Covil de Ladrões 2 (Den of Thieves 2: Pantera)

2/02/2025 02:57:00 AM |

É engraçado ver a sequência de um filme de ação depois de tantos anos, pois geralmente colocam quase que em linha de produção para que o público não se esqueça de nada e ainda esteja no clima, porém a maturidade de 7 anos fez muito bem para "Covil de Ladrões 2", pois se no primeiro a grande queixa que fiz foi de defeitos técnicos, aqui praticamente desapareceram, e o melhor, com uma história tão cheia de nuances e estilos, que arrisco a dizer que essa franquia seria a sucessora da já desgastada "Velozes e Furiosos", pois gostamos de ver ladrões em ação (desde que não seja conosco) nos cinemas, arquitetando seus planos ambiciosos e desenvolvendo tudo para conseguir o objetivo, e a entrega dos protagonistas foi tão bem elaborada que acabamos nos envolvendo com tudo, tanto que fazia tempo que não via uma sala de cinema tão em silêncio durante toda a exibição, sem ninguém saindo e entrando, ou fazendo as devidas conversinhas paralelas (o que é ótimo e não estou reclamando), e assim sendo posso dizer que o longa funcionou demais, e já quero ver que rumos irão tomar na sequência, que espero que não demore novamente 7 anos.

No longa vemos que Big Nick está à procura de Donnie, que escapou da Europa e está planejando seu próximo plano: roubar uma carga de diamantes que equivale a mais de 800 milhões de euros do Centro de Diamantes, o prédio mais seguro da Europa Continental. Dessa vez, porém, Big Nick não está atrás de capturá-lo, mas sim está determinado a fazer parte do elaborado assalto organizado por Donnie e seu grupo, Os Panteras, deixando para trás seus dias de policial e xerife. O que ninguém imaginava era que, mergulhados no mundo complexo e imprevisível dos ladrões de pedras preciosas, o esquema deles envolveria os diamantes de outra máfia. Agora, é preciso escapar com vida de uma caçada letal com outros criminosos enquanto organizam o maior plano de suas carreiras.

Outro ponto que gosto muito é quando nas sequências não mudam a equipe técnica principal, de forma que o diretor e roteirista Christian Gudegast voltou para o seu grandioso projeto com muito mais dinheiro para não cometer os mesmos erros anteriores, e com um roubo muito mais ousado, ao ponto que vemos um filme redondo, sem abusos ou situações que nos envergonhe do que estamos vendo na tela, e dessa forma o diretor soube segurar tensões, desenvolver bem os personagens novos, e até não necessitar tanto que soubéssemos do que ocorreu no primeiro (o que é muito bom, afinal alguns atos ajudam a entender tudo melhor). Ou seja, é daqueles filmes que empolgam pela essência em si, que quem gosta de uma boa trama de ação pipoca, sem precisar pensar em nada entra no clima que o diretor propõe e vai até o final curtindo ótimas jogadas que ocorrem (e olha que apostei isso logo na primeira cena, fiquei em dúvida em alguns atos, voltei a acreditar na minha teoria, acertei no final, e fui levemente surpreendido com o desfecho - o que é sensacional nesse estilo, mostrando que o diretor evoluiu também).

Quanto das atuações, diria que Gerard Butler já está um pouco "velho" para longas desse estilo, mas que se souber encarar bem como um líder talvez, possa ainda voltar na sequência com seu Nicholas 'Big Nick' O'Brien, pois tem os trejeitos sacanas de policiais, mas também tem boa desenvoltura como ladrão, e ousando se jogar em cena acabou agradando com tudo o que fez na maioria dos momentos da trama. Já O'Shea Jackson Jr. trouxe ainda mais personalidade para seu com seu Donnie Wilson codinome 'Jean Jacques' na nova trama, sendo bem sagaz nos trejeitos, brincando com as facetas que o seu personagem precisava demonstrar, e com um jeito marrento, mas cheio de banca conseguiu chamar muita atenção por onde passou. A jovem Evin Ahmad fez de sua Jovanna 'Cleopatra' uma mente bem cheia de intenções, criando bem os planos e orquestrando tudo nos bastidores, sabendo jogar com a sedução e também com a esperteza, aonde a atriz trabalhou bem cheia de facetas. Ainda tivemos outros bons personagens, mas como a base ficou em cima desses, optei por não dar destaque para os demais, pois todos foram bem no que precisavam, mas tudo em segundo plano.

