid com seu Harvey, pois ele fez um papel imponente com algumas falas duras, e outras até bem engraçadas, e com isso acabou até caricato como um produtor televisivo, já os demais praticamente foram apenas enfeites cênicos para que dessem ainda mais destaque para as protagonistas.

Visualmente a trama tem uma boa pegada de profundidade em ambientes, tendo cenas sufocantes dentro de pequenos espaços, mas também trabalhando espaços alongados como o corredor do programa de TV, todo o apartamento gigantesco que fica intensamente bagunçado nas duas versões, meio como uma briga de quem deixava o maior caos com muita comida espalhada e uma bagunça de bebida, o programa intenso e cheio de brilho e biquínis/maiôs imponentes para definir as curvas das mulheres, o local de retirada dos kits sendo bem marginalizado quase nem dando pra entrar e depois apenas um cômodo inteiramente branco com armários, e claro todas as cenas no banheiro com muita gosma, sangue e tudo mais, fora a cena final aonde a equipe de sangue e próteses brilhou no melhor estilo gore possível e imaginário. Ou seja, num primeiro momento parece que a equipe de arte economizou demais o orçamento, mas depois é pedaço, objetos cênicos importantes e maquiagem para todos os lados mostrando muito serviço na tela, isso fora claro a substância esverdeada bem brilhante e chamativa, que tem de ser bem maluca de injetar no corpo, isso sem falar na cena da mulher se abrindo pelas costas.

Enfim, um tremendo filmaço da melhor qualidade possível, com uma pegada artística bem trabalhada, um roteiro de primeiríssima linha que não joga nada para fora do eixo, e ainda mantendo um estilo comercial que quem curte terror e suspense de impacto vai gostar demais do começo ao fim, ou seja, perfeito e mais do que recomendado a conferida, e certamente estará entre os meus melhores do ano, com o único detalhe é que a censura é 18 anos, pois mostra demais, então vá conferir. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Netflix - Feios (Uglies)

9/19/2024 12:33:00 AM |

Todo mundo me perguntando se eu já tinha conferido "Feios" da Netflix, e eu dando a mesma resposta de mil filmes e cabines para conferir, afinal o site ainda chama Coelho no Cinema, mas eis que apenas cinco dias depois da estreia consegui dar o play, e para minha surpresa acabei gostando demais do que vi, pois a trama tem uma pegada bem semelhante à saga "Divergente" que embora tenha seus defeitos (o principal de não terem terminado de forma coerente os livros na telona) é um dos estilos que mais gosto de ver, misturando um mundo distópico com problemas do mundo atual, e a sacada aqui de colocar em discussão a superficialidade do mundo, de pessoas moldadas externamente e internamente para ficarem bonitas e domináveis é algo muito interessante de ver. Claro também tem uma enxurrada de defeitos, o principal é o exagero da computação gráfica e dos formatos feitos por inteligências artificiais (quem falar que não foi usado tá mentindo e muito!), mas a ideia em si se vende fácil, tem uma pegada meio que moderna e chamativa, e faz a base de uma boa saga, vender a ideia e convencer o público que necessita urgentemente da continuação, e como são 4 livros (uma trilogia mais um extra), vamos ter de ficar esperando a boa vontade de gravarem os demais, o que não deve demorar pelo sucesso na primeira semana de visualizações na plataforma (embora a maioria dos críticos tenha odiado!).

O longa se passa em uma sociedade distópica que preza pela perfeição, ou seja, a aparência é tudo. Ao completarem os seus 16 anos, os jovens são submetidos a uma cirurgia plástica para corrigir supostas falhas em suas aparências físicas, se adequando aos padrões de beleza, até que Tally é a corajosa que decide contrariar a todos e vai contra o sistema opressor se juntando aos chamados Feios.  

Sabemos bem que o diretor McG gosta de franquias e já teve liberação até para fazer continuação de algo ultra-tosco como foi o caso de "As Panteras" e "A Babá", então essa fica como a maior esperança para quem curtiu o filme e depois leu que o longa é a adaptação do livro de mesmo nome, de Scott Westerfeld, lançado em 2003 e que possui mais 3 continuações e 4 derivados, ou seja, é história que não acaba mais, e com certeza a dona Netflix não vai deixar escapar a ideia já que tem um diretor que gosta de efeitos, tem uma pegada jovem e tudo mais, então o que precisam falar para ele apenas é para pedir profissionais melhores que não usem tanto a inteligência artificial para criar personagens, pois ou o maquiador surtou para fazer o Bonito principal ou não sei mais o que é alguém bonito sem soar extremamente artificial (até podem falar que era a intenção de dar essa nuance de artificialidade tanto de cabeça quanto de corpo, mas apelaram demais). Dito isso, a intensidade da trama acaba até compensando e agradando quem curte filmes de ficção com uma pegada mais jovial, e o diretor não nos desaponta nesse sentido, agora é ver como vai continuar.

Quanto das atuações, sei que Joey King é uma das queridinhas da Netflix estando em praticamente tudo da produtora, mas não diria que combinou tanto com o estilo de sua personagem Tally, de modo que pareceu um pouco incomodada com o que a trama pedia, meio que afobada em suas cenas, não sendo ruim de ver, mas a personagem tem 16 anos, e ela não aparentou tanto a idade na tela, ou seja, faltou um ar mais jovial na entrega para convencer o público. Já Keith Powers trabalhou bem o seu David, não indo tão a fundo no personagem, mas desenvolvendo atos marcantes e chamativos, que talvez sejam mais fortes na continuação. Agora quem se divertiu atuando foi Brianne Tju com sua Shay, pois é notável toda a entrega divertida nos atos do skate voador, nas dinâmicas com a protagonista, e até mesmo após a transformação a garota se jogou. Chase Stokes começou bem com seu Peris até antes da transformação, depois virou um Ken humano robótico e extremamente artificial, de modo que não sei se o seu personagem continua no segundo filme, mas faltou dar mais voz e claro uma maquiagem melhor para ele. Já Laverne Cox foi bem imponente com sua Dra. Cable, sendo a tradicional vilã que não põe a mão no pescoço, mas consegue fazer com que os outros ajam por ela, e chamou muita atenção em suas cenas. Ainda tivemos outros bons personagens e atores, com destaque para Jan Luis Castell com seu Croy e Charmin Lee com sua Maddy, mas acredito que serão bem mais importantes na continuação.

Visualmente o longa é bonito de se ver, tendo todo um lado meio sombrio e estranho no dormitório como uma torre cheia de cubículos bem interessante, e do outro lado uma cidade cheia de luzes, fogos, festas e tudo mais, além de uma torre de controle também cheia de detalhes, porém com um excesso computacional gigantesco, de modo que acaba soando até artificial demais o filme, mas como é uma ficção e um ambiente distópico acaba sendo bem trabalhado o gasto da equipe de arte, já do outro lado, na Fumaça tivemos algo bem marcante como uma gigantesca plantação de orquídeas e muitos incêndios, além da floresta aonde os membros vivem, ou seja, já com algo mais realista o resultado ficou singelo e bem colocado na trama, mais real de se ver. 

O longa ainda possui uma trilha sonora bem envolvente que conta desde alguns atos com dinâmicas sonoras bem trabalhadas até canções compostas diretamente para o filme, que claro deixo o link aqui para todos conferirem depois.

Enfim, é um filme que fui conferir sem nem ter visto o trailer, sabendo nada sobre o que era, sem conhecer os livros, mas que me remeteu a uma saga do passado que fui muito fã, e que por incrível que pareça foi escrita na mesma época dos livros daqui, então acabei gostando demais do que vi, mesmo com toda artificialidade da computação gráfica, e agora é indicar ele para que mais e mais pessoas vejam para que deem continuidade no projeto, e claro esperar que comecem logo as gravações da continuação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã em mais uma semana cinematográfica iniciando com muitas estreias, então abraços e até breve com novos textos.


Leia Mais

A Menina e o Dragão (Dragonkeeper) (Guardiana de Dragones)

9/17/2024 10:14:00 PM |

Já venho dizendo há algum tempo que o estilo de animação espanhol tem uma pegada tão bem dimensionada que diverte e consegue trazer personagens com carisma e personalidade na tela, de modo que faltava apenas desenvolver melhor suas histórias para que não ficassem tão bobinhas, e como fizeram isso? Indo atrás do misticismo chinês! Pois o longa "A Menina e o Dragão", que estreia na próxima quinta 19/09, traz essa beleza de estilo computacional bem alocado dentro de uma trama até que um pouco complexa demais para os pequeninos, mas que flui bem na tela, sendo cheia de aventuras e dinâmicas, aonde uma garotinha que descobre ter um poder irá tentar salvar o último ovo de dragão imperial dos que desejam alcançar a imortalidade usando ele. Ou seja, é daquelas animações gostosas de ver que entregam bem diretamente o que desejam na tela, criam muitos atos de quebra e finalizam bem, ou melhor, quase que de forma perfeita, pois optaram por deixar aberto para uma possível continuação, e aí embora o ato seja fechado, poderiam ter ido um pouco mais além para resolver tudo de uma única vez, mas são negócios, então o jeito vai ser aguardar o que virá na sequência.

