Sei que todas as vezes que critico os diretores de não colocarem suas opiniões nos filmes, mas hoje vou evitar colocar a minha opinião aqui, senão a chance de eu terminar igual ao que ocorre no final do longa que conferi hoje, pois fazia tempo que um filme não me deixava com tanta raiva. Claro que o longa tem erros de todas as partes no contexto de vida real, então é melhor não entrar nessa briga e apenas analisar a trama cinematograficamente. Dito isso, o longa mexicano da Amazon Prime Video, "Um Mau Ator", é daqueles que muitos vão reclamar de ser fechado demais, mas a pauta em si é que é válida para a discussão de foi ou não estupro, quem está mais errado o cara que cometeu o ato ou alguém que joga a merda no ventilador ou a população que quer resolver sozinha ao invés de deixar a pessoa ser julgada criminalmente. Ou seja, é daquelas tramas que você fica se perguntando várias coisas, que o roteiro permite essa reflexão, e que os personagens agem como a maioria agiria realmente, então a formatação sem tantas coisas acontecendo pode até cansar alguns, mas o não imaginar a bagunça completa do final é algo que vai irritar a muitos, e assim sendo, um grande feito do diretor foi o de não deixar que o filme virasse uma peça teatral, o que acaba agradando bastante nesse sentido.
O longa se passa em um set de filmagem, no qual dois atores em busca de crescimento, Sandra Navarro e Daniel Zavala estão se preparando para uma grande oportunidade para que a carreira deles floresça ainda mais: estrelar um filme de um cineasta muito prestigiado e conhecido no meio. Tudo está fluindo como o esperado, a equipe envolta por conversas casuais e amigáveis, e os dois atores no mesmo barco, preparados para encarar uma cena de sexo difícil de se encarar. Até que algo terrível acontece: Sandra acusa Daniel de abusá-la durante essa cena. Ela está com sangue nos olhos para fazer justiça e move uma ação judicial ao mesmo tempo em que a produção do longa se esforça para conter os ânimos e impedir que isso caia aos ouvidos do público para não se transformar em um escândalo.
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O longa se passa em um set de filmagem, no qual dois atores em busca de crescimento, Sandra Navarro e Daniel Zavala estão se preparando para uma grande oportunidade para que a carreira deles floresça ainda mais: estrelar um filme de um cineasta muito prestigiado e conhecido no meio. Tudo está fluindo como o esperado, a equipe envolta por conversas casuais e amigáveis, e os dois atores no mesmo barco, preparados para encarar uma cena de sexo difícil de se encarar. Até que algo terrível acontece: Sandra acusa Daniel de abusá-la durante essa cena. Ela está com sangue nos olhos para fazer justiça e move uma ação judicial ao mesmo tempo em que a produção do longa se esforça para conter os ânimos e impedir que isso caia aos ouvidos do público para não se transformar em um escândalo.
Diria que o diretor e roteirista Jorge Cuchi foi muito preciso na escolha da temática e claro na forma que escolheu para desenvolver sua trama, pois dava para ousar trabalhar o tema com muito mais sutileza que ainda assim funcionaria, mas ele optou pelo cerne mais imponente e direto, e principalmente colocando em discussão o mundo das cenas de sexo dentro dos filmes, de tal forma que seu filme ficou denso e marcante, aonde muitos claro que ficarão irritados pelo estilo do diretor de segurar muito o momento, mas era necessário para que ficasse algo duplo, e o resultado chamasse atenção. Claro que sabemos que o mundo do cinema tem muita coisa podre, mas ele ousou e acabou acertando na escolha.
Quanto das atuações, Alfonso Dosal segurou bem o estilo de seu Daniel, tendo um início mais dinâmico, boa praça e cheio de conexões com todos, mas quando a bomba explode, surta e trabalha trejeitos mais fortes, o que mostrou sinceridade na expressividade e claro mostrando uma atuação na medida. Da mesma forma Fiona Palomo inicialmente pareceu bem disposta a entregar atos marcantes, se jogou por completo e até pareceu uma atriz bem conectada com todos, mas após o ato caótico ela entra numa introspecção que chega a ser irritante, pois poderia ter feito a denúncia de várias formas, mas se jogou numa onda que mais incomodou do que mostrou atitude, e assim sendo falhou um pouco. Quanto as demais garotas presentes no ato, Karla Coronado deu boas nuances para sua assistente de direção, e Patricia Soto fez de sua Ximena, a figurinista, alguém que me irritou ao máximo, da famosa pessoa que pega a merda e taca no ventilador com propósitos pensados, e fez trejeitos claros de mulheres que não valem o emprego que tem, ou seja, fizeram bem seus papeis, mas me irritaram com isso. Quanto aos advogados, Juan Pablo de Santiago e Ana Karina Guevara trabalharam bem, mas sem muitas imposições, então dava para ter ido mais forte nas atitudes.
Visualmente a trama mostrou no começo como são filmados algumas cenas dentro de carros, mostrou os ensaios de textos nos trailers de maquiagem, colocou bons elementos cênicos para representar bem os ambientes desde os trailers dos artistas até o ambiente aonde todos ficam bem juntos em reuniões, até chegarmos no ambiente do quarto do motel, aonde todos da equipe ficam escondidos no banheiro e apenas o câmera junto dos atores, tudo bem figurativo na tela, funcionando e mostrando simplicidade técnica. Então chegamos aos atos finais de linchamento, que aí meus amigos, o caos toma forma, e tudo que você pensar que já viu em filmes do estilo não será nem um terço do que é mostrado, então prepare seu estômago, pois é forte, e a equipe de arte não economizou.
Enfim, é um filme que facilmente tinha tudo para ser apenas uma peça cênica na tela, mas que com muita ousadia e inversões acabou trabalhando um tema denso de uma forma precisa que vai irritar muitos que conferirem, e como já disse isso outras vezes isso é fazer cinema, então mesmo irritado que a trama atingiu alguns gatilhos que não batem com meus ideais tanto do errado masculino quanto dos dois errados femininos da trama, eu tenho de aplaudir, afinal fizeram o que tinha de fazer. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.