Visualmente a trama teve entregas de grande porte, com alguns carros chamativos, muitos diamantes de diversos quilates e cores, todo um ambiente bancário cheio de nuances e colocações (nem sei se existe realmente esse banco na França, mas ficou bem legal toda a estrutura da bolsa de diamantes), um cofre imenso e pesado, muitas preparações para enganar as câmeras, e claro como sempre um bom jogo de futebol para acabar com os seguranças, além de inserção de máfia italiana, assalto a aviões e tudo mais, gastando todas as balas possíveis numa grandiosa perseguição, ou seja, será que sobrou algo para uma continuação ou a equipe de arte usou até o último dólar?

Enfim, é um filme que sabemos bem aonde vai chegar, sem grandes surpresas ou situações que impactem, mas que acaba sendo divertido e interessante de entrar no clima, sendo daqueles bons passatempos que gostamos de ver sem precisar pensar em nada, sem ter de refletir ou sair da sessão tentando entender o que nos mostraram, então fica a dica, pois é o famoso bem feito aonde a continuação agrada até mais que o original. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, depois dessa maratona de filmes, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Viva a Vida

2/01/2025 09:37:00 PM |

A diretora Cris D'Amato tem dois estilos bem presentes em seus longas, que ou ela acaba exagerando demais forçando a barra, ou entrega dramas cômicos familiares para se viajar bastante e rir de algumas situações bem colocadas, e felizmente "Viva a Vida" é um exemplar desse segundo estilo, aonde praticamente embarcamos junto dos personagens para Israel para encontrar os avós desconhecidos de uma garota somente pelas informações que juntou de alguns colares que apareceram no antiquário que ela trabalhava, e que usando claro de uma comicidade simples, porém emotiva vai conhecendo tudo deles sem falar de cara que é a neta, na busca da avó que fugiu do avô que mudou sua personalidade. Ou seja, é daqueles filmes simples e bem colocados na tela que nem sabíamos da existência, mas que acaba sendo gostoso de ver, pois sem precisar forçar o riso, acaba entregando desenvolturas e sintonias bem encaixadas na tela.

O longa segue a trajetória de Jessica, uma jovem dedicada ao trabalho e às responsabilidades, que leva uma vida regrada e cheia de contas a pagar. Ela trabalha em uma loja de antiguidades e parece não ter tempo para si mesma, sempre colocando suas obrigações à frente de seus desejos e sonhos. No entanto, sua rotina monótona sofre uma reviravolta quando, um dia, no trabalho, ela encontra um medalhão idêntico à joia deixada para ela por sua mãe, que faleceu quando ela era ainda muito jovem. Com o coração acelerado pela descoberta, Jessica vê o medalhão como um sinal do passado que finalmente se conecta com seu presente. Determinada a desvendar o mistério, ela se junta a Gabriel, um homem que afirma ser seu primo, mas cuja identidade e relação com ela permanecem incertas. Juntos, partem para Israel, onde começam uma jornada em busca das origens do medalhão e das pistas que ele pode revelar sobre sua família e sua história. À medida que exploram a terra cheia de mistérios e memórias, Jessica vai se deparando com mais surpresas do que imaginava: ela encontra parentes perdidos, descobre segredos de família guardados por gerações e, no meio dessa aventura, acaba se apaixonando. O que começa como uma busca por respostas sobre seu passado, acaba sendo uma jornada de autodescoberta, onde Jessica encontra não só suas raízes, mas também um lugar onde se sente completa e feliz.

Diria que o longa lembrou um pouco um dos primeiros trabalhos da diretora Cris D'Amato, "SOS Mulheres ao Mar", com uma pitada um pouco mais dramatizada e emotiva, aonde ela consegue nos transportar para os pontos turísticos de uma Israel lúdica aonde os avós aventureiros foram quando fugiram do país, tendo a trama uma pegada bem simples e claro cômica com a protagonista não chegando diretamente e falando que era a neta do dono da companhia turística, mas vivenciando a vida do avô pelos momentos e lembranças em casa parada da excursão, sendo algo bonito e bem dimensionado que funciona para a proposta da roteirista Natalia Klein, numa mistura de sensibilidade e conexão com o passado. Claro que o longa não é daqueles memoráveis, mas tem uma boa entrega na tela e acaba funcionando bastante com o que é colocado, ao ponto que os protagonistas não precisaram se esforçar muito para que o texto envolvesse, mas foram divertidos e funcionais ao menos.