A sinopse nos conta que no passado, dragões e humanos já foram amigos, mas a ganância dos homens destruiu essa aliança, fazendo com que as criaturas mágicas fossem caçadas e aprisionadas. Anos depois, a jovem Ping encontra o último dos dragões imperiais e decide ajudá-lo. Perseguidos pelo exército do Imperador, essa dupla improvável embarca numa aventura cheia de magia e amizade, onde Ping precisa buscar dentro de si um poder adormecido para salvar os dragões e proteger aqueles que ama.

Diria que os diretores Jianping Li e Salvador Simó conseguiram se complementar nos estilos para que o roteiro inspirado no livro de Carole Wilkinson funcionasse bem na tela, pois é notável toda a essência complexa do livro dentro do longa, e também é possível sentir que eles não quiseram acelerar a trama para que coubesse em um único filme de 98 minutos, claro que com uns 130 talvez resolveria, mas para algo que é voltado mais para um público infanto-juvenil acabaria cansando se alongassem. Ou seja, sabemos bem quanto o misticismo chinês gosta de trabalhar dragões e mensagens em cima da energia que algumas pessoas tem para dominar sua essência e controlar alguns sentidos de forma maior, e também sabemos que a personalidade artística espanhola vem crescendo dentro das animações, então ambos os diretores deram seus máximos e conseguiram algo bonito e com um bom resultado, agora é ver o que trarão na sequência, e se não irá demorar muito, senão esfria demais a ideia na tela.

Não é sempre que temos a oportunidade de ver um longa com a dublagem original, mas felizmente a cabine veio dessa forma, então é inegável a classe que Bill Nighy entregou para o dragão Danzi, de modo que o personagem é meio magrinho demais, mas tem grandes cenas e diálogos bem fortes para que a jovem fosse criando mais coragem para enfrentar os desafios e conseguisse o objetivo que estava destinada. E falando de Ping, ou melhor da dublagem de Mayalinee Griffiths (que na versão brasileira será feita por Bella Chang) conseguiu ser carismática, ter presença de tela, e graciosa com seu ratinho, tendo alguns atos mal-humorados, mas que pelo seu tamanho pequeno fica também uma gracinha, ou seja, é um personagem que muitos vão se conectar e que funcionou. O vilão Diao que Anthony Howell dublou é meio que narcisista e exagerado, de modo que consegue irritar com seu exército de bichos venenosos e incomoda, o que é bom para um personagem do estilo, mas que talvez pudessem ter feito ainda mais maldades com ele, o que assustaria um pouco as crianças, mas faltou um pouco. O imperador e seu filho tiveram poucos atos nesse filme, e acredito que o jovem irá ser o vilão da continuação, então apenas vou dizer que esperem, pois o garotinho tem cara que vai ser azedo.

Visualmente o longa tem tons fortes e bons efeitos na tela, além de um formato tridimensional interessante que já vimos bem nas animações espanholas, claro que não é algo com tanta textura, mas os personagens têm boa interação visual, os ambientes são bem grandiosos, com muitos elementos colocados para representar bem os ambientes e claro a luta final, de forma que o resultado artístico acaba funcionando bem na tela.

Enfim, é uma animação que tem pegada e graciosidade, que talvez pudesse ter ido um pouco mais além para chamar mais atenção, e como disse talvez fechar a síntese inteira em um único filme, mas deve agradar bem o público pequeno que gosta de dragões, mesmo não sendo um tão fofo como os que elas gostam de ver, mas o resultado funciona na tela e vale a indicação. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Imagem Filmes pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Silvio

9/17/2024 01:19:00 AM |

Muitos vão achar que o maior problema do filme "Silvio" é o fato de Rodrigo Faro ter ficado mais parecido com o Quico do Chaves do que com o verdadeiro Senor Abravanel, mas isso é o menor dos problemas, pois o erro foi não ser uma homenagem ao Silvio (em vida ainda, já que o longa estava pronto antes dele morrer, inclusive conferido sem gostar muito do que viu) nem uma clara representação da vida dele junto com o sequestro duplo que sofreu em menos de 24 horas (da filha e depois preso em casa junto do sequestrador), pois acabou virando uma bagunça tão grande na tela, que cheguei até pensar que ao mostrar no final que a família do sequestrador ganhou uma ação contra o Estado pela omissão da morte do rapaz, esse talvez seria um filme feito para mostrar que o jovem colaborou e foi ajudado por Silvio para que não fosse morto ali na sua casa. Mas isso é uma ideia que passou pela minha cabeça ao ver o letreiro no final, pois praticamente fizeram um longa que teoricamente não foi encomendado pela família, nem que chegou no SBT e falou que faria uma homenagem para a vida dele, então vai saber não é mesmo, mas faltou muito para ser algo emocionante, encheram de cenas de vai e vem temporal, e acabou não mostrando nada na tela que impactasse realmente, sendo cansativo e sem grandes homenagens que davam para funcionar mais.

O longa retrata o sequestro do icônico apresentador Silvio Santos, iniciando 12 horas após o sequestro de sua filha, quando enfrenta uma nova crise: sua casa é invadida e ele é mantido como refém por sete horas. Diante dessa situação de extremo perigo, o apresentador precisa lutar pela sua vida e pela segurança de sua família, enquanto reflete sobre sua trajetória de vida, marcada por desafios e conquistas. As lembranças remontam à sua juventude, quando, aos 14 anos, começou a trabalhar como camelô, dando os primeiros passos em direção ao sucesso. O filme explora o lado humano de Silvio, que, mesmo em uma situação de vulnerabilidade, tenta proteger seu legado. Esse evento dramático marcou o Brasil e se tornou um dos momentos mais desafiadores na vida do apresentador, destacando sua resiliência e força interior.

Já disse outras vezes que gosto muito do estilo de direção de Marcelo Antunez, porém ele tem um grandioso defeito, o de entregar o filme para a edição e falar "façam o que quiser", e isso é notável na maioria das vezes quando o filme tem um conteúdo a mais para contar, pois acaba ficando cheio de recortes, cheios de idas e vindas, se perdendo por completo com o queria dizer na tela, mas se você olhar a fundo vai ver uma história boa, uma trama que tinha seus prós e contras, e que funcionaria se bem editada, mas não podemos fazer mais nada depois que o longa estreia, afinal o produto está ali, e com seu novo longa a bagunça foi tamanha que chega a ser difícil defender qualquer ato que seja, pois foi colocado algumas homenagens a ex-esposa que morreu sem quase ser lembrada, das filhas do primeiro casamento que quase nem aparecem nas menções da família, do grandioso Manoel da Nóbrega que viu nele um filho e o ajudou a crescer, e até mesmo do garoto Senor que com muita visão cresceu em uma família complicada, mas tudo se perde num bagunçado sequestro aonde um vingativo policial quase complica tudo ainda mais. Ou seja, o diretor infelizmente se perdeu no roteiro e/ou na entrega para a edição, pois o material bruto pode até ser que ficaria bom, mas não ficou.

Quanto das atuações, Rodrigo Faro até foi um ator razoável no passado, mas aqui ele virou piada tanto pela maquiagem quanto pelos trejeitos entregues para seu Silvio, de modo que pode ter conseguido falar mais ou menos igual o grande apresentador, mas seu estilo de andar, olhares e tudo mais soou muito falso em cena, de modo que se você fechar os olhos até talvez se convencerá do que está acontecendo ali, mas se olhar vai ver um capítulo de uma novela ruim do próprio SBT ou da Record aonde ele trabalha pela artificialidade que entregou na tela. Já Johnnas Oliva segurou bem demais o papel de Fernando Dutra Pinto, desenvolvendo atos desesperados, botando a mão na consciência algumas vezes, explodindo em outros, e passando muito do que estava o sequestrador nos diversos momentos de tela, de modo que suprimiu por completo a atuação do seu parceiro de cena, e isso foi um plus para o papel. Quanto aos demais, vale dar destaque para o jovem Felipe Castro que fez Silvio adolescente entre 1947 e 1950 com muita personalidade e dinâmica, porém coube a Vinicius Ricci toda a juventude e momentos de mudança na vida do apresentador durante 1954 e 1963, de modo que poderia ter ido mais uns anos para chamar mais atenção, pois o jovem fez bons traquejos e cenas marcantes junto de Marjorie Gerardi com sua Cidinha que praticamente só tossiu em cena. Ainda tivemos uma boa interpretação de Duda Mamberti como Manoel de Nóbrega, mas bem mais em tom de homenagem do que expressivo como poderia ser, e só, pois os demais é melhor nem falar.

