Costumo ver que atualmente temos três tendências no mercado de filmes em festivais, os que procuram ser fortes e densos demais, aonde o conflito impera, choca ou causa algo no espectador; ou então recai para algo simples e bonitinho que tenta por vezes fazer com que as lágrimas escorram pelo rosto do espectador; ou então é daqueles que são apenas jogados, não se importando com o que o público ache, e seja feliz. Claro que existem exceções, porém tem acontecido isso demais, e quando o longa fica dentro do segundo estilo, muitas vezes andam segurando demais a densidade dramática, o que acaba ficando por vezes um filme bobinho demais, como é o caso do longa do Varilux de hoje, "O Último Judeu", que você fica esperando ir para algum rumo, sair da base simples, ou talvez ter algum ponto de quebra maior, mas não ocorre, de tal forma que cheguei a pensar até que ele acabaria bem antes da cena de fechamento que é o que salva o filme, mas ficou algo narrado demais, mostrando um jovem sem grandes desenvolturas, e que acaba ficando tudo muito sem rumo, valendo apenas mesmo a cena dele vendendo pro senhorzinho (que é divertida e bem colocada) e o ato de liberação da mãe.
A sinopse nos conta que aos 27 anos, Bellisha leva uma vida tranquila como se fosse um pequeno aposentado: frequenta cafés, vai ao mercado e passeia pela cidade. Ele mora com a mãe, Giselle, que raramente sai e acredita que ele está firmemente integrado na vida profissional. Tudo muda quando Giselle percebe que são os últimos judeus do bairro. Ela está convencida de que chegou a hora de partirem também. Bellisha prefere ficar e, para tranquilizar sua mãe, finge que está planejando a partida deles.
Quanto das atuações, o jovem Michael Zindel soube se jogar por completo com seu Ruben Bellisha, de modo que se divertiu, fez boas entregas, praticamente um garotão mimado solto pela vida, sem grandes anseios ou algum sonho, mas com trejeitos carismáticos ao ponto de não incomodar o público, pois facilmente é o tipo de personagem que ou você ama ou odeia, e o seu jeitinho casual acabou sendo dos bem colocados. Agnès Jaoui trabalhou bem sua Giselle, fazendo aquela mãe fechada na dela, bem simples, tradicionalmente judia, cuidando do seu bebê de 26 anos, de forma que talvez pudesse ter uma presença maior, mas os atos que apareceu teve bom contato visual e chamou atenção. Quanto aos demais, vale dar leves destaques para o primo do protagonista que Solal Bouloudnine entregou bem ligado no 220, cheio de personalidade e colocando atos cômicos bem encaixados, e Eva Huault com sua Mira, que num primeiro momento não entrega, mas depois descobrimos ser casada e ter filhos, como um envolvimento até que meio infantil com o protagonista, mas que funciona para a proposta do longa.
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A sinopse nos conta que aos 27 anos, Bellisha leva uma vida tranquila como se fosse um pequeno aposentado: frequenta cafés, vai ao mercado e passeia pela cidade. Ele mora com a mãe, Giselle, que raramente sai e acredita que ele está firmemente integrado na vida profissional. Tudo muda quando Giselle percebe que são os últimos judeus do bairro. Ela está convencida de que chegou a hora de partirem também. Bellisha prefere ficar e, para tranquilizar sua mãe, finge que está planejando a partida deles.
Claro que o motivo principal do longa não decolar realmente fica em ser a estreia do diretor e roteirista Noé Debré em longas, pois com uma maturidade maior certamente ele conseguiria fazer não só as duas cenas que falei terem uma participação maior na trama, como saberia tirar proveito de muitos outros momentos que acabam sendo quase que jogados na tela (principalmente as de tentativa de conexão com os demais jovens e garotos do bairro, meio que em uma tentativa de colocar a idade mental do rapaz para baixo), e assim sendo o filme não flui devidamente, ficando básico demais. Não digo que o mesmo roteiro nas mãos de um diretor mais experiente funcionaria melhor, mas ao menos não necessitaria de tanta narração, nem de sínteses rápidas para atos que poderiam ser mais desenvolvidos.
Quanto das atuações, o jovem Michael Zindel soube se jogar por completo com seu Ruben Bellisha, de modo que se divertiu, fez boas entregas, praticamente um garotão mimado solto pela vida, sem grandes anseios ou algum sonho, mas com trejeitos carismáticos ao ponto de não incomodar o público, pois facilmente é o tipo de personagem que ou você ama ou odeia, e o seu jeitinho casual acabou sendo dos bem colocados. Agnès Jaoui trabalhou bem sua Giselle, fazendo aquela mãe fechada na dela, bem simples, tradicionalmente judia, cuidando do seu bebê de 26 anos, de forma que talvez pudesse ter uma presença maior, mas os atos que apareceu teve bom contato visual e chamou atenção. Quanto aos demais, vale dar leves destaques para o primo do protagonista que Solal Bouloudnine entregou bem ligado no 220, cheio de personalidade e colocando atos cômicos bem encaixados, e Eva Huault com sua Mira, que num primeiro momento não entrega, mas depois descobrimos ser casada e ter filhos, como um envolvimento até que meio infantil com o protagonista, mas que funciona para a proposta do longa.
Visualmente o longa trabalhou bem um bairro bem gentrificado, aonde antigamente era mais populoso de judeus, e agora está com tudo mais misturado com praticamente todos saindo dali e sobrando somente o jovem e sua mãe, um apartamento simples, porém bem bagunçado, principalmente depois que a mãe resolve querer mudar, e começa a juntar tudo suas coisas, e claro depois do assalto, algumas vendas na rua, compras em feiras e mercadinhos, e algumas idas na central de judeus, mas sem grandes atos para representar bem toda a religião, ou seja, a equipe de arte economizou bastante.
Enfim, é um filme simples demais para um tema que talvez pudesse render mais, mas que não é ruim de assistir, e mesmo tendo muita narração não cansa o espectador, então quem gostar de filmes mais tranquilos sem grandes desenvolturas é capaz de curtir a ideia da trama. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.