Quanto das atuações, não sou o maior fã de Thati Lopes, mas aqui sua Jessica combinou bem com ela, entregando uma boa dinâmica, tendo atos interessantes sem precisar forçar, desenvolvendo trejeitos simples de forma a divertir de uma maneira leve e correta na tela. Rodrigo Simas foi bem com seu Gabriel, nao tentando ser engraçado, nem se jogando para um par romântico direto, ao ponto que funcionou bem, e teve uma boa química com a protagonista. Agora para falar de Jonas Bloch com seu Ben, preciso fazer uma enorme ressalva para a equipe de maquiagem e figurino, pois a cabeleira e a tentativa de rejuvenescer ele ficou muito estranha, ao ponto que merecia ter optado por um segundo ator para as cenas do passado, mas nos atos do presente o ator soube ser bem aproveitado e agradou com o que fez. Regina Braga foi utilizada meio como elo subjetivo, mas fez a história de sua Hava ficar interessante e com um boa entrega acabou agradando com o que fez. Quanto aos demais Diego Martins fez de seu Ramirez o famoso guia de excursão e Aline Dias nem teve chance de sua Stephanie aparecer muito, e sendo assim nem valem destacar muito.

Visualmente um ponto que gosto muito das produções da diretora é que ela leva sua equipe realmente para aonde a história se passa, não usando artifícios de locações semelhantes apenas maquiadas para parecer o local, e assim sendo acabamos passeando por uma Israel belíssima, com nuances de Tel Aviv, boiar no Mar Negro, ir nas minas do Rei Salomão, no muro das lamentações, tendo um batmitzva, entre outros lugares, usando de muitas fotografias com o sol ao fundo que acabaram agradando bastante na tela.

Enfim, esperava ver algo um pouco mais cômico, mas acabei saindo bem feliz com o resultado final que me foi entregue, sendo algo que vale a recomendação desde que saiba que verá uma trama simples, mas funcional, então fica a dica. E é isso meus amigos, não paro por aqui hoje, já que ainda vou conferir mais um longa hoje, então abraços e até logo mais.


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O Homem Do Saco (Bagman)

2/01/2025 05:54:00 PM |

Costumo falar que um bom longa de terror precisa causar algo no público, e não apenas criar a tensão para que demos alguns pulos com barulhos na tela, e o mito do "O Homem do Saco" é algo tão antigo que nossos avós já contavam e que em cada cultura tem uma desenvoltura diferente, de tal forma que realmente servia para assustar as crianças, e dessa forma o diretor poderia ter ousado mais na tela, ter criado cenas mais fortes e intensas para que o longa não ficasse apenas no básico, e claro que o ser tivesse algo mais marcante para impactar o público, pois as fraquezas do personagem até soaram bobas demais, mas a ideia em si foi boa e bem trabalhada.

No longa vemos que uma família vive um pesadelo após serem perseguidos por uma criatura mitológica maligna, o Homem do Saco. Patrick McKee acaba de retornar para sua cidade natal com seu filho Jake e sua mulher Karina. Quando era criança, o pai de Patrick costuma contar, para ele e seu irmão Liam, a história desse monstro que levava crianças inocentes numa sacola e as devorava. Convencido de que escapou de um encontro com o homem do saco na juventude, Patrick permanece com os traumas desse dia assombroso até os dias de hoje. Agora, a entidade parece estar de volta, ameaçando a paz e a segurança de sua família e com o menino Jake na sua mira.

Acredito que o diretor Colm McCarthy até usou bem o roteiro do estreante John Hulme, mas faltou por algumas coisas com um maior sentido para impactar o público com o que é mostrado na tela, pois ele criou alguns ambientes sem muita precisão, e desenvolveu pouco o drama do passado do garoto, de modo que o filme peca em criar o ser mítico na cabeça das pessoas, de modo que tudo tivesse uma formatação mais crível e tensa. Ou seja, não vemos um filme ruim, também na sendo algo muito bom, mas diria que o resultado tem até bons momentos que talvez em uma continuação pudesse ser melhorada.