Visualmente a trama tem uma pegada simples, se passando no começo dentro de um hotel aonde temos um tiroteio gigantesco (que se rolou dessa forma a polícia foi completamente inconsequente), depois uma fuga maluca, para aí ficar praticamente o longa inteiro dentro de uma cozinha, policiais na sala de estar (quase que uma festa do batalhão com bate papo e discussões mil), família na casa ao lado como se fosse a casa das próprias garotas, e nesse meio tempo vemos um pouco da história do apresentador, passando pelo tempo de camelô bem rapidamente, indo para a Radio Guanabara, e depois em São Paulo no programa de Manoel de Nóbrega, vemos um pouco da pensão que conheceu sua primeira esposa, e também seu jantar de negócios com o presidente na época junta da esposa que lhe deu a concessão da TVS, além de como foi comprar o baú de Manoel também nas negociações mais rápidas e inteligentes da época, ou seja, tudo rápido na tela, sem grandes desenvolturas, mas ao menos sendo simbólico para representar bem cada momento.

Enfim, é um filme que poderia ser magistral, bastava um ator desconhecido com uma maquiagem bem melhor, não precisar de tantas quebras de idas e vindas, e o resultado seria outro, brilhante e que funcionaria como uma homenagem incrível na tela para o maior nome da TV brasileira, mas já erraram na série, erraram agora no filme, então é melhor deixar quieto que ele descanse em paz, e quem tiver com muita, mas muita vontade mesmo pode até ir conferir nos cinemas que tem uma tonelada de sessões, mas mesmo na promoção é meio caro ver o longa, então vá por conta e risco. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Não Fale o Mal (Speak No Evil)

9/16/2024 12:41:00 AM |

Antes de mais nada não irei comparar o longa "Não Fale o Mal" americano que foi lançado nessa semana com o dinamarquês lançado dois anos atrás, pelo simples fato de não ter conferido o anterior, então quando surgir a oportunidade, lá eu acabo falando. Dito isso, o longa que conferi hoje tem toda uma tensão marcante daqueles tradicionais filmes que acabamos conversando com os personagens, xingando a família na tela de muito burra, pois são situações tão bestas que acaba faltando atitude para não serem mortos, pois a velha frase "não confie em estranhos" funciona muito bem nesse caso, afinal você apenas conheceu os "amigos" numa viagem, vê algumas atitudes estranhas deles e deixa sua filha andar de moto com o cara, depois vai para uma casa no fim do mundo sem nem conversar direito, deixa novamente a filha com uma babá bem fora dos padrões, e quando descobre as coisas e consegue fugir, voltar pra lá por um motivo tão banal e idiota, ou seja, mereciam ter morrido, pois é inconsequência em cima de inconsequência. Claro que isso é o básico de todo filme de terror, que se a pessoa não faz o primeiro ato, pronto acaba e sobem os créditos, mas ser ingênuo é uma coisa, errar mais do que duas vezes tem de apanhar ou morrer no filme pelo menos. Mas tirando esse mero detalhe, o filme é tenso, tem uma boa presença dos personagens principais, e mesmo com muitos erros acaba agradando com a entrega na tela, mas para isso você tem de relevar muita coisa, e aí é que corre o risco de reclamar de tudo.

A trama acompanha uma família dos Estados Unidos que, após se aproximar de uma família britânica durante suas férias na Europa, aceita um convite para passar um final de semana em sua casa de campo. Inicialmente, o cenário parece perfeito, oferecendo uma pausa tranquila. No entanto, o que deveria ser um fim de semana relaxante logo se transforma em um pesadelo sombrio. Os anfitriões, Paddy e Ciara, começam a agir de forma estranha, revelando uma violência perturbadora e traços de maldade sobrenatural. Ben e Louise Dalton, os visitantes, se veem presos em um jogo sinistro do qual desconhecem as regras, sem saber como escapar da situação cada vez mais aterrorizante.

Muitos ficam bravos quando saem refilmagens tão perto dos originais, mas como bem sabemos os americanos odeiam com muita força filmes legendados, então se uma trama de outro país impacta bem por lá, os produtores já saem correndo para comprar os direitos por milhões e refazem ao seu modo, e pasmem passou dois anos do original simplesmente por ter ocorrido a greve dos roteiristas e dos atores, pois o longa estava a 5 dias de acabar as filmagens, ou seja, era pra ter ocorrido bem antes o lançamento, e o diretor e roteirista James Watkins trabalhou seu filme de uma forma bem diferente de seus outros trabalhos, pois costuma trabalhar atos mais rápidos e diretos sem criar grandes traquejos de suspense e tensão, e aqui ele aproveitou bem cenas mais próximas dos personagens, brincou com facetas explosivas de temperamento do protagonista, e conseguiu que o filme ficasse marcante na tela, pois a ideia em si é bem boa, e mesmo tendo todos os problemas de "burrice" no roteiro que citei no começo, o resultado do trabalho do diretor conseguiu ser bem interessante e envolvente.

Quanto das atuações, o filme se segura mesmo pelos ótimos trejeitos que James McAvoy deu para seu Paddy, que vão se desenvolvendo bem aos poucos, não sendo algo de impacto num primeiro momento, mas sim um estilo que ele já fez outras vezes, criando algo meio psicótico, meio criminoso, que ainda assim convence as pessoas ao seu lado, e o ator sabe brincar bem com isso, de modo que consegue enrolar bem o outro protagonista em uma amizade quase inexistente de anos, o que acaba chamando muita atenção. Aisling Franciosi ficou meio que em segundo plano com sua Ciara durante quase todo o filme, tendo claro alguns atos bem encaixados e olhares também meio que diretos na tela, mas demorou para explodir nos atos finais. Mackenzie Davis também não fez por menos com sua Louise, de modo que foi imponente nos atos que precisou chamar atenção e também conseguiu trabalhar bem seus trejeitos de medo, mas não ficando atrás e se jogando com o que tinha para a briga. Já Scoot McNairy ficou meio que bobão demais com seu Ben, meio fracote e sem postura, de modo que o personagem não convence como marido nem como defensor das mulheres da casa, e isso dava para ter melhorado com uma presença de atuação melhor. Os jovens Alix West Lefler e Dan Hough entregaram boas cenas intensas com seus Agnes e Ant, preenchendo boas lacunas do roteiro e chamando atenção na tela, e claro irritando também o público, mas isso é função necessária, então fizeram bem o que precisavam fazer.

Visualmente a trama foi bem rica, começando por uma viagem bem requintada em um hotel, tendo vários atos com refeições, passeios pelas ruas da cidade, lambretas e tudo mais de luxo, depois temos uma rápida cena em uma Londres chuvosa, com um clima não muito agradável entre os protagonistas, mas em uma casa também bem luxuosa, para irmos na sequência para uma área rural bem isolada, com uma casa rústica, porém imponente, cheio de detalhes de objetos de cerâmica feita por Ciara, um celeiro estranho aonde vemos a cena principal com objetos das outras pessoas, um quarto simples com detalhes de manchas, e tudo muito apertado porém chamativo, alguns atos na área externa da casa, incluindo telhados, e um jantar rústico em uma outra casa bem longe, tudo regado a muita bebida, para na volta termos no dia seguinte toda a cena recheada de sangue e matanças aonde a equipe de maquiagem trabalhou bastante. 

Enfim, é um longa interessante de ver, cheio de boas nuances, que por não ter visto o original acredito que gostei até demais do que vi, claro tirando os fatos das "burrices", mas quem não ligar para isso irá curtir bastante, ficará bem tenso com tudo, e claro irá brigar com os personagens, então fica a dica para a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, afinal essa semana está bem recheada de estreias e cabines, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Quando Eu Me Encontrar

9/15/2024 05:28:00 PM |

Alguns filmes entregam boas sínteses na tela, porém não conseguem ir muito além para entregar e comover o público, de modo que você até tenta entrar na introspecção dos personagens, mas quando vê o resultado final acaba não impactando. E a ideia do longa "Quando Eu Me Encontrar" até é bonita de vermos as mudanças e sentimentos que ocorrem nas pessoas (namorado, mãe, irmã, amiga) ao redor de uma garota que vai embora de casa, mas ficou faltando a essência em si acontecer na tela sendo por forma conflitiva ou reflexiva, de forma que vemos o modo que cada um age, mas que não permitem pensarmos ou sofrermos junto com eles. Ou seja, é daqueles filmes que você vai conhecer alguém assim, talvez irá se conectar com o que vê na tela, mas que vai ficar esperando algo acontecer para preencher as lacunas, e as diretoras nesse sentido preferiram deixar aberto, que é algo que eu particularmente não gosto, pois sempre digo que o diretor precisa imprimir na tela a sua opinião, mas como tem quem goste, já fica como dica para ver a trama com outros olhos a partir da próxima quinta, 19/09, nos cinemas.

A sinopse nos conta que a partida de Dayane se desenrola na vida daqueles que ela deixou para trás. Sua mãe, Marluce, faz de tudo para não demonstrar o choque que a partida da filha lhe causou. A irmã mais nova de Dayane, Mariana, enfrenta alguns problemas na nova escola onde está estudando. Antônio, noivo de Dayane, se vê num vazio diante da partida dela e busca obsessivamente por respostas.

Diria que as diretoras e roteiristas estreantes em longas-metragens, Michelline Helena e Amanda Pontes, até propuseram boas reflexões na tela com seu filme, porém faltou desenvolver elas de uma forma melhor para que tivesse um clímax no miolo ou até mesmo no final, pois temos um início pesado pela notícia da garota que foi embora deixando apenas uma carta, temos os desenrolares de como cada um demonstrou esse evento, e temos um fechamento aonde a vida deles parece seguir após entenderem que a garota não vai voltar tão já, mas tudo numa linearidade sem grandes efeitos na tela e/ou no público, e isso acaba pesando, pois a pessoa acaba apenas assistindo ao filme, talvez refletindo uns 10 minutos sobre o que acabou de ver, e pronto, não lembrará nem mais dos artistas ou personagens que passaram na tela, e por isso acabou faltando opinião própria das diretoras para que o impacto fosse realmente sentido, e não apenas sentar e comer ou beber após tudo que está ok.

Quanto das atuações, já diria que conheço o estilo Luciana Souza, pois a atriz tem feito bons filmes e bons papeis no cinema nacional, e sempre chama a responsabilidade cênica toda para si, de modo que aqui sua Marluce se fecha para não demonstrar uma preocupação maior com a ida da filha embora, mas também não vive igual antes, estando meio que insegura e precisando de ajuda até de quem não queria ver mais, e assim seu ar introspectivo até cria uma boa presença na tela, mas dava para ter ido mais além, e sabemos do potencial dela para não ficar apenas no ok como acabou ficando. A jovem Pipa que entregou personalidade para enfrentar o abusador da amiga, fez de sua Mariana alguém que está enfrentando mudanças demais, mas que seguiu sua vida de forma normal, quase como se a irmã não importasse já tanto com o que está acontecendo com ela, se expressando bem, mas segurando um pouco demais nos traquejos e desenvolturas. Já Davi Santos foi quem mais se jogou com o problema, afinal seu Antônio era apaixonado pela noiva, já tinha planos para o casório, colchão novinho guardado e tudo mais, e entra em conflito existencial, indo para o bar aonde a amiga da noiva cantava, fazendo ares desesperados e pensativos, mostrando muita personalidade cênica e agradando bastante. E ainda tivemos a amiga, que Di Ferreira entregou cantando e se soltando no bar que trabalha, não mudando em nada sua vida, afinal precisa trabalhar e ganhar o seu sustento.

Visualmente a trama mostra uma casa simples, a branquinha de comida da protagonista, um pouco da escola da garota e o bar aonde a amiga canta, além da casa da avó, mas tudo muito rapidamente e quase sem nenhum elemento cênico que fizesse parte para chamar atenção, sem ser a carta que nem acaba sendo mostrada efetivamente, ou seja, a equipe de arte entregou algo tradicional de filmes sem orçamento.

Enfim, é o famoso filme introspectivo que alguns amam ver e outros odeiam fervorosamente, que talvez poderia ter ido muito mais além, e que assim digo que recomendo com essas ressalvas. E é isso pessoal, fico por aqui agora agradecendo os amigos da Sinny Assessoria e da Embaúba Filmes pela cabine de imprensa, e volto mais tarde com outras dicas, então abraços e até breve.


Leia Mais

Saudade Fez Morada Aqui Dentro

9/15/2024 02:20:00 AM |

O mais bacana do longa "Saudade Fez Morada Aqui Dentro" é que não é um filme que dá para enxergar apenas uma perspectiva, mas sim abrir os olhos diante de uma cegueira maior que é a da cabeça, dos preconceitos, de ficar atrasado no tempo, de modo que a trama acaba brincando desde a ideia real de uma cegueira visual, mas também coloca em pauta ritmos, homossexualidade, preconceitos com deficiência e muito mais sob a ótica de jovens alunos do sertão brasileiro, ou seja, um filme que viaja um pouco em cima de símbolos com um ar leve, mas que também pode ecoar nas mentes de quem for conferir ele e compreender toda a ideia e a síntese da cegueira do garoto.

A trama apresenta o jovem Bruno de 15 anos, que mora em um bairro humilde e deve superar as adversidades de uma doença degenerativa que, um dia, o fará ficar cego. Com todas as incertezas da adolescência, amplificadas pela cegueira iminente, o filme converte o destino trágico do seu protagonista em um relato de aprendizagem coletiva. Agora, Bruno tem que aprender com as diferenças a enxergar a vida com outros olhos. 

O diretor e roteirista Haroldo Borges foi bem coeso no desenvolvimento de seu filme, de modo que a trama é simples e direta no que desejava mostrar, e brinca bem com a ideia da cegueira em suas várias nuances, mas mais do que isso ele soube escolher bem os jovens atores na seleção para que tivessem carisma, personalidade e conseguissem segurar o filme dentro de sua proposta, porém ao deixar os jovens estreantes bem soltos, o filme acabou se enrolando demais no começo, de forma que parece não fluir tanto quanto acontece nos momentos finais. Ou seja, se fossem atores profissionais talvez a trama teria uma pegada estranha, mas ao escolher garotos novos para protagonizarem o diretor precisaria ser mais enfático para que o ritmo tivesse uma cadência melhor, pois não estou reclamando que o resultado final tenha ficado ruim, muito pelo contrário, é incrível o nível crítico da trama, mas ele segurou demais o filme no começo para depois precisar acelerar no final, e isso é um peso muito grande para jovens atores.

E falando dos jovens, Bruno Jeferson se desejar seguir no ramo da atuação já mostrou muita personalidade, assumiu o protagonismo do longa e teve uma sensibilidade no olhar que demonstra trejeitos profissionais, ou seja, tem futuro na área, e olha que em filmes de pessoas cegas o que mais fazemos é ficar olhando para o movimento do olhar, e ele soube ser preciso no que tinha para fazer. O jovem Ronnaldy Gomes deu muita segurança como um irmão parceiro para todas as horas, apoiando quando precisou, e seguindo para todos os rumos e brincadeiras, e o ato do jogo de futebol após o irmão ficar cego é belíssimo de ver. As jovens Angela Maria e Terena França deram boas dinâmicas na tela, mas embora a trama desenvolva a síntese delas, acabaram não florescendo o tanto que precisavam para pontuar mais na tela, de modo que a amizade de Angela com o protagonista ficou mais bem encaixada e poderia ter tido até mais cenas nesse sentido. Ainda tivemos bons momentos com a mãe vivida por Wilma Macêdo e com o professor de braile que Vinicius Bustani fez bem na tela, mas sem grandes atos.

Visualmente o ambiente simples do sertão com alguns atos na escola, muitas festas em casas e bares, e também muitas brincadeiras entre os jovens deu um ar para a trama sem grandes chamarizes, de modo que a beleza das rochas no poço figuraram muito bem para mostrar que o jovem conhecia ali até de olhos fechados, e com isso a representatividade do ambiente acabou agradando mais do que o normal em uma cena tensa, mas muito bem feita, além disso a beleza cênica da mãe fazendo os lápis de cores de acordo com materiais e sentimentos foi brilhante.

Enfim, é um filme que representa bem a ideia, passa a mensagem e agrada pelo contexto completo, porém a sensação de ritmo lento demais no começo e corrido demais no fim não permite que a trama desenvolva algo a mais no público, então quem for conferir sem saber o que o diretor queria realmente mostrar talvez saia da sessão meio perdido, mas pra quem pegar a essência o resultado vai acabar sendo bem inteligente, então fica a dica para conferida nos cinemas a partir do dia 19 de setembro, lembrando que o longa está entre os 12 selecionados pelo Brasil para ser o indicado do país no Oscar, então é claro que vale a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo a M2 Comunicação e a Cajuina Audiovisual pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.


Leia Mais

Robô Selvagem em Imax (The Wild Robot)

9/14/2024 09:37:00 PM |

Costumo dizer que quando vou conferir animações com uma sala com bastante crianças ou o filme dá muito certo e elas grudam os olhares na tela, ou vira o caos de querer sair, de bater papo e tudo mais, mas hoje o filme brilhou tanto para os adultos quanto para os pequeninos, tanto que alguns arriscaram algumas palmas para "Robô Selvagem" que com uma sutileza envolvente demais conseguiu abraçar o público com uma história de maternidade para um ser robótico teoricamente sem sentimentos que vai aprender na natureza e na prática com um pequenino gansinho e com uma raposa como criar e mudar sua programação original. Ou seja, é daqueles filmes que te pegam na emoção, que te dão um belo de um tapa nos conceitos que você julga normal, e que depois te acolhe com toda a ideia criativa do diferente que salva a vida de outro diferente, valendo tanto pela ideologia entregue na tela, quanto pelo ótimo desenho sem muitas regras, não sendo daqueles bonitinhos e cheios de texturas, mas algo cru e belo de ver ao mesmo tempo, como uma obra-prima deve ser.