Quanto das atuações, gosto do estilo de Sam Clafin, porém ele fez de seu Patrick McKee um personagem que já vemos ser perturbado antes mesmo do ser aparecer para ele, ou seja, ficou com cara de pânico do começo ao fim do longa, não trabalhando trejeitos ou interjeições que soassem marcantes na tela, e assim acabou faltando personalidade para que impactasse realmente. O garotinho Caréll Rhoden até trouxe um ar simpático para o seu Jake, porém a voz dublada que colocaram para ele beira o ridículo, e mais incomoda que agrada. Antonia Thomas demorou um pouco demais para que sua Karina demonstrasse tensão ou insegurança com tudo o que estava ocorrendo, de modo que ficou morna demais em cena. Já Adelle Leonce fez com que sua Anna ficasse bem desesperada quando tudo ocorre ao seu lado. Quanto aos demais, Will Davis apareceu um pouco como o Homem do Saco, mas não foi muito desenvolvido, valendo destacar o jovem Matthew Stag pelo que fez do protagonista quando criança com bons trejeitos ao menos.

Visualmente o longa é bem escuro, pois o ser apaga as luzes da rede elétrica para invadir as casas, mas foi bem sacado o elo dos pertences simbólicos de infância serem a proteção contra o ser, tendo uma casa comum, e as famosas babás eletrônica dando os devidos sustos no público. Ou seja, foram bem básicos com a cenografia e o resultado do que conseguimos ver na tela não impressiona como deveria, e falando do covil do Homem do Saco até que foi algo interessante de ver, que valeria mais cenas ali.

Enfim, é um filme que dava para ter ido muito mais além para impactar, mas que acabou não sendo tanta bomba quanto eu imaginava que fosse, ficando naquele limbo dos medianos que talvez lembremos algum dia quando sair continuação, isso se fizerem, já que não está dando muita bilheteria mundo agora. Fica assim sendo a recomendação com muitas ressalvas, e eu fico por aqui agora, mas logo mais volto com outros textos de hoje, então abraços e até breve.


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Emilia Pérez

2/01/2025 02:40:00 AM |

Com toda a sinceridade de quem escreve crítica a mais de 15 anos e que é viciado em filmes a mais de 30, já vi muitas injustiças nos vencedores dos Oscars, mas não lembro de nenhuma novela receber tantas indicações a mais chamativa das premiações, pois "Emilia Pérez" até tem suas qualidades musicais por ser diferenciado nesse sentido, o tema anda bem na moda, mas não é um filme nem aqui, nem na França por onde ele é indicado, muito menos no México que é aonde o "longa" se passa, sendo uma novelona mexicana musical com todas as letras possíveis, aonde a coadjuvante se joga por completo e chama atenção, aonde vemos a protagonista como um homem magrelo e raquítico minutos após a cirurgia todo enfaixado mais bem cheinho, e contando com muitas dinâmicas que não necessitavam serem musicalizadas. Ou seja, friso que não é algo ruim, mas tem tantos absurdos na tela que a todo momento me via com a mão na boca inconformado com o que estava vendo, e olha que esse que vos digita aqui adora musicais, então quem estiver pensando em conferir (afinal muitos brasileiros são bairristas e pretendem boicotar a trama já que é nosso principal concorrente) e não é adepto do estilo, nem passe pela porta que vai odiar do minuto 0 até o final.

A sinopse nos conta uma descontente e explorada, mas altamente qualificada, advogada chamada Rita trabalha numa firma focada em encobrir crimes ao invés de servir à justiça. Cansada dessa dinâmica e de estar desperdiçando seus talentos, Rita se depara um dia com uma proposta indispensável que pode tirá-la dessa vida: ajudar o chefe de um cartel, Manitas Del Monte, a se aposentar, sair de seu posto e desaparecer por definitivo. Juan, porém, tem aperfeiçoado esse plano em segredo há anos e envolve não só fugir das autoridades, mas afirmar sua verdadeira identidade: Emilia Pérez. Rita, então, ajuda-o em todo esse processo, garantindo que Emília possa finalmente viver seu mais autêntico e verdadeiro eu fora do radar.