O longa nos conta que a robô conhecido como "Roz" – a unidade ROZZUM 7134 – naufraga em uma ilha desabitada, precisa aprender a se adaptar a esse novo ambiente e, pouco a pouco, construindo relações com animais nativos e isso inclui até a adoção de um filhotinho de um ganso. 

O diretor e roteirista Chris Sanders já mostrou do que é capaz no passado fazendo tramas bonitas e com pegadas emocionais, usando claro alguns artifícios cômicos para quebrar a tensão, mas ainda assim desenvolvendo as personalidades, mas aqui usando como base o livro de Peter Brown ele entrou para outro patamar, tanto que chega a ser uma obra que você não fala que é da Dreamworks, afinal a companhia vem trabalhando ultimamente filmes mais cômicos e menos densos, mas agora parece que querem voltar a sua origem com esse trabalho, aliás ainda tenho no meu coração o ranço do filme do diretor "Como Treinar o Seu Dragão" não ter ganhado o Oscar em 2011, mas quem sabe no ano que vem com essa obra de arte que ele fez aqui, pois é um trabalho único, daqueles que tem personalidade, que tem desenvoltura, e que mais do que técnica usou do roteiro mesmo para que o filme cativasse, ou seja, tudo acaba se encaixando, e quem for mais emotivo vai acabar desabando com toda a mensagem que o longa passa principalmente sobre a maternidade e sobre o aprender a mudar sua programação original para algo que se expanda num todo. Agora sem dúvida algo genial que fizeram foi a robô hibernar um certo tempo para aprender a língua dos animais, e assim termos animais falantes na tela, não sendo algo apenas jogado, mas sim vermos ela formando os códigos e criando sua própria linguagem de programação nova.

Quanto dos personagens, não tem como não se envolver com toda a prestativa robô Roz, sempre disposta a ter uma missão e completá-la com uma pegada funcional, toda cheia de regras, mas pensando demais no próximo, e sua voz ficou na medida certa para não ser dura nem leve demais, de modo que o acerto de Elina de Souza soube dar um belo tom que no original coube a Lupita Nyong'o fazer, e cada ato bem trabalhado na essência maternal completa vai passando e agradando com sutilezas e levezas amplas e perfeitas que fará muitas mães lavarem a sala do cinema. Sem dúvida o estilo gostoso do pequeno ganso Bico-Vivo também foi muito bem desenvolvido pela equipe de criação, pois poderia ser uma criança irritante, de personalidade difícil caso quisessem passar ele pela adolescência/juventude do pequenino, mas cada elo seu passa pelas fases mais bonitas e colocadas, que na voz final de Gabriel Leone e no começo com Vicente Alvite deram charme e cadência para os atos. Outro que foi muito bem sacado na tela é o raposo Astuto que Rodrigo Lombardi deu uma voz cheia de intensidade, mas muito além dos diálogos foram de atitudes e desenvolvimentos que vão mudando o personagem de tradicional predador para um amigo ou alguém que o público se envolva, e isso foi perfeito de ver na tela. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, bons diálogos e tudo mais, com destaque claro para os conselhos da gambá Cauda Rosa como uma mãe experiente dá para a robô, e do ganso Pescoçudo que dá boas lições para o jovem aprender a liderar.

Visualmente o colorido das imagens, o amplo ambiente da natureza e todos os diversos animais colocados em cena mostraram que a equipe de arte não dormiu até ter tudo perfeitamente alinhado na tela, de modo que você acaba imergindo dentro da floresta e da vida selvagem junto com a robô, vai pegando elos e desenvolturas com cada estilo de vida e de vivência dos personagens bem desenhados, e mais do que apenas texturas que hoje muitos acabam se envolvendo, o estilo escolhido acaba personificando a ambientação de cada centímetro de tela, pois aonde quer que você olhe verá um detalhe seja da protagonista ou de cada um ao seu redor, e isso ficou perfeito na tela gigante Imax.

Enfim, é um tremendo filmaço, delicioso de conferir, bonito visualmente e de mensagens, tendo uma canção gostosa demais que fizeram a versão nacional de "Kiss The Sky" de Maren Morris (se alguém souber quem canta que o Shazam não pegou, vai me ajudar), e que sem dúvida alguma agradou tanto os pequenos quanto os adultos, ou seja, perfeito e não tem como dar outra nota e a indicação para todos conferirem. Detalhe, o longa só estreia dia 02 de Outubro tendo pré-estreias pagas nessa semana, então corram para conferir. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda tenho mais um longa para conferir, então abraços e até breve.


Leia Mais

O Menino e o Mestre (Kensuke's Kingdom)

9/14/2024 05:01:00 PM |

Quando vi o trailer do longa "O Menino e o Mestre" imaginei que fosse um filme oriental, pela pegada do desenho e também pelos traços bem desenhados no modo mais tradicional das animações, mas para minha surpresa é uma colaboração entre Reino Unido, Luxemburgo e França, ou seja, algo com uma pegada europeia tradicional que acabou dando muito certo. O mais bacana da trama que além de muito bem desenhada em 2D juntando com alguns elos computacionais, o filme permite em alguns momentos mais do que uma percepção da história, sendo simbólica sem precisar forçar o espectador, e emocional sem transformar os personagens em algo bobo na tela, e assim comove e passa sua mensagem de preservação. Claro que é uma animação que vale ser indicada para toda família, mas como a densidade dramática é mais pesada no emocional de adultos, diria que algumas crianças não vão pegar tanto as referências que os diretores quiseram passar, e assim talvez precise um pouco mais de experiência para sentir tudo o que o longa entrega.

O longa vai conta a história emocionante de Michael, um garoto de 11 anos, que embarca com seus pais em uma viagem de barco ao redor do mundo. Após uma tempestade devastadora, Michael e sua cachorra, Stella, são lançados ao mar e acabam em uma ilha deserta no Pacífico. Lutando pela sobrevivência, eles encontram ajuda inesperada na figura de Kensuké, um ex-soldado japonês que vive isolado na ilha com seus amigos orangotangos, desde a Segunda Guerra Mundial. Enquanto Michael e Kensuké desenvolvem uma amizade profunda, superando barreiras de linguagem e idade, a paz da ilha é ameaçada por traficantes de macacos que desejam explorar o paraíso. Juntos, eles enfrentarão os invasores e lutarão para proteger o reino idílico que Kensuké construiu com tanto carinho. Em meio a desafios e perigos, Michael aprende o verdadeiro valor da coragem e da colaboração.

Conhecidos por trabalharem em diversas animações na equipe de desenhos, os diretores Neil Boyle e Kirk Hendry arriscaram muito em sua estreia no comando da câmera,  ao adaptarem com uma sensibilidade incrível o livro de Michael Mopurgo (aliás pelo garotinho se chamar Michael será que o livro foi uma experiência própria?), pois o estilo da história pode ser interpretada de mais que uma forma pelo que ocorre com o garoto, levando o público a pensar talvez por uma possibilidade imaginativa bem além do que é mostrado na tela, e isso para dar errado em uma estreia é fácil demais, de modo que pode ocorrer de não entenderem sua visão e mais reclamarem do que gostarem do trabalho deles, porém aqui as duas sínteses que consegui pensar funcionam, então o acerto acabou sendo maior do que o risco, e assim mostra que ainda veremos outros bons projetos deles.

Quanto dos personagens, diria que os diretores trabalharam um garotinho de 11 anos até que responsável demais, pois mesmo fazendo algumas artes no barco ao ponto de cair na água, e levar a sua cachorra que não deveria estar lá, quando Michael está na ilha ele acaba seguindo bem as tradições do velho, não sai atrapalhando e causando, e mesmo nas brincadeiras assume sua responsabilidade para com tudo, até cuidando do senhorzinho quando necessário, ou seja, bem empossado o personagem e talvez sirva de modelo para as crianças que forem conferir. O estilo oriental não poderia ter sido melhor para um senhor que já está numa ilha aperfeiçoando ela desde a Segunda Guerra Mundial, de modo que Kensuké passa uma serenidade nos olhares, domina o ambiente com seus desenhos e interações, de tal forma que acaba sendo mais do que apenas um mestre para o garotinho, mas sim um símbolo a ser seguido e representado. A família do garoto (pai, mãe e irmã) foram entregues meio que sem responsabilidades na tela, e até meio que secos demais, mas foi um sentimento mais meu do que o passado na tela, enquanto a cachorra Stella mostrou atos bem bonitos de companheirismo para com o garotinho.

Visualmente como já disse no começo, os traços tradicionais em 2D deram uma sensibilidade artística tão bonita para o filme, que juntamente de uma ilha tão recheada de detalhes como a casa que o senhorzinho construiu com bambus e escadas, chuveiro e água corrente, toda a oferenda para os ancestrais orangotangos, e até mesmo os atos no barco forma bem planejados para ter muito movimento e representação gráfica, que funciona e agradeça demais, além claro dos momentos mais tensos das ondas e dos traficantes de animais caçando e machucando com muito impacto cênico na tela.

Enfim, é daquelas tramas que envolvem bastante, que tem simbologias e sensações bem colocadas, que para a perfeição faltou apenas uma trilha sonora mais emotiva, que aí seria algo mágico de ver na tela, mas isso não é algo que atrapalhe a experiência, então vale a recomendação do longa para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje estou em ritmo de Festival, então volto mais tarde com outros dois textos, fiquem com meus abraços por enquanto, e até logo mais.



Leia Mais

Meu Amigo Pinguim (My Penguin Friend)

9/12/2024 11:59:00 PM |

Costumo dizer que o maior problema de conferirmos um filme de uma biografia ou baseado em alguma história real que aconteceu, é conhecer essa história detalhada, pois você acaba revendo as coisas na tela e isso acaba frustrando um pouco com as expectativas, então como já falei algumas vezes aqui no site o diretor e o roteirista precisam criar artifícios que não existiram para dar aquela incrementada e chamar o público para seu filme funcionar. Dito isso, lembro bem tanto da matéria do Fantástico quanto do Domingão Aventura em 2016 quando foi mostrado o pinguim que voltava todo ano para a casa do pescador e depois de um tempo voltava para a Patagônia, e a trama do longa "Meu Filme Pinguim" é baseada nessa história bonita, e felizmente o diretor colocou mais coisas para que a história tivesse um emocional maior, trabalhou um pouco da "vida" do pinguim na Patagônia, algumas excentricidades do bichinho de ser acumulador de tralhas, e com isso deu um pouco mais de vida para que seu longa funcionasse, porém demorou um pouco demais para isso acontecer, de modo que ficou um pouco arrastado o começo e o meio da trama, mas nada que atrapalhasse o resultado final. Agora algo que ficou muito estranho de ver na tela, foi o fato do longa ser uma história brasileira, ser filmado em Ubatuba-SP e Paraty-RJ, ter um diretor brasileiro, mas colocarem um ator franco-marroquino e uma atriz mexicana como o casal de velhinhos e não bastante todos na cidade falam inglês fluentemente ou com um certo sotaque, ou seja, poderiam ter trabalhado melhor isso e apenas dublar lá fora para vender a trama internacionalmente.

O longa-metragem é um conto de amizade entre um pai solitário e um pequeno pinguim perdido, que recarrega seu espírito e cura sua família com uma lealdade inabalável que atravessa o oceano. Na trama, o humilde pescador João se afastou do mundo após uma tragédia, mas quando ele descobre um pinguim à deriva sozinho no oceano, encharcado de óleo de um vazamento, seu primeiro instinto é ajudar. Para desespero de sua esposa, ele não apenas resgata a criatura marinha, mas cuida do pássaro e o apelida de DinDim.

Se o filme anterior do diretor David Schurmann sobre sua família ("Pequeno Segredo") ele conseguiu desenhar algo tão bem colocado e sutil na tela, aqui usando também uma história real, ele se deixou levar demais pelos produtores internacionais, afinal é uma produção mista Brasil/EUA, pois dava para fazer um filme com uma pegada própria nacional mesmo e ainda colocar a qualidade internacional, mas não ocorreu, e dessa forma o filme pareceu levemente engessado no miolo, tendo um começo até que impactante pela tragédia e um clímax forte com o que acontece com pinguim, mas ficou faltando fazer o público lavar a sala do cinema, e isso pesou até que bastante. Claro que o diretor empregou técnica aos montes, mostrando planos subjetivos do animal (meio estranho de falar isso, mas acontece alguns momentos aonde temos o olhar do pinguim), muitas filmagens na terra e no mar, e claro todo o trabalho imenso de gravar com os atores animais (foram 12 usados para representar Dindim), e também a postura de ser rodado o longa no Brasil, mas ainda assim senti a falta do carisma dos nossos atores, que talvez dariam uma ginga a mais para a trama.

Como já repeti algumas vezes, com toda certeza preferiria ver atores brasileiros fazendo os papeis principais, mas já que não posso escolher isso, Jean Reno sempre cai bem nos papeis que faz, e aqui seu João tem o tradicional estilo de um senhorzinho, tem uma boa química com os personagens animais e conseguiu dar os devidos trejeitos mais fechados que o papel pedia de alguém mais retraído pelo passado, ou seja, fez bem o que precisava fazer. Adriana Barraza também fez bem a sua Maria, tanto que por não lembrar dela em outros filmes que já vi, cheguei a achar que era alguma atriz brasileira apenas falando inglês, mas passou bem o ar da tradicional senhorinha de praia, cozinhando muito e vivendo sua vida. Quanto aos demais, tivemos bons 12 pinguins no papel de Dindim que o diretor falou que cada um tinha uma personalidade diferente, então foi usado para cada tipo de cena um, tivemos alguns bons atos com os pesquisadores na Patagônia, com Alexia Moyano tendo maior destaque com trejeitos e emoções bem colocadas na tela, e o começo com Pedro Urizzi e o garotinho Juan José Garnica foram bem fortes de emoção, que acabou tendo um bom gracejo na tela. E apenas uma colocação o quanto o ator Ravel Cabral é parecido com o diretor, tanto que achei que era o próprio diretor que interpretou Paulo, o repórter que vai conversar com João.

Visualmente o maior acerto da produção foi ter trazido todos os atores para filmar onde realmente tudo aconteceu, em Ubatuba, Ilha Grande e Paraty, pois conseguiram retratar bem a vila de pescadores, toda a essência dos barcos sendo preparados para as saídas (além da busca final com um nevoeiro bem interessante), com a casinha simples e bem característica do protagonista para dar as devidas nuances, e claro as cenas na Patagônia mostrando algo quase que documental da migração dos pinguins, de seus ninhos, uma cabana isolada de pesquisa e tudo mais, além de algumas cenas de mergulho para dar a visão do pinguim, o que acabou mostrando que a equipe de arte trabalhou bem com o orçamento.

Enfim, não é um filme ruim, mas faltou emocionar mais como poderia e assim o resultado ficou apenas uma boa representação de uma história nossa, que me desculpe o diretor, mas foi feita por americanos, e assim o resultado acaba sendo gracioso para talvez as crianças curtirem as cenas com o pinguim. E é isso pessoal, até recomendo o filme para principalmente quem não viu a reportagem e vai se envolver com a história, mas não espere muito dele. Eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Netflix - Boxer (Bokser)

9/12/2024 12:16:00 AM |

Costumo dizer que o cinema polonês gosta de brincar com umas facetas diferentes, passando por vezes alguns tipos de filmes que já vimos em outros países, mas que colocado sob um olhar mais fechado costuma permear algumas ideias que ainda não tinham sido bem exploradas, e com o lançamento mundial da Netflix de hoje (sim, o filme está estreando tanto na Polônia quanto aqui no Brasil hoje), "Boxer", vemos praticamente um filme que já vimos muitas outras vezes de mulheres fortes que acabam vivendo a vida do marido para que busquem um sonho maior dele, no caso aqui ser campeão mundial de boxe, porém a sacada por trás da trama não foi apenas mostrar isso, o que já é bem trabalhado na tela, mas sim mostrar um pouco da vida de um entre milhões de pessoas que fugiram da Polônia comunista dos anos 1980, entre eles muitos atletas que vimos brilhar por outras nações em campeonatos mundiais, olimpíadas e muitos outros, e essa intensidade acaba sendo bem colocada nos atos finais quando tudo foi mais representativo nesse sentido. Ou seja, o longa não é a história real de uma pessoa, mas a síntese da vida de vários que viram que ali não tinham futuro, comida, nem brilho, e fugiram para Europa e conseguiram ir além, ou então também caíram para os problemas mundanos, como também é bem representado no filme, e assim sendo vale a experiência de um filme bem produzido que talvez seja longo demais, mas que funciona sem cansar ao menos.

A sinopse nos conta que com medo de repetir os erros do pai, um jovem boxeador promissor, foge da Polônia comunista para perseguir seu sonho de se tornar o maior lutador da história. Com apenas sua esposa ao seu lado, o homem rapidamente percebe que a luta por seu sonho será mais complicada do que ele pensava. Depois de meses lutando com as dificuldades de ser um imigrante, o boxeador polonês concorda em participar de uma luta combinada que mudará sua vida para sempre.