Confesso não entender o motivo do diretor e roteirista Jacques Audiard trabalhar sua trama da forma musical completa, pois até alguns atos funcionaram bem no estilo, mas outros acaba sendo até um incômodo frases sem rimas serem encaixadas, começando logo de cara com "refrigerador", uma palavra grande que não combinando bem com as demais tentam ainda musicalizar num carro ao estilo de pamonha que temos por aqui, ou seja, até é bacana, mas irrita colocar tudo como música, além de dificultar a vida do elenco. Claro como disse temos alguns momentos perfeitos como o do jantar de arrecadação, pois ali aonde tem a canção que deve levar o Oscar, a atriz coadjuvante (que ao meu ver é principal, apenas sendo colocada como coadjuvante para levar mais prêmios) entrega algo incrível, mas o roteiro em si é muito novelesco, tendo a base principal no trio, mas sempre abrindo brechas para desenvolver um algo a mais que não necessitaria para a base completa da trama. Ou seja, é uma trama que mais incomoda do que agrada pelos atos bizarros mostrados, e com isso mesmo você indo preparado para gostar (como fiz questão de ir contra a maioria dos brasileiros que estavam torcendo muito contra e até boicotando as sessões - tinha apenas eu e mais um hoje na sessão) acaba ficando irritadiço com tudo o que vê na tela, e sendo assim acredito que o erro foi na escolha do desenvolvimento do diretor e não tanto no roteiro, mas quem conhece o diretor sabe que ele faz bons filmes, só não foi o caso aqui.

Quanto das atuações, já frisei acima e volto a dizer que é um dos melhores trabalhos de Zoe Saldana, entregando ritmo nas canções e desenvoltura nas movimentações cênicas e trejeitos, de modo que sua Rita tem muito mais atos importantes que a própria Emilia, e assim deveria se creditar como protagonista da trama, mas não é bem assim que os produtores decidem nas indicações, então como coadjuvante suas chances são muito maiores, e a atriz entregou muito, merecendo o sucesso que vem fazendo. Karla Sofía Gascón trabalhou muito bem tanto seu Manitas quanto sua Emilia, tendo claro no começo a falha gigante que falei de proporções logo após uma cirurgia, mas a atriz se mostrou cheia de expressividade e não falhou no que dependia dela, chamando muita atenção também. Já Selena Gomez fez de sua Jessi alguém para esquecermos amanhã, primeiro por parecer ainda jovem demais para o papel, depois por trejeitos estranhíssimos na maioria de seus atos, e por fim fazendo uma mistura gigantesca de espanhol com inglês que chega a dar nó na nossa cabeça, ou seja, o papel ali tinha de ser de outra pessoa. Quanto aos demais, a maioria fica bem em segundo plano, tendo Adriana Paz um pouco mais de cenas com sua Epifania e Edgar Ramírez com seu Gustavo, mas nada que impressionasse em seus atos na tela.

Visualmente a trama passeou por algumas cidades e foi bem representativa da cidade do México, mesmo não sendo gravado lá para baratear os custos de produção, tendo alguns atos gigantes com muitos figurantes, figurinos, danças, elementos cênicos e adereços de tudo quanto é tamanho e entrega, que até poderia chamar mais atenção, porém a todo momento temos quebras cênicas com fades-out (a famosa tela preta), que se resolverem lançar como novela ou série futuramente até funciona, mas aqui tirando a grandiosidade das mansões, projetos e tudo mais, não serviram para muita coisa.

Musicalmente, mesmo a trama não tendo a necessidade de ser inteiro cantada, acabou ocorrendo, e com isso, tivemos uma canção chiclete que fica em nossa mente chamada "El Mal" que provavelmente leve a premiação, e outras bem encaixadas na trama, mas volto a frisar que exageraram em cantar para tudo.

Enfim, é algo fora do padrão que muitos podem gostar e outros odiar, que recaiu demais para o estilo novelesco, e que até agora estou sem entender metade das 13 indicações ao Oscar e tantos outros prêmios, pois não é nem de perto o melhor filme do ano, então deixo a recomendação com tantas ressalvas que se eu falar que indico acabarei apanhando de muitos, e olha que repito que fui preparado para gostar do que iria ver ao contrário de muitos que já estão indo com pedras para tacar na tela, então resta ver o que acontecerá nas próximas premiações. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com muitos outros textos, afinal essa semana veio recheada, então abraços e até logo mais!


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