Diria que mesmo entregando uma trama de 150 minutos, o diretor e roteirista Mitja Okorn foi bem sucinto com tudo o que desejava entregar na tela, pois ele praticamente contou os devidos atos importantes da vida dos dois protagonistas determinando cada pedaço com dinâmicas imponentes sem precisar capitular nada, nem também deixar jogado para que o público imaginasse, sendo coerente com cada momento, com cada pessoa que passou pela vida deles, e criando algo que o público se conecte com a ideia toda. Claro que alguns vão achar longo demais e vão até pular o play no filme, mas pensando como um editor, se remover qualquer parte da trama, o filme se perde, e se colocasse qualquer outro detalhe ou cena, acabaria arrastado, ou seja, souberam enumerar provavelmente já nas filmagens tudo e o filme acabou ficando redondinho e gostoso de ver, e olha que tem coisa na trama que facilmente qualquer diretor americano eliminaria sem nem pensar duas vezes, mas como disse no começo, o cinema polonês sabe fluir nesse sentido.

Quanto das atuações, Eryk Kulm conseguiu trazer alguns trejeitos bem marcantes para seu Jedrzej, de modo que demonstrou um pouco afoito em alguns atos, mas como bem sabemos a vida de boxeadores são cheias de turbulências, e com isso seus traquejos acabam sendo aceitáveis dentro da trama, claro que poderia ter oscilado menos no temperamento do personagem, mas isso sabemos que não é o ator que escolhe, então conseguiu chamar a responsabilidade para si e não ficar em segundo plano. Agora quem quase rouba todos os planos do protagonista foi Adrianna Chlebicka com sua Kasia, pois a jovem além de bonita soube segurar todo o processo do marido que era sonhador demais, trouxe as dinâmicas para si e com trejeitos sutis demais desenvolveu boas emoções na tela. Eryk Lubos já colocou seu Czesiek como um beberrão nato de altíssimo gabarito, botando olhares, movimentações e situações com graça e intensidade até o seu ato final bem marcante. Ainda tivemos Adam Woronowicz entregando o tradicional empresário escravocrata de primeira linha com seu Nicky, de modo que a cena do caderninho foi básica e incisiva demais, tivemos a sedutora jornalista Eva que Waleria Gorobets soube fazer de um modo imponente, e outro estranho, mas bem colocado foi Will Huse como o excêntrico Jackie Boss.

Visualmente a trama teve alguns atos bem trabalhados nas lutas, com muita perspectiva quase que em primeiro plano para tomarmos socos dos lutadores, voando sangue na câmera e contando com uma maquiagem bem imponente para que o protagonista ficasse com marcas pós-lutas, tivemos ringues e academias bem simples e outras mais elaboradas, tivemos uma grandiosa mansão e também um centro de imigração quase que como algo abandonado, e até um campeonato bem representado para mostrar a fuga, isso tudo além de mostrar um pouco da vida comunista na Polônia dos anos 80, ou seja, um filme representativo bem colocado na tela.

Enfim, é um longa com uma proposta bem trabalhada na tela, que agrada pela dinâmica toda e pela história contada como não sendo de uma única pessoa, tanto que durante os créditos vemos outros atletas poloneses que brilharam mundo afora (poderiam ter colocado os nomes embaixo que agradaria um pouco mais, mas não era essa a ideia do longa), fora as boas músicas de Scorpions em alguns momentos, ou seja, vale a recomendação de play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Vovó Ninja

9/11/2024 01:42:00 AM |

Logo que acabou bem a pandemia no começo de 2022 e voltamos a ir frequentemente aos cinemas, o trailer de "Vovó Ninja" passava em quase todas as sessões, mas depois desapareceu das sessões de modo que achava até que já tinha caído em algum streaming que não vejo direto, mas eis que surgiu nas programações dessa semana estreando por todo o país, e confesso que estava com muito medo de ser daquelas bombas novelescas que irritam com situações bobinhas e jogadas, mas fui surpreendido com uma trama bem levinha, gostosa de curtir, como um filme tradicional de férias aonde até tem umas bobagens (principalmente por parte dos bandidos), mas que funciona do começo ao fim redondinho, de tal forma que se fosse um filme americano ou europeu com a mesma história e personagens lotaria as salas, mas como é brasileiro, o povo fugiu!

A sinopse nos conta que Arlete não é uma avó comum. Com um estilo de vida zen e sem muito jeito com crianças, ela se prepara para receber seus netos depois de muito tempo sem vê-los. As crianças não estão nada satisfeitas de passar as férias em um sítio sem internet, cheio de regras e tarefas domésticas, mas descobrem que a avó tem habilidades fora do comum e vão fazer de tudo para descobrir qual é o seu segredo.

É até engraçado ver o diretor Bruno Barreto que já fez grandes clássicos nacionais trabalhando com uma trama desse estilo, mas como já vem há alguns anos trabalhando com tramas cômicas mais novelescas até que nesse caso ele felizmente fugiu do traquejo tradicional que vemos em longas desse estilo, e acredito que suas inspirações com certeza foram filmes clássicos infantis que passavam na saudosa Sessão da Tarde durante as férias, tendo uma pegada lúdica, mas também passando algumas lições morais para a criançada, que pode até achar meio chato ter regras, mas que num futuro acabará compensando aprender. Ou seja, usando o básico do estilo ele não fez um filme com grandes chamarizes, e até é notável que sofreu alguns cortes em todo esse tempo que ficaram maturando ele para lançar, mas conseguiram deixar ele curto e funcional, com um gracejo bem colocado na tela que acaba mostrando técnica e estilo.

Quanto das atuações, fiquei também com muito receio que fosse ver Glória Pires dando voadora, gritando iáá, mas felizmente ela entregou uma Arlete que faz boas defesas pessoais e segurou bem a trama como a boa atriz que é, tendo todo um ar bem de senhora e chamando para si a responsabilidade do filme. Diria que as crianças foram bem sagazes nas entregas, com trejeitos bem colocados e dinâmicas que acabaram sendo bem graciosas, com Michel Felberg sendo o mais velho com um João mais medroso e tímido, a garota Luíza Salles já bem esperta e cheia de facetas para com sua Elis e o menorzinho Angelo Vital bem astuto e curioso trabalhando seu Davi pronto para encarar tudo que vier pela frente. Ainda tivemos Matheus Ceará forçando um pouco a barra com seu Pereba e Cleo pela primeira vez fazendo a filha de sua mãe numa produção, mas aparecendo em duas cenas praticamente.

Visualmente a equipe de arte arrumou um tremendo de um sítio, com uma casa ampla que poderiam até ter usado mais ambientes pelo tamanho, mostrando apenas o quarto das crianças, uma sala, o cômodo de cima cheio de troféus, fotos e aparatos de kung fu, mas do lado de fora uma floresta rica com balanço, lago e tudo mais que poderiam ter aproveitado mais para a caça ao tesouro, mas que funcionou bem dentro da proposta completa.

Enfim, é um filme lúdico, simples e que agrada de certa forma pela entrega completa, que talvez pudesse ter ido mais além, mas que não quiseram forçar tanto a barra, e assim saiu do estilo novelesco e facilmente não chega a ser cansativo de conferir, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais

Kill - O Massacre do Trem (Kill)

9/10/2024 12:41:00 AM |

Já tinha falado que o cinema indiano tem crescido de uma forma meio bagunçada, pois sabemos que suas bilheterias pelo país são de números que muitos produtores nem sonham, e também a quantidade de filmes que fazem é surreal, e agora resolveram invadir também os cinemas do Brasil com a tentativa de algumas distribuidoras colocar tramas mais diferentes do estilo tradicional deles que acreditam serem vendáveis por aqui ao invés de ficarem só no mercado indiano realmente. Só esqueceram de um detalhe simples, quem curte filme pancadaria na sua maioria são adolescentes, então chegando com classificação 18 anos já deu muitos problemas e confusões de ingressos tendo de ser devolvidos e tudo mais. Dito isso, vamos ao que interessa que é falar de "Kill - O Massacre no Trem" que fica bem fácil entender a censura 18 anos, pois é de uma violência exorbitante, aonde tanto o protagonista quanto o antagonista fazem picadinhos de ambos os lados sem nem pensar, numa batalha toda coreografada minimamente para socos e facadas (gigantes por sinal) arrancarem todas as próteses e voar sangue para tudo quanto é lado. Ou seja, é daqueles filmes que você tem que até esquecer da história (se é possível fazer isso em algum filme) e entrar na onda da pancadaria torcendo pela melhor luta possível, e assim dá para curtir o resultado.

O longa vai contar a partir do momento quando o comandante do exército, Amrit, descobre que seu verdadeiro amor, Tulika, está noiva contra sua vontade. Ele parte em uma audaciosa jornada de trem com destino a Nova Delhi, determinado a impedir o casamento arranjado. Porém, a situação se complica quando uma gangue de ladrões liderada pelo impiedoso Fani ameaça os passageiros com facas, transformando o trajeto em um emocionante e mortal confronto onde Amrit os enfrenta em uma matança que desafia a morte para salvar aqueles ao seu redor, transformando o que deveria ser um trajeto típico, em um passeio emocionante e cheio de adrenalina.

Como já disse outras vezes, conheço bem pouco do cinema indiano, por fugir de algumas produções estranhas demais para o meu gosto, então não conhecia o trabalho do diretor e roteirista Nikhil Nagesh Bhat, então o que posso dizer é que ele trouxe uma violência ao ponto que o público deseja ver, pois dava para não ser algo tão impactante e cheio de pancadaria, mas para isso acontecer precisaria colocar mais história na trama, e isso inexiste, pois o protagonista é um soldado que está em missão e ao voltar descobre que a namorada foi prometida pra outro, vai ao encontro dela e depois de embarcar num trem lotado de ladrões, ele resolve bancar o herói e sai distribuindo porrada, mas ao acontecer uma tragédia, aí o cara surta e sai matando pra valer tudo e todos que estiverem em sua frente do grupo de ladrões, e pronto, nada mais, ou seja, como disse acima é só ir conferir sem esperar qualquer história que o longa funciona, do contrário é melhor ir ver outra coisa no cinema, pois o diretor fez boas coreografias, fez muita maquiagem cênica boa de ver com as próteses e muito sangue, mas se isso preenche seu gosto por um filme, esse é o longa e o diretor.

Quanto das atuações, é até engraçado falar isso, mas todos colocaram imposição máxima nos trejeitos que até a dublagem das vozes ficou bem divertida na tela, e no conceito entrega de lutas diria que Lakshya com seu Amrit entregou tudo e mais um pouco, praticamente um imortal com o tanto de facadas que leva e continua lutando, mas trabalhando feições de dor e muita força no olhar expressivo pronto para matar, ou seja, fez o que precisava. Do outro lado tivemos Raghav Juyal com seu Fani, também bem imponente, e mais traiçoeiro nas lutas, mas sendo bem ambicioso (e um pouco burro vendo o combate do oponente), de modo que talvez uma voz mais impactante desse um teor mais divertido para seus pensamentos. A atrizTanya Maniktala até trabalhou sua Tulika de um modo amoroso e chamativo, mas podia ter ido mais além na entrega expressiva de seus atos para emocionar mais. Quanto aos demais vale o destaque para o brucutu chorão Siddhi que Parth Tiwari fez, que se o ator ouvir a voz que colocaram para ele aqui no Brasil com toda certeza mata o dublador com dois socos, e Ashish Vidyarthi com seu Beni que o povo mais chamou ele de tio do que pelo nome, mas tentou inicialmente apaziguar a briga, mas depois surtou e foi pra cima também.

Visualmente o longa ficou só passeando pelos vagões do trem durante todo o filme, mostrando as beliches aonde o povo dorme com cortinas, e claro todos os vilões com facas de todos os estilos possíveis, ainda tendo algumas marretas, canos e tudo mais de arma branca até aparecer a polícia quase que nos atos finais com algumas espingardas, mas não duraram muito, então o ato inicial com os protagonistas chegando em carros com muitos outros soldados, e uma tremenda festa de noivado num hotel foram apenas enfeites cênicos, pois todo a base do longa é em quatro vagões bem semelhantes e nada mais. Já algo que vale um bom destaque cênico ficou para a equipe de maquiagem e de próteses, pois as facas fizeram muitos estragos nos personagens com muito sangue cenográfico e pedaços para todos os cantos do trem, então se não foi tudo bem feito teve uma galera que saiu machucado de verdade.

Enfim, felizmente o longa não tem danças, nem muita melação, embora tenha alguns atos de flashbacks totalmente desnecessários, valendo para quem curte muita pancadaria e sangue pra todo lado, pois é o que funciona no filme, já que história esqueceram de escrever, mas os diálogos dublados ao menos ficaram engraçados e bem toscos. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais textos.


Leia Mais

Netflix - Rebel Ridge

9/09/2024 12:40:00 AM |

O que mais me deixa com medo de ver filmes de ação policial na Netflix é o fato dos longas da plataforma nesse estilo acabarem com finais toscos ou resoluções que nem em sonho dariam certo, mas que acabam dando, porém resolvi dar a chance para "Rebel Ridge", afinal o longa está em primeiro desde sexta na plataforma e parecia interessante, e diria que o resultado acabou sendo bem bacana de ver, não cansando com as insanidades colocadas, afinal qualquer pessoa na segunda intimidação policial já teria ido para casa, e claro com um final que podemos chamar a polícia da cidadezinha de Storm Trooper, afinal erram mais tiros que a guarda de Darth Vader. Claro que você vai vir falar - "mas Coelho, se acertar o mocinho acaba o filme!" - sim, acabaria, mas dava para pensar em soluções mais práticas para que não precisasse o cara fazer toda a parafernalha e sair totalmente ileso com tantos tiros dados, ainda mais por policiais treinados para acertar bandidos. Ou seja, não é um filme ruim, pois a trama tem a famosa pegada de mostrar "motivos" para a corrupção dentro das organizações (e isso é mundo afora, não apenas um problema brasileiro), e claro uma vítima do sistema se revoltando com tudo e botando pra quebrar, então acabou sendo um passatempo bem colocado para fechar o domingo.

A sinopse nos conta que Terry Richmond é um ex-fuzileiro naval que chega a Shelby Springs com uma missão simples, mas urgente: pagar a fiança do primo e salvá-lo do perigo. Mas depois que as economias de Terry são confiscadas injustamente, ele precisa encarar o delegado Sandy Burnne e seus policiais prontos para a agressão. Terry recebe a ajuda inesperada da oficial de justiça Summer McBride, e os dois se envolvem em uma conspiração que toma conta da cidade. Correndo cada vez mais riscos, Terry precisa apelar ao seu passado misterioso para libertar a comunidade do domínio da polícia, fazer justiça para a própria família e ainda proteger Summer.

Diria que o diretor e roteirista Jeremy Saulnier soube pegar uma história real que aconteceu lá em 2015 e fantasiar ela ao máximo para claro ter algo mais imponente, afinal o caso real demorou 9 anos rolando na justiça e ele não tem esse tempo de tela, então aqui tudo acontece no máximo de uns 5 dias de história, e o protagonista não deixou barato para os policiais corruptos que tentaram lhe roubar e acabar com a vida de uma jovem oficial de justiça, e a grande sacada do diretor foi poder brincar com o tempo do filme, tendo atos mais calmos e dramáticos, aonde tudo toma a forma, quase que contando para uma criança como é atravessar o lado da rua, e outros aonde a pancadaria rola solta, tiros para todos os lados, perseguições, fogo e tudo mais, ou seja, a trama propriamente tem suas quebras na dinâmica toda, mas que funciona bem para não cansar o espectador, mostrando que o diretor tinha um bom domínio de sua ideia inicial.

Quanto das atuações, Aaron Pierre foi muito fechado e "manso" para alguém que serviu o exército e se viu cheio de injustiças, pois respeitar num primeiro momento os policiais intimando firmemente um negro é algo comum, mas depois com tudo o que vai rolando, até que demorou demais pro personagem sair dando tiro, porrada e bomba, claro que isso é algo do roteiro, mas o ator se fechou demais, sendo seguro com o que precisava fazer, mas seco demais de expressões para prender o espectador com ele. Don Johnson também soube fazer um chefe de polícia irritante que qualquer um sem uma sanidade de um monge lhe socaria a mão, e isso mostrou muito do ator para que seu Sandy fosse o antagonista máximo da trama, mostrando que o ator soube entregar tudo na tela. Da mesma forma, David Denman trabalhou seu Marston com trejeitos e imposições bem diretas para irritar tanto o protagonista quanto os espectadores, e isso é bem funcional em longas desse estilo. Já AnnaSophia Robb fez uma Summer inicialmente enxerida demais, se metendo na vida do protagonista, mas depois sofrendo muito nas mãos dos antagonistas, de modo que a atriz teve segurança para sua história e entregou bons trejeitos com tudo o que lhe foi colocado na tela. 

Visualmente a trama trabalhou bem uma delegacia bem ampla e tradicional, um fórum simples com uma catacumba aonde guardam arquivos e filmagens, um hospital também sem grandes chamarizes, a casa da jovem que ajuda o protagonista, um restaurante chinês e muitas cenas nas estradas e florestas da região, não sendo nada muito expressivo de detalhes, tirando claro tudo o que é mostrado dentro da sala de provas da polícia, que ali tinha tudo e mais um pouco.

Enfim, é um filme básico, que serve para passar um bom tempo contando com cenas de ação interessantes, e claro, muita injustiça para passar raiva também, pois sabemos que existem alguns policiais desse estilo que é mostrado na tela, então se você não teve o seu momento de raiva ainda essa semana, fica a dica para a conferida do longa, mas vá sem esperar muito, pois qualquer exigência a mais vai atrapalhar a experiência. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


Leia Mais